quinta-feira, 20 de junho de 2013

Psicopatas/Sociopatas. Eles estão entre nós? Parte I.

Sociopatas/Psicopatas, eles parecem pessoas normais, mas não tem a menor empatia por seu semelhante são capazes de fazer qualquer coisa para atingirem seus objetivos e destruírem outras pessoas. Imagem: Divulgação TXT.

“Dedico essa sequencia de postagem a todas as pessoas de bem que lutam e acreditam em um mundo mais justo e menos violento.”

A gente resiste muito a acreditar na existência do MAL enquanto prática humana! Mas ele está ai, vizinho, rondando cada um de nós, e a gente nem se dá conta! O que assusta nessas pessoas é que  elas parecem tão comuns, tão gente igual à gente. E no entanto, a incapacidade de ter empatia pelo outro revela claramente que elas não são como a gente: psicopata não tem semelhante. Ele nem sabe o que é isso. Essa sequencia de postagens que começo hoje nos fará descobrir que estamos sempre correndo o risco de ser a próxima vítima. Mas, ao mesmo tempo, nos dá as únicas armas possíveis para nos defendermos deles: a possibilidade de reconhecê-los para sair de perto! Tenho por interesse tirar o psicopata que você imagina, aquele assassino sanguinário que você vê nos filmes hollywoodianos, onde o senso comum o confina, para mostrar que a maioria deles não chega ao assassinato, ainda que todos vivam a matar: sonhos, esperanças, a confiança que os outros depositam neles. A boa notícia é que eles são uma proporção muito pequena da população, de modo que podemos continuar apostando na humanidade!

Esses “predadores sociais” com aparência humana estão por ai, misturados conosco, incógnitos, infiltrados em todos os setores sociais. Por esse motivo, é natural que você esteja agora se perguntando, de forma íntima e angustiada, se as pessoas com as quais convive ou que fazem parte do seu mundo são dotados de consciência ou não. 

Por isso nesse exato momento proponho um passeio mental. Pare e pense:

Nos seus vizinhos;

Nos professores de seu filho;

Nos jovens nas escolas onde estuda;

Nos trabalhadores da sua rua;

Nos amigos dos seus amigos;

Nos líderes religiosos;

Nos políticos de sua nação;

Será que todos, sem exceção, são dotados de consciência? Entre homens e mulheres 4% da população apresentam esse lado sombrio da mente. Destituídos de compaixão, culpa ou remorso!

Se puder, tente imaginar como seria não ter consciência, culpa nem remorso independente do que fizesse, não se sentir de forma alguma tolhido pela preocupação com o bem-estar de estranhos, amigos ou mesmo parentes. Imagine ser capaz de desconhecer a noção de responsabilidade, salvo como um fardo que os outros aparentemente carregam sem questionar. 

Acrescente a capacidade de esconder das pessoas o fato de que a estrutura psicológica delas é radicalmente diferente da sua. Como todos erroneamente pressupõem que a consciência é um atributo universal dos seres humanos, esconder que você não a possui exige pouquíssimo esforço. O sangue-frio que corre em suas veias é tão bizarro, tão completamente alheio à experiência dos outros, que eles nem sequer suspeitam de seu transtorno. E ainda mais é provável que sua estranha vantagem sobre a maioria das pessoas, mantidas na linha pela consciência, jamais seja descoberta.

Imagine ser capaz de não se perturbar por aquela incômoda voz interior que impede outras pessoas de fazer qualquer coisa para alcançar o sucesso. Se necessário, não hesitará em manipular aqueles que confiam em você, tentar acabar com colegas poderosos ou influentes e passar como um trator por cima de grupos de pessoas mais fracas. Não importa qual for a sua ocupação, você manipula e intimida seus subordinados da maneira mais frequente e ultrajante possível sem que corra o risco de ser demitido ou responsabilizado. Deixar os outros tremendo significa ser poderoso.

A ausência de culpa foi, na verdade, o primeiro distúrbio de personalidade reconhecido pela psiquiatria e os termos usados para defini-lo ao longo do tempo. Segundo, o atual Manual diagnóstico e estatístico de distúrbios mentais DSM-IV-TR, da Associação Americana de Psiquiatria, o diagnóstico clínico do “Transtorno da Personalidade Antissocial” deve ser cogitado quando um indivíduo apresentar, no mínimo, três das sete características a seguir:

1- Incapacidade de adequação às normas sociais;

2- Falta de sinceridade e tendência à manipulação;

3- Impulsividade, incapacidade de planejamento prévio;

4- Irritabilidade, agressividade;

5- Permanente negligência com a própria segurança e a dos outros;

6- Irresponsabilidade persistente;

7- Ausência de remorso após magoar, maltratar ou roubar outra pessoa.

