sexta-feira, 13 de julho de 2012

Nosso legado religioso



Para muitos de nós, os veios mais proeminentes da orientação ética vêm da rekigião. Seja oui não uma opção nossa, absorvemos todos os tipos de princípios e normas de conduta das escrituras, parábolas e histórias derivadas de profestas, discípulos e sagas.

As primeiras coisas que absorvemos na infância são referências baseadas na ação. Ditados da religião, por exemplo, em geral não nos pedem para ponderarmos as consequências antes de decidirmos mentir, trapacear ou roubar. Eles não sugerem que calculemos, nas palavras da filosofia moral de Jeremy Bentham: “o maior bem para o maior número de pessoas”. Eles recomendam uma decisão baseada na ação, seguindo Immanuel Kant. Como resultado, quando crianças, seguimos o simples imperativo de fazer o que acreditamos ser a “coisa certa”.

Os primeiros imperativos que consideramos em geral são os negativos:  os “Não deverás...”. No Cristianismo e no Judaísmo, a ética negativa vem de admoestações como aquelas presentes nos Dez Mandamentos, a linguagem ética mais explícita na Bíblia. Primeiro, no Êxodo, 20: 2-17, e então em Deuterônomio, 5:6-21, lemos: “Não matarás...Não roubarás. Não levantarás falso testemunho contra o teu próximo”.

No Hinduísmo, encontramos linguagem similar. No primeiro dos oito estágios do yoga, práticas que podem datar de cinco mil anos, encontramos os dez yamas ou “restrições”. Incluem ahimsa (não violência), satya (verdade) e asteya (integridade).

No Budismo, encontramos os “cinco preceitos”: “o preceito de não matar...roubar...(e) mentir”.

No Islã, econtramos mensagens éticas semelhantes no Corão, fundamentadas na sagrada Suna e, mais tarde, no Hadith. Em seu sermão de despedida em Meca, em 632, o profeta Maomé lembrou seus seguidores sobre ética negativa básica. É interessante que ele também advertiu sobre a queda sem volta: “cuidado com Satã...Ele perdeu toda a esperança de que será capaz de levá-los a cometer grandes pecados, por isso cuidado em segui-lo nas pequenas coisas.


quinta-feira, 12 de julho de 2012

Relatos Míticos sobre a origem dos Incas: O Mito de Manco Capac




Imagem de Manco Capac. (Foto: Museu Inca de Cusco).

Diferente do homem moderno, que está sempre em busca de uma especialização nas diversas áreas do saber e acredita ser esse o caminho para o alcance de status e de uma sabedoria suprema, muitas vezes, sem utilizá-la de modo sensato, o homem andino e outros povos considerados primitivos sempre viram  no conhecimento a chave do aprendizado coletivo que beneficia a todos e os complementava, sem diferenciá-los uns dos outros.

 Pachamama. Escultura prehispánica andina. (Col. Particular de Mª Leticia Sánchez Hernández).

O saber aplicado na prática e o respeito à natureza, considerando-a como sagrada, conferem a esses povos antigos o que podemos chamar de verdadeira sabedoria: aquela que

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O Caminho até a montanha é vermelho.


Imagem estilizada da capa da Edição em inglês do Livro Deus é vermelho (God is Red: HarperOne, and Imprint of HarperCollinsPublishers).

Liao Yiwu é o escritor contemporâneo mais censurado hoje na China. Seu poema épico “Massacre”, composto em 1989 em condenação à sangrenta repressão do governo na Praça da Paz Celestial (ou Praça de Tiananmen), levou a quatro anos dee prisão. Seu livro The Corpse Walker: Real Lifes Stories, China from the Bottom Up (O Cadáver andarilho: histórias da vida real, a China de baixo para cima), de 2008, que narra a vida dos marginalizados da sociedade comunist, permanece proibido no país. Os líderes chineses consideram seus textos subversivos, pois são críticos do sistema socialista.

Apesar do ambiente adverso na terra natal, Liao não se abala e continua a soltar as rédeas da curiosidade. Em God in China (Deus na China), ele direciona a atenção para uma área há anos escondida do Ocidente, e que permance um assunto de imensa controvérsia: o ressurgimento do cristianismo na China. O centro de estudos World Christian Database estima a existência de setenta milhões de cristãos praticantes no pís, ou 5% da população total. Numa sociedade abertamente ateia, o cristianismo é a maior religião formal da China.

