sábado, 13 de novembro de 2010

A Verdadeira Missão da Juventude por Plínio Salgado.

A VERDADEIRA MISSÃO DA JUVENTUDE.

Estátua do Laçador ( Porto Alegre, Rio Grande do Sul)

Explicação mais que necessária:

Esse texto foi originalmente escrito (1957) para orientar os membros dos Centros Culturais da Juventude, que no seu período de apogeu chegou ao número de 500 Grêmios, reunidos na Confederação dos Centros Culturais da Juventude, presidida por Gumercindo Rocha Dórea e tendo Plínio Salgado como Presidente de Honra. Todos os Grêmios tinham denominações que homenageavam os grande vultos da Nacionalidade, e de seus quadros (os famosos "Águias Brancas") saíram Filósofos, Historiadores, Juristas, Ministros, Secretários de Estado, Senadores, Deputados Federais e Estaduais, Prefeitos e Vereadores, Professores, Empresários, Sociólogos, Economistas, Escritores, enfim, Brasileiros que se destacaram nas suas respectivas esferas de atuação.

Julgamos de grande oportunidade reproduzir na íntegra esse magistral escrito do Chefe Nacional Plínio Salgado, pois, lamentavelmente, indivíduos pérfidos que se dizem Integralistas estão desorientando jovens apresentando como Integralismo algo que está longe de sê-lo, criando organizações pseudo-Integralistas e engajando jovens ingênuos em atividades que nada têm de Integralistas. Que tais jovens leiam o Texto do Chefe Nacional a seguir, e comparem os rumos apontados por Plínio Salgado com os que são transmitidos pelos chefetes caricatos que os guiam, e tomem uma decisão consciente: Ou ficam com o Integralismo, o autêntico, o do Chefe Nacional Plínio Salgado, ou ficam com o pseudo-Integralismo. E depois, não venham dizer que ninguém os alertou!

A VERDADEIRA MISSÃO DA JUVENTUDE

Plínio Salgado

Se a juventude traz consigo o Amanhã da Pátria é porque dela deverão sair os responsáveis pela sobrevivência da Nação. Prepará-la para que produza os valores humanos, de que a comunidade nacional precisa, deve ser toda a nossa aspiração e o nosso esforço.

A mocidade não se prepara nas ruas, no fragor das batalhas transitórias. Lançar os jovens nas empresas de demolição do Mal, sem a iniciação prévia na ciência e na arte de construir o Bem, será desviá-los de um destino superior. As mais belas campanhas, se resultantes do improviso, hão de ser, inevitavelmente, como estrondo das ondas na superfície do mar. As ondas facilmente se deixam levar pelo magnetismo da lua ou pelos ventos inconstantes que sopram em todas as direções. Só as águas profundas resistem. Só elas trazem consigo as potências da irredutibilidade.

A irredutibilidade no Homem é a estrutura do caráter. O caráter se forja pelo concurso de três elementos: Personalidade, Cultura e Educação. Desenvolver a personalidade, enriquece-la pela cultura, dar-lhe ritmo pela formação moral e espiritual - eis o que nos cumpre quando nos entregamos no magistério da palavra esclarecedora e da ação criadora, no esforço de suscitar o advento de grandes homens para a Pátria.

A mobilização dos moços para uma campanha de moralização, de luta contra os desmandos e contra a degradação dos costumes é iniciativa que merece todo respeito; mas é expediente empírico, visando o tratamento meramente sintomático da enfermidade social. Não vai às raízes da moléstia. Não procura as causas históricas das desgraças que lamentamos.

O conceito moral depende de uma concepção de vida. A concepção de vida decorre do conhecimento da verdade e da compreensão da realidade. Pois a mesma verdade pode ser desvirtuada e abastada na concretização dos seus objetivos, se a mente desavisada opera sob a injunção de circunstâncias desconhecidas.