       A combinação de três desses “sintomas” é suficiente para levar muitos psiquiatras a considerarem o individuo ausente de consciência ou sociopata (psicopatia).

Seria difícil de refutar a observação de que indivíduos totalmente livres do estorvo de uma consciência às vezes obtêm dinheiro e poder, pelo menos por algum tempo. Um número excessivo de capítulos no livro da história da humanidade, de suas primeiras linhas aos acréscimos mais contemporâneos, está organizado em torno dos grandes sucessos de invasores militares, conquistadores, magnatas sem escrúpulos e construtores de impérios. Esses indivíduos já morreram há muito tempo ou são demasiadamente privilegiados para serem avaliados de maneira que agradaria a um psicólogo clínico. No entanto, com base em determinados comportamentos bastante conhecidos e largamente documentos, concluímos, que um bom número deles não possuí qualquer senso de obrigação baseado em vínculos emocionais com os outros. Ou seja, alguns deles eram, e são sociopatas (psicopatas).

E, como não entendemos esses indivíduos, com sua psicologia nos é estranha, quase nunca os reconhecemos e os detemos até que tenham prejudicado a humanidade de formas inimagináveis. Imagem: Divulgação TXT.

Para piorar a situação, conquistadores cruéis e grandes imperadores em geral são admirados por seus contemporâneos e durante a vida costumam ser vistos como modelos para toda a raça humana. Sem dúvida, inúmeros meninos mongóis do século XIII foram ninados à noite com as histórias do destemido Gêngis Khan, e hoje nos perguntamos qual dos heróis modernos que elogiamos para nossos filhos acabará lembrado pela história como um interesseiro inescrupuloso. Gêngis Khan foi excepcional entre os tiranos sociopatas. Desde que começaram a documentar guerras atividades e projetos de genocídio, os historiadores têm observado com frequência que um determinado tipo de vilão catastrófico e amoral parece renascer constantemente na raça humana. Nem bem nos livramos de um, outro surge em algum lugar do planeta. Do ponto de vista genético populacional, é provável que exista alguma verdade nessa lenda. E, como não entendemos esses indivíduos, com sua psicologia nos é estranha, quase nunca os reconhecemos e os detemos até que tenham prejudicado a humanidade de formas inimagináveis.

Teólogos e cientistas também concordam que há dois erros humanos que costumam contrariar a nossa natureza em geral benevolente.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Vikings, muito antes de Colombo!


Além de aterrorizar a Europa, os vikings descobriram o caminho para a América e criaram as primeiras colônias em nosso continente. Conheça a saga desses guerreiros do mar. A colônia de Anse-aux-Meadows, descoberta em 1960 na costa leste do Canadá, abrigava três casas, além de oficinas, forjas e fornos. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Numa época em que a América do Norte ainda era dominada pelos povos indígenas, alguns colonos europeus caminhavam pelas matas quando avistaram um grupo grande de nativos. Rapidamente, alteraram seu trajeto para evitar o confronto. Mas uma jovem gestante, de nome Freydis, foi contra. Fugir era indigno. O certo era atacar os índios. Freydis foi ignorada pelos homens do grupo, mas isso não diminuiu seu furor. Ela deixou à mostra um seio para ressaltar seu sexo, pegou uma espada e partiu para a briga. Os índios, que nunca haviam visto - quanto mais combatido - uma mulher branca, grávida, armada, perigosa e seminua, ficaram perplexos e mudaram de rumo.
A história acima faz parte das "Sagas", registros de feitos heróicos dos vikings escritos na Islândia entre os séculos 12 e 14. Até o século 20, os historiadores pensavam que os relatos das escaramuças com os "skræling" (como os índios são chamados no texto) fossem fictícios. Compreensível, já que os autores estavam mais preocupados em criar lendas do que em registrar fatos. Eis que, em 1960, o dinamarquês Helge Instad encontra na Terra Nova, no Canadá, os restos de um assentamento viking do ano 1000. Ficou provado que, quase 500 anos antes de Colombo, outra cultura européia havia alcançado a América. Os contatos entre índios e vikings são o tema de "Desbravadores", que estreou nos cinemas em outubro. Embora ficcional, o filme deixa no ar questões importantes. Por que os vikings foram os primeiros europeus a chegar à América? Por que não permaneceram? E o que essa aventura representa para nós?
Essa colônia montada pelos vikings na América do Norte marcou o ponto mais extremo de uma viagem que começou no século 2, quando tribos germânicas ocuparam as regiões menos frias da Dinamarca, da Suécia e da Noruega. Nos 600 anos seguintes, esses povos permaneceram relativamente isolados do resto da Europa, desenvolvendo características que, entre os séculos 8 e 10, levaram ao movimento de expansão conhecido como Era Viking.

