quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Rituais da Acão Integralista Brasileira: Noite dos Tambores Silenciosos.

Entre os rituais da Ação Integralista Brasileira, acontecia a celebração da Noite dos Tambores Silenciosos previa-se uma cerimônia bastante longa, com mais de três horas de duração, durante as quais juramentos, cantos de hinos e orações em silêncio mesclavam-se a rufar de tambores e declamações de poesia.

Essa cerimônia aconteceu pela primeira vez em 1935, em Blumenau, durante o I Congresso Meridional Integralista e contou com a presença de 40 mil participantes.

Plínio Salgado Referia-se a esse evento da seguinte maneira:

“(...)não se descreve o que foi esse instante em mais de 1600 núcleos, integralistas do Brasil, desde o Oiapoque ao Chuí, desde o litoral ao sertão do oeste. Só quem viu, ouviu e sentiu em Blumenau. Foi um abalo de alma, escutar três minutos os tambores que não rufam mais. Foi um instante de poderoso misticismo, um momento de inefável entusiasmo.”

O ritual que deveria ser seguido para essa ocasião era o seguinte:

I-Ás 21 horas, a autoridade máxima local abre a sessão, sentando-se, porém, na presidência, o integralista mais pobre, mais humilde que representará o Chefe Nacional. Canta-se o Hino Integralista. Faz-se a chamada dos mártires do integralismo e dos mortos do núcleo, respondendo todos: Presente.

II-Procede-se à renovação do juramento e do juramento à Bandeira Nacional;

III-Leitura dos capítulos do Manifesto de Outubro;

IV-Fala um orador. Quando o relógio marcar meia noite em ponto, ergue-se a autoridade que estiver dirigindo os trabalhos e diz: É meia noite. Em todas as cidades da imensa Pátria, nos navios, em alto mar, nos lares, nos quartéis, nas fazendas e estâncias, nas choupanas do sertão, nos hospitais e nos cárceres, os integralistas do Brasil vão se concentrar três minutos em profundo silêncio.

É a “Noite dos Tambores Silenciosos”.

Atenção!

(Uma ou mais caixas surdas batem, devagar, durante esses três minutos).

Os integralistas presentes fazem, mentalmente, a seguinte oração, ou será impressa e distribuída profusamente na reunião, como título de “Oração dos Tambores”:

“Senhor, escutai a prece dos três mil tambores que estão rufando neste instante em todo o mapa da Pátria. Ajudai-nos a construir a Grande Nação Cristã; inspirai-nos nas horas da dúvida e da confusão; fortalecei-nos nas horas do sofrimento, da calúnia e da injustiça; esclarecei nossos inimigos para que eles compreendam quanto desejamos a sua própria felicidade; defendei nosso Chefe e nossa Bandeira e levai-nos ao triunfo, pelo bem do Brasil”.

Decorridos os três minutos, calados os tambores, o presidente da sessão dirá: “Esta cerimônia acaba de ser realizada em todas as cidades e povoados de todas as Províncias do Brasil. O Chefe está falando neste momento na capital do país. A sua voz exprime o pensamento e o sentimento de um milhão de camisas-verdes, vigilantes que montam guarda às tradições da Pátria e cujos corações batem, como um milhão de tambores que nenhuma força poderá fazer calar, porque eles pertencem a Deus e anseiam pela grandeza da posteridade nacional”;

V-Imediatamente após essas palavras, a autoridade que preside à sessão senta-se, e, sem que seja necessário dar a palavra, o melhor declamador,ou a melhor declamadora do núcleo dirá a poesia de Jaime Castro:

A NOITE DOS TAMBORES SILENCIOSOS

Zero hora no cronômetro integral

De toda a imensa vastidão da Pátria

Nas cidades, nos mares, nos sertões,

Um trágico bater de caixas surdas...

É a noite dos tambores silencioso

Três minutos, o rufo no silêncio,

Traduz um grande apelo e um grande choro

E simboliza os nossos corações.

II

A alma da Pátria, inteira está em nós,

Segredando que estamos vitoriosos

Somos neste momento a própria Pátria,

E distinguimos no rumor da voz

Que vem do íntimo da alma dos tambores,

Um soluço de angústia nacional.

III

Há nessas misteriosas ressonâncias

O distante tropel dos bandeirantes

Desbravando as florestas brasileiras;

O balbuciar das tribos aturdidas,

Das feras o rugido, a voz da inúbia

-A voz do Brasil virgem dos Tupis.

IV

Enche nossos atônitos ouvidos

Todo um mundo de sons intraduzíveis

-São as vozes que foram abafadas,

Pelos pulsos de ferro da injustiça.

-As vozes dos patriotas esquecidos,

Dos grandes brasileiros ignorados.

V

Vêm-nos de envolta, qual terrível côro,

Os surdos ais dos negros sufocados,

Estrangulados ao vibrar do látego.

Uma paisagem trágica avassala

O nosso pensamento neste instante

Os campos do nordeste, ressequidos,

Fazem lembrar um panorama d’Africa...

VI

Através desses campos na savanas,

Milhões de brasileiros sofrem fome,

Vemos na dor dessa paisagem morta,

A própria dor dos homens que ali vivem,

O rufo continua. Pelo ambiente

Há um bárbaro tumulto. Os grandes filhos

Do Brasil do passado, estão conosco.

VII

Vago bater de marcha acelerada

Semelhante ao relar de uma cascata,

Ao rugir de um tufão pela floresta,

Aproxima-se. É sempre mais distinto.

Cresce, aumente, reboa, estruge, empolga,

Vem de todos os lados, e recorda,

O espetáculo do encontro do oceano

Com a enorme caudal dos grandes rios.

VIII

Escuta-se uma súbita parada...

São as legiões de farda cor de selva

Que vem se recolher da grande marcha.

Agora á voz do Chefe que escutamos.

Ante as legiões sem fim, ele anuncia

A vitória completa, e, diz que ali

É que começa a verdadeira luta.

Sacode intenso frêmito as legiões;

Fá-las vibrar num ímpeto de júbilo...

IX

E as mãos que se estorciam na angústias

De um século de doida expectativa,

Se ergueram para o céu num arremesso

De alegria, de glória e redenção.

E, entre os muitos milhões de braços

Elevaram-se os braços dos descrentes,

Dos tíbios, dos perversos, dos inúteis;

E a interjição de espanto que tiveram

Foi o grito de nossa saudação!

