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sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

MANIQUEÍSMO, ORIGEM E FUNDAMENTOS!

 


                Trata-se de uma filosofia dualística que divide o mundo entre bem, ou Deus, e mal, ou o Diabo. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do bem e do mal. O Maniqueísmo como filosofia religiosa sincrética e dualística fundada e propagada por Mani que divide o mundo entre Bom, ou Deus, e Mau, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má, e o espírito, intrinsecamente bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do Bem e do Mal. 

A origem do maniqueísmo 

Quando o gnosticismo primitivo já perdia a sua influência no mundo greco-romano, surgiu na Babilônia e na Pérsia, no século III, uma nova vertente, o maniqueísmo. 

O seu fundador foi o profeta persa Mani (ou Manés), após ter sido "visitado" duas vezes por um anjo que o convocou para esta tarefa, fato este comum entre aqueles que fundam religiões e seitas até hoje. Suas ideias sincretizam elementos do Zoroastrismo, do Hinduísmo, do Budismo, do Judaísmo e do Cristianismo. Desse modo, Mani considerava Zoroastro, Buda e Jesus como "pais da Justiça", e pretendia, através de uma revelação divina, purificar e superar as mensagens individuais de cada um deles, anunciando uma verdade completa. 

“Conforme as suas ideias, a fusão dos dois elementos primordiais, o reino da luz e o reino das trevas, teria originado o mundo material, essencialmente mau.” 

Para redimir os homens de sua existência imperfeita, os "pais da Justiça" haviam vindo à Terra, mas como a mensagem deles havia sido corrompida, Mani viera a fim de completar a missão deles, como o Paráclito prometido por Cristo, e trouxera segredos para a purificação da luz, apenas destinados aos eleitos que praticassem uma rigorosa vida ascética. Os impuros, no máximo podiam vir a ser catecúmenos e ouvintes, obrigados apenas à observância dos dez mandamentos. 

As ideias maniqueístas espalharam-se desde as fronteiras com a China até ao Norte d'África. Mani acabou crucificado no final do século III, e os seus adeptos sofreram perseguições na Babilônia e no Império Romano. 

Os maniqueus eram uma seita de reputação sinistra. Eram ilegais e, mais tarde, seriam selvagenmente perseguidos. Tinham aura de uma sociedade secreta: nas cidades estrangeiras, só se hospedavam na casa de membros de sua própria seita; seus líderes viajavam por uma rede de "células" espalhadas por todo o mundo romano. Os pagãos viam-nos com horror, os cristãos ortodoxos, com temor e ódio. Eles eram os "bolcheviques" do século IV; uma "quinta-coluna" de origem estrangeira, determinada a se infiltrar na Igreja Cristã e portadora de uma solução singularmente radical para os problemas religiosos da época. 

Os maniqueístas procuravam respostas para perguntas que as religiões dominantes não possuíam resposta como por exemplo podemos citar: 

De onde provem o mal? 

A resposta maniqueísta para o problema da origem do mal foi o cerne do maniqueísmo para seus adeptos. Era uma resposta simples e drástica, é-nos plenamente conhecida a partir dos textos agostinianos (Agostinho de Hipona, ele mesmo foi maniqueu durante nove anos de sua vida) e, neste século, pudemos novamente penetrar nos sentimentos religiosos íntimos dos maniqueus graças á descoberta, em regiões tão distantes quanto o Egito e Xinjiang, das literaturas apaixonadas das comunidades maniqueístas. 

Os conventículos dos maniqueístas eram onde se reunião para ouvir as leituras da grande "Carta de Fundação" de Mani. Nessa ocasião solene, os ouvintes eram "enchidos de luz". Essa "iluminação" era a experiência religiosa inicial e básica de um maniqueu: era um homem que se haveria tornado agudamente cônscio de sua condição. Era como se tivesse sido despertado de um sono profundo por um grito distante: 

"(...) Um homem ergueu a voz para o mundo, dizendo: Abençoado aquele que conhecer sua alma." 

Assim despertado, o maniqueu percebia vividamente que era livre. Podia identificar-se apenas com uma parte de si mesmo, sua "alma boa". Claramente, grande parte dele não pertencia a esse oásis de pureza: as tensões de suas paixões, sua cólera, sua sexualidade, seu corpo poluído e o vasto mundo da "natureza de rubros dentes e garras" que existia fora dele. Tudo isso o oprimia. Era patente que o que havia de bom nele ansiava por ser "libertado", por "retornar", fundir-se outra vez com um sereno estado original de perfeição - um "Reino de Luz" - do qual se sentia isolado.

 No entanto, era igualmente claro que os homens não haviam conseguido realizar isto, que constituía o único desejo possível do que de melhor havia em sua natureza. 

Portanto, essa "Alma Boa" obviamente agia sob pressão: por alguma razão misteriosa, via-se "aprisionada", "Retida", confinada e "Violada", empurrada de um lado para outro por uma força que, temporariamente, era mais forte do que ela. 

"Pois é fato que realmente pecamos contra nossa vontade (...) por essa razão, buscamos o conhecimento da razão das coisas." 