Os vikings viviam em pequenos reinos, e a sociedade se dividia em três classes principais: abaixo de todos, escravos e servos; acima deles, os homens livres, dedicados à agricultura e à pecuária; no topo da pirâmide, aristocratas com funções administrativas, militares e religiosas - os escandinavos foram pagãos até o século 11. O comércio era muito importante para esses "fiordes-estado": navios escandinavos iam até portos da Irlanda e da Europa Ocidental para trocar peles e marfim por ouro, cobre e estanho.
Não há um consenso do porquê (explosão populacional, embargo comercial, superioridade tecnológica, honra), mas o intercâmbio pacífico ficou para trás em 793, quando os "homens do norte" desandaram a atacar mosteiros no litoral britânico, alvos fáceis e lucrativos. Os guerreiros chegavam pelo mar e não mostravam nenhuma piedade cristã com os monges, matando quem se metesse no caminho, saqueando as capelas em busca de riquezas e vendendo os sobreviventes como escravos.

Expansão Viking na Europa. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.
Após os primeiros sucessos, os ataques cresceram em quantidade e tamanho. "As primeiras expedições contra mosteiros indefesos podiam ser feitas com 20 guerreiros. Já as grandes, contra cidades como Paris, podiam reunir 200 navios", diz o historiador Johnni Langer, principal estudioso do tema no Brasil. Essas expedições de saque eram chamadas "viks", que deu origem ao termo "viking".
"O excesso de saques numa mesma região forçava a busca de alvos cada vez mais distantes", diz Langer. Cada povo seguiu sua rota (ver "Mapa dos tesouros", à direita). Os da Dinamarca e da Noruega se voltaram para o Ocidente, conquistando parte da Inglaterra e da Irlanda e saqueando sucessivamente França, Península Ibérica, norte da África, Itália e Grécia. Enquanto isso, os suecos foram para oeste: detonaram os países bálticos, desceram a bacia do rio Dnieper pelo Leste Europeu até o Mar Negro e atingiram as rotas comerciais árabes. Os guerreiros vikings causaram forte impressão entre as tribos eslavas do Leste Europeu. O suficiente para que elas, que os chamavam de "rus", fizessem deles seus chefes. Dessa mistura eslavo-normanda nasceria a Rússia.
 A América dos Vikings

Por um desses acasos da história, as duas correntes de pilhagem migratória, a do Oeste e a do Leste, acabaram se reencontrando no século 9, nas vizinhanças do Império Bizantino. Para desespero de Bizâncio, que passou a ser vítima de saques constantes e quase foi conquistada. 
O segundo momento da expansão viking é marcado pelo estabelecimento de colônias. A partir de 860, noruegueses começaram a se estabelecer na Islândia, então uma ilha deserta. Nessa época, o líder Harald Cabelos Finos estava em franca campanha militar para tornar-se o único monarca norueguês. Descontente com essa unificação forçada, boa parte da população decidiu lançar-se ao mar. Em 930, a Islândia já contava com 30 mil habitantes. Isso levou, naturalmente, a um esgotamento das terras disponíveis para agricultura.

domingo, 16 de junho de 2013

O Revisionismo do Holocausto


Manifestação relacionando o Governo Israelense ao Governo Nazista. Imagem: http://www.thestar.com/news/insight/article/742965%E2%80%93a-case-for-letting-nature-take-back-auschwitz

“Sim, não é verdade. Mas em minha imaginação era verdade.” [Herman Rosenblat]

 O especialista judeu para Auschwitz, Robert Jan van Pelt, gostaria de ver destruídas as ainda existentes provas de Auschwitz. Aparentemente a pressão do mundo islâmico, diante do excelente relatório de Germar Rudolf, torna-se maior a cada dia que passa. Van Pelt gostaria de evitar a todo custo tal investigação oficial. Ele declarou isso em entrevista a um jornal canadense – THE STAR, sugerindo a demolição de todas as ruínas de Auschwitz-Birkenau. Somente o prédio do Stammlager deveria ficar em pé, sobre o qual o próprio van Pelt já afirmara em seu livro “Auschwitz: 1270 até hoje”, que lá nunca aconteceu qualquer “gaseamento”.

Robert Jan van Pelt também gostaria que não fosse mais realizado qualquer laudo científico sobre a sede do Holocausto-profissional. E isso, embora o teto das ruínas ainda exista. E este deveria mostrar o “azul cianídrico” e poderíamos mensurar ainda no reboco das paredes os subprodutos das reações com o gás venenoso (cianureto contido no fumigante Zyklon-B).

