sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O PERIGO DO NEONAZISMO ENTRE OS JOVENS.

A HIPNOSE NEONAZISTA

Mais de seis décadas depois da derrocada do nazismo, o que leva pessoas instruídas a aderirem a uma ideologia de ódio e preconceito?



“A sociedade perfeita. O nazismo se compõe de pensamentos radicais para atingir um objetivo de algo idealizado, ou seja perfeito e que dê explicações perfeitas para a sociedade, onde sejam nomeados os inimigos”, afirma o doutor em Psicologia Social e professor do curso de mestrado em Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Jamil Zugueib. Neste contexto, judeus, negros, homossexuais, e punks “corrompem” este imaginário de “sociedade perfeita”, e por isso passam a ser odiados. “Ter um inimigo é um grande agente socializador. O ódio é socializador. Quem odeia junto, compartilha junto alguma coisa. Odiar é ação socializadora, muito mais que amar.”
Para o professor de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e da Universidade Positivo Antonio dos Santos Neto, o neonazismo e outros movimentos não são fenômenos típicos “da adolescência”, mas reflexos de uma sociedade que enaltece os excessos. “Olhamos para dentro de nós e não gostamos de algumas coisas que vemos, então criamos excessos para suprir isso”, afirma. “Este excesso está na estrutura da nossa sociedade. Ele desmonta alguns conceitos que são universais. É como se olhássemos um espelho e não o aceitássemos inteiro. Quebro o espelho e vivo no pedaço que eu gosto.”
Santos Neto avalia que esses “estilhaços” estão em todas as partes – como nas diferentes denominações religiosas e nas “tribos” que preferem determinados estilos musicais. A diferença, para ele, é que grupos como os dos neonazistas geram desequilíbrio. “Ainda conseguimos reconhecer o espelho inteiro. Mas essa prática (a do neonazismo) é de uma meia dúzia de malucos fora de qualquer propósito, que não reconhecem mais o todo.”
Já o professor de Filosofia Política da UFPR Emmanuel Appel avalia que a principal forma de combate ao nazismo e à intolerância é a educação. Appel cita o filósofo alemão Theodor Adorno (1903-1969) para defender uma formação integral, que proporcione autonomia intelectual. “Adorno proclama como grande objetivo educacional evitar que Auschwitz se repita. Esta máxima deve ser a primeira grande exigência educacional”, afirma. “É preciso combater o nazismo com uma educação que conduza à autorreflexão, proporcionar condições para a libertação de toda e qualquer tutela, para evitar adesões de forma cega aos coletivos. O semiculto, o meio formado, é perigosamente hostil ao cultura e a diálogo.”

VOCÊ QUER SABER MAIS?

http://professorrafaelporcari.blog.terra.com.br/2009/05/22/o-neonazista-paulista-e-sua-nova-republica/

http://www.mp.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=827

http://www.integralismo.org.br/?cont=781&ox=3&vis=

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