sexta-feira, 13 de agosto de 2010

OQUE FOI O AI-5?



ATO INSTITUCIONAL Nº 5, DE 13 DE DEZEMBRO DE 1968


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, ouvido o Conselho de Segurança Nacional, e


CONSIDERANDO que a Revolução Brasileira de 31 de março de 1964 teve, conforme decorre dos Atos com os quais se institucionalizou, fundamentos e propósitos que visavam a dar ao País um regime que, atendendo às exigências de um sistema jurídico e político, assegurasse autêntica ordem democrática, baseada na liberdade, no respeito à dignidade da pessoa humana, no combate à subversão e às ideologias contrárias às tradições de nosso povo, na luta contra a corrupção, buscando, deste modo, "os. meios indispensáveis à obra de reconstrução econômica, financeira, política e moral do Brasil, de maneira a poder enfrentar, de modo direito e imediato, os graves e urgentes problemas de que depende a restauração da ordem interna e do prestígio internacional da nossa pátria" (Preâmbulo do Ato Institucional nº 1, de 9 de abril de 1964);


CONSIDERANDO que o Governo da República, responsável pela execução daqueles objetivos e pela ordem e segurança internas, não só não pode permitir que pessoas ou grupos anti-revolucionários contra ela trabalhem, tramem ou ajam, sob pena de estar faltando a compromissos que assumiu com o povo brasileiro, bem como porque o Poder Revolucionário, ao editar o Ato Institucional nº 2, afirmou, categoricamente, que "não se disse que a Revolução foi, mas que é e continuará" e, portanto, o processo revolucionário em desenvolvimento não pode ser detido;


CONSIDERANDO que esse mesmo Poder Revolucionário, exercido pelo Presidente da República, ao convocar o Congresso Nacional para discutir, votar e promulgar a nova Constituição, estabeleceu que esta, além de representar "a institucionalização dos ideais e princípios da Revolução", deveria "assegurar a continuidade da obra revolucionária" (Ato Institucional nº 4, de 7 de dezembro de 1966);


CONSIDERANDO, no entanto, que atos nitidamente subversivos, oriundos dos mais distintos setores políticos e culturais, comprovam que os instrumentos jurídicos, que a Revolução vitoriosa outorgou à Nação para sua defesa, desenvolvimento e bem-estar de seu povo, estão servindo de meios para combatê-la e destruí-la;


CONSIDERANDO que, assim, se torna imperiosa a adoção de medidas que impeçam sejam frustrados os ideais superiores da Revolução, preservando a ordem, a segurança, a tranqüilidade, o desenvolvimento econômico e cultural e a harmonia política e social do País comprometidos por processos subversivos e de guerra revolucionária;


CONSIDERANDO que todos esses fatos perturbadores da ordem são contrários aos ideais e à consolidação do Movimento de março de 1964, obrigando os que por ele se responsabilizaram e juraram defendê-lo, a adotarem as providências necessárias, que evitem sua destruição,


Resolve editar o seguinte


ATO INSTITUCIONAL


Art. 1º - São mantidas a Constituição de 24 de janeiro de 1967 e as Constituições estaduais, com as modificações constantes deste Ato Institucional.


Art. 2º - O Presidente da República poderá decretar o recesso do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras de Vereadores, por Ato Complementar, em estado de sitio ou fora dele, só voltando os mesmos a funcionar quando convocados pelo Presidente da República.


§ 1º - Decretado o recesso parlamentar, o Poder Executivo correspondente fica autorizado a legislar em todas as matérias e exercer as atribuições previstas nas Constituições ou na Lei Orgânica dos Municípios.


§ 2º - Durante o período de recesso, os Senadores, os Deputados federais, estaduais e os Vereadores só perceberão a parte fixa de seus subsídios.


§ 3º - Em caso de recesso da Câmara Municipal, a fiscalização financeira e orçamentária dos Municípios que não possuam Tribunal de Contas, será exercida pelo do respectivo Estado, estendendo sua ação às funções de auditoria, julgamento das contas dos administradores e demais responsáveis por bens e valores públicos.


Art. 3º - O Presidente da República, no interesse nacional, poderá decretar a intervenção nos Estados e Municípios, sem as limitações previstas na Constituição.
Parágrafo único - Os interventores nos Estados e Municípios serão nomeados pelo Presidente da República e exercerão todas as funções e atribuições que caibam, respectivamente, aos Governadores ou Prefeitos, e gozarão das prerrogativas, vencimentos e vantagens fixados em lei.


Art. 4º - No interesse de preservar a Revolução, o Presidente da República, ouvido o Conselho de Segurança Nacional, e sem as limitações previstas na Constituição, poderá suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais.


Parágrafo único - Aos membros dos Legislativos federal, estaduais e municipais, que tiverem seus mandatos cassados, não serão dados substitutos, determinando-se o quorum parlamentar em função dos lugares efetivamente preenchidos.


Art. 5º - A suspensão dos direitos políticos, com base neste Ato, importa, simultaneamente, em:


I - cessação de privilégio de foro por prerrogativa de função;


II - suspensão do direito de votar e de ser votado nas eleições sindicais;


III - proibição de atividades ou manifestação sobre assunto de natureza política;


IV - aplicação, quando necessária, das seguintes medidas de segurança:


a) liberdade vigiada;


b) proibição de freqüentar determinados lugares;


c) domicílio determinado,


§ 1º - O ato que decretar a suspensão dos direitos políticos poderá fixar restrições ou proibições relativamente ao exercício de quaisquer outros direitos públicos ou privados.


§ 2º - As medidas de segurança de que trata o item IV deste artigo serão aplicadas pelo Ministro de Estado da Justiça, defesa a apreciação de seu ato pelo Poder Judiciário.


Art. 6º - Ficam suspensas as garantias constitucionais ou legais de: vitaliciedade, mamovibilidade e estabilidade, bem como a de exercício em funções por prazo certo.
§ 1º - O Presidente da República poderá mediante decreto, demitir, remover,
aposentar ou pôr em disponibilidade quaisquer titulares das garantias referidas neste artigo, assim como empregado de autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista, e demitir, transferir para a reserva ou reformar militares ou membros das polícias militares, assegurados, quando for o caso, os vencimentos e vantagens proporcionais ao tempo de serviço.


§ 2º O disposto neste artigo e seu § 1º aplica-se, também, nos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.


Art. 7º - O Presidente da República, em qualquer dos casos previstos na Constituição, poderá decretar o estado de sítio e prorrogá-lo, fixando o respectivo prazo.


Art. 8º - O Presidente da República poderá, após investigação, decretar o confisco de bens de todos quantos tenham enriquecido, ilicitamente, no exercício de cargo ou função pública, inclusive de autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.
Parágrafo único - Provada a legitimidade da aquisição dos bens, far-se-á sua restituição.


Art. 9º - O Presidente da República poderá baixar Atos Complementares para a execução deste Ato Institucional, bem como adotar, se necessário à defesa da Revolução, as medidas previstas nas alíneas d e e do § 2º do art. 152 da Constituição.


