quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Heinrich Rudolf Hertz (1857 - 1894).

Heinrich Rudolf Hertz nasceu em Hamburgo, em 22 de fevereiro de 1857, filho de renomado advogado. O jovem Hertz não foi nenhum menino prodígio; era um jovem como muitos outros, um pouco mais sério, talvez. Durante seus estudos preliminares, em um colégio da cidade natal, seu maior interesse se voltava para as oficinas da escola, onde passava a maior parte do tempo livre. Ali trabalhava no torno, construindo e montando os mais diferentes mecanismos, sobretudo instrumentos ópticos. Esse gosto característico pela construção se manteve durante toda sua vida, mesmo quando se dedicou à intensa pesquisa física: sempre construiu os instrumentos e aparelhos de que necessitava para seu trabalho.

Foi o interesse pelas construções mecânicas que, ao término do colégio, o orientou para uma faculdade de engenharia. Freqüentou-a por dois anos, mas o desejo de realizar pesquisa pura se tornou mais forte que sua inclinação para a engenharia. Passou, então, em 1878, aos estudos de física, na Universidade de Berlim.

Sua seriedade e empenho nos estudos logo foram notados por von Helmholtz, que era seu professor. E quando este propôs aos seus alunos, em 1880, um trabalho versando sobre uma questão de eletrodinâmica, de escolha individual, Hertz apresentou uma pesquisa original, intitulada "Sobre a Energia Cinética da Eletricidade", que foi merecidamente a vencedora.

Ainda nesse ano de 1880, também ano de sua diplomação, Hertz tornou-se assistente de von Helmholtz e, durante os três anos que passou no instituto berlinense, ocupou-se com pesquisas experimentais sobre a elasticidade dos gases e sobre as descargas elétricas através destes. Em 1883, obteve a docência na Universidade de Kiel, onde começou a estudar a eletrodinâmica de Maxwell. Este havia previsto teoricamente a existência das ondas eletromagnéticas, mas o fato ainda não havia recebido confirmação experimental.

Os estudos de eletrodinâmica o fascinavam, e ele imaginava como poderia reproduzir praticamente os fenômenos tão claros na teoria. Uma de suas descobertas fundamentais foi realizada diante dos estudantes, durante uma aula demonstrativa, no outono de 1886. Nessa ocasião, Hertz encontrava-se em Karlsruhe, onde era professor da Escola Politécnica desde o ano anterior. Nesse mesmo ano casou-se com Elizabeth Doll, filha de um professor de Karlsruhe, e com ela teve duas filhas.

Durante uma aula, na qual se utilizava, para demonstração, de duas bobinas ligadas a faiscadores, notou que, enquanto numa das bobinas deflagrava uma faísca, na segunda era deflagrada outra. Esta, porém, era muito pequena, pouco luminosa, e seu ruído era coberto pelo da primeira, muito mais forte. Foi desse modo que Hertz, quase por acaso, descobriu o importante fenômeno das centelhas secundárias.

O jovem cientista compreendeu que aquelas faíscas elétricas eram conseqüência de fenômenos eletrodinâmicos que se processavam nas proximidades de circuitos oscilantes com capacitância e auto-indução mínimas. Para comprovar suas idéias, repetiu, seguidamente, as experiências. Logo percebeu que tinha diante de si um campo novo: o da criação das ondas eletromagnéticas e sua propagação a distância.

(Garrafa de Leyden)

Inicialmente, conduziu experiências com um circuito constituído por uma garrafa de Leyden como condensador, uma bobina como indutância e um faiscador. Constatou, então, que a cada faísca que se produzia aparecia uma correspondente muito intensa em uma outra bobina, colocada em frente da primeira. O valor da capacitância era pequeno (a garrafa de Leyden possui pequena capacitância e forte resistência às altas tensões), mas o efeito era notável.

(Oscilador linear)

Hertz não abandonou esse campo de pesquisas. Com espírito metódico, continuou suas experiências por cinco anos, utilizando instrumentos sempre mais complexos. O aparelho típico que usava era um oscilador linear (ou dipolo), formado por duas grandes esferas metálicas ligadas por um condutor retilíneo interrompido por um faiscador - constituído por duas esferas metálicas menores. Os dois braços deste oscilador eram ligados aos pólos de uma bobina de Ruhmkorff; quando a bobina gerava uma tensão alta, ocorria uma descarga entre os dois braços do oscilador. Tal descarga era oscilante, e Hertz verificou que as oscilações possuíam uma freqüência que dependia, unicamente, das características geométricas do oscilador. Era por isso que as faíscas irradiavam no espaço ondas eletromagnéticas de freqüência bem determinada.