Se queremos estabelecer o império da Moral, cumpre-nos promover, antes de tudo, a iniciação dos espíritos nos conhecimento do "verdadeiro" e do "real". Cumpre-nos traçar, com firmeza, a própria definição da moralidade. Do contrário, perder-nos-emos na confusão que o utilitarismo inglês de Bentham e de James Mill lançou sobre o século XIX, a tal ponto que se tornaram imprecisas e contraditórias as noções do "útil" e do "justo". Foi tal a confusão que desnorteou a humanidade, produziu o pragmatismo americano - essa filosofia de mercadores; - o cientificismo evolucionista, que inspirou o delírio de Nietzsche, a gritar nas torres do Pensamento, e as conclusões de Marx, a resmungar e a conspirar no rés-de-chão, dos armazéns de comestíveis e, finalmente, os torpes postulados dessa moderna metafísica de Limpeza Pública, que vibra na pituitária dos faxineiros de Freud.

A iniciação dos espíritos jovens exige trabalho metódico, sistemático. Repele o "dispersivo" para se ater ao "reflexivo". Evita o "extenso" para que predomine o "intenso". E não se entrega à exteriorização sem precede-la de longos dias de interiorização.

O jovem deve construir-se primeiro, para depois pensar em construir a sociedade. A autoconstrução não se faz nas praças públicas nem no fragor das manifestações coletivas; pelo contrário, forja-se no estudo, na meditação, na discussão, na troca de idéias.

Os comícios na ágora de Atenas nada legaram nem para o futuro da Grécioa, nem para o futuro do mundo. Mas os diálogos de Sócrates, os passeios de Aristóteles, o recolhimento nos jardins de Epicuro produziram homens no seu tempo, no tempo da posteridade helênica e romana e até nos dias de hoje.

Os missionários da Companhia de Jesus não se entregavam a vida apostolar senão depois dos prolongados exercícios de Santo Inácio. Construiam-se primeiro, para depois construir os outros.
João Batista não começou a sua campanha contra os desregramentos da sociedade herodiana, sem antes se recolher, anos a fio, nos descritos da Peréia. E a sua réplica anti-Cristã, configurada no Zaratustra de Nietzsche, não iniciou a propaganda do Super-Homem sem ter antes construído a própria personalidade na montanha silenciosa.

A epopéia das Navegações foi precedida pela Escola de Sagres, mas antes desta o preparo se realizara no Castelo de Tomar pelos Freires de Cristo, que por sua vez guardavam as tradições dos Templários.

Não se improvisa um Bolivar, que para suas empresas se preparou culturalmente em longos anos de estudos e de viagens. E um José Bonifácio não surge por acaso no cenário da Independência, porque o Patriarca foi o resultado de uma auto-construção através de longas peregrinações e meditações sobre quanto ia observando na vida dos povos.

A cerimônia ritual em que se armavam os cavaleiros da Idade Média – guerreiros teutônicos ou paladinos da Távola Redonda do Rei Artur – era precedida pelas vigílias d’armas, que simbolizavam a preparação do herói. A vigília d’armas, em nosso tempo, há de ser o adestramento intelectual e a formação moral. Sem isso, não conseguiremos reformar os costumes nem produzir os homens de que o Brasil vai precisar daqui a cinco ou dez anos.

Se os nossos estabelecimentos de ensino fabricam apenas profissionais e são insuficientes para incutir nos moços brasileiros os sentimentos de civismo, a noção dos deveres, o espírito público; se nos próprios lares, na sua atmosfera materialista e egoísta, as crianças e os adolescentes já não encontram àquele ambiente que propicia o florescimento das virtudes, a aspiração à vida heróica - então, de que elementos nos iremos valer, buscando a Mocidade, para dar ao Brasil aquilo de que essa mesma mocidade está necessitando? Não será perigoso lançar a Juventude, sem os parafernais dos conhecimentos que ela própria possa administrar em seu proveito, numa campanha - ainda que benemérita - em prol de uma indefinida moralidade empírica, sem base de uma formação religiosa, filosófica, histórica e sociológica? Não se transformarão os comícios e as agitações da praça pública em formas de derivativos, a substituir os divertimentos em que se estiola a maioria dos moços em nosso país? Não haverá o perigo de se tornarem os jovens (que é tudo o que esta Pátria ainda possui de esperança) em instrumentos de interesses político partidários?