Art. 10 - Fica suspensa a garantia de habeas corpus, nos casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular.


Art. 11 - Excluem-se de qualquer apreciação judicial todos os atos praticados de acordo com este Ato institucional e seus Atos Complementares, bem como os respectivos efeitos.


Art. 12 - O presente Ato Institucional entra em vigor nesta data, revogadas as disposições em contrário.


Brasília, 13 de dezembro de 1968; 147º da Independência e 80º da República.


A. COSTA E SILVA


Luís Antônio da Gama e Silva


Augusto Hamann Rademaker Grünewald


Aurélio de Lyra Tavares


José de Magalhães Pinto


Antônio Delfim Netto
Mário David Andreazza


Ivo Arzua Pereira


Tarso Dutra


Jarbas G. Passarinho


Márcio de Souza e Mello


Leonel Miranda


José Costa Cavalcanti


Edmundo de Macedo Soares


Hélio Beltrão


Afonso A. Lima


Carlos F. de Simas


Ato Institucional Número Cinco


O Ato Institucional Nº5 ou AI-5 foi o quinto de uma série de decretos emitidos pelo regime militar brasileiro nos anos seguintes ao Golpe militar de 1964 no Brasil.
O AI-5 sobrepondo-se à Constituição de 24 de janeiro de 1967, bem como às constituições estaduais, dava poderes extraordinários ao Presidente da República e suspendia várias garantias constitucionais.


Redigido pelo ministro da justiça Luís Antônio da Gama e Silva em 13 de dezembro de 1968, o ato veio em represália à decisão da Câmara dos Deputados, que se negara a conceder licença para que o deputado Márcio Moreira Alves fosse processado por um discurso onde questionava até quando o Exército abrigaria torturadores ("Quando não será o Exército um valhacouto de torturadores?") e pedindo ao povo brasileiro que boicotasse as festividades do dia 7 de setembro.
Mas o decreto também vinha na esteira de ações e declarações pelas quais a classe política fortaleceu a chamada linha dura do regime militar. O Ato Institucional Número Cinco, ou AI-5, foi o instrumento que deu ao regime poderes absolutos e cuja primeira conseqüência foi o fechamento do Congresso Nacional por quase um ano.


Principais determinações do AI-5


Pelo artigo 2º do AI-5, o Presidente da República podia decretar o recesso do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras de Vereadores, que só voltariam a funcionar quando o Presidente os convocasse. Durante o recesso, o Poder Executivo federal , estadual ou municipal, cumpriria as funções do Legislativo correspondente. Ademais, o Poder Judiciário também se subordinava ao Executivo, pois os atos praticados de acordo com o AI-5 e seus Atos Complementares excluiam-se de qualquer apreciação judicial (artigo 11).


O Presidente da República podia decretar a intervenção nos Estados e Municípios, "sem as limitações previstas na Constituição" (art. 3º).
Conforme o artigo 4°, o Presidente da República, ouvido o Conselho de Segurança Nacional, e "sem as limitações previstas na Constituição", podia suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos por 10 anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais. Pelo artigo 5°, a suspensão dos direitos políticos, significava:


I - cessação de privilégio de foro por prerrogativa de função;


II - suspensão do direito de votar e ser votado nas eleições sindicais;


III - proibição de atividades ou manifestação sobre assunto de natureza política;


IV - aplicação, pelo Ministério da Justiça, independentemente de apreciação pelo Poder Judiciário, das seguintes medidas:


a) liberdade vigiada;


b) proibição de freqüentar determinados lugares;


c) domicílio determinado.


Ademais "outras restrições ou proibições ao exercício de quaisquer outros direitos públicos ou privados" poderiam ser estabelecidas à discrição do Executivo.
O Presidente da República podia também, conforme o artigo 8º, decretar o confisco de bens em decorrência de enriquecimento ilícito no exercício de cargo ou função pública, após a devida investigação - com cláusula de restituição se provada a legitimidade da aquisição dos bens.


O artigo 10 suspendia a garantia de habeas corpus, nos casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular.
Durante a vigência do AI-5, também recrudesceu a censura. A censura prévia se estendia à imprensa, à música, ao teatro e ao cinema.


Arena rebelde


Um grupo de senadores da ARENA, o partido da situação, discordou enfaticamente da medida adotada pelo presidente Costa e Silva. Liderados por Daniel Krieger, assinaram um manifesto de discordância: Gilberto Marinho, Milton Campos, Carvalho Pinto, Eurico Resende, Manuel Cordeiro Vilaça, Wilson Gonçalves, Aluísio Lopes de Carvalho Filho, Antônio Carlos Konder Reis, Ney Braga, Rui Palmeira, Teotônio Vilela, José Cândido Ferraz, Leandro Maciel, Vitorino Freire, Arnon de Melo, Clodomir Millet, José Guiomard, Valdemar Alcântara e Júlio Leite.


O fim do AI-5


Em 13 de outubro de 1978, no governo Ernesto Geisel, foi promulgada a emenda constitucional nº 11, cujo artigo 3º revogava todos os atos institucionais e complementares, no que fossem contrários à Constituição Federal, "ressalvados os efeitos dos atos praticados com bases neles, os quais estão excluídos de apreciação judicial", restaurando o habeas corpus. A emenda contitucional entrou em vigor em 1º de janeiro de 1979.


VOCÊ QUER SABER MAIS?


http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=194620

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

DITADURA MILITAR NA ARGENTINA

Por dentro da Escola de Horrores


Veja as plantas do porão onde ocorriam as torturas e do alojamento dos sequestrados. A reconstituição foi feita com informações fornecidas pelo Instituto Espaço para a Memória (Instituto Espacio para La Memória, IEM), organização que hoje administra parte dos prédios da Esma, transformados em memorial e centro de promoção dos direitos humanos. Foram usados depoimentos de sobreviventes e medições do edifício em seu estado atual.
O centro de tortura da Escola de Mecânica da Marinha (Esma) funcionou entre 1976 e 1983, durante todo o período de ditadura militar na Argentina. A Esma oferecia cursos técnicos de eletrônica, aeronáutica, mecânica naval, meteorologia, oceanografia e formava suboficiais para a carreira militar.




Um dos edifícios do complexo, o Casino de Oficiales (casa dos oficiais) concentrava as atividades clandestinas.



Cerca de 5 mil pessoas foram detidas ali. Estima-se que apenas 5% tenham sobrevivido.




As imagens disponíveis aqui são resultado do trabalho do Daev, um grupo de professores, alunos e ex-alunos de design da Faculdade de Arquitetura, Design e Urbanismo da Universidade de Buenos Aires. O Daev pretende fazer a reconstituição virtual, interativa e tridimensional de centros de detenção, tortura e extermínio que existiram durante a ditadura argentina. Seu objetivo “é contribuir para a reflexão crítica” sobre os acontecimentos e formação da memória coletiva, além de municiar os processos de julgamento dos responsáveis que estão em curso. Em breve, o tour virtual estará disponível no site www.daev.com.ar.