O número, sem dúvida, surpreederá muitos ocidentais, mais inclinados a associar a China aos budistas e taoístas queimadorres de incenso, ou aos pragmáticos confucionistas, ou aos comunistas ateus ambivalentes, empunhado bandeiras vermelhas e convertidos espiritualmente ao consumismo.

O cristianismo ingressou na China no início do século VII. Embora os intercâmbios científicos envolvendo jesuítas nma corte de Kublai Khan estejam bem documentados, a religião não se enraizou de forma sólida até o século XIX, quando melhorias no transporte e acesso ao interior possibilitaram o trabalho de ondas de missionários europeus no Império do Centro. Antes da tomada do poder pelos comunistas em 1949, a liderança cristã local, formada no exterior ou tutelada pelos missionários, acelerou o crescimento da religião entre os nativos. Segundo a China Soul for Christ Foundation (Fundação Alma da China para Cristo), o número de adeptos chegava a setecentos mil quando os missionários estrangeiros forma expulsos após a tomada comunista, em 1949.

Antes da morte de Mao Tsé-tung, em 1976, muitos cristãos chineses foram presos ou executados. Nos últimos anos, com o afrouxamento do controle governamental sobre a religião, o cristianismo experimentou um crescimento explosivo, embora o Partido Comunista procure fiscalizar o movimento cristão, exigindo que todas as igrejas pertençam também ao

terça-feira, 10 de julho de 2012

Os Caixões de granito de Serapeum



Caixão de granito de Serapeum (Foto: Walter B. Emery, Archaic Egypt. New York: Pequim Books, 1961).

A nordeste da pirâmide escalonada de Djoser, em Saqqara, há uma galeria de túmulos construídos em um túnel escavado na rocha, dedicada ao touro Ápis.

O geógrafo grego Estrabão (63 a.C -  22 d.C) escreveu, depois de visitar o Egito, que os touros Ápis eram enterrados numa câmara subterrânea, chamada Serapeum, no final de uma alameda pavimentada ladeada por 140 esfinges de pedra. O local está constantemente sendo enterrado pela areia levada pelo vento e era de difícil acesso mesmo na época de Estrabão. Durante séculos, esses túmulos estiveram perdidos; então, em 1850, um francês de 29 anos, Auguste Mariette, encontrou a cabeça e as patas de uma esfinge de pedra projetando-se da areia.

No interior do Serapeum, câmaras com tetos de quase 7,5 metros de altura e pisos 1,5 metro mais baixos do que o piso principal forma escavados em ambos os lados do corredor principal. Essas salas abertas eram o local em que os maciços sarcófagos para os touros Ápis antigamente ficavam . Cada sarcófago era esculpido de um único bloco de granito, e cada tampa pesava muitas toneladas. Vários desses sarcófagos ainda existem dentro do Serapeum.

Em 1995, Dunn, munido com uma régua de marceneiro de altíssima precisão, inspecionou as faces interna e externa de dois sarcófagos. A tampa de 27 toneladas de um dos sarcófagos, e a superfície interna do caixão de granito em que ela se apoiava, tinha uma precisão de 0,000125 centímetro. Ele também verificou que os cantos tinham a precisão de 0,39 cm. Segundo Dunn, reproduzir a precisão dos caixões de granito de Serapeum seria extremamente difícil memso hoje em dia. As superfícies lisas, perfeitamente planas e os cantos que se ajustavam sem folga deixaram-no pasmo. 

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Imhotep, o homem de múltiplas facetas.



Imhotep. (Imagem: Brooklin Museum of New York.)

Considerado o fundador da medicina egípcia, seu nome em grego significa “aquele que vem em paz”. Personagem emblemática, viveu entre 2800 a.jC. e 2700 a.C. e foi um homem  de múltiplas facetas. Vizir e arquiteto do rei Djeser (III dinastia), era também filósofo. No pedesral de uma estátua do rei Dejeser, ele é apresentado como “o chanceler do rei do Baixo Egito, o primeiro após o rei do Alto Egito, administrador do palácio, nobre herdeiro, grande sacerdote de Heliópolis, Imhotep, o construtor, o escultor.