Moralidade por oposição e visando destruição sem sentido de construção, é moralidade de superfície, promotora de escândalos públicos e sem nenhum resultado positivo para o futuro de uma Pátria que está precisando, antes de tudo, elevar seu nível cultural. Pois se no Brasil existem negociatas, malversações de dinheiros públicos, oligarquias parasitárias, venalidade de funcionários, domínio do suborno e da gorjeta, esbanjamentos e irresponsabilidades, preguiça e imprevidência, ambições irrefreáveis e sensualidades irreprimíveis, temos de convir que o responsável inconsciente por tudo isso é o próprio povo que prefere, sistematicamente, nos comícios eleitorais, os que fazem mais barulho, os que gastam mais dinheiro, os que acenam com mais promessas, os que se mostram mais ignorantes e grosseiros.

Por conseguinte, o problema da moralidade é um problema de cultura. E o problema da cultura popular (formação da consciência de um povo) só será resolvido forjando-se uma geração que possa fazer valer, em face da inversão de todos os valores, os legítimos direitos de orientação de uma forte aristocracia intelectual e moral.

Forjar essa geração - eis o de que o Brasil precisa. Esse o motivo da fundação em todo o país, dos Centros Culturais da Juventude, filiados à Confederação, que lhes dá unidade, dentro da mesma linha de direção filosófica. Nesses centros se organizam bibliotecas, estimulando-se a leitura dos grandes pensadores do nosso tempo; realizam-se cursos de filosofia, sociologia, história, doutrinas econômicas, geografia; promovem-se conferências sobre temas de interesse humano e nacional; comemoram-se as datas importantes da História Brasileira; estudam-se as personalidades dos nossos estadistas, filósofos, pedagogos. Economistas, militares, artistas, prosadores e poetas; - e mais do que tudo – nesses grêmios se procura criar a mística das virtudes, dos sacrifícios, dos heroísmos, num sentido cristão e consoante os sentimentos mais puros de brasilidade.

Que se lancem campanhas pela moralidade nacional e que para ela se mobilizem os moços, contra isso não podemos, em princípio, nos opor; mas que essas campanhas distraiam a juventude do esforço que ela deve empregar no sentido de construir-se por meio de uma revolução moral interior e de uma elevação intelectual indispensável, contra esse desvio nos opomos. E se uma campanha dessa natureza vier a servir ao interesse de partidos políticos ou da "demagogia da honestidade", que, à mingua de outros predicados de nossos homens públicos, se apresenta hoje como cartaz para a conquista de postos eletivos, então devemos ter a coragem de condená-la. E se, ainda, a habilidade técnica do comunismo internacional intervier sub-repticiamente para utilizar-se como "massa de manobra", desse patrimônio da Pátria, que é Juventude, coordenando-a, sem que ela o perceba, como tem feito a todos os nobres e puros movimentos da opinião sentimental e desprevenida no que respeita às artimanhas dos pescadores de águas turvas, nesse caso devemos estar alertas para prevenir os que não se preparam para conhecer os fatores intervenientes e as circunstâncias advenientes que surpreendem sempre as melhores intenções.

Escrevo estas linhas para os duzentos Centros Culturais da Juventude filiados à Confederação. Para que os seus associados as leiam, as meditem, pondo-se de sobreaviso, e redobrando os seus esforços na obra serena, firme, impertubável, perseverante da construção de suas próprias personalidades como fundamento da construção do Brasil de Amanhã.

(Plínio Salgado. Reconstrução do Homem. 1ª edição. Rio de Janeiro. Livraria Clássica Brasileira. S/data. Págs. 103 e segs.)

