segunda-feira, 4 de junho de 2012

Conhecendo o Xintoísmo “a via dos deuses”! PARTE II.



A deusa do sol Amaterasu, saindo de uma caverna, trazendo luz solar de volta ao universo.

No final do século XVIII, Motoori Norinaga e outros estudiosos do xintoísmo contribuíram para um renovado interesse no KOJIKI e no NIHONSHOKI e em outros textos sagrados xintoístas antigos. Com ênfase ao culto imperial.

Com a restauração Meiji, o xintoísmo se tornou a religião estatal. Os missionários cristãos voltam em 1870, agora mais tolerantes. Mas ainda hoje, somente seiscentos mil japoneses professão a fé cristã, sendo a metade católica.

O xintoísmo, no entanto, permeia a vida japonesa de muitas maneiras inusitadas. O esporte nacional é a luta SUMÔ, por exemplo, e esta se origina de um antigo ritual xintoísta em homenagem aos KAMIS.

O xintoísmo SHUKYO é o sincretismo do xintoísmo com o budismo, cristianismo e outras crenças. São novas seitas que surgem no final do século XIX.

O WEI CHIB, é o relato mais antigo do Japão em uma Crônica chinesa de 297 d.C. O credo e a prática xintoísta tem como eixo a veneração de seres sobrenaturais chamados Kami que supervisionam todos os aspectos da natureza e da vida humana. Acreditam que esses seres dão vida a tudo no universo.

Diz-se que o panteão xintoísta contém um número infinito de Kamis. E muito deles são divindades que vieram do budismo e do taoismo e foram incorporadas ao xintoísmo. Os textos xintoístas mais antigos, o KOJIKI e o NIHONSHOKI, ensinam que o mundo foi criado pelas divindades celestiais IZANAGI e IZANAMI. Depois de um começo que pareceu não ter dado certo, o par original deu à luz um grupo de Kami, inclusive a deusa soberana do Sol, AMATERASU, cujo descendente,
JIMMU TENMO, veio a ser o primeiro imperador.

A crença xintoísta imagina um reino superior “divino”. Esse reino é habitado por um grande número de seres conhecidos como Kami. Em alguns casos, assumem a forma humana. No KOJIKI, cita-se que existem oito milhões de Kami, mas o, 8 é um número sagrado que significa INFINITO. Alguns Kamis, são divindades benignas, outras são espíritos vingativos, responsáveis pelo mal. Os espíritos maus são chamados de ONI (demônios). A tradição xintoísta não acredita que haja uma dicotomia absoluta do bem e do mal.

Os ONI, são personagens um tanto ambivalentes. Por exemplo o MALDOSO ESPIRITO DA RAPOSA, está associado com INARI, o deus do arroz, que é um Kami, extremamente popular e caridoso. Um exemplo disso são as figuras grotescas de “Homem-pássaro” chamadas TENGU, também podem ser guardiões benevolentes dos Kamis. Outro exemplo dessa ambivalência é SUSANO, que após sua expulsão do céu, tornou-se uma figura positiva, matando um dragão e salvando uma donzela em perigo.
Os espíritos dos antepassados formam outra categoria importante de Kami. No xintoísmo acredita-se que a alma de uma pessoa se transforma em um Kami após a morte. E os Kami dos antepassados de uma família são venerados em templos domiciliares. Alguns Kamis ancestrais, como do Imperador Meiji (reinou de 1867 a 1912) e de outros governantes, podem se tornar alvo de culto maior, como o Templo de Meiji é o santuário xintoísta mais importante de Tóquio.

Os Kamis, mais conhecidos são os deuses e deusas, antropomórficos que emergiram durante a ERA DOS DEUSES. As descrições dessa era primitiva onde os deuses estavam na Terra, antes de estabelecer o governo de seus descendentes mortais, os imperadores, e retirar-se para seu reino celestial são dadas poemas épicos no Kojiki (712 d.C) e do Nihonshoki (720 d.C).
Os “Kamis na Era dos deuses” são os AMATSUKAMI (Kami Celestial) e os KUMITSUKAMI (Kami Terrestres). O Kami Susano teve uma dinastia de divindades com uma donzela. O mais forte deles era OKUNINUSHI, (O grande senhor do país).  A deusa Sol Amaterasu, enviou seu neto HONINIGE, para derrotar OKUNINUSHI, para receber o título de senhor do país, mas Honinige, fez um acordo com Okuninushi, para que o mesmo fosse o perpetuo protetor da família real japonesa.  Okuninushi é venerado no IZUMOTAISHA, o segundo templo mais importante do Japão, depois de ISE.

Outro Kami proeminente é INARI, o deus do arroz, divindade que garante uma colheita abundante de arroz. O mensageiro e guardião de Inari e a raposa e as imagens desse astuto animal têm um lugar importante em todos os templos desse deus.

Há também os chamados SHITIFUKUJIN (os sete deuses da sorte).

1-    DAIKOKUTEN: deus tutelar da cozinha.
2-    EBISU: deus da pesca.
3-    BENTEN: deus do talento musical e das artes.
4-    FUKUROKUJU: deus da popularidade.
5-    HOTEI: deus do contentamento e magnanimidade.
6-    JUROJIN: deus da longevidade.
7-    BISHAMONTEN: deus da autoridade benevolente.


Continua.......

Autor: Leandro CHH
Copyright © construindohistoriahoje.blogspot.com. Este texto está sob a licença de Creative Commons Attribution-No Derivatives. Você pode republicar este artigo ou partes dele sem solicitar permissão, contanto que o conteúdo não seja alterado e seja claramente atribuído a “Construindo História Hoje”. Qualquer site que publique textos completos ou grandes partes de artigos de Construindo História Hoje tem a obrigação adicional de incluir um link ativo para http:/www.construindohistoriahoje.blogspot.com.br. O link não é exigido para citações. A republicação de artigos de Construindo História Hoje que são originários de outras fontes está sujeita às condições dessas fontes.

Você quer saber mais?

LITTLETON, Scott.C. Conhecendo o Xintoísmo: origens, crenças, práticas, festivais, espíritos e lugares sagrados. Petrópolis: Editora Vozes, 2010.






Nenhum comentário:

Postar um comentário