domingo, 24 de outubro de 2010

Avás-canoeiros

Cultura e tradição dos Avás-canoeiros

Mebemgokré pintando

Avá-Canoeiro (também conhecido como Canoeiro, Carijó, Índios Negros ou Cara-Preta) é um povo indígena brasileiro.
Estão localizados no Tocantins e em Goiás, sendo que no ano de 1988 sua população estimada era de 14 pessoas. Em 1998, tal grupo contava com 40 indivíduos. No Tocantins, estão localizados na Ilha do Bananal, sendo que todos os indivíduos já contactados estão localizados na Aldeia Canoanã. Os que ainda não foram contactados, suspeita-se que estejam perambulando pela região da Mata do Mamão, aonde já foram encontrados diversos vestígios, tais como alguns potes de cerâmica.Eles so sairam da "cidade natal" por causa da inundação da Serra da Mesa.

Falam uma língua da família Tupi-Guarani.

Os Avá-Canoeiros são um povo tupi que ocupava amplos domínios, ao longo do médio e baixo rios Tocantins e Maranhão, atualmente parte Estado de Goiás e parte Estado do Tocantins. Chegaram a somar 5 mil pessoas, porém, hoje somam apenas 22 indivíduos, distribuídos na reserva de Minaçu, em Goiás, e Ilha do Bananal, no Rio Araguaia, no Tocantins. São um povo em extinção e um retrato desses 500 anos de Brasil.

Uma da últimas famílias dos Avá-canoeiros

Frentes de contato da Fundação Nacional do Índio (Funai) tentam há 10 anos encontrar outros avás no nordeste goiano e sudoeste tocantinense, mas nenhum 'novo' índio foi localizado. Em outra frente, o Instituto de Pré-História e Antropologia da Universidade Católica de Goiás (UCG) e o chefe do posto da Funai de Minaçu, Valter Sanchez, vêm promovendo encontros entre os dois grupos, em uma tentativa de aproximá-los, estreitar as amizades e, quem sabe, poder ver, em alguns anos, casamentos entre os adolescentes, o que pode significar uma esperança de perpetuação desse povo.

Os dois grupos têm a mesma história triste e violenta. A situação atual é resultado de séculos de guerra dos canoeiros - nome dado graças à sua habilidade de usar canoas - contra as sucessivas levas de homens brancos que, munidos do diferencial de terem armas de fogo, invadiram suas terras para transformá-las em fazendas.

Essas invasão começou a ganhar força no século 18 e gerou tantos confrontos e genocídios que, já em 1860, os avás estavam tão reduzidos que não podiam mais lutar contra os invasores. Mesmo assim, a coragem e a determinação canoeiras iriam atravessar o tempo. Cem anos depois - na década de 60 do nosso século - as lutas continuavam. Foi, então, em Campinaçu, norte de Goiás, que aconteceu o último e definitivo episódio contra a nação canoeira. Fazendeiros armados até os dentes fizeram uma emboscada contra a última aldeia avá que ainda existia e promoveram um genocídio. Eram centenas de índios, mas só sobreviveram os poucos que conseguiram fugir, entre eles alguns dos dois grupos de hhoje. Desde, então, tornaram-se o que Dulce chama de "povo invisível", pois passaram a não deixar pistas e nem a ser vistos.

O grupo de Minaçu é inteiramente avá e foi contatado em 1983, perto da aldeia atual. Vive na reserva de 38 mil hectares, junto ao Rio Tocantins, dos quais 3 mil foram ocupados pela usina hidrelétrica de Serra da Mesa, que lhes paga royalties. Têm casas de alvenaria, comida boa, assistência e os seus cachorros têm até carteira de vacinação. Com quatro adultos, um adolescente e uma criança, são, a começar dos nomes (Iawi, Tuia, Nakwatxa...), a memória viva do que sua nação foi um dia. São eles também os únicos que ainda falam um pouco da língua avá, mantêm alguns dos rituais e plantam e caçam. Contudo, as constantes fugas pelo mato e o fato de os bebês chorarem e denunciaram suas presenças fizeram com que o grupo passassem a evitar filhos. Depois do nascimento dos dois jovens (Trumak, 11 anos, e Putdjawa, 9), decidiram não ter mais filhos. E não falam mais sobre o assunto.

O grupo da ilha do Bananal, no Rio Araguaia, vive uma situação menos confortável e mais aculturada. Apareceram para a sociedade nacional em dois momentos. Em 1973, cinco deles foram contatados e, um ano depois, outros quatro apareceram. Eram seis adultos e três crianças. Após alguns meses, quatro dos adultos morreram de gripe. Os sobreviventes foram transferidos de lugar para lugar até serem colocados em definitivo na aldeia de Canoanã, no Bananal, onde vários povos indígenas convivem. Com o tempo, misturaram-se com alguns deles, particularmente os Javaés e os Tuyás, o que resultou em novos filhos - todos batizados com nomes de brancos, como Angélica, Cilene e Diego.

De início não foi fácil. Os Javaés não aceitavam os canoeiros, pois sempre foram inimigos históricos. Aos poucos, o quadro mudou. Os avá foram ocupando seus espaços, mas isso não impediu que, ainda hoje, sejam discriminados e tratados como subalternos e que vivam na miséria e no abandono. A sua dieta, por exemplo, entre ano sai ano, se resume ao máximo a arroz, farinha e peixe. Os mais antigos sonham em viver na Mata Azul, uma exuberante formação vegetal no sul do Estado do Tocantins, onde seus antepassados, que viveram dias de glória ali, estão sepultados. A área, contudo, já foi incorporada ao 'sistema produtivo nacional'.

Nesse contexto, parecem não haver motivos para que os avá do Bananal não queiram ir para a reserva em Minaçu, como propõe a UCG e o posto da Funai local, mas as coisas não são tão simples. Mesmo com origens comuns, os dois grupos tiveram destinos diferentes, o que resulta em nuances de valores, identidades e convivências. "É preciso promover encontros periódicos para que os vínculos sejam maiores", explica Dulce. Os resultados desses esforços só serão revelados pelo futuro. Os dois grupos podem tornar-se mais que amigos, porém nada garante que vão se unir e virar parentes. Em todo caso, se unirem, as chances de não se extinguirem como nação indígena continuarão pequenas; se não se unirem, a extinção torna-se uma questão de tempo. Pouco tempo.