Era esse "Conhecimento" da razão das coisas" que os maniqueus deixavam claro. Em suma, conquanto todos estivessem consciência da mescla íntima de bem e mal dentro de cada um e no mundo ao redor, era ao mesmo tempo, profundamente repugnante para o homem religioso, assim como absurdo para o pensador racional, que esse mal pudesse provir de Deus. Deus é bom, totalmente inocente. Devia ser protegido da mais tênue suspeita de responsabilidade direta ou indireta pelo mal. Essa desesperada "piedade para com o Ser Divino" explica a natureza drástica do sistema religioso dos maniqueus. 

Os MANIQUEUS eram DUALISTAS tão convencidos de que o mal não podia provir de um Deus bom que acreditavam ser ele proveniente de uma invasão do bem - o "Reino da Luz" - por uma força ou demônio hostil, de poder igual, eterno e totalmente distinto: o "Reino das Trevas". "A primeira coisa que um homem deve fazer", dizia o catecismo maniqueísta chinês, "é distinguir os Dois Princípios (o Bem e o Mal). Aquele que deseja ingressar em nossa religião deve saber que os Dois Princípios têm naturezas absolutamente distintas: como pode quem não traz viva em si essa distinção pôr em prática a doutrina?" 

No tocante a esta questão , os maniqueus eram racionalistas inflexíveis. Acreditavam que podiam sustentar o dogma fundamental de sua religião unicamente por intermédio da razão: 

*De onde vieram esses pecados? Perguntariam; 

*De onde proveio o mal? 

*Proveio o mal de um Homem, de onde veio esse homem? 

*Proveio o mal de um Anjo, de onde veio esse Anjo? 

*E, se disserdes 'De Deus..., então, será como se todo  pecado e todo o mal estivessem ligados, numa cadeia ininterrupta, ao próprio Deus. 

É com esse problema que os maniqueus acreditam poder solucionar tudo, mediante sua simples enunciação - como se fazer uma pergunta embaraçosa significasse saber alguma coisa. Se assim fosse, não haveria ninguém mais douto que um maniqueu. 

Assim municiados, jovens estudantes de filosofia com alargamento repentino e dramático de seus horizontes intelectuais entregavam-se atraídos por essa nova "Sabedoria", jovens extremamente inteligentes e excepcionalmente argumentativos, deviam sentir-se imbatíveis! 

Era uma religião que descartava toda e qualquer crença que ameaçasse a independência de seus cérebros sumamente ativos. Como maniqueístas, eles livravam-se prontamente das ideias que cumulavam nas antigas religiões convencionais. Eram tomados por uma certeza divina: 

"Conheci minh'alma e o corpo que nela se assenta, sabendo que são inimigos desde a criação dos mundos.." 

O maniqueísta não precisava que lhe ordenassem acreditar. Eram capaz de aprender sozinhos a essência da religião. A apreensão imediata era o que mais importava. Para um homem assim, a crucificação de Cristo evidencia diretamente os sofrimentos de sua própria alma. 

Seu herói era o cético Tomé, homem cujo anseio de um contato direto e imediato com os segredos divinos não foi rechaçado por Cristo. O Sistema de Mani evitava criteriosamente a aguda ambivalência! 

No maniqueísmo, o severo Jeová dos judeus era rejeitado como um demônio maléfico e os patriarcas, como velhos sórdidos. Evitavam elaborar qualquer sentimento íntimo de culpa que viria, mais tarde, a se afigurar aos trechos mais evidentes do maniqueísmo. 

Os maniqueus eram homens austeros. Eram reconhecidos por seus rostos pálidos,e, na literatura moderna, foram apresentados como provedores do mais soturno pessimismo. No entanto conservavam esse pessimismo apenas para um lado de si mesmos. 

Viam o outro lado, sua "mente", sua "alma boa", como algo imaculado: tratava-se, literalmente, de uma migalha da substância divina. Sua religião destinava-se a garantir que essa parte boa deles permanecesse essencialmente intacta, não afetada por sua natureza mais vil. Essa natureza mais vil acabaria sendo "cindida e impelida para longe de nós, e, no fim desta vida, será derrotada e confinada, toda ela, numa grande massa separada, como que numa prisão eterna". Portanto, a força sumamente alheia do mal jamais poderia fazer outra coisa senão impor-se de fora para dentro a um eu bondoso,  que para sempre se manteria separado dela: 

"(...) a veste fútil desta carne despi, em segurança e puro;  com os limpos pés de minh'alma pisoteei-a, confiante." 

Como maniqueístas, portanto, podiam desfrutar do consolo muito real de que, apesar de toda a ambição, do inquietamento, do sentimento invasivo de culpa, ao menos a parte boa deles permanência integralmente não conspurcada: 

"(...) curvei minha cabeça sob o jugo da virtude quando na juventude me surgiu a rebelião." 

Buscavam constantemente salvar um oásis imaculado de perfeição dentro de si.  Preferiam desculpar-se e acusar outra coisa que havia em si, mas não eles próprios. Acreditavam em uma natureza ímpia que não era eles que pecavam, mas outra natureza dentro do ser humano. 

Mas, o preço que os maniqueus pareceram pagar por essa completa renegação do  mal foi tornar o bem singularmente passivo e ineficaz.  Todos os escritos de Mani ilustram essa atitude, na qual o bem é essencialmente passivo, impingido pela ação violenta do mal. Para o maniqueísta, o universo existente, no qual bem e mal se mesclavam de maneira tão desastrosa, brotara de uma invasão frontal do bem - o "Reino da Luz" - pelo mal - o "Reino das Trevas". 