VI-Termina a declamação, o presidente da mesa levanta-se, procedendo-se ao juramento habitual constante dos Protocolos.

Canta-se o Hino Nacional.

O presidente da sessão exclama: Pelo Brasil, futura Potência entre as Potências, que nós construiremos com a energia do nosso Espírito, com a força do nosso coração e com a audácia do nosso braço, três Anauês.

Todos respondem: Anauê, Anauê, Anauê.

Finalmente, o presidente da mesa exclama: A Deus, o criador do universo, para que nos inspire, fortaleça e conduza.

Quatro Anauês.

Todos respondem: Anauê, Anauê, Anauê, Anauê.

Encerra-se a sessão e, enviasse um telegrama à Chefia Nacional comunicando a realização do evento e o número de participantes. Nesses telegramas, que seriam posteriormente publicados nos jornais, a expressão Tambores Silenciosos deveria ser usada.

A título de ilustração, transcrevo um telegrama do Núcleo de Rio Claro-SP, enviado ao Chefe Nacional em 1935, publicado no jornal A Offensiva:

“Rio Claro (São Paulo) – Grande reunião formidável assistência tambores rufaram meia noite, comemoração terceiro aniversário intensa vibração cívica fé inabalável nossa doutrina. O Brasil está de pé. Vibrantes Anauês." (A) Pimentel Junior.


Você quer saber mais?

Cavalari, Rosa Maria Feiteiro. Integralismo: ideologia e organização de um partido de massa no Brasil (1932-1937), Bauru, SP: EDUSP, 1999.

Plínio Salgado, A Noite dos Tambores Silenciosos, in: A Offensiva, ano II, Rio de Janeiro, 12 de outubro de 1935, n.74, p.3

Protocolos e Rituais, Capítulo XI, artigo l67.

A Offensiva, 19 de outubro de 1935, número 75, p. 12.

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Movimento Integralista por Plínio Salgado.

Plínio Salgado (1958)

“Só os unilateralistas do socialismo e do liberalismo podem engendrar o Estado Totalitário; nunca, porém, os integralistas e isso por uma questão de coerência doutrinária.”

O Movimento Integralista brasileiro é um movimento de cultura que abrange: O Integralismo, pois, no Brasil, é bem diverso do Integralismo francês de Charles Maurras, porque esse não passa de um “nacionalismo integral”, com a preocupação de restaurar as tradições; diverso é, também, do Integralismo lusitano, que transplantou o sentido tradicionalista da corrente gaulesa,
com a tendência de reatar o processo social moderno ao espírito medievalista; e diferente é, por outro lado, não só do “racismo” alemão, cuja tese da superioridade étnica exprime um prejuízo de cultura, como, ainda, do “fascismo” italiano, ao qual somente nos assemelhamos no concernente à nova atitude do Estado, em face da luta social. Trata-se, portanto, de um movimento original, genuinamente brasileiro, com uma própria filosofia, um nítido pensamento destacado na confusão
do mundo contemporâneo.

A Europa sofre hoje de numerosos males, porém, o pior de todos é o apego a vícios de cultura, a inveterados hábitos, preconceitos de doutrina e costumes sociais e políticos difíceis de serem removidos. Aos prejuízos culturais de uma civilização capitalista e burguesa, contrapôs-se a superstição e o fanatismo das correntes socialistas. Nos dois campos, a visão dos problemas é unilateral, de sorte que o Velho Mundo (ao qual podemos juntar os Estados Unidos da América do Norte) tem hoje uma vista vazada, e os que não vêem as coisas unicamente pelo olho direito, vêem-nas, tão somente, pelo esquerdo. Falta, pois, ao Velho Mundo, a noção das perspectivas exatas, o equilíbrio visual, o sentido das proporções, razão por que nos encontramos em circunstâncias especiais para dizer uma palavra nova aos povos.

1º) Uma revisão geral das filosofias dominantes até o começo deste século e, consequentemente, das ciências sociais, econômicas e políticas;

2º) A criação de um pensamento novo, baseado na síntese dos conhecimentos que nos legou, parceladamente, o século passado. Essa palavra, nós a diremos, se conseguirmos, livrando o povo brasileiro das teorias capciosas e das influências dos sectarismos, organizar uma opinião pública sensata, disciplinada, capaz de depositar confiança na elite cultural que estamos criando. Em vos falando da verdade, pergunto-vos: existe uma verdade da “direita” e outra da “esquerda”? Onde está a verdade? Como atingiremos a verdade? Respondo-vos, dizendo que não existe uma verdade da “direita” ou da “esquerda”, porque no sistema do mundo, na essência do cosmos, não existe nem “esquerda” e nem “direita”, e sim condições de movimentos e processos de expressão de forças eternas, de um modo imutável. A Verdade está no Absoluto das coisa e nós o atingiremos, pela concepção integral do Universo. Eis aí como o nosso integralismo supera todas
as correntes de idéias que costumam evocar, para estabelecer comparações, os pouco versados em nossa doutrina. Não nos limitamos ao terreno econômico e social, porquanto partimos da esfera filosófica e estabelecemos um sistema de consideração do mundo, segundo o qual subordinamos o nosso pensamento político. Esse sistema não se submete ao angulo estreito das concepções unilaterais, nem tampouco se restringe ao agnosticismo debilitante da burguesia epicurista ou empírica. O nosso pensamento tem o sentido expressivo deste século, cujo espírito
os pensadores da Europa não apreenderam. Esse espírito é de Síntese.

Acreditamos, como Hegel acreditou, que a grande filosofia é, principalmente, a história das filosofias. E, por isso, tomamos de todo o cabedal que nos forneceu o século passado, para construirmos, com ele, o século novo. Não somos ecléticos; compreendemos apenas que o ritmo do século XIX foi o ritmo das unilateralidades, das visões parciais. O único sentido totalitário do Universo é ainda aquele ao qual nos ligamos: o pensamento de Aristóteles, a concepção da unidade diferenciada. A contribuição que trazemos, a fim de adaptar a essência desse conceito do Universo às condições do mundo contemporâneo é a mesma que nos fornecem a ciência do século passado e as considerações parciais que nós procuramos sintetizar. Pretendemos realizar a síntese do pensamento e, por consequência, a síntese política.