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Os Corporativismos Integralista e fascista na Obra “O Estado Moderno” de Miguel Reale

Os Corporativismos Integralista e fascista


Sérgio de Vasconcellos*

Ao Companheiro Cezar Augusto Machado da Silva

O renomado Jurista Miguel Reale – recentemente falecido – ingressou no Integralismo em Novembro de 1932, tornando-se quase que imediatamente uma das figuras eminentes do Movimento. Numericamente, sua Bibliografia Integralista só é superada pela de Plínio Salgado e Gustavo Barroso. Paralelamente a intenção de escrever Obras de Divulgação Doutrinária, existia em Miguel Reale a preocupação em lançar os fundamentos jurídico-filosóficos do Estado Integral, e assim, publicou os seguintes Livros:
- O Estado Moderno (1934).
- Formação da Política Burguesa (1934).
- Perspectivas Integralistas (1935).
- O Capitalismo Internacional (1935).
- ABC do Integralismo (1935)
- Atualidades de um Mundo Antigo (1936).
- Atualidades Brasileiras (1937).
Todas estas Obras tiveram reedições.

A mais famosa, certamente, é “O Estado Moderno”, onde ele critica brilhantemente o liberalismo e sua concepção meramente jurídica do Estado, e traça vigorosamente os lineamentos do Estado Moderno, isto é, os do Estado Integral. Infelizmente, a compreensão desse Livro tem sido viciada, pois, como ele mesmo diz no Prefácio da 3ª edição, razões imperiosas determinaram que “O Estado Moderno” fosse publicado antes dos volumes que lhe preparariam o terreno, digamos assim. Eis as palavras exatas de Miguel Reale:
“A 3ª edição de “O Estado Moderno” sai agora, precisamente quando devia estar no prelo a primeira, isto é, depois de dois livros que o esclarecem e preparam: “Formação da Política Burguesa” e “ O Capitalismo Internacional”.
“Foi a atividade política que me levou a publicar o resultado final de minhas pesquisas antes de mostrar o caminho longo empreendido através da história em busca de um sentido de existência que, no caos presente, apenas se vislumbra.
“Sobre as exigências cronológicas do tempo prevaleceu a exigência fundamental do momento em que vivemos. Eis porque ainda me resta publicar o primeiro dos volumes pensados, “Duas Civilizações”, em que traço um paralelo entre a política romana e a grega(1).
Ao invés, portanto, de ser consultado após a leitura de “Atualidades de um Mundo Antigo”(o “Duas Civilizações” do Prefácio citado acima), de “Formação da Política Burguesa” e de “O Capitalismo Internacional”, que introduziriam o material necessário para uma plena compreensão de “O Estado Moderno”, este foi e ainda é lido em primeiro lugar, e os demais posteriormente, quando são lidos... Perde-se assim o sentido de conjunto das Obras citadas, que constituem, sem exagero, uma Tetralogia Integralista Realeana. Obras posteriores que chegaram a ser anunciadas, mas, que não foram publicadas, devido a funesta implantação do Estado Novo, “Concepção Integral do Direito”, e “O Estado Integral Brasileiro”, certamente aprofundariam tais estudos, e se tivessem vindo a lume, teríamos que falar em Hexalogia.e não em Tetralogia. Mas, em 1940, ainda na vigência do totalitarismo estadonovista ele edita “Fundamentos do Direito” e “Teoria do Direito e do Estado”, que trazem mais dados para a compreensão do Estado na concepção do insigne Miguel Reale.

Outro fator que oblitera o entendimento correto de “O Estado Moderno”, é que seu Autor faz larga e positiva alusão ao Estado fascista, e, obviamente, as inteligências simplistas deduzem: Miguel Reale elogia o fascismo, logo, ele é fascista; o fascismo é corporativista, o Integralismo também, logo, o Integralismo é fascista. Pronto e acabou-se! Lamentavelmente, este raciocínio obtuso é compartilhado por muita gente com título acadêmico, o que demonstra que não basta ter um curso superior para tornar alguém inteligente.

Antes de nos debruçarmos sobre “O Estado Moderno”, façamos um esclarecimento preliminar: O Corporativismo não é e nunca foi uma exclusividade do fascismo italiano. Existem e sempre existiram diversas correntes de pensamento corporativo, sendo o fascismo apenas UMA delas. A literatura corporativista é vasta, em diversos idiomas. Mesmo na Itália, entre os próprios teóricos fascistas, não havia unanimidade no pensamento corporativista. Constitui grave erro científico tentar ignorar as especificidades de cada corrente corporativa e as variações dentro de uma mesma corrente.