Djeser faraó da III dinastia, obteve um oficial extraordinário, o primeiro indivíduo revelado por registros humanos: Imhotep. Esse homem parece ter vindo originalmente do templo de Rá, o deus-Sol, em Heliópolis. Djeser o transformou no segundo homem do reino, concedeu-lhe a prestigiosa situação de participar da família régia e o divinizou virtualmente, permitindo que suas distinções fossem inscritas em sua própria estátua no complexo funeral régio de Sakkara, que Imhotep construíra para ele: “O Ministro do Rei do Baixo Egito, o primeiro depois do Rei do Alto Egito, administrador do grande palácio, chefe hereditário, o Sumo Sacerdote de Heliópolis, Imhotep, o construtor, o escultor, o realizador de vasos de pedra”.

Pode  ele ter sido todas essas coisas? A imagem de Imhotep transmitida a gerações posteriores foi a de um gênio universal, mas principalmente, a de um médico fundador do sistema egípcio de medicina considerado por muitos o mais importante do mundo antigo.

Divinizaram-no como o próprio deus da cura no tempo de ptolomeu, os gregos o igualaram a Asclépio. O que podemos assegurar é que ele foi um arquiteto de originalidade e visão incomparáveis. Seu próprio tempo o chamou, curiosamente, de “o realizador de vasos de pedra”. O vaso de pedra se tornou a primeira grande conquista da cultura egípcia. Nos dias de Imhotep, eles eram feitos em quantidades surpreendentes; mais de 40 mil deles foram encontrados no complexo de Djeser, ainda que muitos possam ter sido trazidos por ele de tumbas dinásticas anteriores, tentando anular a ação dos saqueadores. Vale lembrar que, para confeccionar e polir todos esses objetos, milhares de horas e homens eram necessários. Imhotep foi o primeiro a fazer uso integral das técnicas dos pedreiros em monumentos arquitetônicos. Tradicionalmente, os egípcios construíam com adobes oblongos compostos da lama do Nilo, areia e pedaços de palha.

Saiba mais sobre o Bóson de Higgs, a ‘partícula de deus’

 Experimento é considerado crucial para a compreensão da formação do Universo.

Pesquisadores reunidos em torno do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) anunciaram, nesta terça-feira, avanços na busca pelo Bóson de Higgs, chamada de "partícula de deus".

A partícula é considerada o pedaço que falta na principal teoria da física de partículas - conhecida como Modelo Padrão - que descreve como partículas e forças interagem. Ela seria responsável por dar massa a todas as outras partículas.
Segundo os pesquisadores, a ciência está mais perto de confirmar a existência da partícula, considerada crucial para a compreensão da formação do Universo.
Os experimentos têm sido feitos no imenso acelerador de partículas (o mais potente já construído) do Cern, laboratório da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, na Suíça.
Saiba mais sobre a experiência.

O que é o Bóson de Higgs?

Segundo teorias da Física, Higgs é uma partícula subatômica considerada uma das matérias-primas básicas da criação do universo. Diferente dos átomos, feitos de massa, as partículas de Higgs não teriam nenhum elemento em sua composição.
Elas são importantes porque dão respaldo a uma das mais aceitas teorias acerca do universo - a do Modelo Padrão, que explica como outras partículas obtiveram massa. Segundo essa tese, o universo foi resfriado após o Big Bang, quando uma força invisível, conhecida como Campo de Higgs, formou-se junto de partículas associadas, os Bósons de Higgs, transferindo massa para outras partículas fundamentais.

Por que a massa é importante?


Stephen Hawking perde aposta por possível descoberta da 'partícula de Deus'

O renomado físico britânico Stephen Hawking disse acreditar que perderá US$ 100 (R$ 200) por uma aposta que fez com um amigo se comprovada a descoberta do Bóson de Higgs, também chamado de 'partícula de deus'.

Em entrevista à BBC, Hawking disse que pagará a quantia ao colega americano e também físico Gordon Kane, professor e diretor emérito da Universidade de Michigan, ao apostar que o elemento nunca seria achado.
Nesta quarta-feira, cientistas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), em Genebra, na Suíça, anunciaram que há fortes indícios de que a partícula foi finalmente encontrada.
Se confirmada, a descoberta coroaria uma das teorias físicas mais importantes de todos os tempos - chamada de Modelo Padrão, que ajudaria a completar o entendimento sobre o funcionamento do Universo.
Hawking também parabenizou as equipes envolvidas nos experimentos do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), um imenso acelerador de partículas localizado no subterrâneo da fronteira entre Suíça e França, através do qual o novo elemento foi encontrado.