Sob este aspecto é que o integralismo brasileiro está numa plana muito superior a todas as correntes políticas européias. Somos mais avançados do que o fascismo, no qual, diga-se de passagem, temos muito que observar e aproveitar; deixamos atrás, com uma distância de 50 anos, o socialismo marxista, o sindicalismo revolucionário, como perdemos de vista, na curva de 100 anos, a liberal democracia, filha da filosofia materialista e mãe do comunismo. Todas essas concepções foram parciais, obedecendo ao sentido de análise do século XIX; mas, nós vivemos o século da unidade, o século integral. Somos de uma época em que as ciências refluem para um mesmo ponto comum. A química, tendo caminhado até o átomo, prosseguiu até os “íons” e na gravitação destes encontrou os segredos eternos das jornadas das estrelas.

Na extrema subdivisão da matéria, a química confundiu-se com a mecânica e com a física, e encontrou a essência dos mundos, as expressões materiais da energia; e, no mistério dos movimentos, a magia eterna do número, que Pitágoras pressentira. Essa mesma unidade científica nos inspira a unidade filosófica e a história da filosofia adquire um valor novo para nós, integralistas, que somos os primeiros homens novos. O nosso pensamento integralizador oferece-nos os elementos para a realização da síntese sociológica de que resulta a Nova Economia e a Nova Política. A nossa concepção do mundo, sendo totalitária e realista, leva-nos a considerar o homem, não um animal superior, segundo o entendem os materialistas, nem tampouco um “cidadão cívico”, à semelhança da liberal democracia, mas um ser complexo, com tríplice aspiração: material, intelectual e moral.

Convêm explicar: A nossa concepção totalitária do Universo e do Homem repele a idéia do Estado Totalitário. É evidente: não podemos inserir o maior no menor. Sendo o Estado uma criatura do Homem, significa que o Homem é maior do que o Estado. A Nação é um grupo natural criado pelo Homem; o Estado, o instrumento mediante o qual o Homem ordena juridicamente a Nação. Portanto, o instrumento do Homem não pode dominar o Homem. Logo, o Estado Totalitário não pode ser aceito pela filosofia totalitária. Só os unilateralistas do socialismo e do liberalismo podem engendrar o Estado Totalitário; nunca, porém, os integralistas e isso por uma questão de coerência doutrinária.

Você quer saber mais?

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O Integralismo por Gustavo Dodt Barroso


“No fundo da alma de qualquer povo dormem, ignoradas, forças infinitas. Quem as souber despertar, moverá montanhas.”

O Integralismo não é um partido político, nem de modo algum deve ser confundido com qualquer partido político. Os partidos políticos representam interesses parciais de um grupo de eleitores organizados à sombra de um programa destinado à duração dos mandatos daqueles que elege. O Integralismo põe o interesse da NAÇÃO acima de todos os interesses parciais ou partidários e se guia por uma doutrina, não por um programa.

O Programa é um projeto ou resolução daquilo que se pretende fazer em um tempo determinado. Doutrina é um conjunto de princípios filosóficos,morais e científicos na qual se baseia um sistema político por tempo indeterminado. A diferença é essencial. Uma doutrina dá origem a um incalculável número de programas. Um programa não produz nenhuma doutrina.

* Se não é partido, então o que é o Integralismo? – Perguntarão todos quantos se viciaram em compreender a política como simples jogo e manejo de partidos. O Integralismo é uma Ação Social, um Movimento de Renovação Nacional em todos os pontos e em todos os sentidos. Prega uma doutrina de renovação política, econômica, financeira, cultural e moral. Prega essa doutrina, completa-a e a amplifica constantemente com seus estudos, e prepara os homens capazes de executar as medidas dela decorrentes. Abrange, nos seus postulados, indagações e finalidades, todas as atividades nacionais. Bate-se, não por um programa partidário regional ou local, - autonomista, evolucionista, constitucionalista, partido republicano mineiro, partido republicano paulista, partido democrático, etc.; mas pela construção do Mundo e do Homem até ás dos fatores econômicos (1). Isto é uma Política, da qual decorre uma administração. Os partidos somente são capazes de chegar até um programa de administração. O Integralismo constrói uma Doutrina Política, em conseqüência da qual poderá formular inúmeros programas de administração.

Por isso, o Integralismo não compreende e não quer o Brasil partido, dividido: de um lado o povo, alistado em dezenas e mesmo centenas de partidos, votando em milhares de legendas que subpartem os partidos, sempre contrário ao governo, como se este fosse seu pior inimigo; de um lado, o povo iludido pelo politiqueiros, contrapondo-se ao Estado que o esfola com os impostos; do outro, esse Estado manobrado pelo partido que dele se apoderou por meio do voto, oscilando ao sabor das forças paralelas a ele – corrilhos eleitorais ou financeiros, etc., tornado meio de satisfazer apetites, quando deve ser um fim para satisfazer o bem público; mas compreende e quer o Brasil - Unido, isto é, o Brasil - Integral, com o Estado e a Nação confundidos num todo indissolúvel.

O Estado não deve ser somente o governo, a administração de um país. A Nação não deve ser somente a comunidade dos indivíduos unidos pela origem, pela raça, pela língua ou pela religião sob o mesmo regime político. A Nação e o Estado devem integrar-se num corpo só, na mesma associação de interesses e de sentimentos, confundindo-se na mesma identidade e para os mesmo fins. Na Doutrina Integralista, a Pátria Brasileira deve ser uma síntese do Estado e da Nação, organizada sobre a base corporativa (2). A sociedade humana não vale somente pelo que apresenta aos nossos olhos, vale muito mais ainda pelo que nela existe e não conseguimos ver, isto é, as forças ocultas do seu Passado e do seu Espírito. Os homens prende-se ao Passado através de seus ascendentes, cujos características essenciais herdam, cujas conquistas morais, intelectuais, técnicas e materiais lhes são transmitidas como um
verdadeiro patrimônio. Essa herança é a civilização e nela as gerações que se
sucedem são solidárias.

Compostas de homens, as Nações ligam-se ao passado pelas suas tradições de toda a espécie. Enraizada nelas é que a Pátria Brasileira deve florescer no Presente para frutificar no Futuro. O regime corporativo une os sindicatos de trabalhadores, de técnicos e de patrões, coordena seus esforços e transforma-os de organismos políticos, sociais, econômicos, morais, educativos, de equilíbrio e de cooperação.

