terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Dança e Música Moderna na Igreja.


Banda Mais Viver iniciou suas atividades em abril de 2004, nos Cultos das terças, que na época aconteciam na Capela Universitária da Ulbra Canoas/RS às 18h30. Desde então, atua em diversos momentos na Universidade e fora dela, com música e mensagem cristã contemporânea. Imagem: http://www.ulbra.br/pastoral/banda-mais-viver/

A dança e a música, sem dúvida, são dons maravilhosos que Deus colocou na vida humana, também do cristão. As Escrituras Sagradas mencionam inúmeras vezes estes dons. Lutero os exalta e usa com alegria na sua liberdade cristã. Não há uma palavra bíblica que condene estes dons.

Lutero reconhece que a dança era usada na sua época para providenciar uma oportunidade para os jovens se conhecerem para eventual casamento. Quando a dança era feita de maneira honrada e honesta ela não podia ser condenada (W2, I, 1682, III, 379, 380). Mas Lutero reconhece que a dança também pode dar ocasião para sinais de adultério (W2, III, 1310). Porém não condena a dança quando é feita para alegria dos jovens e por ocasião de casamentos (W2, III, 379-380).

Todos os dons de Deus, como a dança e a música, o cinema e o teatro, os livros e revistas, comida e bebida podem ser demonizados. Cada liberdade cristã pode ser mal usada por causa da velha natureza que ainda possuímos, mesmo como cristãos. No entanto, quando somos filhos de Deus recebemos o Espírito Santo que sustenta em nós um novo espírito, ou, como pedimos com o salmista em todos os cultos, “um espírito voluntário” (Sl 51.12, que quer acertar e fazer cada vez melhor as escolhas certas). Quando o cristão decide, não com a velha natureza, mas com o novo homem de “espírito voluntário”, pode evitar a demonização das coisas e usar os dons que Deus colocou a sua disposição para uso. Assim o cristão pode dançar e fazer ou usar a música, mesmo que seja moderna e originada em desafio de alguma coisa.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Posição da Igreja Evangélica Luterana do Brasil em relação aos Sepultamentos


Anjo segura uma faixa com epitáfio em alemão: Abençoados são os que morrem no senhor. Imagem: Cemitério Luterano em Porto Alegre/RS.

A.Considerações Gerais.
B.Sepultamento de Pessoas não Luteranas.
C.Sepultamento de Suicidas.

A.   Considerações Gerais

O sepultamento é a última cerimônia associada à existência humana aqui no mundo e, mesmo fora do cristianismo, à condição humana sente a necessidade de solenizar o evento com cerimônias próprias que reflitam o valor e a dignidade humana.

2. A Escritura Sagrada nada prescreve a respeito de cerimônias fúnebres. A igreja cristã, porém, procurou desde cedo tratar do assunto dentro de um contexto que testemunhasse a fé e esperança que a religião cristã professa.

3. Desde cedo os cristãos demonstraram zelo pelos mortos. A igreja se tornou responsável pelo sepultamento de seus membros. Velas, incenso e salmos expressavam a alegre esperança da ressurreição. O sepultamento sempre deveria ser expressão da fé na ressurreição, um conforto para os vivos, antes do que um serviço para os mortos.

4. Lutero enfatizava o conforto, o perdão dos pecados, o descanso, o sono, a vida e a ressurreição (WA 35, 478-479). Também manteve o ensinamento de ser tarefa da igreja providenciar um sepultamento cristão para os seus membros (WA 44, 203).

5. As características de um sepultamento luterano são: a proclamação da esperança de que os que morrem na fé ressuscitarão para a vida eterna, manifestação de amor, lembrança da certeza da morte, e a necessidade de preparação para a mesma, cantos, orações e mensagem proferida pelo pastor (Lutheran Cyclopedia, p. 119-20).

6. A igreja luterana, com o passar dos anos, manteve o mesmo zelo para com os seus membros falecidos. Para tanto incluiu na sua liturgia oficial uma Ordem do Sepultamento Cristão, destinada a ser usada na casa mortuária, na igreja e junto à sepultura. (Liturgia Luterana, p. 216-239).

B.Sepultamento de Pessoas não Luteranas

7. Com frequência pastores luteranos são requisitados para oficiar sepultamentos de pessoas que não são membros de suas congregações. Às vezes, alguém que foi assistido pelo pastor no hospital, outras vezes, um parente, vizinho ou amigo de membro. Nestes casos, precisamos ter em mente que o único conforto que Deus oferece está intrínseca e inseparavelmente unido à morte e ressurreição de Cristo e, por isso, o pastor precisa estar convicto de que a pessoa faleceu na fé salvadora. Se o pastor, ou testemunhas confiáveis, tiverem esta convicção, o pastor poderia, de boa consciência, consentir em conduzir uma cerimônia fúnebre.