Com isso, Hertz demonstrou na prática a existência das ondas eletromagnéticas previstas por Maxwell. Começou, então, a estudar as propriedades dessas ondas. Aos 32 anos descobriu, por meio de experiências extremamente engenhosas, que elas se comportam de maneira inteiramente semelhante às ondas luminosas - fato também previsto na teoria de Maxwell, mas que ainda esperava por uma demonstração experimental.

Voltou sua atenção à propagação das ondas eletromagnéticas. Concluiu, assim, que sua velocidade é a mesma da luz, e que sua propagação no vácuo é retilínea. O comprimento de onda, porém, é maior do que o das ondas luminosas.

Daí, passou a uma série de experiências ópticas. Entre estas, as primeiras foram sobre reflexão em superfícies metálicas, como ocorre também com as ondas luminosas. Entretanto, Hertz verificou que, no caso das ondas eletromagnéticas, a reflexão especular ocorre também quando as superfícies são opticamente ásperas. Isso porque as ondas eletromagnéticas possuem comprimento muitíssimo maior que o da luz.

Outra célebre experiência foi a realizada com o prisma de piche, com o qual demonstrou a refração das ondas eletromagnéticas. Atravessando um prisma de piche, as ondas mudam de direção, como ocorre no caso das ondas luminosas ao atravessarem um prisma de vidro. O cientista provou, finalmente, que as ondas oscilam em um plano que contém a direção de propagação. Para demonstrar este fato, era necessário provar, primeiramente, a possibilidade de polarizar ondas eletromagnéticas. Para isso, Hertz idealizou e construiu um dispositivo dotado de uma grade de fios metálicos, que, quando atingido por ondas eletromagnéticas, as polarizava.

Embora ciente da desconfiança com que o mundo científico acolhia as hipóteses de Maxwell, Hertz apresentou os resultados irrefutáveis de seus trabalhos ao Congresso da Sociedade Alemã para o Progresso da Ciência, em 1888. Eles punham abaixo os velhos conceitos de ação a distância, assim como as tentativas dos mecanicistas em reduzir a eletrodinâmica a uma dinâmica do tipo newtoniano, explicada por movimentos de corpos invisíveis num meio hipotético, o éter.

Os expressivos resultados de suas experiências, revelando e estudando as características das ondas eletromagnéticas, fizeram com que elas fossem batizadas com o nome de ondas hertzianas.

Realizado o ciclo de experiências e concluído um capítulo de suas pesquisas, os interesses de Hertz voltaram-se para uma visão mais ampla da física e para problemas universais.

Um de seus trabalhos foi tentar explicar toda a mecânica por meio do que chamou o "princípio da trajetória retilínea".

Apesar de Hertz não ter tido sucesso nessa empresa, uma versão atualizada de seu princípio encontrou posteriormente aplicação na teoria einsteiniana da gravitação.

Ainda que cumulado de honrarias, Hertz continuou levando uma vida afastada do convívio social, dedicando-se somente à ciência. Baixo, delicado, de fronte espaçosa e barba ruiva, refletia no aspecto e na expressão bondade e grande modéstia. A seriedade e maturidade que possuía, acima do que seria de se esperar de sua idade, fizeram com que alguém o definisse como um "velho nato".

Nos primeiros meses de 1893, Hertz adoeceu e foi operado de um tumor na orelha. Passou uma temporada convalescendo em Santa Margherita Ligure (Itália), depois do que, parecendo restabelecido, regressou ao laboratório. Em dezembro desse ano, porém, foi obrigado outra vez a interromper toda atividade.

Em 1º de janeiro de 1894, antes de completar 37 anos, Hertz morria, deixando uma obra que permitiu um progresso nunca antes imaginado no campo das comunicações a grande distância.

Poucos meses após sua morte, vieram a público os três volumes de "Os Princípios da Mecânica", a última obra que Hertz enviara a seu editor de Leipzig. Sentindo que lhe restava pouco tempo de vida, confiara a tarefa de cuidar da publicação ao seu melhor assistente, P. Lenard.