A reconstituição foi feita com informações fornecidas pelo Instituto Espaço para a Memória (Instituto Espacio para La Memória, IEM), organização que hoje administra parte dos prédios da Esma, transformados em memorial e centro de promoção dos direitos humanos.


A disposição interna dos espaços mudou ao longo do tempo, em função, por exemplo, da necessidade dos militares camuflarem as atividades clandestinas que ali ocorriam. O recorte adotado aqui é de dezembro de 1977.


O porão


O acesso se dava por uma porta de ferro, mantida sempre fechada, com um guarda de prontidão. O segurança recebia via rádio a ordem para abrir e permitir a entrada dos presos.
Veja as imagens do porão e conheça as salas de tortura, o laboratório fotográfico e o refeitório e o estúdio do porão.




Porão - As salas de tortura




Logo nas primeiras horas de cativeiro, levados às salas de tortura, os sequestrados sofriam vários tipos de agressão enquanto eram interrogados. Os métodos mais comuns eram choques (usando a picana, o equipamento sobre a mesa), o “submarino seco” (asfixia com saco plástico), o “submarino molhado” (asfixia com imersão), tapas, socos, chutes e pauladas, além de simulações de fuzilamento. A vítima era mantida encapuzada ou de olhos vendados.


Corredor - A comunicação de todos os ambientes do porão




Batizado pelos repressores como “Avenida da Felicidade”, o corredor fazia a comunicação de todos os ambientes do porão. Amarrados ou algemados e encapuzados, os cativos aguardavam ali antes de serem levados às salas de tortura.


Porão - Laboratório Fotográfico




Aqui eram reveladas as fotos que eram utilizadas na falsificação de documentos, tarefa executada por presos como Victor Basterra, ativista social preso em agosto de 1979 e libertado no fim de 1983.


Porão - Refeitório e estúdio




O refeitório (à esquerda na foto acima) era utilizado por presos que faziam trabalho escravo no porão, como aqueles que trabalhavam no laboratório fotográfico ou na chamada “huevera” (porta ao centro). O apelido deve-se às caixas de ovos usadas para isolamento acústico do estúdio. Ali eram produzidas peças audiovisuais de propaganda distribuídas para a Imprensa nacional e Internacional.


Capucha




Localizada no terceiro andar do edifício, era o alojamento dos sequestrados. Em geral, eram mantidos deitados no chão, amarrados e encapuzados ou vendados. Pequenas baias formavam cubículos que separavam cada encarcerado. Aqueles que trabalhavam como escravos para os militares, como Victor Basterra, às vezes conseguiam condições de alojamento e alimentação um pouco melhores que os demais. Mas isso nem sempre era garantia de vida. Muitos dos escravos também foram assassinados.


Capuchita




Ali ficavam alojados os prisioneiros marcados para morrer e outros sequestrados. Sempre às terças-feiras, os militares montavam uma lista de quem seria “trasladado”. Os escolhidos imaginavam que seria apenas a transferência para outra prisão. No dia seguinte eram sedados e embarcados nos chamados voos da morte: eram jogados ainda vivos ao mar.




VOCÊ QUER SABER MAIS?


http://www.daev.com.ar


http://supermundo.abril.com.br/busca/?qu=ditadura


http://supermundo.abril.com.br/busca/?qu=tortura


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A LUTA PELA LIBERDADE NOS PAMPAS.

REVOLUÇÃO FARROUPILHA


REVOLUÇÃO FARROUPILHA, também é chamada de Guerra dos Farrapos ou Decênio Heróico (1835 - 1845), eclodiu no Rio Grande do Sul e configurou-se, na mais longa revolta brasileira. O detalhe sobre a Revolução Farroupilha irá conhecer no texto abaixo.




REVOLUÇÃO FARROUPILHA


Causas:


O Rio Grande do Sul foi palco das disputas entre portugueses e espanhóis desde o século XVII. Na idéia dos líderes locais, o fim dos conflitos deveria inspirar o governo central a incentivar o crescimento econômico do sul, como pagamento às gerações de famílias que se voltaram para a defesa do país desde há muito tempo. Mas não foi isso que ocorreu.


A partir de 1821 o governo central passou a impor a cobrança de taxas pesadas sobre os produtos rio-grandenses, como charque, erva-mate, couros, sebo, graxa, etc.
No início da década de 30, o governo aliou a cobrança de uma taxa extorsiva sobre o charque gaúcho a incentivos para a importação do importado do Prata.
Ao mesmo tempo aumentou a taxa de importação do sal, insumo básico para a fabricação do produto. Além do mais, se as tropas que lutavam nas guerras eram gaúchas, seus comandantes vinham do centro do país. Tudo isso causou grande revolta na elite rio-grandense.




A VERDADE SOBRE A BANDEIRA DO RIO GRANDE DO SUL:


A bandeira do Rio Grande do Sul tem sua origem nos desenhos de rebeldes durante a Guerra dos Farrapos, em 1835, mas sem o brasão de armas até então. Sua autoria é controversa; alguns apontam Bernardo Pires, enquanto outros apontam José Mariano de Mattos. A bandeira foi oficializada como bandeira do estado em 5 de janeiro de 1966, já com o brasão de armas na parte central.


Significados


Não há um consenso sobre o significado das cores da bandeira riograndense. Algumas fontes alegam que as cores simbolizam o auriverde do Brasil separado pelo vermelho da guerra. Há outras que afirmam ser a bandeira uma combinação do rubroverde da bandeira Portuguesa com o aurivermelho da bandeira espanhola, o que faria todo o sentido em uma região de fronteira entre essas duas potências coloniais; há que se salientar, todavia, que à época da Revolução Farroupilha, as cores nacionais de Portugal eram o alviceleste, símbolo da monarquia, e que só mudaria para o rubroverde mais de meio século depois.


Liberdade, igualdade e humanidade.


Sabe-se que o lema escrito na bandeira do estado, tanto quanto os símbolos, estão diretamente ligados à Maçonaria, haja vista que a elite gaúcha militar e política à época da Guerra dos Farrapos era, em sua maioria, maçônica.


A revolta:


Em 20 de setembro de 1835, os rebeldes tomam Porto Alegre, obrigando o presidente da província, Fernandes Braga, a fugir para Rio Grande. Bento Gonçalves, que planejou o ataque, empossou no cargo o vice, Marciano Ribeiro. O governo imperial nomeou José de Araújo Ribeiro para o lugar de Fernandes Braga, mas este nome não agradou os farroupilhas (o principal objetivo da revolta era a nomeação de um presidente que defendesse os interesses rio-grandenses), e estes decidiram prorrogar o mandato de Marciano Ribeiro até 9 de dezembro. Araújo Ribeiro, então, decidiu partir para Rio Grande e tomou posse no Conselho Municipal da cidade portuária. Bento Manoel, um dos líderes do 20 de setembro, decidiu apoiá-lo e rompeu com os farroupilhas.
Bento Gonçalves então decidiu conciliar. Convidou Araújo Ribeiro a tomar posse em Porto Alegre, mas este recusou. Com a ajuda de Bento Manoel, Araújo conseguiu a adesão de outros líderes militares, como Osório. Em 3 de março de 36, o governo ordena a transferência das repartições para Rio Grande: é o sinal da ruptura. Em represália, os farroupilhas prendem em Pelotas o conceituado major Manuel Marques de Souza, levando-o para Porto Alegre e confinando-o no navio-prisão Presiganga, ancorado no Guaíba.