Afim de realizar o que pretende, o Integralismo não apela, como os extremistas, para a brusca subversão da ordem social e conseqüente inversão de todos os seus valores, para os atos de banditismo, vandalismo ou terrorismo, para bombas de dinamite e atentados pessoais, para sabotagens e greves que ainda mais precária tornam a situação do pobre operário; mas para o valor do próprio homem, sua dignidade de ser pensante, suas virtudes patrióticas, suas reservas morais, sua tradição religiosa e familiar, seu amor pelo Brasil, sua crença em Deus! Querendo a grandeza da Pátria Brasileira, o Integralismo por ela se bate em todos os sentidos. Essa grandeza somente pode alicerçar-se na alma das massas trabalhadoras de todo o país, libertas ao mesmo tempo da exploração econômica do capitalismo sem pátria e da exploração política dos caçadores de votos ou dos extremistas fingidos, que falam em nome de operários e camponeses sem serem nem operários, nem camponeses.

Pelo Integralismo, a grandeza da Pátria Brasileira se fará pela renúncia dos interesses pessoais em favor dos interesses nacionais, a pureza dos costumes públicos e privados, a simplicidade da vida, a modéstia do proceder, a integralidade da família, o respeito a tradição, a garantia do trabalho, o direito de propriedade com seus deveres correlatos, o governo com autoridade moral e mental, a unidade intangível da Nação e as supremas aspirações do espírito humano.
Integralismo quer dizer soma, reunião, integralização de esforços, de sentimentos, de pensamentos, ao mesmo tempo de interesses e de ideais. Não pode ser um simples partido. É coisa muito mais elevada. É um movimento, uma ação, uma atitude, um despertar de consciência, um sentido novo da vida, a marcha de um povo que desperta.
Batendo-se pela felicidade do Brasil dentro das linhas de seus grandes destinos, condicionadas pelas suas realidades de toda a origem, o Integralismo quer que o pensamento dos brasileiros não se divida e enfraqueça na confusão de doutrinas ou programas; quer que se una e some ao influxo de uma mesma doutrina político-social.

Porque essa base doutrinária é imprescindível para a construção do ESTADO INTEGRAL BRASILEIRO, ESTADO HERÓICO pela sua capacidade de reação e de sacrifício, ESTADO FORTE pela sua coesão, sem fermentos desagregadores dentro de si, no qual, como fator indispensável de independência, se tenha processado a emancipação econômica e, como condição principal da unidade da Nação, tenham desaparecido as fronteiras interestaduais(3).

Para a realização de tão grande obra política, econômica e social, o Integralismo tem de combater sem tréguas e sem piedade toda a repelente imoralidade do atual regime de fraudes, engano, corrupção e promessas vãs, bem como todo o materialismo dissolvente da barbárie comunista que alguns loucos apontam como salvação para nosso país. O atual regime pseudo-liberal e pseudo-democrático é um espelho da decadência a que chegou o liberalismo, que procurou dividir a nação com regionalismos e separatismos estreitos, implantando ódios entre irmãos, atirados às trincheiras da guerra civil (4); com partidos políticos transitórios que sobrepõem as ambições pessoais aos mais altos interesses da Pátria e pescam votos, favorecendo os eleitores com um imediatismo inconsciente, em que tudo concedem ou vendem, contanto que atinjam as posições.

Esse regime fraco e vergonhoso escravizou o nosso Brasil, o pouco capital dos brasileiros e o trabalho das nossas populações abandonadas ao banqueiro judeu internacional (O próprio Dr. Miguel Reale, em artigo publicado no Jornal Estado de S. Paulo, 28 de agosto de 2004, esclareceu que a posição Integralista se referia apenas aos aspectos econômicos do controle judaico nas instituições financeiras internacionais, mas nunca à questão racial)(5) por um criminoso sistema de pesados, aladroados e sucessivos empréstimos externos, cuja funesta e primeira conseqüência é o esfolamento pelos impostos. O comunismo que agitadores estrangeiros, aliados a brasileiros vendidos ou inconscientes, inimigos da Pátria, nos prometem, quer a destruição das pátrias, da propriedade e da família, a proletarização das massas e a materialização do homem em todos os sentidos. Tirando ao indivíduo suas crenças e tradições, sua vida espiritual e sua esperança em Deus, sua família – que é sua projeção no Tempo, e sua propriedade – que é sua projeção no Espaço, arranca-lhe as forças de reação, todos os seus sentimentos, deixa somente a fera humana e prepara-o, assim, para definitiva escravização ao capitalismo internacional disfarçado em capitalismo de Estado. O Povo Brasileiro debate-se em verdadeira angústia econômica e anseia por novo padrão de vida; debate-se numa completa desorganização de sua existência pública e almeja nova forma de justiça social; debate-se em formidável anarquia de valores e na incultura geral, e precisa formar sem detença homens escolhidos que possam resolver os grandes e graves problemas da Nação.

Urge a transferência completa do Brasil para salvá-lo, novo conceito de vida, novo regime, novo quadro de valores. Essa transformação completa, integral da Sociedade Brasileira fatalmente terá de ser o resultado de uma transformação completa, integral da Alma Brasileira no sentido do rigoroso cumprimento de todos os deveres para com a Família, para com a Pátria e para com Deus. A lição de Jacques Maritain manda a Razão submeter-se a Deus, que é Espírito, e a Ordem Espiritual por Ele instituída. Só uma Revolução Moral pode produzir uma grande, digna e benéfica Revolução Social. Porque esta é projeção daquela. Por isso, a Doutrina Integralista afirma que a primeira revolução do Integralismo é a revolução Interior.

Notas do revisor (2004):

1. Uma das maiores motivações do Integralismo Histórico foi o combate às cisões regionalistas através da instrumentação de uma força política unionista, que colocasse os interesses do País acima de interesses de grupos ou indivíduos. Por isso, o combate histórico da Ação Integralista Brasileira jamais deve ser entendido como anti-democrático, quando muito pelo contrário, visava dar uma feição social e institucional a agremiações que não se identificavam com as necessidades do Brasil como um todo.

2. Diferentemente do Fascismo, o Integralismo preconizava a substituição dos partidos políticos estaduais (existentes à época) por estruturas corporativas nacionais, de ordem econômica ou não, organizadas através de eleições, à partir das bases municipais (corporativismo democrático). Vale dizer que, no contexto atual não é possível organizar o Estado daquela maneira originalmente proposta pelo ntegralismo, devido à atual complexidade econômica do País e dos próprios meios de produção. Como esclareceu o Dr. Miguel Reale, já desobrigado de sua antiga posição Integralista, há ainda de se aproveitar do corporativismo, a transferência da sua função para a conveniência de órgãos consultivos de caráter sindical ou associativo, afim de serem tomadas decisões fundamentais para o País, no plano técnico, cultural ou econômico, após o pronunciamento de entidades profissionais ou científicas.