Você quer saber mais?

http://www.altiplano.com.br/AvaCanoeiro.html

http://www.arara.fr/BBTRIBOAVACANOEIROI.html

http://orbita.starmedia.com/~i.n.d.i.o.s/ava-canoeiro1.htm

Utensílios domésticos de 6 mil anos são achados

Utensílios domesticos da Vovó

Os arqueologos encontraram vasilhames de argila para cozinhar e comer, ferramentas de pedra, e moinhos para cereais e dois fornos a lenha.

Utensílios domésticos de cerâmica com cerca de seis mil anos, incluindo peças de louça de barro e dois fornos a lenha, foram descobertos nas ruínas de uma casa de fazenda, pertecente ao período neolítico, no norte da Grécia, informou o Ministério da Cultura à agência AP. Para o ministério, o achado fornece informações únicas e inestimáveis sobre a arquitetura e funcionamento dos objetos domésticos.

Utensílios domésticos de cerâmica do período neolítico foram descobertos nas ruínas de uma casa antiga, no norte do país.

A casa retangular, de aproximadamente 58 m², foi localizada este ano durante uma obra para colocação de tubulação de água no vilarejo de Sosandra, perto de Aridaia, a 580 km de Atenas. Junto à residência, os arqueólogos encontraram vasilhames de argila para cozinhar e comer, ferramentas de pedra, moinhos para cereais, além dos dois fornos.

Dividida em três quartos, a casa foi construída com paredes feitas de ramos cobertos por argila e era sustentada por grandes troncos de madeira. Segundo os pesquisadores, elementos identificados na madeira e na cerâmica indicam que a estrutura foi destruída por um incêndio. Os habitantes teriam conseguido escapar das chamas, tendo em vista que algumas ferramentas de pedra foram deixadas para trás.

De acordo com o Ministério da Cultura, é raro que objetos tão antigos como esses permaneçam intactos por tanto tempo. “Os utensílios estão em excelentes condições”, registrou o Ministério em comunicado.

Você quer mais?

http://noticias.terra.com.br/imprime/0,,OI3278693-EI295,00.html

Sudão: estátuas com inscrições antigas são achadas

Estatuas com inscrições meroítica

As escrituras contém inscrições da antiga escrita meroítica

Três estátuas datadas do período Meroe (450 a.C. e 300 d.C.) foram descobertas nos sítios arqueológicos do Sudão, na África, informa a agência BBC. As esculturas, que contêm inscrições da antiga escrita meroítica, são as mais completas já encontradas, tendo em vista que, até o momento, os arqueólogos só haviam encontrado fragmentos de peças da época.

As estátuas com a figura de um carneiro simbolizam o deus Amon

Todas as esculturas possuem a figura de um carneiro que simbolizava o deus Amun, considerado rei dos deuses egípcios e força criadora da vida. Segundo os arqueólogos, as inscrições feitas nos objetos são muito antigas e difíceis de interpretar.

As inscrições feitas nos objetos são muito antigas e difícil de se interpretar.

“É uma importante descoberta”, afirmou o pesquisador Vincent Rondot à BBC. Ele informou que as esculturas foram encontradas há três semanas em el-Hassa, área de escavações que fica próxima às pirâmides de Meroe, a 200 km ao norte de Cartum, capital sudanesa.

Cartum foi, antigamente, a capital do reino de Cuche, uma das primeiras civilizações a surgir no vale do rio Nilo e se desenvolver na região onde hoje fica o norte do país.

Você quer saber mais?

http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI3397297-EI295,00.html

Holocausto Indígena!

Todos falam do holocausto judeu, mas esquecem do seu próprio povo!

Opressão aos índios no Peru.

O continente americano, quando foi descoberto pelos europeus a partir do século XV, era todo ele habitado por povos indígenas. A população americana em 1500 representa próximo de um quarto da população mundial somando entre 90 e 112,5 milhões de pessoas que, no século e meio seguinte, sofrerão uma redução na escala de 20:1 a 25:1.
Em 1492, numa estimativa conservadora, havia na Amazônia 5,1 milhões de habitantes número que se reduziu para 250.000 habitantes em fins do século XIX.
De acordo com a Funai, a população que vive em aldeias é de 512 mil pessoas, distribuídas em 225 etnias com 180 línguas diferentes. No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 734 mil pessoas se auto-identificaram como indígenas em 2000.
A Funai aponta a tendência crescente do índio viver passar a viver em cidades para poder estudar e ter acesso a outros recursos e, com dificuldades para se assentar, tende a viver em favelas.

Extermínio

Indígenas foram massacrados cruelmente pelos europeus pelo fato de serem considerados selvagens ( que tal sub-humanos, te lembra algo)

Estimativas da população indígena na época do descobrimento apontam que existiam no território Brasileiro, mais de mil povos, sendo cinco milhões de indígenas. Hoje em dia, são 227 povos, e sua população está em torno de 400 mil. As razões para isso são muitas, desde agressão direta de colonizadores a epidemias de doenças para as quais os índios não tinham imunidade ou cura conhecidas.
Durante o século XIX, com os avanços em epidemiologia, casos documentados começaram a aparecer, de brasileiros usando epidemias de varíola como arma biológica contra os índios. Um caso "clássico", segundo antropólogo Mércio Pereira Gomes, é o da vila de Caxias, no Sul do Maranhão, por volta de 1816. Fazendeiros, para conseguir mais terras, resolveram "presentear" os índios timbira com roupas de pessoas infectadas pela doença (que normalmente são queimadas para evitar contaminação). Os índios levaram as roupas para as aldeias e logo os fazendeiros tinham muito mais terra livre para a criação de gado. Casos similares ocorreram por toda América do Sul. As "doenças do homem branco" ainda afetam tribos indígenas no Amazonas.