BENTO GONÇALVES LÍDER FARROUPILHA.


Os imperiais passaram a planejar a retomada de Porto Alegre, o que ocorreu em 15 de julho. O tenente Henrique Mosye, preso no 8o. BC, em Porto Alegre, subornou a guarda e libertou 30 soldados. Este grupo tomou importantes pontos da cidade e libertou Marques de Souza e outros oficiais presos no Presiganga. Marciano Ribeiro foi preso e em seu lugar foi posto o marechal João de Deus Menna Barreto. Bento Gonçalves tentou reconquistar a cidade duas semanas depois, mas foi batido. Entre 1836 e 1840 Porto Alegre sofreu 1.283 dias de sítio, mas nunca mais os farrapos conseguiriam tomá-la.


Em 9 de setembro de 1836 os farrapos, comandados pelo General Netto, impuseram uma violenta derrota ao coronel João da Silva Tavares no Arroio Seival, próximo a Bagé. Empolgados pela grande vitória, os chefes farrapos no local decidiram, em virtude do impasse político em que o conflito havia chegado, pela proclamação da República Rio-Grandense. O movimento deixava de ter um caráter corretivo e passava ao nível separatista.


A República:




PRIMEIRA SEDE DA REPÚBLICA RIO-GRANDESENSE EM PIRATINI.


Bento Gonçalves, então em cerco a Porto Alegre, recebe a notícia da proclamação da República e da indicação de seu nome como candidato único a presidente. Decide então contornar a capital da província para se juntar aos vitoriosos comandados de Netto. Quando vai atravessar o rio Jacuí na altura da ilha de Fanfa, tem seus mais de mil homens emboscados por Bento Manuel e pela esquadra do inglês John Grenfell. Bento Gonçalves, Onofre Pires, Pedro Boticário, Corte Real e Lívio Zambeccari, os principais chefes no local, são presos, e a tropa é desbaratada. O governo imperial, após esta vitória, oferece anistia aos rebeldes para acabar de vez com o conflito. Netto, contudo, concentrou tropas ao recorde Piratini, a capital da República, e decidiu continuar a luta.


Bento Gonçalves foi escolhido presidente da República, mas enquanto não retornasse, Gomes Jardim assumiu o governo, organizando a estrutura dos ministérios. Foram criados seis: Fazenda, Justiça, Exterior, Interior, Marinha e Guerra. Cada ministro cuidava de dois ministérios por medida de economia.
Em fins de 1836, sem seu líder e com o governo central fazendo propostas de anistia, a revolução estava perdendo a força, mas no início de 1837 o Regente Feijó nomeou o brigadeiro Antero de Brito para presidente da província. Este, acumulando o cargo de Comandante Militar, passou a perseguir os simpatizantes do movimento em Porto Alegre e tratar os farrapos com dureza. Mas estes atos devolveram o ânimo aos rebeldes, que conseguiram a partir daí uma série de vitórias. A cavalaria imperial desertou em janeiro de 1837 em Rio Pardo, e Lages, em Santa Catarina, foi tomada logo após. Em março, Antero de Brito mandou prender Bento Manoel, por achá-lo pouco rígido com a República. Mas Bento Manoel resolveu prendê-lo e passar novamente para o lado farroupilha. Um mês após, Netto, com mais de mil homens, tomou o arsenal imperial de Caçapava, capturando armas de todos os tipos e ganhando a adesão de muitos soldados da guarnição local. E em 30 de abril, Rio Pardo, então a mais populosa cidade da província, foi tomada.




A ROUPA DO GAÚCHO!


Em outubro, chegou à notícia de que Bento Gonçalves havia fugido do Forte do Mar, em Salvador, vindo a assumir a presidência em 16 de dezembro. Era o auge da República. A diminuição dos combates, a estruturação dos serviços básicos - correios, política externa, fisco - davam a impressão de que o Estado Rio-Grandense estava em vias de consolidação.


Mas 1838 não foi o ano da vitória como esperavam os farrapos. Apesar de mais uma vitória em Rio Pardo, o fracasso na tentativa de tomar Rio Grande e a falta de condições de conquistar Porto Alegre abatem as esperanças dos republicanos. A maioria das vitórias farrapos neste ano foi em combates de guerrilha e escaramuças sem importância estratégica. Com Piratini ameaçado, a Capital é transferida para Caçapava em janeiro de 1839.


Garibaldi:




O GUERREIRO GIUSEPPE GARIBALDI.


Em 24 de janeiro de 1837, Guiseppe Garibaldi saiu da prisão onde fora visitar Bento Gonçalves carregando uma carta de corso que lhe dava o direito de apresar navios em nome da República Rio-Grandense, destinando metade do valor da carga para o governo da República. Ainda no Rio, ele toma o navio "Luiza", rebatizando-o de "Farroupilha". É o primeiro barco da armada Rio-Grandense. Depois de muitas aventuras (prisão no Uruguai, tortura em Buenos Aires), Garibaldi apresenta-se em Piratini em fins de 1837. Ao chegar à capital farroupilha, ele recebe uma missão: construir barcos e fazer corso contra navios do império. Dois meses depois, ele apresenta dois lanchões: o "Rio Pardo" e a “Independência”. Mas havia um grande problema: a ausência de portos. Com Rio Grande e São José do Norte ocupado pelo inimigo, e Montevidéu pressionada pelo governo imperial, os farrapos planejam a tomada de Laguna, em Santa Catarina. A idéia era um ataque simultâneo por mar e por terra. Mas como sair da Lagoa dos Patos? John Grenfell atacou o estaleiro farrapo, mas Garibaldi escapou com os Lanchões "Farroupilha" e "Seival" pelo rio Capivari, a nordeste da Lagoa. Daí resultou o mais fantástico acontecimento da guerra, e talvez um dos lances de combate mais geniais da história.




A TRAVESSIA DOS LANÇHÕES SOBRE RODAS.