Você quer saber mais?

www.rc.unesp.br/igce/fisica/lem/bibliofisicos/hertz.htm

www.sofisica.com.br/conteudos/Biografias/Hertz.php

www.dec.ufcg.edu.br/biografias/HeiricRu.html

www2.ee.ufpe.br/codec/Hertz.html

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Carnaval. A Festa da Morte!

Olhe quem lhe espera nesse carnaval para ceifar sua vida ainda jovem! Pense bem, se realmente é este fim que quer para sua jovem vida. Vá para casa fique com sua família!!!!


Todos os anos em nosso país são festejados os dias de carnaval, onde todos podem participar das folias com trios elétricos, desfiles, etc.
E você, amigo leitor, sabe o que significa a palavra carnaval?
Carnaval ou folia quer dizer divertimento da carne, bagunça da carne, prazer da carne, farra, loucura, etc..
Carnavale - Vocábulo italiano, que significa “adeus à carne”, é festa de muita alegria, folia e orgia.
A comemoração do carnaval é de origem pagã. Desde tempos imemoriais no Egito antigo, no outono, realizava-se a festa do boi Apis - animal sagrado. Escolhia-se o boi mais belo e todo branco o qual era pintado com várias cores. O boi era conduzido pelas ruas, e levado até o Rio Nilo, onde era afogado.
Segundo a Bíblia Sagrada o homem que anda nas festas carnavalescas, ou seja, na bagunça de sua carne, torna-se inimigo de Deus e contra a Sua Palavra.
Em procissão, sacerdotes, magistrados, homens, mulheres e crianças fantasiadas grotescamente, iam atrás dele dançando, cantando, em promiscuidade até seu afogamento.
Com as conquistas da Grécia e de Roma, a festa foi transportada para outros países, sob outras formas e denominações. Na Grécia tomou o nome de Dionísio e em Roma, Bacanal em homenagem ao deus do vinho Baco. Nessas comemorações se fechavam todos os estabelecimentos comercias, e se abriam todos os lugares de divertimentos, onde a devassidão, a orgia e os prazeres sensuais eram inomináveis.
Com o advento do cristianismo, as festas pagãs se arrefeceram, mas na idade Média, sob a tolerância da Igreja dominante, recrudescera entre os povos de educação latina sob a única denominação de carnaval. No Brasil, com a miscigenação cultural afro-brasileira e com rituais diferentes, o carnaval empolga multidões e é atração turística.
O carnaval é festa religiosa, que veio do paganismo antigo, dedicado a Momo - deus da zombaria, do sarcasmo, da pândega e que está ligada à quaresma - período de abstinência e jejum, que termina com a semana santa.
Portanto a salvação de tua alma depende só de você, da tua escolha; Vale a pena você ganhar o mundo inteiro e perder a salvação de sua alma?
O cristão deve se conduzir pelas determinações bíblicas. Momo é Satanás dissimulado. Jesus em Sua quaresma de jejum e oração repeliu o falso deus dizendo: “Retira-te Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele darás culto” (Mt 4.10). O Salmo 115.1-8 afirma que quem adora um Deus morto se torna espiritualmente semelhante a ele. Momo é deus morto, cuja falsa duração é de três dias, cultuado pelos foliões, e que conforme a mitologia foi expulso do Olimpo, para ser na terra o rei dos loucos.
O que a Bíblia diz a respeito do carnaval?
A criação humana tem duas naturezas: a natureza divina que é o espírito e a natureza terrena que é ó corpo ou a carne. Na carta aos Gálatas 15.17, o apóstolo Paulo diz: “a carne cobiça contra o espírito, e o espírito contra a carne, estes se opõem um contra o outro”.
O espírito inclina-se para as coisas celestiais e a carne para as coisas terrenas. O homem que está se divertindo no carnaval passa a ser uma pessoa carnal, isto quer dizer que ele está andando segundo a carne. No decorrer do texto no verso 16 da mesma carta aos Gálatas Paulo ainda diz: “Andai em Espírito e não cumprireis concupiscência da carne”. O Senhor Deus ensina o homem a andar segundo os moldes de Sua Palavra e toda a Bíblia Ele adverte o homem a andar segundo Espírito e não segundo carne.
“Porque os que estão segundo a carne, inclinam-se para as coisas da carne, mas os que estão segundo o espírito, para as coisas do espírito”. “Porque a inclinação da carne é inimizade contra Deus”, pois não é sujeita á lei de Deus, nem, em verdade, pode ser. Porquanto, os que estão na carne, não podem agradar a Deus” (Romanos 8.5, 7, 8).
Quais as recompensas positivas que você pode tirar do carnaval?
Vejam os frutos podres do carnaval passado. Deseja você fazer parte desses números esse ano?
Acredito que não encontrará nenhuma. Como em todos os tempos e lugares, no Brasil a festa é portadora de nefastas conseqüências ao indivíduo, à família, e à sociedade. Todos os anos o governo brasileiro distribui milhares de camisinha para os foliões isto para provar que o carnaval é uma festa de promiscuidade. Nestes dias a humanidade cai em maiores depravações jamais vistas; prostituições, drogas, bebedices, adultérios, suicídios, assaltos, roubos, jovens grávidas, estupros, homossexualismo, lesbianismo, entre outras imoralidades. Quantas mortes e assassinatos acontecem nestes dias? Essas são as recompensas do carnal.
Se o carnaval é cultura e para muitos uma festa sagrada, porque então as autoridades e educadores estão distribuindo camisinha e seringa descartável para os foliões? É uma festa sadia ou é a bagunça da carne?
O carnaval leva o homem para a morte e condenação, mas o Espírito leva o homem para o Calvário, para Jesus o Filho de Deus. “... nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito” (Romanos 8.1). Como você está andando? Segundo o Espírito ou segundo a carne?
O carnaval é à volta das religiões pagãs e de maneira alguma deveria estar justaposta ao período da quaresma que começa com a Quarta-feira de cinzas.
Lamentavelmente é ver que criaturas que se dizem cristãs festejem o carnaval, ressurgimento do paganismo e responsável pelos danos e efeitos morais para homens, mulheres, jovens de ambos os sexos, também crianças.
Pelo exposto, carnaval é festa religiosa que se contrapõe ao cristianismo verdadeiro.
A festa carnavalesca é culto imerecido ao falso deus Momo que constitui ofensa à pessoa do Deus vivo Criador e verdadeiro.
O carnaval é pecado e a Bíblia diz que o pecado gera a morte: “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna por Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 6.23) E no capítulo 8 e verso 6 de Romanos Paulo diz: “Portanto a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz”. E no verso 13 Paulo continua a dizer: “Porque se viverdes segundo a carne morrereis, mas se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”.
Deus não tem prazer na morte e condenação do pecador, mas que todos venham ao arrependimento, por isso Ele enviou Seu Filho Jesus, não para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.
Pr. Elias Ribas.
João Placoná - Presbítero, Professor de Teologia, Pregador da Palavra, Articulista
Você quer saber mais?