O que é inacreditável e equivale a algo sensacional é a declaração de van Pelt no STAR, onde ele disse que nossos conhecidos testemunhos sobre Auschwitz não possam ser comprovados criminalmente (investigação forense). Devido a uma declaração deste porte, inúmeros pesquisadores do Holocausto foram/estão jogados por anos nas masmorras. Em 2009, por exemplo, Horst Mahler foi preso e deve cumprir uma pena de mais de 12 anos. Aqui as passagens mais importantes de Robert Jan van Pelt na entrevista ao STAR:

Robert Jan van Pelt é arquiteto e especialista sobre Auschwitz. Ele declarou:

"Afirmo que 99% daquilo que sabemos sobre Auschwitz não podem ser comprovados através da ciência. Nosso conhecimento é parte do conhecimento herdado… Neste sentido, eu não acredito que o Holocausto seja algo fora do comum. No futuro, quando lembrarmos o Holocausto, nós o faremos da forma que é feito com a maioria das coisas do passado. Nós relacionaremos nosso conhecimento à literatura e aos depoimentos das testemunhas… Nós tivemos muito sucesso em lembrar o passado desta forma. [...] Colocar o Holocausto em uma categoria separada e exigir que mais provas materiais sejam fornecidas, significa de fato nos curvarmos diante dos negadores do Holocausto, onde estaríamos disponibilizando um tipo de prova especial’.” 
The Star, Canadá, 27/12/2009.

O maior genocídio da história mundial deve permanecer segundo, van Pelt, sem comprovação criminal e ao invés disso, melhor seria se apoiar nos conhecidos testemunhos dos ex-prisioneiros de Auschwitz.Estes testemunhos, caro leitor, cada um de nós deveria conhecer. O livro de Jürgen Graf – “Auschwitz: confissões dos assassinos e testemunhas do Holocausto” – apresenta um relato ímpar sobre o tema.


Logo propondo boicote ao Estado de Israel devido ao massacre do povo palestino nas mãos do Exército israelense. Imagem: http://krycek10.blogspot.com.br/2012/11/o-revisionismo-do-holocausto.html

O que para a maioria das pessoas comuns possa parecer impossível é de fato realidade: ao longo do processo de Auschwitz em Frankfurt (50/Ks 2/63), que durou muitos anos, nunca houve uma autópsia sequer, nem investigações forenses da arma do crime, embora o tribunal tenha acompanhado os relatos das testemunhas em Auschwitz e tenha visitado o local. Uma investigação forense não foi exigida pela justiça, mas esta reclamou no veredicto que tal investigação não foi apresentada:

“Outra dificuldade foi que as testemunhas – compreensivelmente – puderam fornecer somente em raros casos detalhes precisos sobre locais e época de determinados acontecimentos. [...] Pois falta ao tribunal quase todas as possibilidades disponíveis de um processo criminal comum para formar um quadro fiel dos reais acontecimentos na época do assassinato. Faltam os cadáveres das vítimas, os protocolos das autópsias, laudos de peritos sobre a causa mortis e o horário das mortes; faltam as pistas dos assassinos, das armas do crime e assim por diante. Uma comprovação dos testemunhos foi somente possível em casos raros.” 

Veredicto de Auschwitz 50/Ks 2/63, página 109.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Palestina: O Holocausto Invisível!