Mas, tentemos desfazer esta confusão criada pelas mentes simplistas dos acadêmicos que pontificam em nossas Universidades, examinando “O Estado Moderno”, buscando verificar se existem elementos que endossem a acusação de serem fascistas, o saudoso Companheiro Miguel Reale e o Integralismo.

A Obra “O Estado Moderno” está dividida em quatro partes, que o Autor designa como “ensaios”: Duas Épocas, O Estado demo-liberal, O Fenômeno fascista, e, Fundamentos do Estado Integral.

No 1º Ensaio, o Autor critica o naturalismo e o determinismo do liberalismo e do socialismo(2), os fragmentários conceitos do Homem(3), o unilateralismo das concepções vigentes até então(4). Mas, também assinala o surgimento de um novo espírito, que recusa as concepções e soluções parciais, buscando a realidade e as soluções orgânicas(5). É ainda neste Ensaio que faz a distinção importantíssima de “ser” e “dever ser”(6), e que afirma ser a Política Integral o conjunto de ciência política e moral(7).

O 2º Ensaio é dedicado a examinar o Estado Liberal Democrático. Assim, passa em revista o contratualismo(8), a fisiocracia(9), a igualdade formal diante das leis(10), a concepção exclusivamente jurídica do Estado(11), a desigualdade social e econômica(12), a não intervenção do Estado na economia(13) e as desastrosas conseqüências de tal absenteísmo e a reação que suscitou nos explorados, que exigiram a substituição da fictícia “liberdade contratual” pelos realísticos contratos coletivos de trabalho(14). Ante os trustes e cartéis do Alto Capitalismo erguiam-se os Sindicatos e as Federações dos Trabalhadores(15). Não controlando a Economia, o Estado Liberal termina por ser controlado pelas forças econômicas(16). O Estado deixa de ser uma síntese de aspirações para ser um simples instrumento do internacionalismo capitalista(17). Os bancos controlam as economias nacionais, impondo seus ditames aos produtores, agricultores, comerciantes, operários, etc(18). O Estado super-nacionalista capitalista dirige de fato os Estados ditos nacionais(19). Aborda também a adoção do liberalismo no Brasil e o artificialismo político que engendrou(20).

No “O Fenômeno fascista” – que é o 3º Ensaio – começa criticando aqueles que, ao estudarem o fascismo, o nazismo, o integralismo e o bolchevismo se prendem a um ponto de vista – jurídico, financeiro, econômico, etc. -, pois, tal reduzido campo visual não dá conta da totalidade do real, não abrange tais fenômenos na amplitude de suas manifestações(21). Em seguida, vai tratar das fontes do fascismo(22), versa sobre o sindicalismo(23), estatismo(24), o nacionalismo e o socialismo(25), o solidarismo(26) e o fascismo propriamente dito(27).

Finalmente, no Ensaio IV, “Fundamentos do Estado Integral”, sintetiza magistralmente o Estado Integralista. Principia conceituando o Estado(28), depois fala-nos do Estado Ético(29), da Economia Dirigida(30), da Democracia Integral(31), novamente do sindicalismo(32), e, termina com “O Integralismo e o Brasil”(33).

O simples exame do resumo – imperfeito, reconheço -, feito acima já nos demonstra a estultície dos que pretendem reduzir “O Estado Moderno” a mera literatura de propaganda do fascismo. Trata-se de Obra complexa e de leitura indispensável a todos os que querem pensar política e realisticamente o Brasil. A própria necessidade sentida pelo Autor de expor fascismo e Integralismo em Ensaios separados, já indicaria ao leitor sem idéias pré-concebidas que Miguel Reale entendia não serem idênticos, a despeito de quaisquer semelhanças reais ou aparentes ou circunstanciais. Todavia, o preconceito ideológico de liberais e marxistas não permite independência de vistas.

Mas, entremos num dos aspectos que, segundo os pseudo-estudiosos do Sigma, prova ser Integralismo e fascismo a mesma coisa, o corporativismo. O que nos diz Reale – na Obra que estamos comentando – sobre isso? Será que ele sustenta que o corporativismo fascista é igual ao do Integralismo? Vejamos.