3. Visto como uma questão de unidade nacional e não de regionalismos.

4. Não esquecer que, historicamente, o Integralismo surgiu também como uma reação ao regionalismo que culminou com a Revolução Constitucionalista.

5. O próprio Dr. Miguel Reale, em artigo publicado no Jornal Estado de S. Paulo, 28 de agosto de 2004, esclareceu que a posição Integralista se referia apenas aos aspectos econômicos do controle judaico nas instituições financeiras internacionais, mas nunca à questão racial.

Você quer saber mais?

Extraído de “O que o Integralista deve saber”, Gustavo Barroso, pp. 7-16 - Editora Civilização Brasileira S.A., Rio de Janeiro (5ª edição), 1937.

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Mãos que oram

M Ã O S

No século XV, em uma pequena aldeia
perto de Nüremberg, vivia uma família
com vários filhos.

Para pôr pão na mesa para todos,
o pai trabalhava cerca de 18 horas
diárias nas minas de carvão, e em
qualquer outra coisa que se apresentasse.

Dois de seus filhos tinham um sonho:
queriam dedicar-se à pintura, mas sabiam
que seu pai jamais poderia enviar os dois
para estudar na Academia.

Depois de muitas noites de conversas e
troca de idéias, os dois irmãos chegaram
a um acordo : lançariam uma moeda para tirar
a sorte, e o perdedor trabalharia nas minas
para pagar os estudos ao que ganhasse.
Ao terminar seus estudos, o ganhador
pagaria então, com a venda de suas obras,
os estudos ao que ficara em casa.

Assim, os dois irmãos
poderiam ser artistas.

Lançaram a moeda num domingo ao
sair da Igreja. Um deles, chamado Albrecht,
ganhou, e foi estudar pintura em Nüremberg.

Então o outro irmão, Albert, começou o perigoso
trabalho nas minas, onde permaneceu pelos
próximos quatro anos para pagar os estudos de
seu irmão, que desde o primeiro momento tornou-se,
logo, um sucesso na Academia.

As gravuras de Albrecht, seus entalhes e seus óleos
chegaram a ser muito melhores que os de muitos de
seus professores. Quando se formou, já havia começado
a ganhar consideráveis somas com as vendas de sua arte.

Quando o jovem artista regressou à sua aldeia,
a família Dürer se reuniu para uma ceia festiva
em sua homenagem.

Ao finalizar a memorável festa, Albrecht se pôs de pé
em seu lugar de honra à mesa, e propôs um brinde à seu
irmão querido, que tanto havia se sacrificado,
trabalhando nas minas para que o seu sonho de estudar
se tornasse uma realidade. E disse:

“Agora, meu irmão, chegou a tua vez.
Agora podes ir a Nüremberg e perseguir teus sonhos,
que eu me encarregarei de todos os teus gastos”.

Todos os olhos se voltaram, cheios de expectativa,
para o lugar da mesa que ocupava seu irmão.
Mas este, com o rosto molhado de lágrimas,
se pôs de pé e disse suavemente:

“Não, irmão, não posso ir a Nüremberg.
É muito tarde para mim. Estes quatro anos
de trabalho nas minas destruíram minhas mãos.
Cada osso de meus dedos se quebrou pelo menos
uma vez, e a artrite em minha mão direita tem
avançado tanto que me custou trabalho
levantar o copo para o teu brinde.

Não poderia trabalhar com delicadas linhas,
com o compasso ou com o pergaminho, e não
poderia manejar a pena nem o pincel.
Não, irmão, para mim já é tarde. Mas estou feliz
que minhas mãos disformes tenham servido para que
as tuas agora tenham cumprido seu sonho”.

***Mais de 450 anos se passaram desde esse dia.
Hoje as gravuras, óleos, aquarelas, entalhes e
demais obras de Albrecht Dürer podem ser vistos
em museus ao redor de todo o mundo.

Para render homenagem ao sacrifício de seu irmão,
Albrecht Dürer desenhou suas mãos maltratadas,
com as palmas unidas e os dedos apontando ao céu.

Chamou a esta poderosa obra simplesmente “MÃOS”,
mas o mundo inteiro abriu de imediato seu coração
à sua obra de arte e mudou o nome da obra para:
“Mãos que oram”.


**Tela de Albrecht Dürer
Um dia, Albrecht encontrou Franz de joelhos, com as suas mãos postas em atitude de oração, ásperas, no entanto, oferecidas a Deus em amoroso sacrifício. Prontamente, Dürer desenhou o momento e produziu um símbolo do significado da oração. Desde então, a oração intercessora, simbolizada por aquela atitude faz-nos lembrar que a oração e a amizade correm juntas. A pessoa a Quem oramos teve Suas mãos atravessadas pelos cravos em nosso favor.


Na próxima vez em que vir uma cópia desta obra,
olhe-a bem. E que ela sirva para que, quando você
se sentir demasiado orgulhoso do que faz,
e muito seguro de si mesmo, lembre-se que, na vida,

…ninguém triunfa sozinho!

**“E, como a geometria é a base de todas
as pinturas, eu decidi ensinar seus rudimentos e
princípios aos mais novos, ansiosos pela arte.
”(Course in the Art of Measurement)
* Albrecht Dürer


* Nasceu – 21 May 1471,
in Imperial Free City of Nürnberg (now in Germany)

+ Faleceu -6 April 1528,
in Imperial Free City of Nürnberg (now in Germany)

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Os Dois Lobos

Um velho índio descreveu certa vez seus conflitos internos: “Dentro de mim existem dois lobos: um deles é cruel e mau; o outro é muito bom. Os dois estão sempre brigando. “Quando então lhe perguntaram qual dos dois lobos ganharia a briga, o sábio índio parou, refletiu e respondeu: “Aquele que eu alimento.”

E você? A quem está alimentando?

Procure alimentar-se bem, conversando com Deus em oração, lendo a sua Palavra, visitando Sua casa – a igreja, amando ao próximo sem esperar por alguma recompensa, consolando um amigo, emprestando seus ouvidos a quem necessite e, de forma especial, confiando plenamente no perdão que Jesus Cristo nos concede mediante nosso real arrependimento.