Escrito por Mary Sparrowdancer.
Traduzido por Antonio Celso Barbieri.
Ao celebrarmos 40 anos da “ocupação” militar ilegal de lares e terras Palestinas, talvez seja o momento para o mundo dar uma boa olhada em Israel e seu campo experimental de guerra que, se faz de estado religioso precisando de proteção. O mundo inteiro tem até medo de questionar as atividades do estado de Israel ou, fazê-lo prestar contas perante as leis internacionais de proteção aos direitos humanos. Já é tempo do mundo passar algumas horas com os refugiados palestinos invisíveis. Os palestinos são uma nação de vítimas. Uma nação, quase por 60 anos, brutalmente “ocupada” contra a sua vontade e transformada num Holocausto Zionista até o presente.
“Ocupação” é uma palavra higiênica que, parece que ninguém quer questionar ou importar-se. A verdade é que a palavra “ocupação” ou “terra ocupada” não serve nem para começar a contar a história total do que foi feito contra os palestinos. Para que possamos melhor compreender este assunto, precisamos voltar até o ano de 1948, o ano em que Israel declarou-se um estado dentro da nação Palestina e depois, retroceder ainda mais no tempo para ver como tudo isto foi orquestrado.
Entretanto, primeiro imagine Católicos Romanos ou Batistas Sulistas declarando-se como sendo um estado dentro dos Estados Unidos, no qual eles apenas reconhecerão os direitos humanos dos membros da sua religião, tomarão posse dos direitos pertencentes à outros sobre casas, terras, pomares, propriedades e água e depois, seus residentes que moravam dentro e em torno deste novo estado criado sejam expulsos com uso de força. Uma situação como esta nunca seria permitida nos Estados Unidos porque é uma situação claramente ilegal.
A criação de um país para os Zionistas não aconteceu do dia para a noite. Israel não passou à existir subitamente em 1948. Na verdade, seu planejamento foi, na Inglaterra, rascunhado e aperfeiçoado em vários documentos desde o começo de 1900. Em 2002 numa entrevista concedida à BBC News, Jack Straw, o prévio Secretário do Exterior, culpou o “passado imperial britânico” pelo presente conflito Árabe-Israelense.
Foi em 1917 através da “Declaração de Balfour” que a Inglaterra “deu” a terra dos palestinos para os Zionistas. (1) (2)
Poderíamos dizer que Israel nasceu como resultado de explosivos. No começo de 1900, o doutor Chaim Weizmann descobriu um jeito de usar fermentação industrial para fazer um explosivo chamado cordite (também conhecido como “pólvora sem fumaça”). Esta descoberta provou ser de uma ajuda imensa para os esforços de guerra e, quando Chaim Weizmann foi perguntado de que forma ele queria ser compensado pelos serviços prestados ao Reino Unido respondeu “Existe somente uma coisa que eu quero, uma nação para o meu povo”. Ele queria especificamente a Palestina. Logo depois, a Declaração de Balfour seria escrita e o Doutor Weizmann acabaria eventualmente sendo o primeiro presidente do novo estado chamado “Israel”. (3)
Com a Declaração de Balfour, uma nação prometeu à outra nação que ainda não existia uma terra que já era habitada por uma terceira nação. Esta terceira nação não foi consultada. Balfour mais tarde escreveria “na Palestina nós não consultamos e nem fizemos algum tipo de plebiscito para saber o desejo dos habitantes deste país” e mais tarde escreveu sobre a Palestina “O Zionismo, seja certo ou errado, bom ou ruim, esta arraigado numa tradição muito antiga, nas necessidades presentes, nas esperanças futuras, de muito maior importância do que os desejos e preconceitos dos 700.000 árabes que agora habitam esta terra antiga”.
Lorde Balfour com seus preconceitos pessoais, colocou a caneta no papel e arruinou a vida do o que são hoje milhões de seres humanos. Ele aparentemente falhou em não perceber que muitos palestinos tinham vivido na Palestina, nas suas terras ancestrais, por 1.000 anos ou até mais. Dando os lares ancestrais dos palestinos para os Zionistas e Judeus vindos dos outros países, dando aos Judeus imigrantes uma casa nova se desejassem, tornou todos os palestinos em refugiados em sua própria terra. A revolta e desespero em relação à uma atitude tão desumana resultou em 60 anos de violência através da Palestina. Violência esta que o mundo não sabe nada à respeito porque o problema palestino continua grandemente invisível para nós. (4)
Depois de Israel em 1948 ter declarado-se um estado dentro da Palestina e o conseqüente conflito que se seguiu, o Conde Folke Bernadotte, um diplomata suíço, foi enviado para tentar estabelecer normas de justiça que resultasse em paz para a região. Isto é o que Bernadotte disse sobre Israel: “Um estado judeu chamado Israel existe dentro da Palestina e não existe boas razões para assumirmos que ele continuará a existir.” Ele então criou um plano que limitaria as fronteiras entre Israel e Palestina e que também permitiria que os refugiados palestinos que fugiram dos militares israelense bem armados, retornassem para suas casas. Depois de escrever o plano, o Conde foi emboscado e assassinado pelos revoltados terroristas Zionistas. (5)
Muito do que tem acontecido no Oriente Médio tem sido censurado pela imprensa controlada pelo estado. A censura tem sido pesada e, a verdade raramente achou caminho até o público. Por causa disto, foi inevitável que alguns jornalistas frustrados se reunissem e criassem uma imprensa professional e independente chamada Al-Jazeera onde pudessem mostrar o que eles estavam observando sem nenhuma censura. Al-Jazeera não busca aprovação dos Estados Unidos, Israel ou Inglaterra antes de publicar suas matérias, comentários e documentários. Ela tem apresentado uma grande quantidade de material fotográfico cobrindo a agressão militar dos Estados Unidos e Israel. Este material é tão embaraçoso que os escritórios árabes e viaturas da Al-Jazeera, muito embora sejam claramente marcados e pintados, tem sido bombardeados e metralhados pelos aviões Norte Americanos e tanques Norte Americanos e Ingleses. (6) (7) (8)
Na Al-Jazeera, num recente debate no seu programa Inside Story, centrado num “relatório condenatório” escrito pela Anistia Internacional relativo aos 40 anos de ocupação militar ilegal da Palestina, a Anistia relatou uma grande quantidade de violações de direitos humanos assim como, violações de leis internacionais cometidas por Israel. No programa, o jornalista da Al-Jazeera, Darren Jordan perguntou: “Porque a comunidade internacional não faz mais para ajudar a terminar com todo este sofrimento?” Infelizmente a simples resposta foi de que, na maior parte, a comunidade internacional não sabe nada à respeito do sofrimento porque, a maioria dos países estão recebendo informação através de uma imprensar controlada pelo estado. Nos não temos recebido notícias corretas sobre Israel por quase 60 anos. (9)