Foram postas gigantescas rodas nos barcos, e eles foram transportados por terra, levados por juntas de bois, até Tramandaí, a aproximadamente 80km do ponto de partida. O transporte foi feito através de campos enlameados pelas chuvas de inverno.
O ataque é feito de surpresa, com Davi Canabarro por terra e Garibaldi a bordo do "Seival" (o Farroupilha naufragou em Araranguá-SC) e resulta na conquista da cidade e na apreensão de 14 navios mercantes, que são somados ao "Seival", e armas, canhões e fardamentos. Em 29 de julho de 1839 é proclamada a República Juliana, instalada em um casarão da cidade. Mas o sonho durou apenas quatro meses. Com a vitória de Laguna, os farrapos resolveram tentar a conquista de Desterro, na ilha de Santa Catarina. Mas são surpreendidos em plena concentração e batem em retirada, com pesadas perdas materiais. Os navios de corso, contudo, vão mais longe. O "Seival", o "Caçapava" e o novo "Rio Pardo" vão até Santos, no litoral paulista. Encontrando forças superiores, voltam para Imbituba-Sc.




SEDE DA REPÚBLICA DE JULIANA EM SANTA CATARINA. HOJE MUSEU ANITA GARIBALDI.


Em 15 de novembro de 1839, um ataque pesado a Laguna, com marinha, infantaria e cavalaria resulta na destruição completa da esquadra farroupilha e na retomada da cidade. Todos os chefes da marinha rio-grandense são mortos, com exceção de Garibaldi. Davi Canabarro recua até Torres, enquanto outra parte das forças terrestres vai para Lages, onde resistem até o começo de 1840.


Declínio:


Em 1840 começou a decadência da revolução. Enquanto a maioria das forças rio-grandenses se concentrava no sítio a Porto Alegre, a capital, Caçapava, era atacada de surpresa. Os líderes farrapos consideravam Caçapava quase inexpugnável, em virtude do difícil acesso à cidade. A partir daí, os arquivos da República foram colocados em carretas de bois pelas estradas. Foi o tempo da "República andarilha", até que Alegrete foi escolhida como nova capital. Em Taquari, farroupilhas e imperiais travaram a maior batalha da guerra, com mais de dez mil homens envolvidos. Mas não teve resultados decisivos. São Gabriel foi perdida em junho, e alguns dias depois o General Netto só escapa do imperial Chico Pedro graças à sua destreza como cavaleiro. Em julho, novo fracasso farroupilha, desta vez em São José do Norte. Bento Gonçalves começa a pensar na pacificação. Em novembro é a vez de Viamão cair, morrendo no combate o italiano Luigi Rossetti, o criador do jornal "O Povo" órgão de imprensa oficial da república. Para piorar a situação, em janeiro de 1841, Bento Manoel discordou de algumas promoções de oficiais e abandonou definitivamente os farrapos.


Caxias:


A partir de novembro 1842 o conflito é dominado pela estrela de Luís Alves de Lima e Silva, o Barão (depois Duque) de Caxias. Nomeado presidente da província como a esperança do Imperador para a paz, Caxias usou do mesmo estilo dos farrapos para ganhar o apoio da população. Nomeou como comandantes militares Bento Manoel e Chico Pedro, dois oficiais do mesmo estilo, priorizou a cavalaria, e espalhou intrigas entre os farrapos sempre que pôde. Tratou bem a população dos povoados ocupados e empurrou os farroupilhas para o Uruguai. Estes ainda fizeram outra grande tentativa, atacando São Gabriel em 10 de abril de 1843 e, em 26 do mesmo mês, destroçaram Bento Manoel em Ponche Verde. Mas esta foi à última vitória dos farrapos.
Em dezembro de 42 reuniu-se em Alegrete a Assembléia Constituinte, sob forte discussão política. Era forte a oposição a Bento Gonçalves. Durante 1843 e 1844, sucederam-se brigas entre os farrapos. Numa destas o líder oposicionista Antônio Paulo da Fontoura foi assassinado. Onofre Pires acusou Bento Gonçalves de ser o mandante. Este respondeu com o desafio a um duelo. Neste duelo (28 de fevereiro de 1844) Onofre é ferido, e veio a falecer dias depois.


Paz:


Ainda em 1844 Bento Gonçalves iniciou conversações de paz, mas retirou-se por discordar de Caxias em pontos fundamentais, assumindo o seu lugar Davi Canabarro. Os farrapos queriam assinar um Tratado de Paz, mas os imperiais rejeitavam, porque tratados se assinam entre países, e o Império não considerava a República um Estado. Caxias contornou a situação, agradando os interesses dos farroupilhas sem criar constrangimentos para o Império.




OBELISCO DO TRATADO DO PONCHO VERDE.


Mas no final das contas os farrapos já não tinham outra saída senão aceitas as condições de Caxias. A pacificação foi assinada em 1o. de Março de 1845 em Ponche Verde, e tinha como principais pontos:


• O Império assumia as dívidas do governo da República;


• Os farroupilhas escolheriam o novo presidente da província - Caxias;


• Os oficiais rio-grandenses seriam incorporados ao exército imperial nos mesmos postos, exceto os generais;


• Todos os processos da justiça republicana continuavam válidos;


• Todos os ex-escravos que lutaram no exército rio-grandense seriam declarados livres (mas muitos deles foram reescravizados depois);


• Todos os prisioneiros de guerra seriam devolvidos à província.
Além do mais, o charque importado foi sobretaxado em 25%.


Terminou assim a Guerra dos Farrapos, que apesar da vitória militar do Império do Brasil contra a República Rio-Grandense, significou a consolidação do Rio Grande como força política dentro do país.


VOCÊ QUER SABER MAIS?


URBIM, Carlos. Os Farrapos - Porto Alegre, setembro de 2001.


VIEIRA, Damasceno. Memórias históricas brasileiras (1500-1837), Bahia Oficinas dos Dois Mundos, 1903.


TORRES, Euclides, O alto preço da fuga de Bento Gonçalves, Gazeta de Caçapava,2010.

sábado, 31 de julho de 2010

PAREM DE FAZER CONTINHAS POVO MEU!!!!!!!!!!

Os fins do mundo


Para quem curte previsões apocalípticas, fim do mundo para 2012 por conta do Calendário Maia, ângulos, oposições e o diabo-a-quatro pra ficar sonhando com o Ragnarok, segue abaixo uma lembrancinha de alguns fatos históricos envolvendo patetices astrológicas. Afinal, lembrar é evitar repetições.
Obviamente, pode parecer estranha a minha obsessão por maluquices e idiotices já feitas em nome da astrologia, mas ela é fácil de entender a partir do ponto que costumo sustentar: posições planetárias não determinam significados absolutos. O que temos são significantes, com uma cadeia de significados possíveis. Obviamente, alguns (poucos) astrólogos parecem ser dotados da peculiaridade de "acertar em cheio", mas isso parece ser mais uma capacidade própria, um dom particular (quiçá uma clarividência mesclada à análise astrológica) do que necessariamente uma simples interpretação pautada em símbolos.