Em todo lado na América ou em qualquer lugar invadido pelos brancos, houve massacres injustos e mortes desnecessárias, no caso do Brasil é gritante, quase um extermínio a destruição foi geral, não se limitou ao humano, mas também as florestas, fauna e flora, exploração mineral implacável, empobrecendo os solos e matando as nascentes, tudo pra roubar as riquezas naturais, plantar café e cana de açúcar. Exportar, vender e lucrar, pois povos indígenas não dão lucro, não são consumistas, mas as suas terras dão e diariamente se assiste ao abuso de poder econômico invadindo as terras dos índios e matando a esperança.

Quem vai responder pelos milhões de vidas indígenas barbaramente assassinadas?

Quem?

Apoena vira símbolo do holocausto indígena

Apoena Meirelles, acompanhado pelos índios.

“(...)Eu prefiro morrer lutando ao lado dos índios em defesa de suas terras e seus direitos do que viver para amanhã vê-los reduzidos a mendigos em suas terras”, Apoena Meirelles.

O sertanista Apoena Meireles, assassinado no dia 9 de outubro de 2004 em Porto Velho, transformou-se em símbolo do holocausto indígena na Amazônia. Todas as aldeias contatadas pela Funai (Fundação Nacional do Índio) estão chorando a morte de Apoena como se ele fosse nativo de cada uma.
Houve um luto geral que não se restringe aos Cinta Larga, que Apoena tentava proteger enquanto investigava as invasões e o contrabando de diamantes na Reserva Roosevelt, na região de Presidente Médici (cerca de 400 quilômetros a sudeste de Porto Velho.)
Os próprios Cinta Larga estavam de luto desde o sangrento confronto de 7 de abril de 2004, com intrusos da reserva, que teve 29 garimpeiros mortos e um total não precisado - e nem oficialmente considerado - de baixas entre os índios.
Nações indígenas virtualmente extintas, como a dos Karipuna, são as que mais estão lamentando o desaparecimento de Apoena neste ano especialmente sangrento.
Os últimos Karipunas, dizimados entre os séculos 19 e 20 pelos americanos que construíram a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, e pelos seringalistas (produtores de borracha), são os protagonistas das principais homenagens fúnebres que ainda estão sendo feitas a Apoena.
Apoena foi sepultado com um cocar e adereços Karipuna - a TV Globo/ Rondônia equivocou-se ao atribuir a homenagem aos Cinta Larga.

Extermínio de índios

A morte de Apoena - quer tenha sido um latrocínio comum, como se informa oficialmente, ou uma conspiração como a própria mãe do sertanista desconfia - é mais um capítulo de uma história de horror que começa muito antes da guerra pelos diamantes da Reserva Roosevelt.
Tornou-se tão normal matar índios em Rondônia que nem o CIMI, Conselho Indigenista Missionário, organização ligada à Igreja Católica que monitora o povo Cinta Larga, se preocupa mais em divulgar o número total dos assassinatos feitos pelos garimpeiros.
O desaparecimento de povos inteiros, com sua cultura e tradições, é geralmente desapercebido.
O povo Karipuna, por exemplo, que habita a região do alto rio Jacy Paraná, a 200 quilômetros a sudoeste de Porto Velho, está reduzido hoje a nove pessoas e não tem mais condições de se reproduzir.

Desse total, existem apenas três homens e não há mais nenhuma mulher Karipuna com quem possam se unir para perpetuar a etnia.
As útimas mulheres Karipuna que existem são a matriarca da família, Katiká, de 60 anos, que enviuvou e casou um índio do povo Uru-Eu-Wau-Wau, e duas irmãs, suas três filhas Paturi, 30 anos, e Elisângela, 27, casadas com não índios, e Kaipu, 39, casada com um índio Arara.
Os demais membros do povo extinto são os irmãos Batiti, 28 anos, solteiro; Adriano, 18 anos, casado com uma não índia descendente de bolivianos, André, de 13, o primo José Carlos, de 15 e o pai dele, Aripan, 60 anos, irmão de Katiká.
Adriano disse que os filhos com mulheres de outras etnias ou não índias não são considerados "legítimos Karipunas". "Nós os amamos muito mas são mestiços."

Memória perdida

Ele disse estar preocupado com o esquecimento de sua cultura e tradições. "Já não fazemos mais artesanato, trabalhamos somente na agricultura" - explicou.
Adriano, que se tornou agente indígena de saúde num convênio com uma ONG e a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e tem o curso de Primeiro Grau, diz que a destruição da cultura indígena dos povos da floresta é uma das faces do holocausto indígena.
Ele aponta como um das formas de agressão contra os povos da floresta fatos como o da Rede Globo de Televisão que, segundo informa, está usando índios do povo Manivá como se fossem Karipunas na mini-série Mad Maria que está sendo filmada na região do Abunã.
"A TV Globo nos enganou. Enviou um fax convidando o povo Karipuna a participar da mini-série, pediu amostras de nosso artesanato e agora está usando um povo que não tem nada a ver conosco" - disse Adriano Karipuna.
O rapaz está preocupado também com o tratamento que mini-série dará às mulheres índias na série. "Ouvi dizer que serão mostradas como prostitutas que atendiam os operários que trabalhavam na construção da ferrovia e isso não é a realidade histórica."
Segundo ele, as índias Karipunas eram "forçadas" ou "violentadas sexualmente" pelos trabalhadores.