8. O pastor sempre deve ter em mente que ele representa a igreja e a posição teológica que sua denominação professa e na qual se fundamenta. Oficiando um sepultamento (mesmo não usando vestimentas litúrgicas e nem a liturgia oficial), o pastor, em essência, atesta o fato de que a pessoa falecida morreu na fé cristã. E realizar, indiscriminadamente, cerimônias fúnebres contribuiu, tão somente, para o sincretismo religioso tão difundido em nossos dias.

9. No entanto, pelo fato de uma cerimônia fúnebre ser dirigida para os vivos e não aos mortos, o pastor deve procurar o conselho da diretoria em todas as circunstâncias incomuns que surgirem.

C.Sepultamentos de Suicidas.

10. O suicídio é transgressão do 5º Mandamento e, como regra geral, a igreja cristã não realiza o sepultamento de suicidas. No entanto, a assistência espiritual aos familiares e enlutados é imprescindível e especialmente importante nestes casos.

11. Existem, também, situações especiais, quando uma pessoa sofre de esquizofrenias, desequilíbrios mentais e quando uma pessoa está sendo submetida e tratamento clínico com a utilização de medicamentos e drogas que inibem a resistência volitiva do paciente. Nestas situações a pessoa não tem consciência de seus atos e não pode ser, humanamente, responsabilizada por eles.

12. Antes, porém, de o pastor realizar qualquer sepultamento de uma pessoa vítima de suicídio deverá fazer um cuidadoso inquérito, não tanto para encontrar um motivo para não realizar o sepultamento, mas para encontrar um motivo (mesmo se fraco) para aceitar a oportunidade. É especialmente importante nestes casos estabelecer a condição mental do (a) falecido(a) e se ele(ela) estava consciente de seus atos.

13. Existem, ainda, outros fatores importantes que devem ser avaliados pelo pastor, juntamente com a diretoria de sua congregação ou paróquia:

a) Toda a cerimônia fúnebre deve sempre visar o benefício dos vivos e deve ser um testemunho por parte da congregação. A morte é especialmente difícil para os familiares de um suicida (geralmente é um pai, uma mãe, um filho, um avô, etc). E, quase sempre, a família carrega um grande sentimento de culpa, que um pastor ou congregação excessivamente legalistas, ao recusarem o sepultamento, apenas aumentam.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Implicações Éticas no uso de Células-Tronco Embrionárias


Embriões criopreservados. Imagem: Arquivo CHH.

O início da vida humana

O desenvolvimento de um novo ser humano começa com a fecundação. Esperma e óvulo, em si mesmos incapazes de crescer, unidos para formar algo novo: uma célula que carrega as características genéticas de ambos pai e mãe e que estabelece a maioria das características de um novo ser humano. Dado o tempo e ambiente apropriados, esta nova célula irá ser submetida a constantes mudanças, sendo seu desenvolvimento contínuo marcado pelos termos embrião, feto, infante, criança, adolescente, adulto.

Apesar de a Bíblia não afirmar explicitamente que a vida humana inicie na concepção, ela fala do relacionamento que Deus tem com a criança no útero da mãe (Sl 139.16; Jr 1.5). Deus nos criou. Durante o processo da concepção recebemos de nossos pais nosso corpo, alma e todos os membros. O Salmo 51 afirma que nascemos na iniquidade e em pecado fomos concebidos; portanto, o oócito (óvulo) fertilizado é corpo e alma corrompido pelo pecado.

A vida humana começa no momento em que o espermatozóide fertiliza o oócito (óvulo) dando origem a uma nova célula geneticamente diferente das duas células anteriores, iniciando a partir daí um processo de divisão celular e desenvolvimento ininterrupto até a morte deste ser humano. Qualquer tentativa de estabelecer o início da vida humana em outro estágio posterior de seu desenvolvimento, torna-se subjetiva e é geralmente empregada para justificar moralmente a perda de vidas humanas na pesquisa científica em embriões humanos, na manipulação de embriões em técnicas de reprodução humana assistida, na criopreservação de embriões, na seleção genética e consequente destruição de embriões menos “viáveis” e no aborto. Deus é o criador da vida humana (Sl 139.13-16; Sl 51.5; Jó 10.8-12; Lc 1.44) desde o seu momento mais objetivo: a concepção. E a partir daí a vida humana é valorizada e dignificada não por ter valor intrínseco, mas pela dignidade a ela atribuída por Deus em sua obra criadora e redentora.

Fertilização In Vitro

A técnica de reprodução humana assistida, chamada de Fertilização In Vitro, quando envolver descarte de embriões classificados como menos “viáveis”, após escaneamento genético, torna-se um procedimento cuja utilização por parte de um casal cristão não pode ser recomendada por tratar-se da eliminação de vidas humanas criadas por Deus e, por isso, pecado contra o 5º mandamento.