O teórico britânico acrescentou que, caso seja comprovada a descoberta da Partícula de Deus, o cientista Peter Higgs, um dos primeiros a propor a teoria de como as partículas adquirem massa, mereceria ganhar o prêmio Nobel de Física por sua contribuição à ciência.


sábado, 7 de julho de 2012

Chaka Zulu, um rei africano.



“Em torno da cabeça raspada ele usava uma faixa de pele de lontra, que tinha em toda a circunferência feixes de magníficas plumas de um tom vermelho-escuro, bem na frente, uma pluma resplandecente de garça-azul, de 60 centímetros de comprimento.”

The Annals of Natal: 1495-1845, de Henry Fynn (Compilação de John Bird, 1966).

 
Além de respeitado como grande guerreiro, graças aos seus méritos, Chaka Zulu treinou e disciplinou rigorosamente os seus homens e formou um exército formidável. (Imagem: Mary Evans Picture Library).

Conhecido em todo o reino zulu como um, guerreiro feroz que matou um leopardo aos dezenove anos, que construiu um exército invencível com base num núcleo de menos de quinhentos anos e, ao longo de um reinado de doze, foi responsável pela morte de mai de um milhão de pessoas, Chaka Zjulu, ou “rei Chaka”, como é conhecido também, foi um governante implacável que exerceu um poder inacreditável.

Uma infância difícil

Chaka Zulu nasceu por volta de 1789, filho ilegítimo de uma mulher chamada Nandi (membro da tribo langeni) e de Senzangacona, que era um chefe Zulu. Em consequência desse adverso começo de vida, Chaka cresceu num ambiente pouco acolhedor, pois sua mãe era malvista pela tribo, e, segundo conta a lenda, Chaka era humilhado e ridicularizado por causa da origem bastarda.

Em tenra idade, Chaka foi obrigado a trabalhar com pastor nas terras dos langenis, mas mesmo quando cuidava do gado as outras  crianças gostavam de intimidá-lo. Dizem que durante toda  a infância foi uma criatura extremamente solitária.

A despeito disso, aos dezenove anos, Chaka já era um lutador formidável, fato corroborado pela história de que ele matou um leopardo. O animal tinha sido acuado numa árvore. Chaka arremessou a primeira lança contra a fera, mas não lhe acertou o coração; o animal saltou da árvore e avançou contra chaka, que em vez de fugir, esperou o animal chegar bem perto e matou-o a porretadas.

Talvez por causa dessa demonstração de força, talvez por ter chegado a ser querido e respeitado, aos vinte e três anos Chaka foi chamado a servir como soldado da tribo mtetwa.

Nasce um guerreiro

Durante os seis anos seguintes, portou-se de forma admirável em sua unidade. Ao mesmo tempo, começou a procurar táticas e armas melhores e mais eficientes para matar o inimigo. Com essa finalidade, dizem que Chaka criou um novo tipo de lâmina para sua lança, mais resistente que a leve assegais. Chaka queria usar ferro forjado, ou ferro virgem, para que a nova lança pudesse ser moldada com a forma que ele desejava.  Dizem que o ferreiro que ele procurou teve de fabricar novos foles e uma nova fornalha para atendê-lo. O resultado foi exatamente o que Chaka havia sonhado: uma lança de grande beleza e eficiência. Na verdade, tão letal era a nova arma, que Chaka lhe deu seu próprio nome, Íxua; embora não exista nenhuma tradução literal ou livre dessa palavra, algumas pessoas se perguntam se não era onomatopéia: o som sibilante da lâmina quando penetrava na carne.

Chaka Zulu também introduziu escudos mais pesados de couro de boi, dentre outras novas armas. As novas armas  e as novas táticas de Chaka devem ter sido eficientes, pois em várias escaramuças com tribos rivais sua reputação de guerreiro não perdia para ninguém. 

Em 1810, numa batalha contra a tribo dos butelezis, dizem que Chaka derrubou e matou sozinho vários adversários com a nova lança de lâmina larga, fazendo que os butelezis remanescentes fugissem aterrorizados.