Banalização da maldade

Na época da construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré existiam 10 mil índios na nação Karipuna. Muitos morreram eletrocutados pelos trilhos da ferrovia aos quais eram ligados cabos de alta tensão para mantê-los afastados.
Adriano acrescentou: "Talvez os autores da mini-série apontem nosso povo como ladrões, mas minha mãe me disse que queríamos apenas conhecer o acampamento de perto e se pegávamos alguns utensílios dos americanos, como panelas, é porque não as conhecíamos."
Hoje a população indígena em todo o Estado de Rondônia é de aproximadamente 7 mil pessoas de etnias diferentes. Este crescimento se deve em parte à novas formas de organização dos povos indígenas com a criação de entidades como a Cumpir (Coordenação da União dos Povos Indígenas de Rondônia, Sul do Amazonas e Norte do Mato Grosso), o CIMI (Conselho Indigenista Missionário), ligado à Igreja e diversas ONG´s que lutam na defesa de sua cultura, de suas origens e de suas terras. (Kanindé, Índia, etc)
Rondônia, onde possivelmente nasceu a língua Tupi, tem hoje 36 povos indígenas, nas mais variadas situações. Povos que moram em suas próprias aldeias, povos sem terra, povos vivendo em terras indígenas de outros povos.
A Funai tem feito o que pode para proteger os índios. Ao longo dos anos, os indigenistas do CIMI e outras organizações limitam-se a protestar, a denunciar o genocídio contra os povos da floresta. Mas até isso se tornou banal.
E o que é banal perde interesse para a opinião pública. Não atrai a atenção da imprensa. O que se torna comum, rotineiro, não vira manchete.

Cultura da morte

A culpa não é dos jornais ou da TV, mas das pessoas que os lêem ou assistem. Aliás, não é culpa de ninguém, é apenas a psicologia da comunicação.
As pessoas compram jornais ou ligam a TV para saber das novidades. A novidade de 7 de abril de 2004 foi a morte dos garimpeiros. A notícia não teria o mesmo impacto se fosse ao contrário: garimpeiros matam 29 índios.

Por isso o governador de Rondônia, Ivo Cassol, disse em nota oficial na época que o aconteceu na Reserva Roosevelt, naquele dia, foi "fato isolado". Claro. Para o governador, o normal é o índio morrer, não o garimpeiro.
Ele próprio é acusado de estar está matando lentamente os povos que habitam a região de Alta Floresta, desviando, com as usinas hidrelétricas da família Cassol, o rio Branco, e deixando aldeias inteiras isoladas e sem acesso pela única via de comunicação, que é o rio.
Matar índios faz parte da cultura, dos costumes dos que se tornaram donos do Novo Mundo.
Existiam mais índios no Brasil do que portugueses em Portugal quando as caravelas chegaram.
Os verdadeiros donos do Novo Mundo constituiam 900 povos diferentes, totalizando entre seis a dez milhões de seres humanos.
Povos possivelmente descendentes de asiáticos que passaram pelo Estreito de Bering, caminhando sobre o gelo entre a Sibéria e o Alasca e marcharam sobre a América do Norte, América Central até a América do Sul.
Cristóvão Colombo chamou-os de índios porque pensava estar na Índia Oriental ao descobrir a América.
Eles continuam a ser chamados de "índios" até hoje como se fossem um único povo. No entanto, têm culturas e idiomas diferentes, de nação para nação, com usos e costumes característicos.

Holocausto

Só no Brasil foram exterminados aproximadamente 700 povos - cerca de 6 milhões de pessoas - desde a chegada de Cabral.
E isso porque Vaz de Caminha, o escrivão do navegador, enfatizou na Carta do Achamento do Brasil que os índios são "gente boa e de boa simplicidade" e "são muito mais nossos amigos que nós seus."
Outros milhões morreram no restante da América do Sul, Central e do Norte. O holocausto das Américas é igual, em crueldade e horror, ao holocausto dos judeus na Alemanha nazista. A diferença é que o genocídio contra os índios está até hoje impune.
Os nazistas perseguiam os judeus alegando, entre outras coisas, que eles eram os assassinos de Cristo. Os colonizadores da América, que se proclamavam cristãos seguidores de Jesus, matavam os índios mesmo não tendo eles nada a ver com os filhos de Abraão, o patriarca dos judeus. Para eles, os índios sequer eram filhos de Adão e Eva. Por isso os índios podiam ser assaltados, violentados, escravizados e assassinados impunemente.
Restam hoje no Brasil 235 povos sobreviventes, com uma população estimada em 550 mil pessoas, falando 180 línguas e ocupando 756 terras indígenas cadastradas pelo governo do Brasil.

Trágico exemplo

O Estado de Rondônia, no noroeste do Brasil, é um trágico exemplo do holocausto indígena. No século 18, viviam cerca de 100 mil índios na região. Duzentos anos depois, na década de 1970, a população indígena era de aproximadamente 4.000 índios, tão ameaçados quanto no passado.
Nessa década intensificava-se a migração para Rondônia e consequente ocupação de suas terras. Muitos fazendeiros, madeireiros e garimpeiros foram acusados - alguns até presos - de invadir terras indígenas e matar seus habitantes para extrair pedras preciosas ou madeiras de lei.
Oficialmente, o Brasil tem, desde o século 20, uma política de proteção aos povos indígenas primeiro através do Serviço de Proteção aos Índios, criado por inspiração do sertanista Cândido Rondon, depois transformado na Fundação Nacional do Índio (Funai).
A organização, não obstante a heróica atuação de sertanistas abnegados como Francisco Meireles e seu filho Apoena, não consegue impedir que criminosos continuem atacando as aldeias. E não mudou o preconceito que ainda existe em largas parcelas da população contra os índios.
No tempo do Brasil Colônia, para justificar as invasões, as pilhagens e massacres contra povos inteiros, os índios não eram considerados seres humanos. Os índios são vistos até mesmo como uma sub-raça nivelada aos animais irracionais.
O preconceito é estimulado por fazendeiros, madeireiros, garimpeiros e outros em busca da borracha, do ouro, da madeira, da cassiterita, dos diamantes, e de campos para a criação de gado em Rondônia.