A produção ilimitada de embriões em laboratório e a consequente sobra de embriões que não foram implantados no organismo da mãe, e agora precisam ser criopreservados, também é um procedimento que quando utilizado na fertilização in vitro é questionável à luz do 5º mandamento, pois a criopreservação (congelamento de embriões humanos em nitrogênio líquido a -196° C) envolve perda de vidas humanas, já que aproximadamente 7% a 57% dos embriões morrem no processo de descongelamento antes da implantação. Os embriões restantes que não forem descongelados para implantação morrerão em alguns anos.

A eliminação de embriões ou a experimentação com eles significa a manipulação ou eliminação de seres humanos. Se nossa posição é que a vida começa com a concepção, então a eliminação do embrião descartável precisa ser chamada com o nome correto conforme o 5º. Mandamento. Em vez de acolher o sofrimento com a certeza de que o amor de Deus em Cristo supera qualquer sofrimento e assim ajudar os outros a viver, o homem declara sua autonomia de Deus e continua a criar e aumentar o sofrimento no mundo. O cristão precisa ajudar o próximo a viver, reconhecendo a dignidade do ser humano como criatura redimida e amada por Deus. As circunstâncias da Fertilização in Vitro, embora se trate da geração de uma vida, não permitem a nossa participação com consciência tranquila.

A seleção genética e congelamento de embriões expressam uma visão da vida humana como um produto, uma comodidade, um meio para se chegar a um fim 5. Seres humanos adultos não são intencionalmente congelados em nitrogênio líquido. Por que, então, congelamos seres humanos em seu estágio embrionário se a vida humana é um ato contínuo?

Utilização de embriões humanos em pesquisa com células-tronco

Antes mesmo da questão da utilização e destruição de embriões para pesquisa, o que está em jogo é a supremacia de uma visão naturalista, que não aceita nem leva em conta a importância de um Criador e Mantenedor da vida humana.

Posição da Igreja Evangélica Luterana do Brasil referente ao Batismo de crianças de pais em situação irregular



Batismo. Imagem: Arquivo CHH.

1. Consulta da Paróquia Evangélica Luterana de Leme, São Paulo:

 “Sabemos que, em princípio, não podemos negar o batismo a uma criança trazida a Cristo. Mas há complicações perante a sociedade quando os pais são separados, a mãe é solteira, desquitados, enfim, as crianças são filhos de pais em situação irregular. Pode a igreja negar batismo por medo de a situação dos pais escandalizar os fracos na fé e a sociedade? Ou se deve fazer o batismo (como, aliás, fazemos) e orientar os fracos e a sociedade com respeito ao valor do batismo?” (Cf. carta de 10 de junho de 1995).

2. Colocações da CTRE:

a) Cristo constituiu a igreja para fazer discípulos de todas as nações, instituindo o batismo como um dos meios para a realização desta missão (Mt 28.19)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A expressão “Pura e Santa Virgem Maria” empregada nos Artigos de Esmalcalde. PARTE II.



Santa Maria com Cristo Jesus recém nascido. Imagem: Cleofas.

1 – O parecer de 26 de outubro de 1988 sobre “A Expressão „Pura e Santa Virgem Maria Empregada nos Artigos de Esmalcalde” enfatiza que todas “as referências a Maria nas Confissões Luteranas visam à glorificação de Cristo e não de Maria”. Os autores da consulta, no entanto, queriam “a nossa decisão, a nossa posição firme e transparente acerca da questão” e, caso isto não seja possível, levantam a hipótese de “suprimir simplesmente esses dois polêmicos adjetivos („pura e „santa)”, o que, concordam, é impossível. O assunto certamente merece um parecer adicional.

2 – A expressão “pura e santa virgem Maria” (AS I,4) deve ser entendida de acordo com o “usus loquendi” das Confissões. “Pura e Santa” são adjetivos que precisam ser entendidos de acordo com o contexto. Em nenhum momento as Confissões aceitam a possibilidade de haver uma pessoa que tivesse pureza e santidade inatas, com exceção de Jesus Cristo. Todas as outras formas de pureza e santidade são adquiridas pelo pecador através da fé em Jesus Cristo. Desta forma Maria é “pura e santa” por causa da sua fé na redenção por Jesus Cristo, como todos os cristãos.

3 – Mas Maria tem um honra especial: uma parte do seu corpo que foi usado por Deus Espírito Santo para formar o corpo do Santo Filho de Deus participou da pureza e santidade inatas de Jesus Cristo. Já não era dela esta parte, mas do seu Santo Filho.