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Resgate da Cabeça. Poema épico do viking Egil Skallagrimsson.

Desenho de Egil em um manuscrito do século XVII da Saga de Egil.

Poema escrito por Egil Skallagrimsson filho do viking Skalla-Grímr e de Bera (nascido na Islândia no povoado de Borg em 910 – 990 dC), um anti-herói escandinavo conhecido pelo nível de sua brutalidade até mesmo para um viking. Para exemplificar esse guerreiro berserker (Homem Fera) matava homens como pobres moscas no campo de batalha. E na falta de uma espada ou outra arma, Egil pulava no pescoço do inimigo, arrancando-lhe a carne e o sangue com seus dentes.

Apesar de ser o mais cruel dos guerreiros bárbaros, no entanto, por mais bizarro e contraditório que pareça, foi também um célebre poeta viking, um Skald (denominação dada aos membros de um grupo de poetas da corte dos líderes da Escandinávia e Islândia durante a era Viking que compunham e apresentavam suas interpretações sobre aspectos que, hoje, é conhecido como poesia nórdica antiga.) - massacrava e recitava poesias, antes, durante e depois de suas carnificinas. Abaixo descrevo um poema escrito por ele em louvor ao Rei Erik, o vermelho.

Egill em holmgang, em combate com Berg-Önundr; pintura de Johannes Flintoe.

Resgate da Cabeça

1. Por mar ao oeste fui,

E de Odin obtive

O sumo da poesia

Assim sempre tenho feito

Em meu navio carreguei

Quando nele embarquei

Fardos de poesia

Já o gelo s fundia.