Processos de dominação

Para melhor dominá-los (e justificar os ataques), eles usam as mentiras inventadas pelos europeus desde os tempos do descobimento do Brasil: as de que os índios são "vagabundos", "ladrões", "preguiçosos e bêbados".
No passado índios que sobreviviam aos assaltos ou às doenças transmitidas pelos "brancos" contras as quais não têm imunidade orgânica - como a gripe, por exemplo - eram escravizados. Os homens para trabalhos forçados. As mulheres eram submetidas a abusos sexuais.
O "aculturamento", especialmente através da "evangelização" ou transformação de índios em "cristãos", tem sido outra forma secular de dominação e o lado não sangrento do genocídio, pois vai desligando os povos de suas próprias tradições espirituais, culturais e destruindo sua identidade nacional.
A escravidão, nos tempos atuais, ocorre de outras formas, facilitada pelo "aculturamento". Através do álcool, da prostituição e do aliciamento de lideranças indígenas por quadrilhas de contrabandistas de minérios e de madeira.
Corrompidos pelo dinheiro, muitos caciques trocam sua cultura pela do consumismo do "branco" - ganham carros do ano mas não têm permissão para entrar na sociedade dos consumidores. A fronteira se limita às cercanias dos bares de quinta categoria e dos bordéis.
Alguns aculturados vencem heroicamente as dificuldades causados pelos preconceitos e se tornam até profissionais de nível superior, respeitados pela comunidade dos não índios.

Silêncio das elites

A gripe, o sarampo, a malária, a catapora e a tuberculose dos "brancos" contribuiram para o genocídio, dizimando milhares de índios. Em março passado, o jornal "O Estadão do Norte", de Porto Velho, noticiou que a Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) estaria causando nova mortandade nas aldeias.
A contaminação de índios pelo vírus da Aids seria consequência de violências sexuais ou através da prostituição de índios com "brancos".
Ainda não está clara a posição oficial das autoridades de Rondônia ou do governo federal do Brasil havia sobre o assunto.
Em 500 anos de conquista as elites procuram silenciar o passado para assegurar seus interesses e privilégios no próximo milênio, em detrimento do bem estar dos povos indígenas e da maioria da população brasileira.
Os sobreviventes nunca foram e jamais serão indenizados. Até hoje são-lhes negados os direitos fundamentais à terra e a um futuro autônomo como povos étnica e culturalmente distintos.
Desesperançados, moralmente destruídos, os guaranis que habitam o sul do Brasil, adotaram o costume do suicídio quando se tornam adultos.
Adriano Karipuna, o último Karipuna, que estudar Direito. Mas teme afastar-se da aldeia e deixar que o resta de seu povo esqueça sua própria história. "Aí sim estaremos extintos" - disse.

Você quer saber mais?

http://www.brasiloeste.com.br/noticia/1222/biogragia-apoena

http://indios.blogspot.com/

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

56° FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE

BELEZA, CHEGOU A 56° FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE

A Feira do Livro de Porto Alegre é uma das mais antigas do País. Sua primeira edição ocorreu em 1955 e seu idealizador foi o jornalista Say Marques, diretor-secretário do Diário de Notícias. Inspirado por uma feira que visitara na Cinelândia no Rio de Janeiro, Marques convenceu livreiros e editores da cidade a participarem do evento.

O objetivo era popularizar o livro, movimentando o mercado e oferecendo descontos atrativos. Na época, as livrarias eram consideradas elitistas. Por esse motivo, o lema dos fundadores da primeira Feira do Livro foi: Se o povo não vem à livraria, vamos levar a livraria ao povo.

A Praça da Alfândega era um local muito movimentado na Porto Alegre dos anos 50 e de 400 mil habitantes. E, no dia 16 de novembro de 1955, era inaugurada a 1ª Feira do Livro, com 14 barracas de madeira instaladas em torno do monumento ao General Osório.

Na segunda edição do evento, iniciaram as sessões de autógrafos. Na terceira, passaram a ser vendidas coleções pelo sistema de crediário. Nos anos 70, a Feira assumiu o status de evento popular, com o início da programação cultural. A partir de 1980, foi admitida a venda de livros usados. E, na década de 90, conquistou grandes patrocinadores, estimulados pelas leis nacional e estadual de incentivo à cultura.

A infra-estrutura foi ampliada e modernizada, os eventos culturais se consolidaram e a Feira passou a receber grandes nomes do mercado editorial brasileiro e internacional.

Patronos em 42 edições

A Feira do Livro de Porto Alegre adotou a tradição de eleger um patrono na 11ª edição, escolhendo o jornalista, político e escritor Alcides Maya. Os patronos eram eleitos entre escritores e livreiros significativos para o mercado editorial gaúcho e já falecidos. Entre os anos de 1965 e 1983, foram homenageados 13 escritores gaúchos, um jornalista, três livreiros e dois escritores estrangeiros.

Em 1984, a 30ª edição inicia uma nova fase. O patrono Maurício Rosenblatt, um dos fundadores e grande incentivador da Feira, é o primeiro homenageado em vida. A partir desse ano, os patronos passaram a ser escritores gaúchos ou radicados no Estado em atividade.

Na 40ª edição, a Câmara do Livro fez uma homenagem a outros fundadores do evento. Foram escolhidos como patronos Nelson Boeck, Edgardo Xavier, Mário de Almeida e Sétimo Luizelli.

Patrono


Paixão Côrtes

Paixão Côrtes nasceu em Santana do Livramento, em 1927. É agrônomo, folclorista, compositor, radialista e pesquisador da cultura brasileira. Ícone da cultura gaúcha, foi modelo do monumento Laçador, erguido em 1958, o principal símbolo de Porto Alegre. “Em minhas pesquisas, julgo representar a identidade cultural do povo, sempre com a preocupação de preservar os seus valores e projetá-los no cenário universal”, explica. Com seus livros, Côrtes buscou resgatar e compilar as tradições folclóricas para mostrar aos outros quem nós somos. Na Feira, por outro lado, terá a oportunidade de encontrar o que o universo está dizendo. “Você tem que saber quem você é, mas também o que você pode aprender com os outros. A compreensão humana leva à paz universal”, filosofa.