4 – Os textos de Lutero citados na nota de pé-de-página 36 da página 311 do Livro de Concórdia, edição de 1980, mostram que esta era a posição clara de Lutero.

a) Na 1ª citação da WA 53,640 (Vom Schem Hamphoras und vom Geschlecht Christi, 1543) Lutero diz: “(...) von der Erbsunde erlöset und gereiniget, (...)”. Com isso diz que Maria só foi “pura e santa” por redenção. Isto aconteceu pela fé em Jesus Cristo.

b) Na 2ª citação da WA 52,39 (Hauspostille, 1544. Sermão de 1532, dia do Natal) diz Lutero: “(...) das sie on alle sünd gewesen ist, da sie den Herrn Jesum empfangen und getragen hat.” A referência é bem específica: era sem pecado na concepção e na gestação, isto é, naquelas partes que transferiu para o próprio Senhor Jesus. Estas partes já não lhe pertenciam, eram do Filho de Deus, santo e sem pecado.

c) Na 3ª citação da WA 36 (Sermão de 1532, Domingo de Ramos) Lutero enfatiza este ponto: “(...) Fleisch und blut gehalten und warhafftig mensch draus gemacht, aber die sunde draus gefeget, ut sit jam mater eins reineskindes, qi non mit sunden begifft”. A carne e o sangue usados para gerar o Filho de Deus não tinham mais pecado, pois não eram mais de Maria. Eram de Jesus.

d) Na 4ª citação da WA 39,2,107 (Die disputation de divinitate et humanitate Christi, 1540) Lutero inclui Maria como pecadora, quando diz: “Omnis homo obnoxius est vitiis peccati originalis excepto Christo. (...) et in conceptione purgata tota illa caro et sanguis Mariae est, ut nihil peccati sit reliquum. (...) alioque omne sêmen excepta Maria fuit vitiatum.” Aqui Lutero enfatiza que somente a “semente” de Maria foi santa, pois aquela parte da carne e do sangue de Maria que formaram Jesus foi sem pecado. Já era carne e sangue de Jesus. Só Jesus foi sem pecado, embora nascesse de Maria que tinha também pecado, mas foi perdoada e santificada pela redenção em Cristo.

5 – As expressões “pura e santa” são condicionadas pela fé na misericórdia de Deus e não pelo fato de ser a “virgem Maria”. Ser “virgem” não se identifica com ser “puro e santo”. As Confissões são muito claras nesta posição. Não é correto afirmar com Ernst Kinder (Kie Erbsünde, p.48) que “fica aberta (indecidida) a questão do sentido de „pura
nas Confissões Luteranas, isto é, se significa sem relações sexuais ou livre de pecado original”.

6 – As Confissões entendem uma pureza interior e outra exterior. A pureza exterior das obras só existe com a pureza interior da fé (Ap IV, 283). Sem a pureza interior da fé não há pureza exterior. Assim “a virgindade é imunda nos ímpios” e “o matrimônio nos piedosos é puro” (Ap XXIII, 34). Mesmo “pode acontecer que o coração de um marido, como Abrão ou Jacó, que foram polígamos, seja mais puro e arde menos em desejos do que o de muitas virgens, ainda que deveras continentes” (Ap XXIII, 64). A “pureza de coração” consiste na “concupiscência mortificada” e no “arrependimento” que acompanha a fé (Ap XXIII, 35, 64). Deus certamente requer que “esteja puro o coração, se bem que, enquanto aqui vivermos, não podemos alcançá-lo (CM I,310). O homem é justo “não em razão de sua pureza, mas por misericórdia, por causa de Cristo” (AP IV, 86).

A expressão “Pura e Santa Virgem Maria” empregada nos Artigos de Esmalcalde. PARTE I.


Santa Maria. Imagem: Santo Antonio Jaguara.

1.Consulta

A Comissão de Teologia e Relações Eclesiais (CTRE) foi indagada a respeito da expressão “pura e santa Virgem Maria”, empregada por Lutero nos Artigos de Esmalcalde. Parece que a indagação visa obter o posicionamento das Confissões Luteranas sobre a Virgem Maria.

2. Colocações da CTRE

2.1 – Esclarecimento histórico: A CTRE entende que a nota 36, colocada ao pé da página 311 do Livro de Concórdia e preparada pelo Rev. Prof. Arnaldo Schueler, oferece clara explicação histórica do emprego da expressão “pura e santa Virgem Maria” por Lutero. Ressalta o Prof. Schueler que, por um lado, a expressão foi usada contra a concepção dos “antidicomarianistas (pessoas que pretendiam não haver Maria ficado virgem após o nascimento de Jesus e ter tido outros filhos de seu marido José).” Por outro lado, o Prof. Schueler considera que “fica aberta (indecidida) a questão do sentido de “pura” nas Confissões Luteranas, isto é, se significa sem relações sexuais ou livre de pecado original.” 

2.3 – Referências a Maria nas Confissões Luteranas: Nas Confissões Luteranas Maria aparece em dois contextos. Por um lado, Maria é mencionada em conexão com o tema “Da Invocação dos Santos” (apologia, Art. XXI). Quanto a este ponto, porém, Melanchthon é claro:

Ainda que é digníssima das honras mais excelsas, ela não quer, todavia, que a igualemos a Cristo. Quer antes que consideremos e sigamos os exemplos dela. Mas a própria realidade diz que na persuasão pública a bem-aventurada Virgem de todo sucedeu no lugar de Cristo. Os homens a invocaram, confiaram na misericórdia dela, por ela quiseram reconciliar a Cristo, como se esse não fosse o propiciador, senão apenas horrendo juiz e vingador. Nós outros cremos,entretanto, não se dever confiar que os méritos dos santos nos são aplicados, que em virtude deles Deus é reconciliado conosco, ou nos reputa justos, ou nos salva. Pois obtemos a remissão dos pecados somente pelos méritos de Cristo, quando nele cremos. (Livro de Concórdia: As Confissões da Igreja Evangélica Luterana, Trad. E Notas de Arnaldo Schueler, São Leopoldo e Porto Alegre, Sinodal e Concórdia, 1980, p. 247).

