terça-feira, 10 de julho de 2012

Os Caixões de granito de Serapeum



Caixão de granito de Serapeum (Foto: Walter B. Emery, Archaic Egypt. New York: Pequim Books, 1961).

A nordeste da pirâmide escalonada de Djoser, em Saqqara, há uma galeria de túmulos construídos em um túnel escavado na rocha, dedicada ao touro Ápis.

O geógrafo grego Estrabão (63 a.C -  22 d.C) escreveu, depois de visitar o Egito, que os touros Ápis eram enterrados numa câmara subterrânea, chamada Serapeum, no final de uma alameda pavimentada ladeada por 140 esfinges de pedra. O local está constantemente sendo enterrado pela areia levada pelo vento e era de difícil acesso mesmo na época de Estrabão. Durante séculos, esses túmulos estiveram perdidos; então, em 1850, um francês de 29 anos, Auguste Mariette, encontrou a cabeça e as patas de uma esfinge de pedra projetando-se da areia.

No interior do Serapeum, câmaras com tetos de quase 7,5 metros de altura e pisos 1,5 metro mais baixos do que o piso principal forma escavados em ambos os lados do corredor principal. Essas salas abertas eram o local em que os maciços sarcófagos para os touros Ápis antigamente ficavam . Cada sarcófago era esculpido de um único bloco de granito, e cada tampa pesava muitas toneladas. Vários desses sarcófagos ainda existem dentro do Serapeum.

Em 1995, Dunn, munido com uma régua de marceneiro de altíssima precisão, inspecionou as faces interna e externa de dois sarcófagos. A tampa de 27 toneladas de um dos sarcófagos, e a superfície interna do caixão de granito em que ela se apoiava, tinha uma precisão de 0,000125 centímetro. Ele também verificou que os cantos tinham a precisão de 0,39 cm. Segundo Dunn, reproduzir a precisão dos caixões de granito de Serapeum seria extremamente difícil memso hoje em dia. As superfícies lisas, perfeitamente planas e os cantos que se ajustavam sem folga deixaram-no pasmo.