Responsável pelo renascimento do tradicionalismo, é o idealizador da Chama Crioula, da Ronda Crioula, do Candieiro Crioulo e idealizador das comemorações da Semana Farroupilha, em 1947. Publicou uma série de livros, que hoje são considerados clássicos da cultura gaúcha, como Manual de danças gaúchas (1956), com Barbosa Lessa e Danças e andanças da tradição gaúcha (1975). Em 2006, teve sua obra "Folclore Gaúcho - Festas, Bailes, Música e Regionalidade Rural" reeditado pela Corag. O conteúdo é resultante de mais de 50 anos de pesquisas. Seu livro mais recente é Músicas, Discos e Cantares - Um resgate da história fonográfica do Rio Grande do Sul, publicado em 2001. Realiza um amplo trabalho de divulgação da cultura gaúcha em palestras em escolas, piquetes e CTGs, onde distribui gratuitamente seus livros. Atualmente, desenvolve pesquisa, que já conta com mais de 700 páginas, sobre danças gaúchas para uma nova publicação.

Horário de funcionamento: a partir das 9h30min, na Área Infantil e Juvenil, e a partir das 12h30min, na área Adulto. As atividades se encerram às 21h, podendo ser prorrogadas até 22h, a critério da Comissão Organizadora.

O Balcão de Informações da Feira do Livro está situado na área central da Praça da Alfândega. Além de distribuir material sobre o evento, a equipe está preparada para dar orientações e tirar dúvidas. Um posto de informações também está disponível no Cais do Porto.

# Praça da Alfândega
# Cais do Porto (Avenida Mauá, altura da Praça da Alfândega)
# Avenida Sepúlveda
# Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (Rua dos Andradas, 1.223)
# Memorial do Rio Grande do Sul (Praça da Alfândega, s/nº)
# Santander Cultural (Praça da Alfândega, s/nº)


Confira a distância entre a feira e principais pontos de referência da capital:

AEROPORTO INTERNACIONAL SALGADO FILHO - 7,5 Km

RODOVIÁRIA (ESTAÇÃO CENTRO) - 1,4 Km

PONTE DO GUAÍBA - 4,5 Km

USINA DO GASÔMETRO - 0,7 Km

Assessoria de Imprensa Feira do Livro de Porto Alegre:

E-mail: imprensa@feiradolivro-poa.com.br

Telefone: 51 3311-8850

Tatiana Csordas: 51 8111-8734

Simone Lima: 51 8105-2917

Sheila Meyer: 51 9977-9966

Daniele Ghidini: 51 9972-0411



Você quer saber mais?


http://www.feiradolivro-poa.com.br

http://www.camaradolivro.com.br ou pelo telefone (51) 3286-4517.

Museu de Arte do Rio Grande do Sul

Margs


Guardar, contemplar, conservar, pesquisar, inspirar. De todas estas importantes ações realizadas por uma instituição museológica, arrisco dizer que a última é mais cara para a atual gestão do Museu de Arte do Rio Grande do Sul. Porque para sermos um espaço a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, com finalidades de estudo, educação, apreciação e evidência material - conforme a definição do Conselho Internacional de Museus (ICOM) -, a motivação é atitude fundamental.

O MARGS é considerado o principal museu de arte do Estado e um dos mais importantes do país, reunindo em seu Acervo quase três mil obras de artistas locais, nacionais e internacionais, tendo sediado mais de mil exposições ao longo de sua cinqüentenária trajetória.

Criada em 1954 (decreto n° 5065) e organizada pelo artista e professor paulista Ado Malagoli, o MARGS é uma Instituição da Secretaria de Estado da Cultura que surgiu logo após a implantação de projetos semelhantes de envergadura nacional, como o Museu de Arte de São Paulo (MASP, 1947) e os Museus de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP, 1948) e Rio de Janeiro (MAM-RJ, 1952). Já em Porto Alegre, o período foi marcado pela influência do Instituto de Belas Artes e pelos grupos Clube de Gravura e Associação Francisco Lisboa.

A fundação do MARGS, portanto, remonta a um período de vivacidade e compromisso com a formação cultural básica da comunidade, para a qual é necessário constituir e conservar um Acervo, além de atender as demandas de um público diverso. Por tratar-se de um Museu de Arte, a Instituição possui ainda a tarefa de estar permanentemente atenta às novas manifestações e produções artísticas. Talvez em função disso um museu de artes plásticas não deva ser entendido como um local estático, mas sim um espaço de expressão cultural, ao mesmo tempo em que é reserva técnica dos tesouros da sociedade.

Em suma, o MARGS situa-se entre o tradicional e o dinâmico, e pretende continuar assim. Além de ser fonte de inspiração para cumprir com a função de museu, almeja também propiciar contatos, seja por meio dos documentos do imaginário humano, ou de uma prática social transformadora. Mais do que môuseion - templo dedicado às Musas da mitologia grega que inspiravam as artes - o MARGS quer ser uma casa de inspiração para os indivíduos que o freqüentam, um espaço de portas abertas para as relações humanas, com seu patrimônio estendido entre o presente, o passado e o futuro.

Cézar Prestes - Diretor do MARGS

Você quer saber mais?

http://www.margs.rs.gov.br

Literatura Indiana

Tradição literaria indiana

Literatura escrita nas distintas línguas da Índia, assim como nas do Paquistão. Para mais informação sobre literatura escrita na língua clássica, ver Literatura sânscrita.

Mahabarata, literatura indiana

A tradição literária indiana é principalmente poética e essencialmente oral. Seus autores são, freqüentemente, desconhecidos. Por esta razão, torna-se difícil estabelecer a história da literatura indiana.

Grande parte da literatura tradicional inspira-se na tradição sânscrita, como também nos textos budistas e jainistas escritos em pali e outras línguas prácritas (dialetos medievais do sânscrito). Isto é válido tanto para a literatura dravídica, como para a literatura escrita nas línguas indo-européias do norte. A influência das culturas islâmica e persa é maior na literatura escrita em urdu, embora em outras literaturas também se possa observar tendências islâmicas.

Entre os séculos II e V foram escritos grandes romances em verso, também chamados epopéias: Cilappatikaram (O bracelete de ouro) de Ilanko Atikal e em seguida Manimekalai (O cinturão de pedras preciosas), uma obra budista escrita por Cattanar.