Mas o que acontece quando astrólogos resolvem atribuir significados determinados, colados, limitando a vastidão do significante?
Leiam abaixo:


Em 1179, o astrólogo João de Toledo previu um cataclisma para setembro de 1186, considerando um stellium que ocorreria no signo de Libra. Toledo falou em temporais, terremotos. Nada ocorreu, e Toledo justificou que na verdade a previsão tratava da invasão dos hunos, portanto foi "apenas um pequeno erro interpretativo" - erro interpretativo que gerou pânico, desespero, suicídios e saques uma semana antes.
Mais: em Janeiro de 1523, um grupo de astrólogos londrinos concordou que o fim do mundo se daria num dilúvio que ocorreria em primeiro de fevereiro de 1524 [alinhamento planetário em Peixes]. Um mês antes, duas mil pessoas abandonaram Londres, buscando terras mais altas. Um dia depois, posto que nada ocorreu, os astrólogos anunciaram um "pequeno erro de cálculo" e informaram que o fim do mundo seria em 1624, e não em 1524. A cidade foi toda saqueada por ladrões durante o "dia da evacuação".


Também na Europa, mas não integrante do grupo londrino, o astrólogo Johannes Stoeffler [1452-1531] previu o fim do mundo num dilúvio em 20 de fevereiro de 1524. Apesar de ter previsto o dilúvio para mais ou menos a mesma época em que os astrólogos londrinos previram, Stoeffler falava sobre isso desde 1499! Stoefler era catedrático de uma universidade e conselheiro da corte, tido como fonte idônea.
O caso Stoeffler foi o pior de todos: justamente por ser tão ouvido e tido como sério e respeitável, levou o conde Von Iggleheim a construir uma arca de três andares.


No dia 20 de fevereiro, começou a chover logo de manhã cedo. Torrencialmente. Uma multidão entrou em pânico e tentou invadir a arca, querendo defender a propriedade. O conde conseguiu matar um com sua espada, mas morreu pisoteado pela turba. Antes do final do dia, a população local tinha se chacinado mutuamente: um matando o outro, crianças, velhos e mulheres sendo pisoteados. A arca foi destruída. Diante daquele desastre, Stoeffler simplesmente argumentou que ele estava certo, afinal uma desgraça tinha acontecido! Resolveu então prever novo fim do mundo para 1528, mas ninguém lhe deu atenção.


Quem pagou o pato mesmo foi o monge e astrólogo Michael Stifel, que resolveu calcular novo fim do mundo para 18 de outubro de 1533 (o que estes astrólogos tinham contra o signo de Libra, afinal?). Ninguém deu importância, e quando o fim do mundo não aconteceu, os cidadãos locais resolveram dar uma surra no monge com vara de marmelo, em praça pública.


Durante muito tempo, ninguém mais anunciou o apocalipse.


ATÉ QUE...


William Whiston anunciou que o fim do mundo ocorreria num dilúvio em 13 de outubro de 1736 (Libra de novo!!!). Nada ocorreu, mas as pessoas já tinham esquecido há muito da "leva" de falsas previsões de 1500, e ficaram desesperadas. 13 de outubro de 1736 ficou sendo conhecido como o dia mais feliz para os batedores de carteira da época.


SÉCULO XX


NÃO ESTAMOS SÓS - AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ, OS ADVENTISTAS E OS HINDUS TAMBÉM PISAM NO TOMATE DENTRE TANTOS FAZEDORES DE CONTINHAS.


ADVENTISTAS




Os adventistas adoravam fazer continhas mal feitas julgaram que o "Espírito de Deus" comovera primeiramente a Carlos Fitch. A própria pseudo "iluminada" Ellen White escreveu:


"Já em 1842, o Espírito de Deus comoveu a Carlos Fitch, a preparar um mapa profético, e que foi geralmente considerado pelos adventistas como o cumprimento da ordem dada pelo profeta Habacuc" (Ellen White, História da Redenção, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, 1988, p. 366-367).
Imagine-se um mapa profético !...


E repare que Ellen White, a maior autoridade para os adventistas, aceita que o "o Espírito de Deus comoveu a Carlos Fitch, a preparar um mapa profético". Ela admite essa loucura. Não a nega. Vai negar a conclusão, mas não a causa da comoção de Fitch.
Depois, os adventistas acreditaram nas continhas de William Miller, que:
"Equivocadamente raciocinou que a "purificação do santuário" era o fim do mundo, e a segunda vinda de Cristo. Em 1818, após dois anos de inenarrável concentração, ele chegou à impressionante conclusão de que Cristo retornaria "por volta do ano de 1843" (2.300 anos após 457), e que ""em cerca de vinte e cinco anos...todas as atividades do nosso estado presente serão encerradas".
"O fim dentro de vinte e cinco anos ? Então outros precisavam ser advertidos. Uma voz interior instava-o com freqüência: "Vai e anuncia isto ao mundo" (C. Merwyn Maxwell, História do Adventismo, Casa Publicadora Brasileira, Santo André, São Paulo, p.13).


Essas são palavras de um autor adventista, num livro para adventistas.
Então meu caro, de quem era a voz que enganou William Miller em sua "inenarrável concentração"?


Seria a voz de Deus?


Mas Deus não mente e não engana!


De quem era, então, a voz enganadora e mentirosa ouvida pelo primeiro adventista ?
Você não advinha de quem era a voz ?


Você já ouviu dizer quem é o "pai da mentira" ?( Jo. VIII, 44).
E lá saiu Miller pregando a próxima chegada do segundo advento, julgando-se "tão certo quanto Pedro, Tiago e João haviam sido. Com a mesma clareza e pelo mesmo Senhor" (C. Merwyn Maxwell, História do Adventismo, p. 16).
Miller acabou publicando que o fim do mundo e o segundo Advento de Cristo seria entre 21 de Março de 1843 e 21 de Março de 1844. (Cfr. C. Merwyn Maxwell, História do Adventismo, p. 26).


Lá ficaram os "iluminados" a esperar a chegada de Cristo.
"Mas qual! A despeito de todos os sermões pregados, a despeito de todas as publicações distribuídas, de todas as campais realizadas, de toda a clara evidência bíblica de Miller, e a despeito de seu miraculoso chamado para anunciar isso ao mundo, o ano do fim do mundo passou e Cristo não voltou"( C. Merwyn Maxwell, História do Adventismo, p. 27. A contradição é do autor adventista que escreveu isso).


E a despeito dessa clara e evidente prova de que Miller era um falso profeta, os seus sequazes continuam acreditando que ele fora chamado pela voz de Deus !!! Continuam escrevendo em seus livros que acreditam na "clara evidência bíblica de Miller" .


É preciso ser muito cego para não querer ver que a "clara evidência bíblica de Miller" era pura cegueira e ilusão diabólica.
E até hoje se anuncia nos outdoors da Marginal do Tietê que Cristo vem aí. Certamente Ele está atrasado por causa do engarrafamento do trânsito. Mas Ele vem aí. Depois de amanhã!


Logo apareceu outro iluminado, Samuel Snow, que, tirando a prova dos nove das contas feitas por Miller, descobriu que era preciso ter intercalado um tempo de "tardança". O novo alumbrado remarcou a data do fim do mundo para cinco meses depois (cfr. C. Merwyn Maxwell, História do Adventismo, pp 29-30).