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Big Father X Big Brother

É bem provável que você já tenha assistido ao “Big Brother, na TV. Pois saiba então, que o título do programa foi inspirado na obra de ficção “1984”, de George Orwell que previa que as populações seriam vigiadas pelo olho do “Grande Irmão”, mantendo todos sob controle total.

Como você agiria se soubesse que está sendo espionado? Talvez você não seria o mesmo, até acostumar-se com a câmeras ocultas.

Acontece que já nos acostumamos a elas. Nesta nossa aldeia global, elas á fazem parte do cotidiano. Basta entrarmos em bancos, lojas ou residências.

Governos e organizações possuem projetos para controle de populações visando evitar o crime e o terrorismo. Isso nos leva bem próximo daquilo que Orwell previa.

Na verdade, já somos observados antes mesmo de vir ao mundo. Há alguém que está sempre nos olhando, e muitas vezes nem nos damos conta disso. É o nosso Big Father. O Grande Pai. Há mais de três mil anos, o sábio rei Davi dizia: “Ó Senhor Deus, tu me examinas e me conheces. Tu sabes tudo o que eu faço”.

O Big Brother de Orwell sugere um controle total dos seres humanos através das câmeras. Nosso Big Father, sem precisar delas, sabe de cada um de nossos movimentos e nos dá a liberdade de executá-los. Conhece nossas fraquezas e incoerências e ainda assim nos ama. Respeita nossa individualidade e não nos coloca no “paredão”. Saber disso é ter a verdadeira segurança e paz.

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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Concepção do Estado Integralista. Capitulo II. Summario: Definição, Phases e Especies

O Chefe Nacional Plínio Salgado discursando durante Solenidade Comemorativa do Jubileu de Prata do Integralismo (1957). Ao fundo se vê Integralistas de Camisa Verde, representando a antiga geração, e outros envergando Camisas Brancas, representando a nova geração, os chamados Águias Brancas (integrantes dos Centros Culturais da Juventude).

1.° - Definição. – A revolução é aquela passagem definitiva de um certo equilíbrio social, que não mais poderá ser mantido, para um novo equilíbrio. Como na chimica há reacções que por sua própria natureza terão que ser violentas – com perda ás vezes de calor (exógenas), com ganho ás vezes de calor (endógenas) – a revolução, guardando uma certa semelhança com o phenomeno chimico, se apresenta ao mesmo tempo participando de uma caracterização exógena e logo em seguida endógena – quando não mais se tratar como na chimica do agente caloria – tomarmos a somma de energia vital, econômica, financeira e moral que uma revolução exige de despender para se processar, como exige de compensação quando attingido o novo equilíbrio social collimado. D’onde sermos obrigados a encarar a revolução como se desenvolvendo por três etapas conseqüentes uma das outras e sempre na mesma direcção.

2.° - Suas phases. – São estas etapas períodos de opinsurreição, de insurreição e de reconstrucção. A primeira realiza-se lentamente no seio da sociedade. Começa imperceptivelmente. Surge no sub-consciente da massa e marcha em ordem crescente. Vimos no capitulo I que na sociedade estão sempre em acção três ordens de forças: as políticas ( fundo intellectual), as econômicas, as Moraes. Todas as vezes que estas forças se conflictarem origina-se um brechamento da sociedade. Surgem oppressores e opprimidos. Explode a luta de classes. Inicia-se a revolução. Começam a trabalhar as idéas. As que deram causa ao desequilíbrio reagindo contra as que se focalizam como contra-peso á hypertrophia do poder d’aquellas. Desaggregam-se pouco os liames que vinham mantendo o equilíbrio social. Presentem-se surdos rumores no sub-consciente das massas. Sobem para o palco político nacional apóstolos de novas idéas. Gritam-se novas doutrinas. E’ o presente, e, ás vezes, o próprio futuro, reagindo contra o passado. Revolucionarismo e reaccionarismo. E’ o período da agitação dos espíritos. Da caça ao proselytismo. De apostolado e de evangelização. Estamos, então, diante da insurreição dos espíritos.

E’ a opinsurreição.

A sociedade até aqui, mesmo trabalhando pelo choque de idéas antagônicas, mantinha-se em equilíbrio. Conseguindo o tônus revolucionário preciso, a revolução que até somente vinha agindo como phenomeno subjectivo projecta-se no espaço. Explode a insurreição da massa que, em desordem marcha rumo a um novo equilíbrio social. A distancia entre o termino do período de opinsurreição e a conquista do novo equilíbrio social é o que se denomina propriamente a insurreição. Empós, virá a situação de calma e de socego para a massa. Conquistou a insurreição uma nova cultura, novos direitos, novos códigos para a sociedade. A massa encaminha-se para a terceira e ultima phase da revolução: a de reconstrução.

Marcha Integralista pela Rua do Príncipe, em Joinville (1935).

Si tivéssemos retido o que para trás nos ensinou a chimica, isto é, que as reacções que se processam quer artificialmente dentro dos cadinhos dos laboratórios, quer num campo natural, são ás vezes exógenas, outras endógenas e applicar este principio nas que se passam no laboratório social, constataremos que da primeira phase da revolução (opinsurreição) ao fim da segunda phase (insurreição) – a revolução vai se processando como uma reacção social caracteristicamente exógena.

A sociedade, - quando no entrechoque das idéas que possibilizam a passagem violenta de uma estação social á nova – perde, pelo conjuncto de toda a população irrequieta ou em armas, energias de todos os matizes, como parte dos fructos do seu trabalho e das suas próprias reservas culturaes. São pertubações de ordem econômica e de ordem financeira, como de ordem sanitária ou espiritual cujas conseqüências ás vezes são bem imprevisíveis. Em seguida o terceiro e ultimo estagio – o de reconstrucção – será francamente de compensação. Compensação, com superabit, sobre todo o esforço de natureza material, econômica e moral despendido durante as duas phases precedentes. Aqui a reacção social é caracteristicamente endógena. Assim os dois primeiros estágios são objetiva e subjetivamente negativos. Porque, a revolução em marcha, em plano ascendente, a cata de um novo equilíbrio para a sociedade, nada mais fez que negar. Que destruir. Assim já no terceiro plano – cessa a insurreição, se inicia uma outra reacção em que a sociedade adquirirá tudo quanto perdeu anteriormente. Estará a sociedade, face a face, com um novel clima político que se lhe abre como um período de sua restauração econômica, política e moral. Essa marcha, francamente positiva, deve superar em benefícios para a collectividade, - a situação de equilíbrio anterior. Si não consegue isso, si não opera a reforma política e social do status precedente, do que deu causa á opinsurreição e á insurreição, não houve revolução . Houve um movimento revulsivo de todos os quadros sociaes, mas sem affectar a estructura intima da sociedade naquelles apparelhos que são de ordem normativa da Nação e cujo conjuncto forma o Estado, isto é, a super-estructura que regula o governo da sociedade. Houve uma simples insurreição de quadros. Uma troca violenta de governantes. Um cambio de homens no poder. Uns o abandonando pela força, outros o assaltando e esposando os mesmos princípios e as mesmas doutrinas sociaes d’aquelles. Ludibriou-se a massa. O povo foi enganado pela demagogia de políticos sequiosos de posições officiaes. Fallecem, então, apparentemente, as revoluções.