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Dez curiosidades que você desconhecia sobre 'Che' Guevara


'Che' Guevara preso na Bolívia em 8 de outubro de 1965 e executado no dia seguinte por crimes contra o Estado e povo boliviano. Imagem: Arquivo Pessoal CHH

Ele é amado e odiado. Ele é o comunista que fez maior sucesso comercial no mundo capitalista e um dos assassinos mais brutais na história recente. Che Guevara se tornou um herói apenas por ter sido um mártir. Fora isso, a visão histórica de Guevara é repleta de assassinatos e execuções sumárias.  Em 1959, Che promulgou cerca de 400 (ou mais) sentenças de morte, os chamados "justiçamentos", contra adversários do novo regime. De acordo com O Livro Negro do Comunismo, ocorreram 14.000 execuções por fuzilamento em Cuba até o final de década de 1960. Mesmo depois da revolução cubana, o país é uma ditadura.

1.Para os cubanos, Che Guevara é um amado herói nacional. As crianças todas as manhãs começam o dia na escola falando “Seremos como Che”. Na Argentina, há escolas com o seu nome, inúmeros museus tentam preservar sua memória e, em 2008, foi inaugurada uma estátua de bronze em sua homenagem em Rosario, sua cidade natal. Para alguns fazendeiros na Bolívia, Ernesto foi santificado, eles o chamam de Santo Ernesto e rezam para ele (rezam para uma pessoa que morreu ateu).

2.O conhecido ícone gráfico de alto contraste estampado com o rosto de Che Guevara é uma das imagens mais objetivadas e mercantilizadas. Ela é encontrada em camisetas, bonés, pôsteres, tatuagens, contribuindo, ironicamente, com o consumo. A foto original foi tirada pelo fotógrafo Alberto Korda.

3.Depois de executado, teve suas mãos amputadas por um médico do exército. Apesar de os oficiais bolivianos não revelarem se seu corpo foi enterrado ou cremado, suas mãos foram preservadas. Os membros foram então mandados a Buenos Aires para identificação e então para Cuba.

4.Che Guevara foi pai de cinco filhos. Com sua primeira esposa, Hilda Gadea, ele teve uma filha nascida no México em 15 de fevereiro de 1956. Os outros quatro filhos eram de sua segunda esposa, Aleida March.

5.Em 1964, Guevara fez um discurso para as Nações Unidas em Nova Iorque, nos EUA. No discurso, ele condenou a segregação racial do país.

6.Em junho de 1953, Che se formou em medicina. Ele se interessava, particularmente, pela lepra.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

A verdadeira Bandeira de Israel: Hexagrama ou “Estrela de Davi” versus o Sagrado Menoráh?


Qual simbolo é historicamente ligado ao judaísmo bíblico? O Menoráh Sagrado, citado nas Escrituras ou o Hexagrama? Um símbolo pagão sem conexão com o povo judeu! Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

A Menorá do Templo Sagrado

O símbolo da Menorá de sete braços em semicírculo é um dos mais conhecidos no mundo judaico. A Torá traz um indício bem claro. No livro do Êxodo (25:32) estão detalhadas as instruções para a confecção da Menoráh:

O verdadeiro simbolo do judaísmo bíblico: o Menorah. Imagem: Arquivo Pessoal CHH

"Seis hastes saem de seus lados: três hastes do candelabro do primeiro lado e três hastes do candelabro do segundo lado."

A Menorah significa candelabro. Presume-se que a primeira Menorah tenha sido feita para o Tabernáculo no Deserto pelo artista e artesão Bezalel, obedecendo as instruções de Moisés. Na Menorah há 7 lumes de lâmpadas, uma haste central e 03 braços que saem de cada lado.



