quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Dicas de Leitura. Coleção História Ilustrada: Egito Antigo.


Hoje trago aos amigos do Construindo História uma excelente dica de leitura para aqueles que são aficionados pela história do Antigo Egito, sua grandiosidade e suas inigualáveis realizações arquitetônicas. Não esqueça que esse Marcador Dicas de Leitura, contará com a participação de todos. Basta enviar através do Formulário de Contato o Título do Livro e Autor que o Construindo História Hoje realizará uma postagem no Marcador Dicas de Leituras sobre ele.

Sobre a obra:

É impossível falar do Egito antigo sem mencionar sua situação geográfica. Os fatores físicos de sua localização, o ritmo do Nilo e seu vale fértil deram aos egípcios e à sua cultura características singulares (estabilidade e isolamento) que permitiram sua perpetuação na história da humanidade. Houve uma época em que todo o Egito era habitável, porém, com o passar do tempo, as chuvas diminuíram e os desertos aumentaram consideravelmente, obrigando os egípcios a se deslocarem para os oásis, sobretudo para o vale do rio Nilo. Neste lugar encontraram água, além de excelentes e produtivos depósitos aluviais. Caçadores paleolíticos se tornaram agricultores e pastores do vale do delta, formando a economia agrícola do Egito neolítico.

A grandiosidade das construções e os inigualáveis rituais funerários da cultura dos antigos egípcios nos estimulam a propor questões instigantes: por que envolver cadáveres em bandagens?  De que maneira aqueles gigantescos blocos de pedra foram transportados a alturas tão impressionantes?  Com que propósito se dedicar a tamanha realização arquitetônica?

O “Hermano” Hitler: A relação entre a Argentina e a Alemanha na Segunda Guerra Mundial.



Mapa que mostra o plano de Hitler para reconfigurar a América do Sul. O mapa foi encontrado em um táxi que bateu em Buenos Aires em 1941. Posteriormente, descobriu-se que havia sido forjado pela inteligência britânica. Mas, os historiadores indicam que, apesar da falsidade do mapa, ele ilustra bem como o vegetariano austríaco que transformou-se em genocida queria reconfigurar o mundo. Imagem: La Nácion.

A conhecida relação entre a Argentina e o nazismo já rendeu ótimos livros de ficção e teorias conspiratórias. Mas até há pouco tempo, limites entre real e imaginário ainda eram turvos. A publicação de uma nova leva de documentos dissipou algumas dúvidas. Mostrou como as ligações batiam na cúpula argentina e tramavam planos que obrigariam brasileiros a torcer por Maradona.

Perón e o Terceiro Reich


Comício nazista em pleno centro portenho, no dia 10 de abril de 1939. Imagem: La Nación.
“A luta de Hitler na paz e na guerra nos servirá de guia. As alianças serão o primeiro passo. Temos o Paraguai, temos a Bolívia e o Chile. Com a Argentina, Paraguai, Bolívia e Chile será fácil pressionar o Uruguai. Logo, os cinco países unidos vão atrair facilmente o Brasil devido a sua forma de governo e suas grandes comunidades alemãs. Quando o Brasil cair, o continente americano será nosso”.

A frase, pronunciada pelo general Juan Domingo Perón em maio de 1943, ilustrava quais eram os projetos do governo argentino de plantão para o Brasil na época. Nesse momento, a Alemanha nazista e seus aliados do Eixo estavam no apogeu de seu poderio, dominando a maioria da Europa, dos Pirineus até as estepes ucranianas, do deserto da África até os fiordes noruegueses.
Hitler e seus assessores já pensavam na extensão de seu domínio ou influência na América do Sul, para distrair as forças dos EUA que começavam à chegar à Europa e atrapalhavam os planos do Japão no Oceano Pacífico.
Seu instrumento seria Perón, na época secretário de Guerra, e a eminência parda do poder na Argentina. Perón, que não era nem um pouco tonto, também utilizou os nazistas como instrumento, e no pós-guerra, serviu-se de centenas deles, que na Argentina trabalharam em âmbitos variados: desde técnicos para fábricas militares, físicos nucleares, e até torturadores e especialistas em propaganda política.

“Duvido que os alemães pensassem seriamente em uma invasão da América do Sul, mas fizeram o possível para estimular o surgimento de governos favoráveis ao Reich, de forma a incomodar os EUA”, afirma o historiador Uki Goñi.
O então coronel Perón já vinha estabelecendo contatos e colaborações com o Terceiro Reich desde o início da Segunda Guerra Mundial. Ele liderava o Grupo Oficiales Unidos (GOU), uma agrupação de oficiais que em 1943 realizaria um golpe de Estado vitorioso.
Não são tropas alemãs na frente da Casa Rosada apesar do capacete de estilo prussiano São tropas argentinas desfilando na frente da Casa Rosada o palácio presidencial nos anos 40 Esse modelo de capacete perdurou até a segunda metade dos anos 50. Imagem: La Nación.