Quando começaram as discussões  sobre a sucessão do pai dele Senzangacona, na chefia dos zulus, Chaka foi apresentado como um dos candidatos mais fortes. Enquanto isso, ele havia recebido o controle total sobre o exército zulu, uma posição que lhe permitiu refinar as táticas de guerra e capacidade de liderança.

O pai de Chaka Zulu morreu em 1816. Após as cerimônias fúnebres, o pai de Chaka Zulu foi enterrado no vale Mpembeni (Macosini – O Lugar dos Chefes).

De bastardo à Rei

Chaka tinha sido escolhido para suceder ao pai na chefia da tribo. Mas, depois da cerimônia fúnebre, soube que não seria o novo líder. Sigujana, um dos meios-irmãos de Chaka, assumiu o poder. Chaka ficou furioso, assim como seus homens, mas coube a outro dos meios-irmãos de Chaka, Nguadi (filho de Nandi e de Gendeiana) por fim a usurpação de Sigujana. Finalmente Chaka Zulu assumiu a liderança da tribo e sem mais tardança, entrou na craal do pai. Começou a reestruturar todo o clã zulu. Construiu um novo craal para cada unidade, que funcionava de maneira muito parecida com uma guarnição militar ou com um quartel de nossos dias.

O primeiro ato real de agressão instigado por Chaka Zulu no novo cargo de chefe de clã foi contra os e-langenis – a mesma tribo na qual ele havia crescido e, por conseguinte, contra os mesmos homens, mulheres e crianças que o haviam humilhado. Chaka nunca se esqueceu de seus torturadores, e agora, como chefe por mérito próprio, resolvera se vingar.

Ao alvorecer, Chaka e seus homens tinham cercado não só a craal de Esiueni, nas terras dos e-langeris, como também o chefe da tribo. Aos primeiros raios de sol, Chaka ordenou aos e-langenis que se rendessem, o que eles fizeram imediatamente, sem esboçar a menor reação. Chaka levou a julgamento todas as pessoas contra as quais guardava rancor. Citou uma lista de crimes cometidos desde a época de sua infância, responsabilizando-as por eles. Depois Chaka, dividiu o grupo em dois, aqueles que perdoaria e aqueles que haviam cometido crimes imperdoáveis. Matou brutalmente os membros do segundo grupo, empalando-os em longas estacas e queimando-os.

Após as execuções, o chefe e-langeni submeteu-se a todas as exigências de Chaka. Chaka voltou à sua craal natal com uma fama muitíssimo maior do que a que tinha ao partir. Clãs vizinhos começaram a mandar seus jovens para entrar no exército de Chaka onde passavam por um treinamento intensivo.

Um grande número de pessoas de outros territórios começaram a chegar à terra dos zulus para se beneficiarem da proteção das leis do sábio rei guerreiro. Os homens juntavam-se ao exército cada vez mais numeroso de Chaka. Por vez Chaka já contava com um exército de 3.600 homens armados até os dentes e bem treinados.

O implacavel rei guerreiro

Durante a batalha do Quocli, contra a tribo nduandues, os zulus tiveram sua primeira grande vitória, na qual perderam 1.500 homens e mataram 7.500 guerreiros nduandues.

No inverno de 1818, liderados por Chaka, os zulus entraram em guerra contra a tribo de quabe, cujo chefe, um homem chamado Pacatuaio, o havia ofendido. Os zulus venceram em mesmo de uma hora, capturaram Pacatuaio, que logo depois sofreu um ataque qualquer e morreu.

O território de Chaka tinha então cerca de 11.000 quilômetros quadrados. Chaka também começou também a revolucionar a produção agrícola para que seu povo não sofresse escassez de comida; introduziu um ramo de aspirantes em seu exército, destinado a meninos adolescentes que não tinham idade para se tornarem guerreiros começaram o treinamento a fim  de servir a comunidade ao mesmo tempo.

Em 1819, os guerreiros nduandues liderados por Zuide entraram em confronto com os zulus de Chaka. Zuide enviou 18.000 homens para o confronto. Como sempre, a luta não demorou muito: Chaka derrotou as tropas nduandues em poucas horas. Mas a guerra não terminará ali, pois Chaka estava resolvido a perseguir e matar todos os guerreiros nduandues que tinham fugido do campo de batalha, assim como homens, mulheres e crianças que

sexta-feira, 6 de julho de 2012

A civilização Minoica e sua história.