Mas os primeiros adventistas, como os atuais, pouco se importam com a recomendação de São Pedro. Continuaram fazendo suas proféticas continhas com base no seu entendimento particular da Bíblia e remarcaram o fim do mundo para o dia 22 de outubro de 1844.
A própria Ellen White, a grande pseudo-profetisa do Adventismo, escreveu sobre a falsa previsão de Snow palavras que deixam o leitor pensando que a interpretação de Snow era correta, coisa que depois a mesma Ellen White vai afirmar ser uma interpretação errada da Escritura.
Escreveu Ellen White:


"No verão de 1844 os adventistas descobriram o engano de sua anterior contagem dos períodos proféticos, -- [a contagem de Miller] -- e chegaram a uma posição correta." (Ellen White, História da Redenção, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, 1988, p. 369.).


Ellen White é muito moderada em sua crítica. O erro não foi só nas contas. O erro fundamental foi o de imaginar que a "iluminação" deles vinha de Deus. Ellen White critica o engano matemático, e não condena o erro teológico do livre exame das Escrituras.


No dia marcado para o fim do mundo, os adventistas, crentes em continhas proféticas, aguardaram com ansiedade o "Advento do Senhor"...
Lá se foram eles para o alto de um monte aguardar o nascer do sol do dia final !
Aguardaram ansiosos. Aguardaram, crentes. Aguardaram o dia inteiro ...
E ...


Tan ! Tan! Tan! Taaam !
????????????????????????


E veio a noite. Rotineiramente chegou a noite, como em qualquer outro dia.
E veio a noite do... desapontamento. Chegou a noite para os iludidos "iluminados" !
Depois de Fitch, de Miller e de Snow, apareceu, então, mais um falso profeta, Hirã Edson, o "Cléopas do Milharal", que pretendia que Deus lhe havia dado a compreensão do "ministério sacerdotal de Cristo" e que com esse fato, nasceu a igreja Adventista (Cfr. C. Merwyn Maxwell, História do Adventismo, p. 50).
Revelou o novo pseudo profeta que no dia 22 de outubro, não se deu o fim do mundo, mas que nesse dia "Cristo transferiu-se para o segundo [ Santuário] mais interior, o lugar santíssimo" (C. Merwyn Maxwell, História do Adventismo, p. 51).
Palavra de Hirã Edson, o Cléopas do milharal !
E mais. Hirã gritava a sua "profecia" explicativa do porquê Cristo não havia vindo no dia 22 de outubro de 1844:


"Pode-se imaginá-lo gritando abertamente no campo: "Temos que esperar até que Jesus retorne das bodas ! As bodas são o casamento de Cristo com a sua noiva, a Nova Jerusalém, a capital de Seu novo reino ( Apoc. 21) (Cfr. C. Merwyn Maxwell, História do Adventismo, p. 53).
"Ali estava uma resposta a suas orações ! O Céu dizia que o clamor da meia noite-- a proclamação da vinda do Noivo em 22 de outubro [de 1844]-- era luz genuína. Nenhuma explicação parao desapontamento foi dada, mas isso era realmente uma reafirmação" (Cfr. C. Merwyn Maxwell, História do Adventismo, p. 59).
Entretanto, previne-nos o autor adventista que estamos citando, que não foi só Hirã Edson, que concedeu nova luz para entender o fiasco do dia do grande desapontamento: Ellen White ajudou a esclarecer o que ocorrera. Ellen White recebeu suas "luzes" do próprio Espírito Santo. Palavra de Ellen White! Palavra dos adventistas!
Palavra que tantas vezes ficara provado ser palavra falsa, enganada e enganadora.
Merwyn Maxwell conta como Ellen White vai aderir a essa "enrolação" , dizendo que teve uma visão da mesma cena da entrada de Cristo no santuário celestial, no dia 22 de outubro de 1844. Ela teria tido a visão confirmatória disso, em Exeter, Maine, em fevereiro de 1845 (Cfr. Cfr. C. Merwyn Maxwell, História do Adventismo, pp. 60-61).
Acredite quem amar delírios!
Jesus ainda não havia podido vir, porque estava assistindo à sua festa de casamento no segundo Santuário, no Santuário interior, lá no céu.
Logo mais Ele chega. É só acabar a festa lá em cima, que virá para "acabar com a festa" aqui em baixo.


A heresia é teimosa e incorrigível. Bem disse Nosso Senhor: "O pior cego é aquele que não quer ver". E ainda: "Se um cego guia outro cego, cairão ambos no abismo".
Fitch era cego. Miller era cego. Snow era cego. Hirã, "o Cléopas do milharal", era cego. E a "iluminada" Ellen White cegava com sua pretensa iluminação da entrada de Cristo no santuário celeste para as suas bodas com a sua Noiva, a Nova Jerusalém.
Os que se deixaram levar pelas vozes mentirosas que eles ouviram, e pelas continhas falsas que eles fizeram, eram mais cegos ainda do que eles.
Não lhes bastaram os fiascos escandalosos. Continuaram a acreditar na loucura de continhas mal feitas, nas vozes que profetizaram a mentira, nas iluminações de pitonisas, esquecendo-se do que disse Cristo: "Quanto ao dia e à hora, nem o Filho do Homem a conhece" (Mt XXIV 12).
E o que Cristo, enquanto homem, não conhecia, eles pretendiam, e pretendem, conhecer.
Essa historinha das bodas de Cristo foi a gagueira anunciada por Ellen White como profecia de Deus.


A própria Ellen White, a pitonisa do adventismo, escreverá que:


"Ficara demonstrado que estes dias proféticos terminariam no outono de 1844. Em conformidade com o resto do mundo cristão, os adventistas admitiam, nesse tempo, que a Terra ou uma parte dela, era o santuário, e que a purificação do santuário fosse a purificação da Terra pelos fogos do último grande dia. Entendiam que isso ocorreria na segunda vinda de Cristo. Daí a conclusão de que Cristo voltaria à Terra em 1844" (Ellen White, História da Redenção, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, 1988, p. 369).


O que ficou demonstrado foi que tudo não passou de uma falsa profecia. Alguns, graças a Deus, abandonaram o delírio. Outros porém, cegos pela sua ilusão e por seu orgulho, procuraram disfarçar o grande fiasco adventista de 1844, dizendo algo incrível.


"Por contraste, um pequeno mas animado grupo de mileritas [adeptos de Miller] preferiu crer que estavam corretos quanto ao tempo do retorno de Cristo. Jesus havia vindo em 22 de outubro, sem dúvida, mas invisivelmente e apenas para Seus verdadeiros crentes, isto é, para eles próprios" (C. Merwyn Maxwell, História do Adventismo, p. 87).
Não é inacreditável? Cristo veio mesmo no dia 22 de outubro de 1844, mas veio invisivelmente. Por isso que ninguém o viu. E apesar de ninguém o ter visto, eles sabiam que Ele tinha vindo mesmo. E que até estava se casando com a Noiva - a Nova Jerusalém -- no Santuário celeste.
Isso é pura pertinácia no erro, para não dar o braço a torcer, para não reconhecer o erro patente.