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Afinal, o que é inteligência?



O Mecânico e o "Doutor". Imagem: Construindo História Hoje.

Isaac Asimov

Quando eu estava no exército, fiz um teste de aptidão, solicitado a todos os soldados, e consegui 160 pontos. A média era 100. Ninguém na base tinha visto uma nota dessas e durante duas horas eu fui o assunto principal. (Não significou nada – no dia seguinte eu ainda era um soldado raso da KP – Kitchen Police).

Durante toda minha vida consegui notas como essa, o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmente muito inteligente. E eu imaginava que as outras pessoas também achavam isso.

Porém, na verdade, será que essas notas não significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo específico de perguntas acadêmicas, consideradas pertinentes pelas pessoas que formularam esses testes de inteligência, e que provavelmente têm uma habilidade intelectual parecida com a minha?
Por exemplo, eu conhecia um mecânico que jamais conseguiria passar em um teste desses, acho que não chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei muito mais inteligente que ele.

Mas, quando acontecia alguma coisa com o meu carro e eu precisava de alguém para dar um jeito rápido, era ele que eu procurava. Observava como ele investigava a situação enquanto fazia seus pronunciamentos sábios e profundos, como se fossem oráculos divinos. No fim, ele sempre consertava meu carro.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Luteranos e a Maçonaria. Posicionamento oficial!



Luteranos e a Maçonaria. Imagem: Construindo História Hoje.

O tema “Maçonaria” de tempos em tempos volta a ocupar a atenção das igrejas e o interesse do mundo.
  • Que é a maçonaria?
  • Quais são seus objetivos e propósitos?
  • Há incompatibilidade entre a igreja e a maçonaria?
Os motivos que acordaram tais perguntas são vários. Da parte das igrejas foi o movimento ecumênico, um maior aconchego das denominações cristãs entre si, bem como a aproximação do cristianismo com as religiões, na tentativa de unir todas as forças vivas do mundo para uma luta mais decisiva em prol da paz mundial, da fraternidade e da justiça social. Nesse esforço comum, houve também, por parte dos maçons, maior abertura. Eles dão a conhecer publicamente os nomes de seus dirigentes e integrantes, chamam atenção para suas reuniões, destacam suas realizações na área social e combatem as acusações e incriminações que vêm sofrendo.

Nesse diálogo, as igrejas cristãs ouvem da parte dos maçons argumentações de que não são uma organização secreta, não são religião nem substitutivo para a religião; antes favorecem os verdadeiros princípios religiosos, lutam pelo aperfeiçoamento moral do indivíduo e da humanidade, promovem a união e a paz, amam a liberdade, praticam a caridade e a tolerância.


Jesus Cristo. Imagem: IELB.

Diante dessa nova situação, as igrejas cristãs, especialmente as que condenavam a maçonaria não permitindo que seus membros pertencessem a ela, são convidados a reexaminar sua posição.

Que é a Maçonaria? 

Ouçamos o que os próprios maçons dizem a seu respeito:

“A maçonaria é uma união de homens que busca, por uma união fraternal e através de ações e rituais honrados, o aperfeiçoamento e enobrecimento da pessoa.”11 Mais: “A maçonaria é o último dos grandes sistemas de uniões de homens com o alvo do aperfeiçoamento ético e moral de seus associados.”12 Por fim, ela é “uma união secreta, que tange o laço da fraternidade em torno de homens livres e honrados, laço que é mais forte e alto do que as uniões profissionais, patrióticas, nacionais ou religiosas.”13

A partir destas fontes, pode-se chegar à seguinte definição: A maçonaria é uma entidade fechada (outros preferem o termo secreta, com o que alguns maçons não concordam), que congrega homens de todas as raças e credos religiosos e políticos, que afirmam buscar a verdadeira luz, ou a verdade. Seus membros não precisam ser necessariamente ricos, mas terem o suficiente para o seu sustento e de seus familiares e possam socorrer outros, numa união fraternal, que excede os laços políticos, nacionais e religiosos.