Esclarece que o sindicalismo fascista difere do sindicalismo socialista, pois, deixa de ser o instrumento de um partido e da luta de classes, para ser órgão de participação dos produtores no Estado(34). Mas, o Estado Fascista afirma-se Estado Totalitário(35), em que o indivíduo é apenas um meio através do qual o Estado atinge seus fins próprios(36). É o Estado absorvente(37), sintetizado na fórmula “Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado”(38). Ora, apesar dessas é de outras opiniões críticas – que por brevidade, não abordamos -, Miguel Reale, com a largueza de vistas que sempre o caracterizou, assinala que existem vozes discordantes dentro do fascismo, que não concordam com o totalitarismo de Estado e que indicam outros rumos à revolução fascista(39), bem como tece elogios ao próprio Benito Mussolini(40). Tal atitude superior não pode ser aceita pelas mentes medíocres, que jamais conseguem ir além dos próprios preconceitos, que só vêem nas suas críticas uma dissimulação de sua verdadeira posição, a fascista. É triste, mas somos forçados a reconhecer que a deformação ideológica de certos indivíduos os incapacitam a ver os fatos como eles são. No entanto, só pelo que deixamos sintetizado neste parágrafo, qualquer pessoa inteligente já deduziria que o Estado Ético do Integralismo, o Estado Integral, não é idêntico ao Estado Totalitário do fascismo.

Agora, verifiquemos o que diz sobre o Estado Corporativo Integralista:
Também no Integralismo, os Sindicatos deixam de ser instrumentos na luta de classes, e assumem, então, funções políticas, econômicas, éticas e culturais(41). Dos Sindicatos, de base Municipal, passa-se para as Federações, Confederações, Corporações até chegar-se a Câmara Corporativa Nacional(42). Todavia, a Nação não é unicamente vida econômica, logo, ao lado da representação econômica deve existir a representação das categorias não-econômicas(43). E aí encontramos outra diferença fundamental em relação ao fascismo, pois, o corporativismo integralista não é exclusivamente econômico(44). O Integralismo não visa abolir a Democracia, pelo contrário, pretende instaurar o verdadeiro regime democrático(45). O Estado Integral é o Estado Ético, isto é, o Estado que é subordinado à moral, ao contrário do Estado hegeliano em que a moral é que se subordina ao Estado(46).

O confronto entre os dois sistemas corporativos, o fascista e o Integralista – conforme a exposição de Miguel Reale, que estamos resumindo -, evidencia que são bastante dissemelhantes e que a acusação de que o Integralismo copia o corporativismo fascista é insustentável, falsa mesmo, e só pode provir ou da má-fé ou da ignorância.

Até aqui acompanhamos “O Estado Moderno”, e a conclusão que chegamos, rigorosamente verdadeira, de que não são idênticos os corporativismos fascista e Integralista, impõe-se naturalmente a todos aqueles que ainda conseguem raciocinar por si mesmos. Mas, para que não reste dúvida, seguiremos a sugestão do próprio Miguel Reale que recomenda a leitura de “ABC do Integralismo” para melhor compreensão do corporativismo integralista(47).

No “ABC do Integralismo”, Miguel Reale dedica todo um Capítulo, denominado “Em Lugar dos Partidos, as Corporações”, a expor, em linguagem popular, o corporativismo integralista(48). E aí encontramos, porém, com maior desenvolvimento, todos os ítens que extraímos de “O Estado Moderno”, isto é, os sindicatos radicados nos Municípios(49), e as subsequentes esferas representativas, as Federações, nas províncias, e as Confederações e Corporações, no âmbito nacional(50), tendo por remate a Câmara Corporativa(51). Assim, realiza-se a verdadeira democracia(52). A representação corporativa no Integralismo, não contempla apenas as categorias econômicas, mas, também as corporações não econômicas, cujo mais alto órgão de expressão será o Conselho Nacional(53). Definindo claramente o que distíngüe o corporativismo fascista do Integralista, ele vai dizer:
“O corporativismo pregado pelo Integralismo é mais completo que o fascista, pois não consideramos apenas as corporações econômicas, mas também as corporações sociais e culturais da Nação, como as Igrejas, o exército, a magistratura, as sociedades das ciências e das artes.
“De mais a mais, enquanto na Itália ainda subsiste um Senado de base não corporativa e um Conselho originado do Partido Fascista (fora das corporações), nós Integralistas proclamamos que só é legítimo o poder constituído sobre alicerces corporativos.
“As corporações, portanto, não serão, no Brasil, subordinadas a um poder político de origem não corporativista: as próprias corporações serão o Estado”(54).