"Por décadas [os adventistas] continuaram a estabelecer novas datas para o retorno de Cristo. Ainda existem, sendo cerca de 30 mil em número, com o nome de Igreja Cristã Adventista" (C. Merwyn Maxwell, História do Adventismo, p. 88).


"Mas o sol de justiça não apareceu"(...) "As sombras do ocaso estendiam-se serena e friamente por sobre a terra. As horas da noite passavam vagarosamente. Em desconsolados lares de mileritas [seguidores de Miller], os relógios assinalaram doze horas da meia noite. 22 de outubro havia terminado. Jesus não viera. Ele não voltara !"(C. Merwyn Maxwell, História do Adventismo, p. 34
"Não é sem razão que o dia 22 de outubro de 1844 passasse à História como o dia do grande desapontamento" (C. Merwyn Maxwell, História do Adventismo, p. 36)



TESTEMUNHAS DE JEOVÁ




Outros bons fazedores de continhas são as Testemunhas de Jeová vamos então citar na íntegra todas as falsas previsões feita pela Torre de Vigia em 1914, 1915, 1918, 1925, 1941, 1975 e 2000.


Nós apresentamos prova de que... a 'batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso' (Rev. 16: 14)... terminará em 1914 A.D., com a vitória completa sobre o governo terrestre..."- Estudos das Escrituras III, 1905, editorial 26 (em inglês)
"...a completa destruição dos poderes... deste mundo maligno - político, financeiro, eclesiástico - por volta do fim do Tempo dos gentios, outubro de 1914."- Estudos das Escrituras IV, 1897, págs. 604,622 (em inglês).


"A 'batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso' (Rev. 16: 14)... terminará em 1915 A.D., com a vitória completa sobre o governo terrestre...... consideramos uma verdade estabelecida que o final dos reinos deste mundo, e o completo estabelecimento do reino de Deus, se cumprirão próximo do fim de 1915 A.D."- Estudos das Escrituras III, 1915, editorial 101 e 99 (em inglês)


"Parece conclusivo que as 'dores de aflição' da Sião Nominal estão fixadas na passagem de 1918... há razões para crer que os anjos caídos invadirão as mentes de muitos da igreja nominal, levando-os a uma conduta excessivamente tola e culminando com sua destruição às mãos de massas enfurecidas... Também, no ano de 1918, quando Deus destruir as igrejas e seus membros aos milhões..." - O Mistério Consumado, 1917, págs. 128,129 e 485 (em inglês)


"Seja como for, há evidência de que o estabelecimento do Reino na Palestina será provavelmente em 1925, dez anos mais tarde do que nós uma vez tínhamos calculado [isto é, 1915]."- O Mistério Consumado, 1917, pág. 128 (em inglês)


"Por conseguinte, nós podemos esperar confiantemente que 1925 marcará o retorno de Abraão, Isaque, Jacó e os profetas fiéis da antiguidade... um cálculo simples dos jubileus traz-nos a este importante fato."- Milhões que Agora Vivem Nunca Morrerão, 1920, págs. 88-90 (em inglês)


"... os meses que restam antes do Armagedom." - A Sentinela de 15/9/1941, pág. 288 (em inglês)


"Devemos presumir, à base deste estudo, que a batalha do Armagedom já terá acabado até o outono de 1975 e que o reinado milenar de Cristo, há muito aguardado, começará então? Possivelmente... A diferença talvez envolva apenas semanas, ou meses, não anos." - A Sentinela de 15/2/1969, pág. 115 (em português).


"O apóstolo Paulo servia de ponta de lança na atividade missionária cristã. Ele também lançava o alicerce para uma obra que seria terminada em nosso século vinte." - A Sentinela de 1/1/1989, pág. 12 (em português)


IGREJA BATISTA




A princípios do século XX, o conhecido Dr. Isaa M. Haldeman, pastor da Primeira Igreja Batista da cidade de Nova York, predisse que antes de que os judeus voltassem a Palestina apareceria o Anticristo. Em seu livro The Signs of the Times, págs. 452-453, Haldeman explicou: “As Escrituras ensinam que este homem (o Anticristo) será o principal fator de que voltem os judeus como conjunto a sua própria terra; que será o poder que consiga o sucesso do sionismo; que através dele triunfará o nacionalismo dos judeus”. Quando se fundou Israel em 1948, os judeus foram restaurados a Palestina sem que tivesse chegado o Anticristo.



HINDUÍSMO




Astrólogos hindus reúnem-se e anunciam que o fim do mundo ocorreria em 2 de fevereiro de 1962, por conta de um aglomerado planetário no signo de Capricórnio (vale aqui lembrar que a astrologia hindu é diferente da nossa, e eles utilizam o zodíaco sidéreo, e não o trópico).


O Primeiro Ministro da Índia, Nehru, teve um ataque e disse que isso tudo era ridículo.
Ainda assim, resolveu-se que uma tonelada e meia de manteiga seria queimada com o objetivo de invocar a proteção de Chandi Path, deusa da força. A liturgia hindu foi entoada quatrocentas e oitenta mil vezes por uma cadeia de duzentos e cinquenta sacerdotes.


Convencido pelos astrólogos indianos, o Primeiro Ministro da Birmânia, U Nu soltou três bois, três porcos, nove cabras, sessenta galinhas, sessenta patos, cento e vinte pombos, cento e vinte peixes e duzentos e dezoito caranguejos na esperança de aplacar as forças malignas.


Como nada aconteceu, ficaram todos felizes em ver que seus procedimentos foram aceitos e que os deuses não desejaram o fim do mundo.
Por fim, vale citar Nostradamus, o véio Nostra que, segundo intérpretes, previu o fim do mundo para quando a páscoa caísse em 25 de abril. Tal sincronia ocorreu em 1666, 1734, 1886, 1943. A próxima vez será em 2038 - isto se o mundo não acabar em 2012, como sugerem alguns estudiosos do Calendário Maia.


Ainda temos o grupo religioso TEMPO FINAL que divulga em 15 Dvds para o Brasil inteiro o FIM DO MUNDO para esse ano 2010! A IGREJA UNIVERSAL por meio de seu Bispo e Fundador Edir Macedo, preveram o fim do mundo para 2000, não aconteceu, então o Bispo disse "Jesus voltará antes de 2100!" Por favor nos poupe!!!!


E POR AI VAI, A LISTA É INFINITA DE TANTAS PREVISÕES, PRINCIPALMENTE SE VOLTARMOS A ANTIGUIDADE.


VOCÊ QUER SABER MAIS?


http://members.fortunecity.com/torredevigia/dossie.htm


White, Ellen , História da Redenção, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, 1988, p. 369.


www.tempofinal.com/prepare-se_n1.htm