Esse "Reino da Luz" estivera em absoluto repouso, totalmente ignorante de qualquer tensão entre o bem e o mal. Tão separado do mal era o "governante" do "Reino", o "Pai da Luz", que se via indefeso contra ele: não podia sequer entrar em confronto com os invasores sem sofrer uma transformação drástica e tardia de seu ser. Em contraste, o "Reino das Trevas" era a força ativa; seus poderes vorazes eram cegos; dirigiam-nos unicamente os incontroláveis gritos de ganância emitidos por seus companheiros. 

Portanto em todo o maniqueísmo , o bem é que estava condenado a ser passivo. O Cristo do maniqueu era, acima de tudo, o "Jesus Sofredor", "crucificado por todo o universo visível". O auge da devoção maniqueísta era  o indivíduo perceber que sua parte boa estava totalmente fundida e identificada com essa essência divina profanada, identificar inteiramente seu destino com um Salvador que também estava sendo salvo. 

"Estou em toda parte; sustento o firmamento; sou a base; sou a vida do mundo; sou a seiva de todas as árvores; sou a água doce que subjaz aos filhos da matéria." 

Todavia, fora desse envolvimento íntimo e sensível, as forças do mal campeariam inalteradas e aparentemente, não controladas por nenhuma força do bem: 

"Choro por minha alma, dizendo: possa eu ser poupado disto e do terror das feras que se entre devoram." 

O maniqueísta via-se num agudo dilema. Sua religião prometia ao fiel que, uma vez "despertado", ele teria o controle completo de sua identidade essencial e estaria apto a garantir sua libertação. Dizia-lhe que parte dele sempre se manteria imaculada; e oferecia um ritual severo, que "precipitaria" mais a matéria boa e irredutível de sua alma. Contudo, essa confiança era constantemente desgastada pelos mitos poderosos da própria seita, mitos estes que faziam o bem parecer profundamente abandonado e indefeso diante do ataque do mal: faziam parecer oprimido, violado e aturdido o seu Deus, de inocência tão imaculada que ficava perigosamente despojado de Sua onipotência. 

Os Dez Mandamentos maniqueus 

Eles deviam seguir sobretudo os dez mandamentos seguintes como fio condutor da sua vida cotidiana: 

1-Não adorar nenhum ídolo; 

2-Purificar o que sai da boca: não praguejar, não mentir, não levantar falso testemunho ou caluniar; 

3-Purificar o que entra pela boca: não comer carne, nem ingerir álcool; 

4-Venerar as mensagens divinas; 

5-Ser fiel ao seu cônjuge e manter a continência sexual, especialmente durante os jejuns; 

6-Auxiliar e consolar aqueles que sofrem; 

7-Evitar os falsos profetas; 

8-Não assustar, ferir, atormentar ou matar animais; 

9-Não roubar nem cometer fraude; 

10-Não praticar nenhuma magia ou feitiçaria; 

Os grandes livros abalizados de Mani eram no total de sete, constituíram a espinha dorsal do maniqueísmo. Esses sete livros preservariam a identidade da seita durante cerca de 1.200 anos, em meios tão diferentes quanto Cartago e Fu-Kien. Mas, para um homem educado no mundo do fim da era clássica, as revelações que eles continham eram irredutivelmente exóticas: correspondiam a um "conto de fadas persa" 

O maniqueísmo do século IV na África era muito semelhante ao comunismo da Inglaterra no fim dos anos 1930. O maniqueísmo afirmava ser a verdadeira "Igreja dos gentios" na África: atraía pagãos inquietos com a ascensão do cristianismo, pois repudiava os métodos autoritários da Igreja ja estabelecida e os traços de crueza do Velho Testamento. Enquadrava-se com facilidade na vasta penumbra de cristianismo em que os homens instruídos ponderavam sobre o que tomavam por oráculos da Sibila que havia profetizado a vinda de Cristo.  Muitos maniqueus eram mais doutrinários. Viam-se exclusivamente como reformadores do cristianismo. 

O movimento maniqueísta havia atraído muitos homens humildes, artesãos e mercadores respeitáveis. Aliás, os mercadores eram os missionários mais eficientes da seita: na China e na Ásia central, o maniqueísmo não tardou a vacilar depois que os mongóis destruíram os grandes impérios comerciais dos oásis do deserto do Gobi. Também no Império Romano, é bem possível que a disseminação do maniqueísmo tenha estagnado com a recessão comercial. 

Pessoas como essas tinham mais facilidade que seus semelhantes mais cultos para aceitar como verdades literais as rebuscadas revelações de Mani. Muitos desses seguidores simplórios eram excepcionalmente austeros. Como membros dos "Eleitos", equivaliam, nas comunidades maniqueístas, aos resolutos felás egípcios que, como eremitas, haviam-se tornado a maravilha do mundo cristão. "Incultos e primitivos", esses homens eram natureza, fossem particularmente admirados por intelectuais sofisticados. 

Os "Fundamentalistas", eram os homens que haviam sustentado, de maneira intransigente, as revelações que lhes tinham sido confiadas nos grandes livros de Mani. 

Mani foi um gênio da religião. Compartilhou com todos os pensadores gnósticos que o antecederam um vívido sentimento do homem como uma mistura vergonhosa de duas forças opostas, mas explicou essa mistura em termos de uma descrição plenamente detalhada do universo físico. 

