sábado, 1 de junho de 2013

Limitações da historiografia marxista Parte II: A Escola de Annales.


A teoria marxista da História compreende teses a teoria da História Materialista, (materialismo histórico), que foi uma proposição efetuada por Marx e que institui uma abordagem economicista para a história da Humanidade.
A historiografia marxista não tenha conseguido perceber as massas populares como integrantes ativos na construção da história, embora dominados ou alienados, não empregou um olhar que ia muito além das balizas teóricas e ideológicas pertinentes ao que se tinha como quase dogma entre os inspirados seguidores de Marx.
A Escola dos Annales

A chamada escola dos Annales é um movimento historiográfico que se constitui em torno do periódico acadêmico francês Annales d'histoire économique et sociale, tendo se destacado por incorporar métodos das Ciências Sociais à História; há que referir que o seu nascimento é também um reflexo da conjunta: estava-mos em 1929, ano da Grande Crise econômica que assolou os Estados Unidos, bem como a Europa.



A Historiografia Marxista demonstrou ter seus limites. Por causa do grande enfoque dado nas relações econômicas, os historiadores perceberam que não seria possível explicar todos os aspectos da vida social. Muitas facetas importantes para as relações do cotidiano na humanidade não eram abordadas. Hoje se entende que a História é feita em diversas circunstâncias da vida humana e esta muito em foco as proposições feitas pela quarta geração da Escola dos Annales que enfatiza as implicações da cultura na explicação das sociedades.
No entanto, a ênfase econômica dos estudos realizados pelos historiadores marxistas não abarcou todos os aspectos da vida das sociedades ao longo da história. O fato é que aspectos também importantes da vida cotidiana das sociedades na história não estavam dentro do foco marxista e uma nova história passou a ser escrita. Atualmente, com novos e ousados métodos de estudo, os aspectos ordinários, culturais, e não apenas os singulares também interessaram aos novos historiadores e aos historiadores pós-modernos.
Atualmente há uma tendência produtiva de se partir para o desprezo a qualquer coisa que “pareça” marxista desde o “fim” da esperança do socialismo real.

A chamada escola dos Annales é um movimento historiográfico que se constitui em torno do periódico acadêmico francês Annales d'histoire économique et sociale, tendo se destacado por incorporar métodos das Ciências Sociais à História; há que referir que o seu nascimento é também um reflexo da conjunta: estávamos em 1929, ano da Grande Crise econômica que assolou os Estados Unidos, bem como a Europa: Alemanha e França, em maior escala: os Annales visam ser como um retrato do espectro de '29, uma época de mutações, que iria ser como que a catapulta essencial para um novo tipo de história, a econômica, a social...e empreender um corte na história política, na história individual, mas, sem a arredar de cena, como a vertente mais social vinha sendo vitima (era um pouco ostracizada, colocada num patamar secundário, bem no fundo da história política ou militar...).



Fundada por Lucien Febvre e Marc Bloch em 1929, propunha-se a ir além da visão positivista da história como crônica de acontecimentos (histoire événementielle), substituindo o tempo breve da história dos acontecimentos pelos processos de longa duração, com o objetivo de tornar inteligíveis a civilização e as "mentalidades".

A escola des Annales renovou e ampliou o quadro das pesquisas históricas ao abrir o campo da História para o estudo de atividades humanas até então pouco investigadas, rompendo com a compartimentação das Ciências Sociais (História, Sociologia, Psicologia, Economia, Geografia humana e assim por diante) e privilegiando os métodos pluridisciplinares.1

Em geral, divide-se a trajetória da escola em quatro fases:

Primeira geração - liderada por Marc Bloch e Lucien Febvre.

Segunda geração - dirigida por Fernand Braudel.

Terceira geração - vários pesquisadores tornaram-se diretores, destacando-se a liderança de Jacques Le Goff e Pierre Nora, além de Philippe Ariès e Michel Vovelle; na arqueologia, destaca-se Jean-Marie Pesez.
Quarta geração - a partir de 1989. 
Muitos colaboradores da Escola de Annales eram conhecidos em Estrasburgo, para produzir uma análise que rejeitava a ênfase predominante em política, diplomacia e guerras, característica de muitos historiadores dos séculos XIX XX, liderados pelos sorbonnistas - designação dada por Febvre.



Os historiadores dos Annales foram os pioneiros na abordagem do estudo de estruturas históricas de longa duração ("la longue durée") para explicar eventos e transformações políticas. Geografia, cultura material e o que posteriormente os annalistas chamaram mentalidades (ou a psicologia da época) também eram áreas características de estudo.
Um eminente membro desta escola, Georges Duby, no prefácio de seu livro "O domingo de Bouvines", escreveu que a História que ele ensina:
"Rejeitada na fronteira do sensacionalismo, era relutante à simples enumeração dos eventos, esforçando-se, ao contrário, por expor e resolver problemas e, negligenciando as trepidações da superfície, procurava situar no longo e médio prazos a evolução da economia, da sociedade e da civilização."
Georges Duby
O estudo da história usando por base as teorias marxistas tem que ser analisado com bastante cuidado, principalmente na historiografia atual, devido a descoberta pela historiografia da grande importância da História culturalista implementado pela 4ª geração da escola dos Annales.  Mas é bom lembrar que a economia é produto da sociedade, e esta é estruturada (genericamente podemos usar o termo formada) pela cultura (formal ou não). Ou seja, todos os costumes de um homem são produto de sua cultura, que é produto de sua sociedade.

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