A maçonaria se divide em dois grupos:

(1) os regulares, que se destacam pelos seguintes princípios: Não admitem mulheres em suas reuniões; exigem que seus integrantes creiam em um ser superior (a quem chamam de Supremo Arquiteto); não permitem em suas reuniões disputas religiosas confessionais ou discussões sobre política;

(2) os irregulares, divididos entre si, destacam-se por alguns princípios: admitem mulheres e ateus declarados, ou até os que professam certos credos; admitem discussões sobre religião e política; seu livro é um livro com páginas em branco.
Objetivo dos Maçons
Os maçons afirmam: “O verdadeiro objetivo da maçonaria pode resumir-se nestas palavras: desfazer nos homens os preconceitos de casta, as convencionais distinções de cor, origem, opinião e nacionalidades, aniquilar o fanatismo e a superstição, extirpar os ódios de raças e com eles o açoite da guerra; em uma palavra, chegar pelo livre e pacífico progresso a uma fórmula e modelo de terna e universal justiça, segundo a qual todo ser humano possa desenvolver livremente as faculdades de que esteja dotado e possa vir a concorrer cordialmente e com todas as forças para a comum felicidade dos seres humanos, de sorte que a humanidade venha a ser uma só família de irmãos unidos pelo afeto, cultura e trabalho.”14

A maçonaria “trabalha para o melhoramento intelectual, moral e social da humanidade. Daí seu lema: ciência, justiça e trabalho. Seu objetivo é a investigação da verdade, o exame da moral e da prática de virtudes.15

Que querem os maçons?

“Eles querem aperfeiçoar o homem moralmente. Seus princípios básicos são: Liberdade, Tolerância e Fraternidade.”16 O quanto é possível julgar, a maçonaria afirma ter o propósito de lutar pelo aperfeiçoamento ético do homem e da humanidade. Combater o fanatismo e promover a união da humanidade. Que significa isto? Se querem melhorar o indivíduo e a humanidade, porque mulheres e crianças e as classes menos favorecidas são excluídas? Não deveria a educação moral atingir todos e isso desde o berço? Os maçons querem desfazer todos os preconceitos e classes que dividem a humanidade, mas eles próprios iniciam esse trabalho formando preconceitos, criando uma classe distinta e das mais fechadas que existe. Se querem promover uma união e lutar contra o fanatismo, perguntamos: o que é fanatismo? Confessar a verdade religiosa com confissão clara é fanatismo? Voltaremos a estas perguntas mais adiante.

Ritos e Símbolos dos Maçons

A maçonaria não possui uma base espiritual contida em palavras ou formulada em doutrina. Procuram alcançar seus objetivos éticos pelo galgar de graus, por ritos e símbolos que, em sua maioria, foram extraídos do ofício de pedreiro, visto que a maçonaria representa figurativamente a arte de construir.

Uma explicação bem popular diz que “a base espiritual dos maçons não se representa em primeira linha em palavras, mas por símbolos que foram tomados das profissões dos arquitetos, já que eles representam simbolicamente a arte de construir. A simbólica dos maçons consiste em atos simbólicos e rituais.

Aos símbolos pertencem: A Bíblia (que em outros países pode ser substituída pelo livro religioso em vigor, ex.: O Alcorão. Os maçons irregulares não aceitam a Bíblia, mas colocam em seu lugar um livro com todas suas páginas em branco), o esquadro, o compasso, o martelo, a colher de pedreiro, a mesa de trabalho; e os que dirigem o trabalho devem estar aparamentados com luvas brancas e avental.17

Albuquerque diz que “a maçonaria é ciência velada por alegorias e ilustrada por símbolos. Simbolismo é alma e vida da maçonaria; nasceu com ela, ou melhor, é o germe de que brotou a árvore da maçonaria e que ainda a nutre e anima.18 Conclui dizendo que “os símbolos maçônicos, derivados dos símbolos primitivos, foram aplicados à arte de construir desde a origem dessa mesma arte.”19

Os graus inicialmente eram três: aprendiz, companheiro e mestre. Algumas lojas permanecem com estes três; outras têm mais, chegando até 33 graus e acima. Por ritos entendem o correto desenvolvimento das ações culturais, que têm como centro o homem ao qual visam aperfeiçoar e enobrecer. Sobre o significado dos símbolos, Rolf Appel, líder da Grande Loja alemã de Hamburgo, Alemanha, escreve: “os símbolos maçons fogem a uma interpretação racional e lógica. Têm muitos sentidos - por isso são inesgotáveis - eternos e inacessíveis à experiência. O trabalho no templo simboliza tanto o trabalho no seu próprio aperfeiçoamento, como o aperfeiçoamento moral do mundo. A pedra simboliza a imperfeição; nela o aprendiz deve labutar para seu aperfeiçoamento.20

Diante desse quadro surgem várias perguntas. É possível haver uma união fraternal que sem dogma e uma base doutrinária possa alcançar a edificação moral? Até hoje esta pergunta parece não ter sido respondida pelos maçons.21 Seria o seu segredo a grande força de sua união? E qual seria esse segredo? Como se observa, tanto em seus objetivos como a respeito dos meios para alcançá-los por ritos e símbolos, há grandes incógnitas. Os maçons o explicam, afirmando que as forças destes ritos são inexplicáveis, só podem ser conhecidos pela experiência, ou seja, para conhecer seu significado a pessoa precisa tornar-se maçom.
O Segredo dos Maçons
Por muitos séculos os maçons foram acusados de serem uma organização secreta. A história o confirma.