Ruina do Palácio de Cnossos (Foto: New York Times).

A capital da ilha e região de Creta e da unidade regional  de Heraklion, é chamada de Iráclio, Heraclião ou Heraklion é uma cidade grega. Durante séculos foi chamada de Candia uma adaptação veneziana da palavra latina "Candida o Candidus" da terminologia da terra branca. Creta é a maior das ilhas gregas e a quinta maior do Mediterrâneo. Divide-se em quatro prefeituras (nomos, em grego): Heraklion (capital), Rethymnon, Chania, Lasithi. 
Entre 2800 e 1000 a.C. a Civilização Minóica desenvolveu-se em Creta, na época entre as mais avançadas culturas européias. As ruínas do Palácio de Knossos, da época minóica, forma um dos mais importantes sítios arqueológicos da Grécia. Em 1210, Creta foi ocupada pelos venezianos e, em 1668, pelos turcos. Somente em 1913, Creta voltou a fazer parte da Grécia.

A civilização minoica surgiu durante a Idade do Bronze Grega a maior ilha do Mar Egeu e floresceu aproximadamente entre os séculos XXX e XV a.C. Foi redescoberta no começo do século XX durante as expedições arqueológicas do britânico Arthur Evans . O historiador Will Durant, refere-se à civilização como "o primeiro elo da cadeia europeia". Os primeiros habitantes de Creta remontam a pelo menos 128 000 a.C., durante o Paleolítico Médio. No entanto, os primeiros sinais de práticas agrícolas não surgiram antes de 5 000 a.C., caracterizando então o começo da civilização.

Com a introdução do cobre em torno de 2 700 a.C. foi possível o início da manufatura de bronze. A partir deste marco a civilização desenvolveu-se gradativamente pelos séculos seguintes, irradiando sua cultura para boa parte dos povos do Mediterrâneo oriental. Sua história apresentou períodos de conturbação interna, possivelmente causados por desastres naturais, que culminaram na destruição da maior parte de seus centros urbanos. Por volta de 1 400 a.C., enfraquecidos internamente, os minoicos foram totalmente assimilados pelos habitantes do continente grego, os micênicos, que repovoaram alguns dos principais assentamentos na ilha e fizeram com que esta prosperasse por mais alguns séculos.
Com uma economia baseada principalmente no comércio externo, a civilização minoica moldou todos os aspectos que a caracterizam de modo a atender a demanda do mercado externo. Por Creta ser pobre em jazidas principalmente de metais, os minoicos produziram excedentes agrícolas e de produtos manufaturados que venderam para obter metais do Chipre, Egito, e Cílades.

 Ruína de Festos. (Foto: New York Times).

 Para facilitar tais trocas comerciais os minoicos desenvolveram um completo sistema de pesos e medidas que utilizava lingotes de cobre e discos de ouro e prata com pesos pré-determinados.

A arte minoica foi extremamente fértil e engloba elementos adquiridos com os contatos com povos estrangeiros, assim como elementos autóctones. Havia produções utilizando barro (cerâmica), pedras semipreciosas (arte lítica) e metais. Em todos os casos os artefatos produzidos apresentam gradativa evolução a medida que a civilização ia especializando-se. Os motivos artísticos incorporados nestas produções, assim como nos afrescos, em suma valorizam cenas que representem a natureza e/ou elementos da mesma (animais, plantas), procissões e/ou rituais religiosos, seres mitológicos, etc.

A religião minoica era matriarcal. Diferente dos micênicos, os minoicos tinham santuários em locais naturais (fontes, cavernas, elevações) ou nos palácios onde havia diversos espaços dedicados a práticas cultuais. Os minoicos desenvolveram inicialmente um sistema de escrita hieroglífico, possivelmente originado dos hieróglifos egípcios, que evoluiu para a escrita Linear A, que por sua vez evoluiu para a Linear B, que foi incorporada pelos micênicos para escrever sua forma arcaica de grego.

Os chamados palácios minoicos são as mais bem acabadas construções conhecidas já escavadas na ilha. São construções monumentais servindo para propósitos administrativos, o que é evidenciado por grandes arquivos de documentos desenterrados por arqueólogos. Cada um dos palácios escavados até agora tem características únicas, mas eles também compartilham características que os distinguem de outras estruturas.