Para Mani, o universo em si tinha resultado dessa mistura, e a boa nova trazida pelos maniqueus era que o mundo visível era uma gigantesca "farmácia", na qual seria "destilada" a essência pura  dos fragmentos destroçados do Reino da Luz. O maniqueísta portanto, estava inteiramente inserido no mundo visível. Todos os processos físicos a seu redor aconteciam para sua salvação. Talvez ele parecesse cultuar o Sol como um pagão, ajoelhando-se diante dele ou voltando-se para ele ao fazer suas preces. Mas um pagão se sentiria muito inferior ao Sol. Para os pagãos, os homens eram criaturas "atadas a corpos humanos e sujeitas ao desejo, à tristeza, à ira (...), as últimas a nascer, prejudicadas por inúmeros desejos"; já o Sol era claramente um "deus visível", uma mente sobre-humana, girando em ritmo perfeito muito acima do mundo. 

Um maniqueísta veria no Sol nada menos do que o brilho visível de uma parte de si mesmo, um fragmento de sua própria substância boa no estágio final de destilação, pronta a se fundir novamente no "Reino da Luz".  Ele sentiria a emoção de estar envolvido num processo inelutável, "objetivo", "cientificamente" descrito nos livros de Mani: 

"A Luz irá para a Luz,

A fragrância para a fragrância (...)

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . .  .

(...) A Luz retornará a seu

lugar, as Trevas cairão e não tornarão a se elevar." 

A rigor, nenhum sistema religioso jamais tratara o mundo visível de maneira tão drástica, e com tanta literalidade, como a externalização de um conflito espiritual íntimo. A imagem do universo que emergia, é claro, não era a do mundo a que estava acostumado o romano instruído, pois fora drasticamente distorcida pelas preocupações religiosas de Mani. O choque entre o conteúdo dos livros maniqueístas e os fatos observáveis do universo fisíco era quase inevitável. É que os maniqueus jamais admitiriam que sua visão do universo era um "mito" que simbolizava uma verdade mais profunda. Os quartos crescente e minguante da Lua, por exemplo, não eram apenas  a mera imagem distante de um evento espiritual: eram literalmente causados pelo afluxo de fragmentos libertos de "Luz" que ascendiam do mundo. 

A disciplina moral de um maniqueísta, seu sentimento de estar apto a conduzir uma luta espiritual até seu desfecho glorioso, dependia de ele aceitar como verdade literal a explicação de Mani sobre os movimentos do universo físico. 

Os maniqueus condenavam a astrologia: ela seria um trabalho amadorístico, se comparada à Sabedoria "objetiva" de seus próprios livros. Os maniqueístas tinham evitado as tensões do crescimento em todos os níveis. Moralmente, afirmavam não fazer mais do que "libertar" a parte boa que traziam em si, dissociando-se do que quer que entrasse em conflito com sua imagem reconfortante de um fragmento de perfeição imaculada alojado neles. Assim a disciplina maniqueísta baseava-se numa visão simplista da maneira como os homens agem. Era de um otimismo extremo, pois presumia que nenhum homem racional, uma vez "despertado" para sua verdadeira condição, poderia deixar de procurar libertar sua alma, seguindo as rotinas solenes dos maniqueus: 

"Se souber observar os rituais, ele despertará:  o fragmento de alma luminosa que existe nele retornará a sua pureza plena; e a natureza 'estrangeira' do bem que reside temporariamente em seu corpo se libertará de todos os perigos (...)" 

As complexidades da dúvida e da ignorância, as tensões profundamente arraigadas na própria cidadela da vontade, tudo isso era deliberadamente desconhecido no maniqueísmo. Apesar de todo o seu discurso sobre a "libertação", não havia espaço, na linguagem religiosa dos maniqueus, para processos mais sutis de crescimento - para a "cura" ou a "renovação". Os maniqueístas apresentavam meramente uma gnose em sua forma mais tosca. 

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COSTA, Marcos Roberto Nunes. Maniqueísmo: História, Filosofia e Religião. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2003. 

ANATALINO, João .Conhecendo a Arte Real: a maçonaria e suas influências históricas e filosóficas. São Paulo: Editora Madras. 2007. 

BROWN, Peter. Santo Agostinho: uma biografia. Rio de Janeiro: Editora Record, 2011. 

STEINER, Rudolf. O Maniqueísmo: a genuína missão do Bem e do Mal no contexto evolutivo da humanidade. São Paulo: Editora Antroposófica, 2012.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

O verdadeiro significado do Natal: Conheça o Aniversariante!


 O clima do Natal ainda aquece os nossos corações. Na vida e no coração de muitos, infelizmente, a comemoração do Natal tem sido sistematicamente deturpada para satisfazer o enriquecimento do mundo dos negócios. A finalidade real do Natal, a maravilhosa mensagem que ele traz, as suas implicações eternas, o grande e sublime mistério de Deus encarnado são esquecidos. 

O Natal pode ser entendido em toda a sua dimensão quando Jesus recebe um lugar prioritário em nosso coração. Quando a pessoa entende que a vinda de Cristo trouxe luz á escuridão causada pelo pecado, quando abrimos os nossos olhos para o engano provocado pelas mentiras que o Diabo insiste em nos contar, entendemos que o Natal não é apenas um feriado, mas um dia sagrado. 