O manto do silêncio os envolveu por muito tempo e ainda envolve muitas coisas dos maçons. Os maçons contestam essa afirmação, dizendo que não possuem segredos, mas cultivam a virtude do silêncio. Vejamos o que eles afirmam:

“o chamado segredo maçônico é justamente o ponto sobre o que mais se tem especulado e no qual se baseiam os que condenam nossa Ordem Augusta. Não compreendendo a sua verdadeira razão, ou seja, o caráter espiritual, iniciático e construtivo desse segredo, não querem ver no mesmo mais do que um pretexto para fins execráveis ou, pelo menos, tais que não podem ser confessados publicamente por temor da luz do dia.”22

“Cada um que se ocupa com a maçonaria, percebe que há um segredo, que já por séculos une os maçons. Esse segredo está nos rituais que agem sobre eles e desprendem forças na alma de seus participantes para benefícios próprios e dos que os cercam. Estes segredos não podem ser desvendados, mas são vividos e experimentados na alma... Por isso num dos manuais da maçonaria de 1863 consta: A maçonaria não tem segredos, mas é um segredo.”23

“Calar é para os maçons uma virtude, que deve agir para educar. Isto se refere ao ritual, às conversas íntimas de irmãos, à informação sobre irmãos. Ela é antes uma contra-ofensiva à exagerada verbosidade de nosso tempo.24

O segredo dos maçons é a vivência pessoal. Este é um fator indispensável, como relata um mestre maçom:

“Eu sabia como tudo iria acontecer. Mas quando estava no meio de meus irmãos, e meus olhos foram desvendados, fui comovido em meu íntimo. As lágrimas me vieram aos olhos. Isto posso relatar quantas vezes quiserem e não compreenderão o que senti neste momento. Nem mesmo eu o posso exprimir em palavras. São sentimentos que só se pode experimentar e não descrever, como a ordenação de um sacerdote, a confirmação, o casamento, o ser mãe pela primeira vez. Nestes momentos há sentimentos indescritíveis. O segredo da maçonaria é a vivência."25

Respondendo à pergunta se a maçonaria é uma sociedade secreta, um manual seu diz: “Não, pela simples razão de sua existência, pois é amplamente conhecida. As autoridades de vários países lhe concedem personalidade jurídica. Seus fins são amplamente difundidos em dicionários, enciclopédias, livros de histórias, etc. O único segredo que existe, e não se conhece senão por meio do ingresso na instituição, são os meios para se reconhecer os maçons entre si, em qualquer parte do mundo e o modo de interpretar seus símbolos e os seus ensinamentos neles contidos.”26

Afirma Salomão: “Há tempo de estar calado, e tempo de falar” (Ec 3.7). Tudo tem sua razão e seu motivo. Se é para falar o mal, calar é ouro, se deixo de falar o bem, calar é pecado. “Quem não me confessar diante dos homens,” diz Jesus, “também não o confessarei diante do meu Pai que está nos céus” (Mt 10.32). Assim o calar é uma virtude somente quando usado para evitar o mal.

Há segredos militares que visam o bem da pátria. Mas por que vamos esconder o bem? Se a doutrina dos maçons visa o bem e tem este poder, por que calar? Qual o motivo de calar dos maçons? Eis a incógnita, que permanece não respondida, apesar de toda a apologética maçônica.27 Boaventura Kloppenburg afirma que “a Maçonaria não é apenas uma sociedade discreta, mas secreta, no sentido próprio e usual da palavra.”28
A Maçonaria é Religião?

A maçonaria afirma categoricamente não ser religião, nem substitutivo para a religião. Os maçons não são contra a religião, antes, especialmente os regulares, exigem que seus filiados acreditem em um ser superior. Ouçamos o que afirmam.

Lê-se no primeiro Artigo da Constituição de Anderson: “por seu compromisso, o maçom é obrigado a obedecer à lei moral, e, se devidamente compreende a Arte, jamais será um estúpido ateu nem um libertino irreligioso. Porém, embora nos tempos antigos os maçons fossem obrigados a pertencer à religião dominante em seu país, qualquer que fosse, considera-se hoje muito mais conveniente obrigá-los apenas a professarem aquela religião que todo o homem aceita, deixando cada um livre em suas opiniões individuais, isto é, devem ser homens probos e retos, de honra e honradez, qualquer que seja o credo, a denominação que o designa. Deste modo, a maçonaria é o centro de união e o meio de conciliar a verdadeira fraternidade entre pessoas que teriam permanecido perpetuamente separadas."29

A maçonaria é uma religião? Muitos maçons afirmam que não.