Se seguissem as instruções de Deus está deveria ser a Bandeira do Estado de Israel. No centro estaria o mais sagrado símbolo do judaísmo. A Menorah que ilumina todas as nações com a Luz do Único Deus. Arquivo Pessoal. CHH.
O Livro Sagrado afirma que a forma, o desenho e os detalhes da Menorah foram inspirados por revelação do céu. Na Menoráh, como já afirmamos havia sete braços ao todo: uma haste central e três braços que saíam de cada lado. Cada um dos sete tinha uma tigela para o óleo, que era retirada diariamente pelos sacerdotes para limpeza e recomposição do óleo. Ela era impressionantemente grande, de ouro puro e de desenho altamente decorativo.
Naturalmente, o fogo e a iluminação sempre tiveram papel muito importante nos ritos religiosos.
Quando o Templo foi destruído, a Menorah tornou-se o principal símbolo artístico e decorativo da fé judaica.
Porém a Menorah também tem um significado oculto como já afirmamos. Pareceu-nos bastante claro que o Candelabro é um Simbolograma da Criação. Pesquisando o Livro Sagrado sobre o assunto, encontramos em Êxodo 25: 31/40:
"O Senhor disse a Moisés: Farás um candelabro de ouro puro, e o farás de ouro batido, com o seu pedestal e sua haste. ...seis braços sairão dos seus lados, três de um lado e três do outro . . Estes braços formarão um todo com o candelabro, tudo formando uma só peça de ouro batido . . .Cuida para que se execute este trabalho segundo o modelo que te mostrei no monte".
O texto mostra claramente que o candelabro é apenas uma imagem, uma sombra das realidades celestiais, como foi revelado a Moisés quando estava para construir o tabernáculo.
Originalmente era um objeto constituído de ouro batido, maciço e puro, feito por Moisés para ser colocado dentro do Santo Lugar átrio intermediário entre o Átrio Exterior do Santuário e o Santo dos Santos - juntamente com o Altar de Incenso e a Mesa dos Pães da Proposição. Diz-se que simboliza os arbustos em chamas que Moisés viu no Monte Sinai

A primeira Menorah foi feita obedecendo a instruções minuciosas do Eterno. Na Menorah, há sete braços ao todo: uma haste central, e três braços que saiam de cada lado. Naturalmente, o fogo e a iluminação sempre tiveram um papel muito importante.

A Menoráh podia ser visto como ocupando o papel mais central de todos os vasos sagrados, pois é o símbolo da luz - e os sábios se referem a Jerusalém como "a luz do mundo" .

Uma razão para isso é a luz da Menoráh, irrompendo de dentro do santuário. Para acender a menorá era como um ato espiritual, bem como a iluminação.  Assim, os sábios ensinam que as janelas nas paredes do santuário foram construídas de forma diferente do que qualquer outra janela no mundo. Estes foram apenas o oposto de janelas normais, qual é normalmente considerada a função da Janela?

Para deixar a luz entrar. Mas dentro dessas janelas, estavam em ordem, a fim para deixar a luz sair para fora - para difundir a luz espiritual que emana do Templo, da Menoráh para o mundo. 

As janelas do Santuário permitiam que a luz especial saísse da Menoráh para espalhar-se pelo mundo, partindo de dentro do salão sagrado.

O Hexagrama ou “Estrela de Davi”.
Uma das teorias que visa dar sem embasamento histórico confiável origem ao hexagrama dentre o povo judeu, faz alusão ao nome do Rei Davi. Segundo a tradição judaica, o nome Davi era escrito com apenas três letras no alfabeto hebraico: dalet, vav e dalet. A primeira e última letra (dalet), possui uma forma semelhante ao triângulo. 
O hexagrama, um simbolo de crenças pagãs instituído no meio do judaísmo. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.
Um "hexagrama" um simbolo composto por 6 partes. os hexagramas são usados na religiao para representar algum sentido, ou podem ser usados para transmitir qualquer mensagem em forma de simbologia.
Um hexagrama é uma forma geométrica que é uma estrela de 6 pontas, composta por dois triângulos equiláteros. A interseção é um hexágono regular.

domingo, 9 de junho de 2013

Birobidjan, a Capital da primeira nação moderna do povo judeu: Oblast Autônomo Judaico.


Brasão da Cidade de Birobidjan, Capital da Região Autônoma Judaica na Federação Russa. As sete  listras na vertical representam os Sete Braços do Menorah (Candelabro) Sagrado, símbolo original dos judeus. As ondas representam os dois  rios que passam pela cidade. Imagem: http://birobidzhan.rfn.ru/

Birobidjan em yiddish: ביראָבידזשאן. É a capital do Oblast (É uma subdivisão Federal administrativa) Autônomo Judaico da Rússia. (Yevreyskaya avtonomnaya oblast). A cidade é cortada pelos rios Bira e pelo Bidjan, na fronteira com a China, e é atravessado pela ferrovia Transiberiana,o que garante o contato entre Birobidjan e Moscou. Suas coordenadas são: 48°48′N 132°57′E. Segundo o censo de 2002, a cidade possui 77,250 habitantes. No livro O Exército de um Homem Só de Moacyr Scliar, os personagens principais migraram de Birobidjan para Porto Alegre, o livro conta a história do Império Russo e da União Soviética, sendo que os personagens principais são judeus e um deles é um comunista que sonha com um mundo livre, querendo fundar uma nova sociedade nas vizinhanças de Porto Alegre, com o nome de Nova Birobidjan.