Até 1500 a maior parte da produção literária indiana era formada por traduções de histórias extraídas das epopéias em sânscrito, os puranas. Muitas das versões do Ramayana - O Mahabharata e Bhagavata-Purana - datam deste período.
A literatura medieval aborda também outros temas, como os Caryapadas, versos tântricos do século XII (ver Tantra) que relatam o ensino e a proeza do fundador da seita mahanubhava. As primeiras obras em língua kannada (a partir do século X) e em língua gujarati (a partir do século XIII) são romances jainistas.

Outros exemplos literários distanciados destas tendências sectárias são os relatos heróicos e de cavalaria em língua rajasthani, como o poema épico do século XII Prithviraja-râsau, de Chand Bardâi de Lahore.

Posteriormente, desenvolveram-se outras literaturas religiosas associadas a filosofias e seitas regionais: os textos tântricos que mais tarde deram origem a gêneros como o mangala-kavya (poesia de um acontecimento ressagiado) de Bengala. Esta poesia era dirigida a divinidades como Manasa (a deusa serpente), forma local da principal divindade feminina chamada Devi.

A principal influência para a literatura indiana posterior foi o culto a Krishna e Rama escritos nas línguas nacionais. A história de Krishna desenvolveu-se em sânscrito a partir do Mahabharata e através do Bhagavata-Purana até o poema composto no século XII por Jaydev, Gitagovinda (O canto do vaqueiro). Em torno de 1400, surge uma série de poemas de amor, escritos pelo poeta Viyapati, que influenciou de maneira decisiva o culto a Radha-Krishna praticado em Bengala, além de toda a literatura erótico-religiosa associada a ela.

A tradição do bhakti encontra-se na obra dos alvars tamiles místicos que, entre os séculos VII e X, escreveram hinos em louvor a Visnú. Estes hinos manifestam-se, especialmente, nas obras escritas em avadhi (hindi oriental) de Tulsi Das, cujo Ramcaritmanas (Lago dos atos de Rama 1574-1577) transformaram na versão canónica do Ramayana. Os primerios gurús, ou fundadores da religião sij, particularmente Nanak e Arjuna, escreveram hinos bhakti que formam parte do Adi Granth (Livro primeiro ou Livro original), livro sagrado dos sijs, compilado em 1604 por Arjuna.

Durante o século XVI a tradição bhakti dirigiu-se a outras formas de divinidade. Assim, por exemplo, a princesa Rajasthani e o poeta Mira Bai escreveram seus versos para louvar a Krishna, igual ao poeta gujarati Narsimh Mehta.

Em urdu, uma língua nova, foi escrita a poesia lírica de Wali. Os ghazals de Mir y Ghalib pode ser considerado o auge da poesia lírica em urdu.

Destacados poetas como Ghalib viveram e trabalharam durante o período de dominação britânica, tendo provocado uma autêntica revolução literária como resultado do contato com o pensamento ocidental. Em meados do século XIX, surgiu uma tradição literária em prosa que absorveu todos os gêneros poéticos tradicionais, exceto o dos poetas urdus.

Nos últimos 150 anos, a literatura indiana foi registrada nas principais quinze línguas do país, incluindo o inglês e o bengalí, esta última oferecendo uma das literaturas mais ricas da India. Um de seus principais representantes é Rabindranath Tagore, o primeiro escritor indiano a receber o prêmio Nobel de Literatura (1913).

Na poesia, destaca-se o líder e filósofo islâmico sir Muhammad Iqbal, escrita originalmente em urdu e persa. A autobiografia de Mohandas K. Gandhi, Minhas experiências com a verdade, escrita originalmente em gujarati entre 1927 e 1929 é, hoje, considerada um clássico.

Entre os escritores de língua inglesa cabe citar Mulk Raj Anand, autor de romances de protesto social e R.K. Narayan, que escreveu romances e relatos sobre a vida rural. Entre os escritores mais jovens da Índia moderna destacam-se Anita Desai e Ved Mehta.

Você quer saber mais?

http://www.letras.ufrj.br/ciencialit/.../annabeatriz_margens.pdf

Devanagari

A escrita da fé Hindu

Mesmo que um descendente da Brahmi escreva Devanagari evoluiu para um escrito altamente cursiva. Muitas línguas da Índia, como o hindi e sânscrito, use Devanagari e muitos mais línguas na Índia usam variantes locais da escrita.

Escrituras hindus são escritos em Devanagari, fato ilustrado pela etimologia do nome. "Devanagari" é uma palavra composta de duas raízes: Deva significa "divindade", e nagari significa "cidade". Juntos, ela implica um script que é tanto religiosa, bem como urbana ou sofisticada.

Como você olhar para o alfabeto seguinte tenha em mente os seguintes símbolos especiais de transcrição. Eu mantive a transcrição fonética tradicionais de sânscrito / Devanagari, ao invés de usar IPA ou americano símbolos fonéticos. Note-se que, a fim de ver as letras especiais, você vai precisar de uma fonte Unicode em seu computador.

* ā, ī, ¾ são versão mais longa do / a /, / i / e / u /.
* ṛ ḷ são chamados de "líquidos silábica", e são como / r / e / l /, mas usadas como vogais. Mais uma vez, uma barra acima de cada um indica mais vogal.
* sou: nasalizadas / a /.
* Ah: é pronunciado com / a / primeiro, seguido por um sopro de ar.
* ṅ é realmente uma nasal velar, como o fim do Inglês palavra "sing".
* ñ é o mesmo que é em espanhol: uma nasal palatal.
* mil t dh ḍ versões retroflexa do / t th d dh /
* n é uma nasal retroflexa.
* Na verdade, com exceção de r / silábico / e / l /, qualquer consoante com um ponto baixo é retroflexo.
* h após uma consoante que aspira consoante. Então / th / é um / t /, com um sopro de ar.
* v às vezes é [w], como em "guerra", e às vezes mais perto de [v].
* ¶ s é "uma palatal, semelhante a / / sh na palavra Inglês 'shsão ".
* ṣ é como / s /, mas com a língua enrolada para trás como se pronunciar o / r /.