Do exposto logicamente havemos de concluir:

1.° - Onde não houve transformações do Estado, não houve revolução.

2.° - Para que um movimento de idéas se desenvolvendo a principio no espírito da massa, como phenomeno opinsurrecional, possa attingir á phase insurrecional e desta passar a uma phase de realizações uteis á sociedade – torna-se necessário que este movimento – que deve ser banhado por princípios philosophicos seguros, possibilitando ser catalogado pela historia como uma verdadeira revolução social – torna-se necessário, repetimos, que, d’antemão, tracem, os seus organizadores, os seus realizadores – uma programmação político-social para , galgando o Poder – ser esta programação transformada, immediatamente em medidas normativas do desenvolvimento das actividades nacionaes em todos os seus múltiplos desdobramentos de ordem econômica, educacional e cultura.

3.° - Uma philosophia espiritualista só legitimará um revolvimento da sociedade, si esse revolvimento de facto for uma revolução social, mesmo na hypothese que a transformação do Estado se der para pior sob o ponto de vista espiritual, como no caso da revolução russa, porque, então, errada de bôa fé a solução – o futuro se ecarregará de corrigir os defeitos e falhas que apresentar um regime político que tal.

Chegamos assim á parte final deste ensaio que é como concepcionar, - na hora que passa, dentro da necessidade premente em que nos encontramos, - a melhor maneira das Nações pôrem ordem nas sociedades, em cada caso, todas agitadas e com a vida perturbada neste agonizar de terço do século em que vivemos.

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MELLO, Olbiano de. Concepção do Estado Integralista, Rio de Janeiro: Shmidt-editor, 1935, pp.23-27, 30-31.

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domingo, 20 de fevereiro de 2011

ALLAN SANDAGE (1926 -)


Teve desde sua infância uma fascinação pelas estrelas e pelo funcionamento do mundo. Era uma criança religiosa, que freqüentava a Igreja Metodista enquanto seus pais dormiam. Obteve seu Bacharelado em Física na Universidade de Illinois (EUA) em 1948, e fez seu doutorado em Física no Instituto de Tecnologia da Califórnia. Posteriormente fez o pós-doutorado na Universidade de Princeton. Em 1952 começou a trabalhar com um grupo de pesquisadores dos Observatórios do Monte Palomar e do Monte Wilson, e como assistente do famoso Edwin Hubble. Hubble morreu um ano depois, deixando Sandage encarregado da tarefa de continuar a cartografia estelar da expansão do universo. Em 1997 aposentou-se, porém continuou como Astrônomo Emérito do Grupo de Pesquisa dos Observatórios (em Pasadena, Califórnia) pertencente à Instituição Carnegie de Washington.

A continuidade dada por Sandage à disciplina de observação cosmológica que Hubble havia iniciado lançou a base para responder as perguntas fundamentais da Cosmologia: idade, tamanho, forma e, talvez, destino do universo. Para isso, era necessário achar o verdadeiro valor da constante de Hubble, Ho (ou seja, a velocidade da expansão do universo) e o parâmetro de desaceleração (ou seja, como decresce essa velocidade). Em 1929 o valor que Hubble obteve para Ho era 500 km/seg/Mpc, porém com novas técnicas usadas entre 1960 e 1970, Sandage e G. Tammann (suíço) reduziram este valor para 50. Isto trouxe a idade do universo para cerca de 20 bilhões de anos. A constante de Hubble se baseia em dois valores: a) o deslocamento para o vermelho da luz das galáxias, o que é relativamente fácil de determinar, e b) a distância até essas galáxias, o que é muito mais difícil. Tem havido muitas controvérsias acerca desses valores, porém os últimos dados são mais consistentes com o valor de Ho determinado por Sandage.

Além de trabalhar com a constante de Hubble, Sandage tem também investigado as pulsações das estrelas variáveis, a evolução estelar, a primeira identificação óptica dos quasares e a classificação, formação e evolução de galáxias. Sandage escreveu mais de 400 artigos e cinco livros. Foi premiado com as mais altas honrarias pela Inglaterra, Estados Unidos e Suécia (esta última equivalente ao prêmio Nobel).

Sandage ressalta que a ciência pode tratar somente de uma área limitada dos problemas. A astronomia não pode nos dizer o porquê, nem indicar-nos o propósito. A ciência não pode nos dar base para compreendermos a existência, o propósito, o valor moral, e o livre arbítrio. A ciência não tem significado em si mesma, porém a religião é plena de significado.

Por volta dos seus cinqüenta anos, Sandage veio a compreender que deve haver algum princípio organizador e de ordenação, que chamou de Deus. O mundo era demasiado mágico para ser um acidente. As "conexões delicadas" necessitavam de um programa de ação. A astronomia mostrava evidências de planejamento, e mesmo a vida podia ser melhor explicada como milagre do que como casualidade. A "tremenda complexidade do equilíbrio químico do corpo humano" tinha que ser um milagre, não poderia ser causada pela "progressiva seleção do mais apto". Temos que "inclinar-nos ante o mistério da existência".

Entretanto, o fato da existência de planejamento levou Sandage ao "Deus dos filósofos e não ao Deus das Escrituras". Reconheceu que identificar a força organizadora como o Deus da Bíblia requeria um salto de fé. Não bastava somente o caminho da razão. Apenas um ato de vontade lhe poderia trazer paz, e finalmente decidiu dar o salto de fé. "Finalmente decidi usar minha vontade para crer", diz Sandage. "As respostas às perguntas da vida requerem um ato da vontade e este ato da vontade não encontra lugar no método científico. No cristianismo nós cremos antes de ter todas as evidências, e então esperamos o que acontece. A fé precede a compreensão; e temos que crer para poder entender. Esta trajetória religiosa, às vezes, é um salto demasiado grande para alguns homens de ciência."