Finalizando, cremos que não haverá mais dúvida possível, os Corporativismos Integralista e fascista são dois sistemas distintos de organização do Estado, não havendo a menor possibilidade de um ser cópia do outro, pois, além de uma estrutura diversa, colimam finalidades diferentes. Como dissemos, existem variadas escolas corporativistas, que certamente compartilham alguns valores universais, como por exemplo a concepção grupalista da sociedade, que se contrapõe ao individualismo liberal e ao coletivismo socialista, mas, o Corporativismo Integralista é uma genuína e original construção de pensadores Brasileiros, e inteiramente adequado a nossa realidade, não é uma ideologia estrangeira importada e totalmente divorciada das reais necessidades do Povo Brasileiro, como o são o liberalismo, o socialismo, o anarquismo, etc. E se não fosse fugir por completo aos fins e aos limites deste trabalho, poderiamos aduzir mais elementos comprobatórios da não identidade entre Integralismo e fascismo, não só das demais Obras de Miguel Reale, mas, também das de Plínio Salgado, Gustavo Barroso, Tasso da Silveira, Anor Butler Maciel, Oswaldo Gouveia, Mourão Filho, Ferdinando Martino Filho, Jaime Regalo Pereira, Contreira Rodrigues, Cotrim Neto, Jaime Ferreira da Silva e tantos outros. Mas, cremos que aquilo que aqui sintetizamos da Obra de Miguel Reale é mais do que suficiente e não nos esqueçamos que, quando ele escreveu “O Estado Moderno” – e o “ABC do Integralismo”, também -, ele era o Secretário Nacional de Doutrina da Ação Integralista Brasileira, o que dá cunho oficial as suas palavras. Termino afirmando que Integralismo e fascismo não são a mesma coisa e quem disser o contrário é um imbecil.

Anauê!

* Σ – Comerciante – Rio de Janeiro(RJ).

Palestra proferida na Sede dos Núcleos Integralistas do Estado do Rio de Janeiro – NIERJ, em 2009.

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O Mar do diabo ou Triângulo do Dragão

O Triângulo do Dragão

Triângulo do Dragão ou do Pacífico é uma região do Pacífico ao redor da Ilha Miyake, cerca de 100 km ao sul de Tóquio. Um dos lados do triângulo pode estar na ilha de Guam. Apesar de o nome ser usado pelos pescadores japoneses, não aparece nas cartas náuticas.

Na cultura popular, especialmente nos Estados Unidos, acredita-se que o Mar do Diabo possa ser, junto com o Triângulo das Bermudas, uma área onde barcos e aviões desaparecem sob circunstâncias misteriosas. Os japoneses, por outro lado, não consideram o Mar do Diabo como sendo mais misteriosa ou perigosa do que outras águas costeiras do Japão.

Ao contrário de algumas declarações, nem o Mar do Diabo nem o Triângulo das Bermudas estão localizados na linha agônica, onde o norte magnético se iguala ao norte geográfico. A declinação magnética nesta área é de cerca de 6°.

Entre os fenômenos reportados no Mar do Diabo estão as perdas de barcos e aviões (mais do que no Triângulo das Bermudas), numerosos navios fantasmas, barcos não-identificados, OSNIs e perdas de intervalos de tempo.

Curiosamente, o Triângulo das Bermudas situa-se diretamente na mesma linha de latitude do triângulo do dragão, 35 graus, levando muitos pesquisadores a acreditar que exista um Buraco de minhoca, um tipo de túnel que poderia ligar o Triângulo das Bermudas com o Triângulo do Dragão, dando a entender que um dos dois triângulos serve como buraco negro e o outro como um buraco branco.

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