O seguinte é o alfabeto Devanagari básicos:

Clique para ampliar

Uma carta em Devanagari tem o padrão de vogal / a /. Para indicar a mesma consoante seguida de outra vogal, os cursos são adicionadas ao pé da letra, como no exemplo abaixo:
Além disso, alguns outros "sinais diacríticos" são usados no final de palavras. Para denotar a nasal [AM], um ponto é colocado sobre a letra, bem como o / am / carta. De forma similar, a escrever [ah], dois pontos são escritos à direita da letra, como a ah / / letra.

Quando uma consoante termina uma palavra, é necessário que a carta não tem a última vogal. Para fazer isso, uma linha diagonal, chamado Virama, é efectuada nos termos da letra. Cartas com o Virama são chamados halanta letras.

Para indicar apenas os encontros consonantais, as letras se fundem em uma variedade de formas, um processo chamado Samyoga (significando "jugo desigual" em sânscrito). Às vezes as letras individuais ainda podem ser discernidos, enquanto outras vezes a conjunção cria novas formas. A gama de possibilidades é bastante alto, e eu só vai dar breves exemplos para ilustrar o conceito.



Você quer saber mais?

http://sanskritdocuments.org/

Línguas Indianas

Introdução

Idiomas falados na Índia. Calculadas em mais de 150, a maioria pertence ao ramo indo-iraniano da família indo-européia ou da família dravídica.

Manuscrito do Bhagavata Purana

A Constituição estipula o híndi como língua oficial, mas outorga esta condição a outros 15 idiomas usados em muitos estados: assamês, bengali, guzarate (ou gujerati), kashmir, marata (ou maráti), oriia, penjabi, sindi, híndi, urdu, sânscrito, tamil, télugo, canará e malaio. A língua oficial do Paquistão é a urdu e a de Bangladesh é a bengali.

Línguas Indo-Iranianas

Até o ano 1000 a.C. a língua indo-iraniana era dividida em duas: o ramo indiano ou indo-ário e o iraní ou persa. O ramo indiano desenvolveu-se no noroeste da Índia. Sua história pode ser dividida em três grandes etapas: o indiano antigo, que inclui o védico e o sânscrito; o indiano médio, com os dialetos vernáculos do sânscrito, chamados prácritos (dos quais procede o páli, língua sagrada dos textos budistas), e o indiano novo ou moderno.

As línguas relevantes são o híndi e o urdu. A primeira, falada pelos hindus (cerca de 180 milhões), tem sua origem no sânscrito. A segunda, de origem persa, é a língua dos muçulmanos.

As outras línguas indianas são o bengali (falada por cerca de 120 milhões de pessoas em Bengala e Bangladesh), o penjabi, o biari, o cingalês (idioma oficial do Sri Lanka) e o romani (língua dos ciganos).

Línguas Dravídicas

Cerca de 150 milhões de pessoas falam 23 línguas dravídicas, principalmente no sul da Índia. Quatro têm condição para serem idiomas oficiais: tamil, télugo, canará e malaio. Estas línguas têm produção literária e escrita autônomas.

Você quer saber mais?

http://www.ancientscripts.com/devanagari.html

Civilização Indiana.

A civilização indiana carrega as tradições como dado explicativo de sua realidade.

As origens da civilização se desenham no processo de ocupação territorial promovido por diversas tribos árias entre 2000 e 1500 a.C.. Antes disso, a civilização hindu foi responsável pela organização de uma vasta cultura repleta de artefatos que comprovam a presença de uma sociedade complexa dotada de uma agricultura extensiva, a realização de atividades comerciais e práticas religiosas próprias.

A partir desse evento temos a formação da civilização védica, que ganha esse nome por causa dos textos sagrados reunidos nos Vedas. Esta obra consiste em um conjunto de poemas e escritos atribuídos à Krishna, encarnação de Vishnu, uma das mais importantes divindades do povo indiano. Nele temos a presença de preceitos religiosos e também das regras sociais que justificam o sistema de castas indiano.

Segundo este sistema, o nascimento de uma pessoa em uma determinada família define a natureza de sua casta. Seguidores do princípio da reencarnação, os indianos relacionam a presença de uma pessoa em uma casta com a abnegação espiritual dela em suas vidas passadas. Na medida em que a espiritualidade é trabalhada, o indivíduo pode ocupar uma casta superior a cada encarnação.

Por volta do século VI a.C., um novo movimento religioso transformou o cenário indiano novamente. Segundo os códices indianos, nessa época, um príncipe chamado Sidarta Gautama abandonou sua vida de luxo e prazeres para experimentar uma vida ascética e centrada no fim do sofrimento humano. Com isso, escreveu os diversos princípios do Budismo, religião que se propagou em várias regiões do mundo Oriental.

Outras religiões como o islamismo e o jainismo também aprecem na trajetória da civilização indiana e demonstram a presença de uma historicidade em seu passado. Ao atingimos a era Moderna, observamos que outras civilizações ocidentais passaram a entrar em contato com a Índia. Os valiosos e diversificados produtos indianos chamavam a atenção dos mercadores europeus dos séculos XV e XVI.

Quando atingimos o século XIX, a entonação do contato com os europeus se transformou mediante as ações imperialistas tomadas pelo Império Britânico. Interessados em desenvolver sua economia e conquistar novos mercados, os ingleses promoveram um gradual processo de intromissão política na Índia. Com o passar do tempo, a dominação viabilizou uma forte tensão entre britânicos e indianos.

O fim da hegemonia britânica só ganhou força quando o líder Mahatma Gandhi empreendeu a organização de um movimento pacifista. Por meio da desobediência civil não violenta e a realização de discursos de grande impacto à população indiana, este líder político e espiritual conseguiu desarticular as justificativas e a ordenação do controle político sustentado pela Inglaterra.

Após atingir a independência, a Índia se envolveu com uma ainda não resolvida disputa territorial com os paquistaneses pela região da Caxemira. Além disso, a sua economia se adaptou às necessidades do capitalismo contemporâneo e, hoje, ocupa a condição de país emergente. Apesar disso, vemos que a Índia sofre com os vários dilemas que expõe as tensões entre a modernização ocidental e a perpetuação de suas antigas tradições.

Você quer saber mais?

http://www.indiaconsulate.org.br/

http://india.gov.in