A anterior estadia de Perón na Itália de Mussolini em 1940, sua visita à Paris ocupada e as multidões frenéticas na Piazza Venezia, deixaram o futuro presidente argentino inspirado.
“Não diria que Perón era um nazista”, me explicou o jornalista e historiador norte-americano-argentino Uki Goñi, autor de “Perón e os alemães”, onde traz à tona uma série de documentos sobre os vínculos do general argentino com o Terceiro Reich.
“Neste tema, as ideologias ou religiões não possuem nenhuma importância. A única coisa que importa é o poder. Nazistas são os que enchiam os estádios por Hitler. Peronistas são os que enchiam a Plaza de Mayo. Perón não era nazista”, diz.
No entanto, Goñi admite que “Perón admitia sua admiração pelas ideias do fascismo, e muito depois, nos anos 70, ainda criticava o Julgamento de Nuremberg, que definia como uma infâmia. Dizia que havia tentado resgatar o máximo de alemães de Nuremberg. E o conseguiu”.
O ranço fascista dos militares argentinos chamou a atenção de Goñi, e decidiu – após dois anos de investigações e a descoberta de documentos inéditos – escrever “Perón e os alemães”, já considerada a melhor obra do gênero no país.
A espionagem alemã na Argentina estava constituída principalmente pela Sicherheitsdienst (SD). A Argentina, que se manteve neutra até semanas antes da vitória dos Aliados, foi o principal centro da espionagem alemã na América do Sul, e grande parte da informação sobre os EUA passava por Buenos Aires. Com a ajuda discreta do GOU, a espionagem alemã no país manteve-se praticamente intacta até o fim da guerra.

Juan Domingo Perón. Imagem: La Nación.
O principal enlace entre a Argentina e o Terceiro Reich foi Juan Carlos Goyeneche, líder dos nacionalistas católicos, que viajou dezenas de vezes à Alemanha, onde reuniu-se com o chanceler Joachin Von Ribbentrop, o líder das SS Heinrich Himmler, e outros líderes fascistas europeus como Mussolini.
Sua capacidade de contatos surpreende até hoje: Goyeneche correspondia-se com Himmler ainda em março de 1945, um mês e meio antes da derrota nazista. Nas décadas posteriores, divertiu seus amigos contando características pessoais dos ministros de Hitler.
No entanto, era um enlace informal. Goñi considera que “a História da região poderia ter sido diferente se Osmar Hellmuth não tivesse sido capturado pelos ingleses”.
Hellmuth, ao contrário de Goyeneche, era um germano-argentino, colaborador da SD, e enviado como emissário especial por Perón para negociar com Hitler um apoio argentino em troca de armas.
No entanto, Hellmuth foi preso pelos britânicos no meio do caminho e permaneceu preso até o fim da guerra, impedindo as conversações oficiais de uma possível aliança argentina-germânica.

O ditador paraguaio Higino Morinigo, o qual Perón paparicava, de olho em mais influência em Assunção. Imagem: La Nación.
Goñi relata a supresa de um chefe da seção latino-americana da Chancelaria do Reich que em agosto de 1944, após o desembarque aliado na Normandia e com Berlim sob constante bombardeio, recebeu um telegrama de Perón dizendo que ainda acreditava na vitória alemã.
“Na verdade, os militares argentinos não acreditavam na vitória nazista, mas consideravam que Hitler poderia obter uma paz separada com os EUA e a Grã-Bretanha, e ter as mãos livres para continuar a guerra com a URSS”. Segundo Goñi, Perón acreditava que era possível uma paz condicional, e que a Argentina e o Vaticano, poderiam ser os mediadores da paz.
Durante a Guerra, Perón planejava constituir uma faixa de proteção à Argentina, constituída por países como a Bolívia e o Paraguai. Este, foi um dos primeiros alvos de Perón: em 1943, tentou seduzir o general Higino Morínigo, presidente paraguaio, com aparatosa recepção em Buenos Aires.
O mordaz jornalista Ray Joseph, do The Buenos Aires Herald, descreveu a visita de Higino Morínigo como a “dessas boas-vindas que Mussollini costumava dar a Hitler”.

Juan Carlos Goyeneche. Imagem: La Nación.
Segundo Joseph, os muros portenhos foram cobertos com cartazes com a imagem de Morínigo, “uma imagem tão hollywoodiana que duvido que o próprio pudesse se reconhecer nelas”. No entanto, apesar das lisonjas, o paraguaio ficou do lado dos EUA, que lhe havia oferecido armas. Perón dedicou-se imediatamente a outro alvo: a Bolívia.
Esse país recebeu atenção especial de Perón. Ali, o GOU, o SD articularam um golpe que derrubou o governo do general Enrique Peñaranda em dezembro de 1943. No seu lugar, com apoio do magnata do estanho, o germano-bolivano Gustav Eickenberg, foi colocado o general Gualberto Villarroel. Em troca, a Argentina prometeu ajuda econômica e a construção de uma ferrovia.