O Natal só pode ser totalmente compreendido sob a visão da cruz erguida no Calvário de sofrimentos, ou diante da surpresa e da alegria dos discípulos à beira da sepultura vazia, ou do privilégio de assistir à ascensão de Cristo. 

Para todos os que conhecem a Jesus Cristo, o Filho de Deus, a celebração do Natal não acabou, mas continua trazendo a grata felicidade, ao passo que para outros, tudo não passa de uma festa como qualquer outra que termina em poucas horas. 

O nascimento de Jesus não foi um simples acontecimento da história. Foi à vinda triunfante de Deus ao mundo, em carne, ossos e sangue para viver ao lado de suas criaturas. Infelizmente, muitos comemoram o nascimento de Cristo sem conhecer o aniversariante. Por isso, aqueles que seguem o Salvador Jesus devem proclamar o verdadeiro significado do Natal. 

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segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Bob Marley, e a religião Rastafári.

 

Robert Nesta Marley, popularmente conhecido como Bob Marley, foi um cantor, guitarrista e compositor jamaicano. Pode se dizer que foi o cantor de reggae mais conhecido do mundo. Vendeu cerca de 75 milhões de discos.

Na adolescência, Marley começou a fazer parte da religião Rastafari. Nessa religião, eles acreditam que “Jehovah”, (popularmente chamado de “Jah”), é o Deus. O “messias”, não é Jesus Cristo, mas é a reencarnação de Haile Selassie I, no qual o nome verdadeiro é “Ras Tafari Makonnen”, (que era o imperador da Etiópia, e acreditavam que ele libertaria a raça negra do domínio branco). E é por conta dele, o nome da religião.

A morte de Marley se deu após um machucado na unha do pé, durante uma partida de futebol, e essa ferida acabou infeccionando. Virou posteriormente uma espécie de câncer de pele. Quando diagnosticado, os médicos disseram que ele teria que amputar o dedo do pé, e Marley negou por conta da religião Rastafari, cuja filosofia é de que o corpo é um templo sagrado e nada deve ser modificado.

Especulações

Existe uma história que diz que cerca de um ano antes de sua morte, Bob foi batizado em nome de Jesus Cristo. Segundo Tommy Cowan que estava junto com ele quando se converteu, disse que Bob ficou chorando durante 45 minutos e exclamou “Jesus my Savior, Jesus Christ” (Jesus meu Salvador, Jesus Cristo!).

Bob nasceu em um lar cristão, e tinha algumas músicas que falavam sobre isso. “:(..)"I never forget no wa (..)"I never forget no way, how they crucified Jesus Christ"(..) Em português: "Eu nunca esqueci não, como eles crucificaram Jesus Cristo"(..)“, trecho da música “So much things to say”.

Em uma entrevista a uma televisão jamaicana, a esposa de Bob, Rita Marley, não sabia do batismo de Bob, e disse que achou a atitude dele estranha. Minutos antes de morrer, ter dito “Me leve senhor Jesus Cristo”. Ela disse que esperava que ele chamasse por Selassie. Porém, nada disso está no site oficial de Bob Marley, onde conta sobre sua vida e religião. Lá conta apenas sobre a religião Rastafari. Há quem diga que essa história não teve repercussão por conta de que muitos rastafáris fariam o mesmo, por influência de Marley.

O que é a religião rastafári?

É uma crença nascida na Jamaica na década de 30, popularizada pelas músicas do cantor de reggae Bob Marley e atualmente seguida por cerca de 1 milhão de pessoas no mundo. Com alguns elementos empresta...

Por que um imperador da Etiópia foi adorado como deus na Jamaica - influenciando até Bob Marley.

Quando se fala em rastafáris, provavelmente a primeira imagem que vem à cabeça de muitas pessoas é a do rei do reggae Bob Marley e seus rastas icônicos. Mas além do famoso artista, há outro homem ainda mais importante no coração deste movimento - Ras Tafari. Esse foi o nome do último imperador da Etiópia, nascido em 23 de julho de 1892, mas ele adotou o nome real de Haile Selassie ao ser coroado.

Para os rastafáris, ele é Deus (Jah) encarnado, o messias redentor.

Mas como um imperador da Etiópia, cuja capital está situada a quase 13 mil quilômetros de Kingston, se tornou adorado na Jamaica? O vínculo entre os dois, na verdade, está relacionado a um grupo de jamaicanos pobres que acreditavam que a coroação de Ras Tafari era o cumprimento de uma profecia e que ele era seu redentor, o messias: o "Rei dos reis, Senhor dos senhores". Eles acreditavam que seriam libertados pelo imperador, que os tiraria da pobreza no Caribe e os levaria à África, a terra dos seus antepassados e um centro espiritual para os jamaicanos.

Quem era Ras Tafari?

Tafari era filho de um colaborador do imperador Menelik 2º, um dos governantes mais importantes da história da Etiópia, e casou-se com uma de suas filhas, Wayzaro Menen.

Desde a infância, sua inteligência chamou a atenção do imperador, que o ajudou a seguir carreira política. Quando a filha de Menelik 2º, a imperatriz Zauditu, morreu em 1930, seu protegido foi coroado imperador. A coroação de Haile Selassie foi um evento esplendido e contou com a presença de autoridades do mundo todo.

Na época, o jornal The New York Times especulou que as celebrações haviam custado mais de US$ 3 milhões (R$ 9,5 milhões, em valores atuais). A revista Time dedicou a capa ao novo imperador, que logo se transformou em um fenômeno global. Pouco depois da coroação, Selassie encomendou a primeira constituição escrita da Etiópia, que restringia em grande medida os poderes do parlamento.