Aparentemente o povo minoico não era indo-europeu e nem sequer era aparentado com os habitantes pré-gregos da Grécia continental. A escrita minoica Linear A não foi ainda decifrada, mas há indícios de que represente uma língua egeia, não relacionada com qualquer língua indo-europeia.

 Dracma de Cnossos (425 - 360 a.C.) representando o Minotauro. (Foto: New York Times).

A mais antiga evidência de habitantes permanentes (ou seja, sedentários) em Creta são artefatos do Neolítico Pré-cerâmico de restos de comunidades agrícolas datadas de aproximadamente 7 000 a.C. Um estudo comparativo de haplogrupos de DNA de cretenses masculinos modernos mostrou que um grupo masculino fundador da Anatólia ou do Levante, é compartilhado com os gregos.

Os primeiros habitantes da ilha viviam em grutas e, ao longo do tempo, começaram a erigir pequenas aldeias, assim como edifícios em pedra. Na costa, havia cabanas de pescadores, enquanto a fértil planície de Messara foi usada para agricultura. Cultivavam trigo e lentilhas, criaram bovinos e caprinos, e produziam armas com ossos, chifres, obsidiana, hematita, grés, calcário e serpentina, sendo que a presença de obsidiana prova a existência de contato comercial entre Creta e as Cíclades, pois no mundo Egeu a fonte de obsidiana é a ilha de Milos.

Em  2 000 a.C. foram construídos os primeiros palácios minoicos, sendo estes a principal mudança do período médio da civilização minoica. Como resultado da fundação dos palácios, assistiu-se à concentração de poder em alguns centros, impulsionando o desenvolvimento econômico e social. Os primeiros palácios são Cnossos, Festos e Malia, localizados nas planícies mais férteis da ilha, permitindo que seus proprietários acumulassem riquezas, especialmente agrícolas, o que é evidenciado pelos grandes armazéns para produtos agrícolas neles encontrados. Esse período de mudanças permitiu que as classes superiores praticassem de modo contínuo as atividades de liderança e ampliassem sua influência. É provável que a hierarquia original das elites locais tivesse sido substituída por uma estrutura monárquica do poder, onde os palácios eram controlados por reis – uma precondição para a edificação de grandes edifícios. O sistema social era provavelmente teocrático, sendo o rei de cada palácio o chefe supremo oficial e religioso. 

A aparição dos palácios contrasta com o aparente declínio das civilizações cicládica e heládica, e é surpreendente numa ilha que não havia tido o desenvolvimento artístico das Cíclades, nem a organização econômica de certos lugares do Peloponeso, como Lerna.  A localização dos palácios corresponde a grandes cidades que existiram durante o pré-palaciano. Cnossos controlava a região rica do centro-norte de Creta, Festos dominou a área periférica de Messara, e Malia o centro-leste. Nos últimos anos os arqueólogos falam de territórios bem delimitados ou estados, um fenômeno novo na área grega.

 Principais sitios arqueologicos de Creta. Imagem: Enciclopledia Britânica Online.

A presença de trabalhos específicos entre os minoicos é indício de ampla especialização, divisão bem sucedida do trabalho e abundante mão-de-obra. Um sistema burocrático e a necessidade de melhor controle de entrada e saída de mercadorias, além de uma possível economia baseada em um sistema escravista, formaram as bases sólidas para esta civilização.

Com o passar do tempo, o poder dos centros orientais começa a declinar, sendo substituídos pelo ascendente poderio dos centros do interior e ocidentais. Isto ocorreu principalmente devido a distúrbios políticos na Ásia que enfraqueceram o mercado oriental, motivando um maior contato com a Grécia continental e com as Cíclades.

No final do período entre 1 750 - 1 700 a.C., houve uma grande perturbação em Creta, provavelmente um terremoto, ou possivelmente uma invasão vinda da Anatólia. A teoria do terremoto é sustentada pela descoberta do templo de Anemospilia pelo arqueólogo Sakelarakis, no qual foram encontrados os corpos de três pessoas (uma delas vítima de um sacrifício humano) que foram surpreendidas pelo desabamento do templo. Outra teoria é que havia um conflito dentro de Creta, e Cnossos saiu vitorioso.