Dizem: A maçonaria não é uma religião, mas uma sociedade que tem por objetivo unir os homens entre si. União recíproca, no sentido mais amplo e elevado do termo. E nesse seu esforço de união dos homens, admite em seu seio as pessoas de todos os credos religiosos, sem nenhuma distinção. Mas há controvérsia. Outros maçons afirmam ser a maçonaria uma instituição religiosa “porque reconhece a existência de um único princípio criador, regulador absoluto, supremo e infinito, ao qual se dá o nome de Grande Arquiteto do Universo, porque é uma entidade espiritualista em contraposição ao predomínio do materialismo. Estes fatores que são essenciais e indispensáveis para a interpretação verdadeiramente religiosa e lógica do Universo, formam a base de sustentação e as grandes diretrizes de toda a ideologia e atividade maçônica.”30 Haack contesta: “Os maçons de nossos dias nada têm a ver com religião. Mas por ter crescido em terra cristã, nota-se em muitas partes contatos no campo da ética.”31 Ou, então: “ela compromete o maçom só com aquela religião com a qual todos os homens concordam e deixa a cargo de cada indivíduo suas convicções especiais.”32

Em contraposição à religião, todo o esforço dos maçons concentra-se na vida nesta terra; não se refere à eternidade: não realizam cultos e sua grande diferença em relação à religião é não possuir uma doutrina salvífica. Assim também o jesuíta Michel Diereck reconheceu que a maçonaria não é religião, mas um estilo de vida e não possui um dogma escrito, mas regras de vida.”33 No ritual fúnebre da maçonaria fica expresso que pelo avental depositado na sepultura, os maçons são “lembrados da pureza e conduta da vida tão essenciais para ser admitido na Loja Celestial lá do alto, onde o Supremo Arquiteto do Universo reina em eterno esplendor.”34

Como se vê, os maçons negam serem religião ou substitutivo para ela. Ao mesmo tempo afirmam serem religiosos e por isso possuem ritos cultuais. Negam que aspiram ser uma religião que una a todos; ao mesmo tempo afirmam combater o fanatismo, tirarem de cada religião as verdades universais e lutarem por uma união. Possuem o seu deus, se bem ser-lhes o mesmo desconhecido. Dão-lhe o nome de Grande Arquiteto do Universo – G.A.D.U.35 Iniciam suas reuniões em nome desse Arquiteto. Cultuam esse deus não por ensinamentos dogmáticos, mas por ritos simbólicos. Têm seus próprios ritos funerais.

Se a religião se ocupa com a relação do homem com Deus, então a maçonaria é religião. Pretendem ser uma religião que toda a pessoa possa aceitar. Portanto uma religião segundo a carne, que não aceita as coisas do Espírito de Deus. São religião tolerante, tão em moda em nosso tempo de ecumenismo, cujo denominador comum é: “União na diversidade e aceitar a verdade de cada um, pela tolerância.” Dentro de seu princípio de tolerância, usam o livro religioso mais em voga na localidade, mas na verdade não aceitam nenhum, pois têm sua própria concepção das coisas.

Bem afirmou um líder maçônico: “Nós só aceitamos “procuradores”, não aceitamos “achados” em nossas fileiras. Quem deseja ser um maçom o percebe primeiramente em seu interior, então confia-se a um amigo.”

Assim consta num antigo documento maçom. Esta frase espelha a verdadeira índole maçônica. Maçons são pessoas que procuram a verdade. São eternos procuradores. Procuram a verdade, a justiça e o aperfeiçoamento. Em tudo isso, seus olhos não estão voltados para a eternidade, nem atentos à voz de sua razão. Realmente é uma religião pobre e vazia. Falam em Deus, mas não o conhecem. Veneram um deus mudo que não lhes fala. Confiam em suas próprias obras, julgando que por elas são aceitos pelo deus desconhecido na eternidade. Como não possuem uma verdade expressa, aceitam de certa forma qualquer religiosidade, desde que concorde com seus princípios. Mas, no confronto com a verdade revelada do verdadeiro Deus, a rejeitam.Chamam o apegar-se à verdade divina, revelada na Escritura, de fanatismo e a combatem, revelando assim a índole da natureza humana que não aceita as coisas do Espírito de Deus (2Co 2.14). Reúnem pessoas que buscam a verdade e a paz, por não a terem encontrado nas religiões existentes.

 Luteranos e a Maçonaria

Diante do que vimos sobre a maçonaria, especialmente as afirmações de que o maçom é um eterno procurador da verdade, que luta pelo aperfeiçoamento moral da pessoa e julga ser capaz disso, queremos mostrar porque um cristão convicto, especialmente o cristão luterano, não se filia à maçonaria, e porque um maçom, ao abraçar a fé cristã, não permanecerá na maçonaria. As razões o poeta sacro expressou assim: “Achei o eterno fundamento, em que minha âncora firmar; é Cristo e seu atroz tormento. Eterno, prévio à terra e mar, nem mesmo irá estremecer, quando o universo perecer.”36