Na prática, ele era o governo da Etiópia.

Segundo a constituição, a sucessão ao trono se restringia somente aos seus descendentes, e a pessoa do imperador era "sagrada, sua dignidade, inviolável e seu poder, indiscutível". Mas, na Jamaica, Selassie estava se convertendo em algo mais do que um poderoso imperador.

A profecia de Marcus Garvey


"Olhem para a África, onde um rei negro vai ser coroado, anunciando que o dia da libertação estará próximo". Essa é a profecia que deu início a toda história, e foi feita por Marcus Garvey.

Ele era um ativista jamaicano que lutou pela mudança política e social em uma ilha que havia sido um centro importante durante o período da escravidão. Depois da abolição, em 1833, a vida não melhorou muito para os antigos escravos, nem para seus filhos ou para as gerações seguintes. Ainda não está claro se o "rei negro" a quem Garvey se referia era uma pessoa real, mas o mais provável é que se tratasse de uma figura simbólica. 

Mas, quando as notícias da coroação de Haile Selassie em 1930 chegaram à Jamaica, muitos dos seguidores de Garvey fizeram uma associação que lhes parecia lógica: Ras Tafari era rei, e, portanto, o dia da libertação estaria próximo. Isso significava que eles deveriam se preparar para um êxodo para a África. Apesar de Marcus Garvey nunca ter sido um rastafári, ele é considerado um dos profetas do movimento, e suas ideias formaram a filosofia rastafári. "O 'garveyismo' se converteu em um tipo de nacionalismo militante que deu aos negros um sentido de identidade com o conjunto da África, numa época em que a independência estava em evidência", afirma Jabob Bauman, em uma publicação da Universidade do Estado de Washington, nos EUA. 

Atualmente, as crenças dos rastafáris são muito diferentes. Enquanto os primeiros seguidores da religião procuravam um retorno à África, declaravam que seu único deus era Haile Selassie e que a Etiópia era o verdadeiro Sião (sinônimo de terra de Israel, ou terra prometida), hoje muitos dão mais importância a um retorno "espiritual". 

Segundo o autor da Enciclopédia Global das Religiões, Stephen Glazier, o movimento rastafári se converteu em parte a um estilo de vida, mais que uma religião, e as práticas também variam muito. Entre elas, se destacam o consumo ritual da maconha (ganja) e o reggae. Poucos anos após a coroação de Haile Selassie, a Etiópia se envolveu em uma guerra terrível. Em 1935, o líder italiano Benito Mussolini invadiu o país e Selassie partiu para o exílio. Ele ficou cinco anos fora do país e somente em 1941 foi restituído como imperador, com a ajuda da Grã-Bretanha. Em 21 de abril de 1966, ele finalmente visitou a Jamaica - e mesmo 36 anos depois de sua coroação, o entusiasmo dos rastafáris seguia intacto, com uma nova geração de adeptos que cultivavam a ideia de um êxodo para a o continente africano. 

Selassie foi tomado pela recepção eufórica, e não fez nada para dispersar crenças sobre sua suposta condição divina. Garvey já estava morto, e suas críticas a Selassie por deixar o país em tempos de guerra já haviam sido esquecidas na Jamaica. Mas no resto do mundo o julgamento sobre ele não foi unânime - embora Selassie quisesse projetar uma imagem de um imperador progressista, ele também enfrentou acusações de ser um ditador ganancioso. Entre a multidão que apareceu para honrar e receber seu "Redentor", estava a esposa de um músico jamaicano de 21 anos, que tinha acabado de formar uma banda chamada The Wailers.

Seu nome era Robert Nesta Marley.

Selassie doou 200 hectares de terra a membros do movimento rastafári para que se estabelecessem na África; a comunidade ainda existe

Bob Marley foi o rastafári mais influente da história.

Ele nunca se classificou como profeta, embora muitas suas canções fossem consideradas com um caráter profético, e também nunca foi um líder, embora os seguidores o tratassem como tal. Dois dos discos mais importantes da carreira de Marley - Catch a Fire, de 1973, e Natty Dread, de 1975, foram sucesso de vendas e estavam cheios de símbolos e motivos do rastafarianismo. Na época do lançamento de Rastaman Vibration, em 1976, havia rastafáris em quase todas as cidades britânicas e em muitas partes dos Estados Unidos. Jovens negros usavam o cabelo com os mesmos dreadlocks de Marley e vestiam roupas com as cores da bandeira etíope: verde, amarelo e vermelho. Enquanto seus pais eram na maioria cristãos, jovens negros em cidades como Londres começaram a ser atraídos por uma teologia diferente, que incorporava a crítica política. 

'Mentiras de Babilônia'

Enquanto isso, as coisas se complicavam para Selassie na Etiópia. Em 1973, uma forte crise de fome matou cerca de 200 mil etíopes.

Um ano depois, um grupo de militares do Exército com uma agenda marxista chamado Derg destronou o imperador após um golpe militar. Ele morreu em 1975, doente e encarcerado. Sua morte dele foi descrita por seus seguidores como uma "desaparição", já que eles se negavam a acreditar que Selassie havia morrido. E quando se falava sobre ele, a comunidade rastafári usava frequentemente a frase "mentiras de Babilônia". Muitos acreditavam que a estrutura dominada por brancos - chamada por eles de "Babilônia", havia espalhado uma mentira para tentar debilitar o crescente movimento rastafári. 