Mas com o início do período neopalaciano a população voltou a crescer, os palácios foram reconstruídos em larga escala. Os centros administrativos controlavam extensos territórios, fruto da melhoria e desenvolvimento das comunicações terrestres e marítimas, mediante a construção de estradas e portos, e de navios mercantes que navegavam com produções artísticas e agrícolas, que eram trocadas por matérias-primas.

A influência da civilização minoica fora de Creta manifesta-se na presença de valiosos itens de artesanato. Cerâmicas típicas minoicas foram encontradas em Milos, Lerna, Egina e Koufonisia. É provável que a casa governante de Micenas estivesse conectada à rede de comércio minoica. Após cerca de 1 700 a.C., a cultura material da Grécia continental alcançou um novo nível, devido à influência minoica. Importações de cerâmicas do Egito, Síria, Biblos e Ugarit demonstram ligações entre Creta e essas regiões. Os hieróglifos egípcios serviram de modelo para a escrita pictográfica minoica, a partir da qual mais tarde desenvolveram-se os famosos sistemas de escrita Linear A e Linear B.

O Fim dos da Civilização Minoica

A erupção do vulcão Thera na ilha vizinha de Creta também conhecida como Santorini foi implacável para o rumo de Creta. A erupção foi datada como tendo ocorrido entre 1 639 - 1 616 a.C pela datação por radiocarbono, ou entre

Cientistas podem ter encontrado o Bóson de Higgs, a ‘partícula de Deus’.

O Tevatron colidia prótons e antiprótons, o que mostraria o bóson de Higgs decaindo em um quark e um antiquark bottom. Já o LHC colide prótons com prótons, e os sinais do bóson de Higgs devem aparecer conforme a partícula decaia em dois fótons. [Imagem: Fermilab]

O mundo científico está comemorando a descoberta de uma partícula inédita que pode ser a chamada “partícula de Deus”. Se for mesmo, pode revelar a origem do universo, como tudo começou.

Os cientistas ainda precisam confirmar que a partícula que eles encontraram se trata, de fato, do bóson de Higgs, que ganhou esse apelido de “partícula de Deus”, e que é considerado crucial para compreender a formação do universo, já que pode explicar como as partículas ganham massa. Sem isso, nenhuma matéria como nós conhecemos, como as estrelas, os planetas e até os seres humanos, existiria.
O anúncio foi feito em Genebra, sede do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares. As conclusões foram baseadas em dados obtidos em um gigantesco acelerador de partículas que fica debaixo da terra, na fronteira entre a Suíça e a França. Há mais de quatro décadas que cientistas tentam encontrar essa partícula. Mesmo sem efeitos práticos no nosso dia a dia, a descoberta já está sendo considerada a mais importante dos últimos anos no campo da Física.
  
Qual é a origem da expressão 'partícula de Deus'?
 O britânico Peter Higgs teorizou a existência do bóson que leva seu nome. Foto: Agência Reuters.
Décadas de trabalho têm sido dedicadas à busca por uma partícula subatômica denominada bóson de Higgs, também conhecida como "partícula de Deus", e que pode ter sido ao menos detectada, afirmaram cientistas do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês). Mas, de onde vem o nome "partícula de Deus"?
O bóson de Higgs recebeu este nome em homenagem ao físico britânico Peter Higgs, que propôs sua existência em um artigo publicado em 1964 no periódico científico Physical Review Letters. Higgs teve a ideia enquanto caminhava um fim de semana pelas Montanhas Cairngorm, na Escócia. Quando retornou ao laboratório, ele disse aos seus colegas ter tido sua "grande ideia" e encontrado uma resposta para o enigma de por que a matéria tem massa.
Embora a partícula leve o nome de Higgs, importantes trabalhos teóricos também foram desenvolvidos pelos físicos belgas Robert Brout e François Englert. O bóson de Higgs ficou conhecido como "partícula de Deus", porque, assim como Deus, estaria em todas as partes, mas é difícil de definir. Mas a eral origem é bem menos poética.
A expressão vem de um livro do físico ganhador do prêmio Nobel Leon Lederman, cujo esboço de título era "A Partícula Maldita" ("The Goddamn Particle", no original), em alusão às frustrações de tentar encontrá-la. O título foi, depois, cortado para "A Partícula de Deus" por seu editor, aparentemente temeroso de