2. Hospedagem o rei me concedeu,

Devo louvá-lo eu:

De Odin trago hidromel

Na Inglaterra agora é sorvido

Ao rei elogiei,

Na verdade cantei.

Uma canção de louvor preparei,

Se está a ouvi-la rápido.

3. Agora o rei recebe

O poema que cede

O poeta, o recita

Se o silêncio suscita

Conhecidas do senhor

Suas lutas e seu ardor

Odin foi expectador

Dos mortos e do fragor.

4. As espadas soavam

Escudos golpeavam

Feroz luta surgiu

Quando o rei atacou

Então se ouvia

O Sangue corria

Das armas o estrondo

Como ondas rompendo.

5. Uma trama de lanças

Lá se lança

Golpeiam com pujança

Chocam sem erro

De sangue já pleno

Estão os terrenos

As ondas serenas

As bandejas pretas.

6. Os homens caíam,

Os dardos lhes feriam.

Grande fama ganhava

Erik e se agraciava.

7. mais fatos contarei,

Das mortes direi,

Mais longa é minha história

De sua grade memória.

Sua fama se acresce,

Assim orei a merece,

Rompe-se o ferro fiel

Sobre o azul do broquel.

8. Quebrou-se o aço

Contra o ferro arremesso,

A ponta ensanguentada

Chocou contra outra espada

A que pende do talim

Matou a tantos ali,

De Odin os guerreiros

No jogo morreram.

9. Grande fama ganhava

Quando o dardo soava.

A espada talhava,

E Erik se agraciava.

10. Tingiu o rei a espada

De sangue, devorada

Por corvos, era achada

A carne destroçada

Por lobos, e a lança

A Hel guerreiros lança,

Da Escócia o adversário

Nutre assim o sanguinário.

11. Devora da ferida

O néctar da vida

Nos mortos aninha

A boca avermelhada,

O corvo voava

Bebia sangue carminado,

O lobo desgarrava

A carne que sangrava.

12. Ficou alegre isso é certo

O assassino esperto.

Ao lobo entrega o morto,

Junto ao mar aberto.

13. Despertava o guerreiro

O proprietário do aço

Do escudo a beira

Rachou-se primeiro,

As bordas se quebraram

Os gumes cortavam,

Os dardos voavam

Quando ao arco esticavam.

14. O dardo voador

Adiante flutuou

O arco esticado

Ao lobo alegrou

As ânsias de Hel

Venceu o guerreiro fiel,

O arco estalou

Os gumes golpeando.

15. O rei esticou seu arco

Nas sendas do barco.

As flechas voaram,

Ao lobo alimentaram.

16. Ainda mais contarei,

Aos homens direi

As façanhas do rei,

Componho com ardor.

Regala ardente ouro,

Reparte seu tesouro,

A ele se deve louvar,

Governar sem poupar.

17. Os braceletes divide,

Seus presentes não mede,

Não ama a avidez,

Reparte sem mesquinhez.

Abundante tesouro

Possui peças em ouro,

Sempre alegra o marinheiro

Com o metal verdadeiro.

18. Seu escudo defende

Da lâmina que brande,

De sua mão o desprende

Erik, o excelente.

Sei muito bem como era,

Aqui, lá onde impera,

Pelo mar se tem sabido

Que sua fama tem crescido.

19. Ante o rei tenho cantado

Os versos que tenho formado,

De coração tenho falado,

Atento me tem escutado,

Com minha boca recitei

Um poema que imaginei

De Odin o hidromel,

Ao guerreiro fiel.

20. Ao rei devo exaltar,

Recitar sem errar,

Em casa de senhores

Bem sei cantar louvores.

Agora desde o peito

Ao rei um canto tenho feito.

Disse assim meu poema,

Houve atenção suprema.

Estátua de Egil Skallagrimsson em uma praça na Islândia. Na Islândia existe até um dia de celebração a sua memória, 9 de dezembro. Ele é considerado um herói nacional.

Tradução de Ariadne Guedes.

Você quer saber mais?

Seganfredo, Carmen; Francini. A. S. Fúria Nórdica: Sagas Vikings. Porto Alegre, Editora Artes e Ofícios, 2011.

http://www.olgerdin.is/

http://www.sacred-texts.com/neu/egil/index.htm