Outros simplesmente rechaçaram a notícia afirmando que Jah, o nome rastafári para Deus, havia apenas ocupado temporariamente o corpo de Selassie. A morte "corporal" do imperador era tida como um sinal de que Jah não era apenas um ser humano, mas também um ente espiritual. Uma terceira interpretação - e a mais aceita entre os rastafáris - se refere aos conceitos sobre a unidade essencial de toda a humanidade. Segundo esse princípio, ainda que habitemos corpos distintos, todos estamos unidos espiritualmente. Pode ser que Haile Selassie já tivesse partido, mas vê-lo como um único deus é uma interpretação errônea do significado do rastafári: seu espírito está em todos nós e não pode ser extinto. Segundo eles, desde que nascemos, somos todos corpos efêmeros, mas nossas almas seguem vivendo.

Você quer saber mais?

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-a-religiao-rastafari/

https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao-fisica/religiao-de-bob-marley/50297

https://www.bbc.com/portuguese/geral-39596814 

 

sábado, 13 de junho de 2020

O HINO A ÁTON E O SALMO 104

O HINO A ATON

"Apareces cheio de beleza no horizonte do céu, disco vivo que iniciaste a vida.
Enquanto te levantaste no horizonte oriental, encheste cada país da tua perfeição. És formoso, grande, brilhante, alto em cima do teu universo.
Teus raios alcançam os países até ao extremo de tudo o que criaste.
Porque és Sol, conquistaste-os até aos seus extremos, atando-os para teu filho amado. Por longe que estejas, teus raios tocam a terra.

Estás diante dos nossos olhos, mas o teu caminho continua a ser-nos desconhecido. Quando te pões, no horizonte ocidental, o universo fica submerso nas trevas, como morto. Os homens dormem nos quartos, com a cabeça envolta, nenhum deles podendo ver seu írmão...

Mas na aurora, enquanto te levantas sobre o horizonte, e brilhas, disco solar, ao longo da tua jornada, rompes as trevas emitindo teus raios...
Se te levantas, vive-se; se te pões, morre-se. Tu és a duração da própria vida; vive-se de ti.

Os olhos contemplam, sem cessar, tua perfeição, até o acaso; todo o trabalho pára quanto te pões no Ocidente.

Enquanto te levantas, fazes crescer todas as coisas para o rei, e a pressa apodera-se de todos desde que organizaste o universo, e fizeste com que surgisse para teu filho, saído da tua pessoa, o rei do Alto e do Baixo Egito, que vive de verdade, o Senhor do Duplo País, Neferkheperuré Uaenré, filho de Rá, que vive de verdade, Senhor das coroas, Akhenaton.


Que seja grande a duração de sua vida! e à sua grande esposa que o ama, a dama do Duplo País, Neferneferuaton Nefertiti, que lhe seja dado viver e rejuvenescer para sempre, eternamente.”
SALMO 104

1 Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SENHOR Deus meu, tu és magnificentíssimo; estás vestido de glória e de majestade.
2 Ele se cobre de luz como de um vestido, estende os céus como uma cortina.
3 Põe nas águas as vigas das suas câmaras; faz das nuvens o seu carro, anda sobre as asas do vento.
4 Faz dos seus anjos espíritos, dos seus ministros um fogo abrasador.
5 Lançou os fundamentos da terra; ela não vacilará em tempo algum.
6 Tu a cobriste com o abismo, como com um vestido; as águas estavam sobre os montes.
7 Å tua repreensão fugiram; à voz do teu trovão se apressaram.
8 Subiram aos montes, desceram aos vales, até ao lugar que para elas fundaste.
9 Termo lhes puseste, que não ultrapassarão, para que não tornem mais a cobrir a terra.
10 Tu, que fazes sair as fontes nos vales, as quais correm entre os montes.
11 Dão de beber a todo o animal do campo; os jumentos monteses matam a sua sede.
12 Junto delas as aves do céu terão a sua habitação, cantando entre os ramos.
13 Ele rega os montes desde as suas câmaras; a terra farta-se do fruto das suas obras.
14 Faz crescer a erva para o gado, e a verdura para o serviço do homem, para fazer sair da terra o pão,
15 E o vinho que alegra o coração do homem, e o azeite que faz reluzir o seu rosto, e o pão que fortalece o coração do homem.
16 As árvores do SENHOR fartam-se de seiva, os cedros do Líbano que ele plantou,
17 Onde as aves se aninham; quanto à cegonha, a sua casa é nas faias.
18 Os altos montes são para as cabras monteses, e os rochedos são refúgio para os coelhos.
19 Designou a lua para as estações; o sol conhece o seu ocaso.
20 Ordenas a escuridão, e faz-se noite, na qual saem todos os animais da selva.
21 Os leõezinhos bramam pela presa, e de Deus buscam o seu sustento.
22 Nasce o sol e logo se acolhem, e se deitam nos seus covis.
23 Então sai o homem à sua obra e ao seu trabalho, até à tarde.
24 O SENHOR, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas.
25 Assim é este mar grande e muito espaçoso, onde há seres sem número, animais pequenos e grandes.
26 Ali andam os navios; e o leviatã que formaste para nele folgar.
27 Todos esperam de ti, que lhes dês o seu sustento em tempo oportuno.
28 Dando-lho tu, eles o recolhem; abres a tua mão, e se enchem de bens.
29 Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras o fôlego, morrem, e voltam para o seu pó.
30 Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra.
31 A glória do SENHOR durará para sempre; o SENHOR se alegrará nas suas obras.
32 Olhando ele para a terra, ela treme; tocando nos montes, logo fumegam.
33 Cantarei ao SENHOR enquanto eu viver; cantarei louvores ao meu Deus, enquanto eu tiver existência.
34 A minha meditação acerca dele será suave; eu me alegrarei no SENHOR.
35 Desapareçam da terra os pecadores, e os ímpios não sejam mais. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR. Louvai ao SENHOR.



terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Estrela e a Crescente do Islã


 

Este emblema, comumente reconhecido como o símbolo da fé islâmica, é mais por ter adquirido essa associação à fé do que pela intenção.

A estrela e o crescente são um símbolo em si muito antigo, que remonta ao início de civilização suméria, onde foi associado com o deus Sol e a deusa Lua (sua primeira datação remonta 2100 aC) e, mais tarde, como as deusas Tanit e Diana. O símbolo permaneceu em uso constante, e acabou por ser adotado como padrão em batalhas pela dinastia otomana, que são os principais responsáveis ​​por sua associação com o Islã. 

Como a dinastia era também responsável pela fé, era inevitável que seu símbolo estaria associada ao Islã também. Note-se que não há nenhuma menção de tal símbolo no Corão, o livro sagrado do Islã, não há qualquer relação entre o crescente e a estrela ao Profeta (cuja bandeira era preto e branco, com a inscrição "Nasr hum min Allah "," com a ajuda de Deus. ")

Hoje, a estrela e o crescente é amplamente aceito como um símbolo da fé islâmica, e é usado em artes decorativas, joias e bandeiras nacionais, bem como a cruz em países cristãos. Ela está associada com o uso da Lua para festas de tempo. No entanto, não é aceita por todos os muçulmanos. Muitos o consideram anti-islâmico e até mesmo blasfemo.

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quarta-feira, 7 de novembro de 2018

NEZAHUALCOYOTL (ASTECA) E AKHENATON (EGÍPCIO) E SUAS SEMELHANÇAS COM MOISÉS (HEBREU)




            Recentemente terminei de ler um excelente livro de mitologia, “As melhores histórias da mitologia asteca, maia e inca” que abordava diversos mitos desses povos. O qual foi escrito por A.S Francini, mesmo sendo pouco imparcial com suas constantes criticas ao cristianismo e infelizes comparações da fé cristã com os mitos, o mesmo não deixou de ser uma das melhores obras que já li sobre a mitologia da Mesoamericana e andina, com uma riqueza de detalhes sobre os mesmo nunca lida antes por mim (e olha que já li muitos livros sobre mitos).

            Dentre tantos mitos e dados históricos presentes no livro, vou trazer somente um nesta postagem devido à falta de tempo, mas posteriormente quero trazer outras curiosidades históricas e mitológicas que encontrei nessa obra foi a lenda do rei asteca Nezahualcoyotl que em 1492 começou a reinar em Texcoco, cidade asteca, era considerado pelo seu povo como o equivalente romano de um rei-filósofo, poeta, incentivador das artes e guerreiro. Mas oque distinguiu esse rei de seus pares foi  sua fé, escolheu como o faraó egípcio  Akhenaton cultuar um único  Deus, (A.S FRANCINI, 2014, pág. 214), e abandonar todo o panteão de deuses de seu povo. O deus que Nezahualcoyotl cultuava era Tloque Nahuaque que não aceitava representação física e muito menos o sacrifício humano que era tão comum para os povos da Mesoamerica e andes, antes da chegada dos espanhóis. O templo do seu deus único e imaterial não possuía nenhuma imagem em seu interior, aonde o mesmo era cultuado como um ser invisível espiritual. Como Akhenaton que instituiu o culto a Aton, sua divindade única, assim foi com Tloque Nahuaque para Nezahualcouyotl.
            Tanto o faraó Akhenaton (reinou de 1352 a.C. a 1336 a.C) como o rei asteca Nezahualcoyotl (1492 d.C) foram mentes e espíritos muito além de seu tempo, com uma sensibilidade e sensatez grandiosas, aonde suas mentes somente se alinham com a de um homem, o hebreu Moisés ( por volta de 1500 a.C à 1390 a.C) que nasceu no Egito e reestabeleceu o culto ao Deus único de Abraão, um cultuo que já estava esquecido pelo seu povo. Faço essa comparação histórico-religiosa de forma sensata e com bases nas crenças e similaridades dos personagens envolvidos. Fiz questão de colocar as datas de nascimento, morte e reinado dos personagens históricos tratados porque muitos néscios cometem o grave erro histórico que afirmar que Moisés inspirou-se em Akhenaton só que Moisés viveu 150 anos antes de Akhenaton. É um tema para ser explorado com mais tempo, mas por agora é oque posso trazer aos meus amigos do conhecimento.

07 de novembro de 2018
Leandro Claudir Pedroso

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Referencia:

FRANCINI, A.S. As melhores histórias da Mitologia asteca, maia e inca. Porto Alegre: Artes e Oficios, 2014. Pg. 214.