A conversão completa de Sandage foi no ano de 1980 e deu-se com a ajuda do testemunho de cristãos dedicados que ele admirava por outras razões. Uniu-se a uma comunidade de fé, e passou a pertencer aos "Fundamentalistas Evangélicos."

Sandage afirma: "o evento da criação está fora do campo da ciência e somente pode ser entendido através do sobrenatural. A expansão do universo é uma predição científica que aponta para o evento da criação. As flutuações quânticas como fontes de criação são uma especulação vazia. A física não provê nenhum modo de predizer este evento sobrenatural." Ele considera que a ciência e a religião devem relacionar-se mutuamente com seriedade, porém devem-se fixar claramente seus limites. A ciência responde o que, quando e como, e a religião responde por quê.

Sandage se considera um homem religioso. Suas vigílias à noite no telescópio são-lhe inspiradoras. Contudo, a ciência encerra muitos mistérios para ele: por que a matemática explica tão bem o mundo; o porquê da ação à distância da gravidade de Newton; o eletromagnetismo de Maxwell e como funciona; e a mecânica quântica.

Em seu escritório há um frasco que ele chama de "Vitaminas Bíblicas Superpotentes", contendo 365 cápsulas plásticas com versos da Bíblia. Dentre eles "Porquanto sois filhos, Deus enviou a vosso coração o Espírito de Seu Filho" (Gálatas 4:6). "Oh Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda terra é o Teu nome! Pois expuseste nos céus a Tua majestade" (Salmo 8:1).

Referências
Durbin, William A. 2003. "Negotiating the Boundaries of Science and Religion: The Conversion of Allan Sandage." Zygon 38 (Março): 71-84.
Sandage, Allan. 2002. Entrevista com Philip Clayton, e "Science and religion: Separate closets in the same house." In Science and the Spiritual Quest: New Essays by Leading Scientists, ed. W. Mark Richardson, Robert John Russel, Philip Clayton, and Kirk Wegter-McNelly, 52-63. New York: Routledge.
Thompson, Francis. 1881. "The Hound of Heaven" - http://www.cin.org/liter/hound.html e http://sandhwak.tripod.com/adtxt/astronomy.html

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Professores do Unasp debatem origem da vida com evolucionistas

Imagem fonte: Sociedade Criacionista Brasileira

por Wendel Lima


Cerca de 200 alunos de Biologia da Universidade de Taubaté (Unitau) tiveram uma aula diferente. Eles puderam conferir o que pensam os criacionistas sobre a origem da vida. O encontro, que foi organizado por um universitário adventista, contou com a participação de dois professores do Unasp, a Dra. Márcia de Oliveira e Dr. Nahor de Souza Jr. Além de realizarem palestras, os professores adventistas debateram o tema numa mesa redonda com dois evolucionistas.

O mini-curso sobre criacionismo marcou o último dia da 18ª. Semana de Biologia da Unitau. A Dra. Márcia de Oliveira, coordenadora do curso de Biologia do Unasp, falou sobre algumas falhas da teoria evolucionista. Já o Dr. Nahor de Souza Jr., coordenador do curso de Engenharia Civil, palestrou sobre o modelo criacionista para a idade da Terra. Segundo ele, o planeta teria alguns milhares de anos, ao invés dos bilhões de anos defendidos pelos evolucionistas.

Os resultados

O professor evolucionista da Unitau, Dr. Júlio Voltolini destacou que os cientistas que defendem os dois lados devem trabalhar juntos. Ele argumenta que a discussão sobre a origem da vida deve ser realizada com o confronto dos modelos, para que ambos percebam as lacunas das duas teorias. “Eventos como este são importantíssimos, já que precisamos de espaço para os dois opinarem”, ressaltou.

Para a Dra. Márcia Oliveira o encontro serviu para que os alunos conhecessem uma teoria que não é explicada em sala de aula. “De acordo com o conceito de ciência atual, o criacionismo é considerado religião, pois aceita o sobrenatural, porém, ele também se vale de evidências científicas”, acrescenta. Para o professor Nahor, o evento mostra uma tendência no meio acadêmico brasileiro: a discussão do criacionismo. Mesmo assim ele lamenta a lenta abertura da comunidade científica: “ainda existe muito preconceito entre os cientistas, por isso debates assim são raros”.

O aluno do 2º. ano, Davi Martins, após conhecer um pouco da teoria criacionista, disse que ela parece ter base científica. O estudante aprovou o debate: “Todas as faculdades deveriam ter esses eventos, pois tem muita gente que desconhece as bases dessa controvérsia”. A aluna do 3º ano, Beatriz Borges, acredita que o criacionismo também apresenta evidências científicas. Mas destaca que os dois modelos têm falhas: “as coisas que o evolucionismo não consegue explicar são argumentadas com teorias, e as que o criacionismo não tem resposta, são remetidas a Deus”.

Preconceitos

Para o estudante Edson Soares, organizador do debate, o universitário cristão enfrenta dificuldades nas universidades seculares. Ele relata que principalmente nos cursos da área de biológicas o evolucionismo é currículo obrigatório, por isso os alunos criacionistas são obrigados a estudarem aquilo que contestam. “Esta grade não permite ao aluno uma segunda opção, não permite questionar”, lamenta Edson. Para ele o debate ajudou os alunos e professores a compreenderem que é possível conciliar ciência e religião.

O encontro era planejado há três anos pela professora de Biologia do Colégio Adventista de Taubaté, Alessandra Campana. Ela, que se formou pela Unitau, não conseguiu na época de estudante promover o evento, devido aos empecilhos colocados pela universidade. No entanto, o também adventista Edson Soares, que cursa o 3º. ano de Biologia na mesma instituição, por participar da liderança do diretório acadêmico, articulou o debate. Alessandra comemorou o encontro: “para nós foi uma vitória, pois esse debate foi muito esperado, inclusive pelos ex-alunos”.

O modelo evolucionista defende que a vida não surgiu de modo sobrenatural, mas do acaso. Já os criacionistas procuram conciliar a ciência com o relato da Bíblia, aceitando Deus como o originador do universo. O debate sobre a origem da vida tem ganhado cada vez mais espaço na imprensa e no meio acadêmico. As principais discussões são quanto à base científica do criacionismo, e se o mesmo deve ser ensinado nas escolas públicas. Fonte: Sociedade Criacionista Brasileira

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