A região foi criada em 1934 como 'Distrito Nacional Judaico', como resultado da política nacionalista de Josef Stalin, que designou à população judaica da Rússia seu próprio território, para que pudessem preservar seu patrimônio cultural iídiche dentro de uma estrutura socialista. Apesar do nome, apenas 1,2% da população de 190 400 habitantes é formada por judeus; 90% é formada por russos e o restante por ucranianos e chineses. Sua capital é Birobidjan.

Em 28 de Março de 1928, o “Presidium” do Comitê Executivo Geral da URSS baixou um decreto definindo como “Komzet” um território livre próximo ao rio Amur no extremo leste para assentamento de trabalhadores judeus. O decreto em verdade dava a entender :

"a possibilidade de estabelecimento de um território administrativo para os judeus nessa região”.


Mapa da Região Autônoma Judaica na Federação Russa. Imagem:http://birobidzhan.rfn.ru/

Em 20 de Agosto de 1930 o Comitê Executivo Geral da então RSFSR aceitou o decreto para “Formação da região nacional de Birobidjan numa estrutura de Território do Extremo Oriente”, considerado pelo Comitê de Planejamento do Estado como uma unidade economicamente separada. Em 1932 os primeiros números (orçamentos) para desenvolvimento de Birobidjan foram considerados e autorizados.


Brasão da Região Autônoma Judaica. Imagem: http://www.eao.ru/eng/

O brasão de armas da Região Autônoma Judaica é um escudo heráldica francês, de cor água-marinha russa (verde escuro). As partes superior e inferior do escudo estão marcados com riscas horizontais estreitas em branco-azul-branco. Todas as cores são iguais em largura, e são de 1/50 da altura do escudo. As listras azuis simbolizam os rios Bira e Bidzhan. O centro do escudo é estampado com um Ussurian tigre dourado com listras pretas em sua coloração natural. A figura do tigre é girada para a direita em direção ao espectador que simboliza uma história incomum e uma forma original de desenvolvimento da Região.

Em 7 de Maio de 1934 o “Presidium” do Comitê Executivo Geral aceitou o decreto para transformação na Região Autônoma dos Judeus dentro da Federação Russa e em 1938 o território de Khabarovsk, como Região Autônoma Judaica foi incluída na estrutura da URSS.

Joseph Stalin em sua política de prover aos diversos grupos nacionais da União Soviética territórios separados para desenvolver suas Autonomias Culturais, porém dentro da ideologia Socialista. Isso respondia a dois problemas enfrentados pela União Soviética na sua busca de unificação nacionalista:

O judaísmo, com sua oposição a política estatal de ateísmo.

O sionismo, com a criação em 1948 do moderno Estado de Israel.


Bandeira da Região Autônoma Judaica. Imagem: http://www.eao.ru/eng/

A bandeira da Região Autônoma Judaica é um painel retangular branco. No eixo horizontal está localizado a uma faixa de cor simbolizando um arco-íris. A tira é composta por sete faixas horizontais estreitas (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul céu, azul e violeta). Cada largura é igual a 1/40 da largura do pavilhão. As tiras são divididas por faixas horizontais brancas estreitas, a largura de cada uma é igual a 1/120 avos da largura do pavilhão. 

quinta-feira, 6 de junho de 2013

O nascimento da escola dos Annales


Promover multidisciplinar (economia, demografia, sociologia, geografia, antropologia), a renovação do foco (tudo é história) e da diversificação das fontes (material escrito, oral), a nova história está dando atenção prioritária aos grupos - e não os indivíduos - de estruturas sócio-econômicas e fenômenos mais geral que evoluíram lentamente - ao invés de eventos. Imagem: Capa do livro a Escola dos Annales de Peter Bunker.

Essa corrente do pensamento historiográfico surgiu com a inauguração da revista [1]: “Analles de História Econômica e Social”, fundada em 1929 pelos historiadores Marc Bloch (1886-1944) e Lucién Febvre (1878-1956) (ambos professores da Universidade de Estrasburgo). A intenção era promover estudos relativos às estruturas econômicas e sociais, favorecendo possíveis contatos interdisciplinares [2] no seio das Ciências Sociais. A importância maior da revista, sem dúvida, foi a ampliação do ofício do historiador em direção a um novo paradigma [3], notadamente:

[...] Uma renovação dos métodos e do próprio objeto da ciência histórica, mediante à atenção dada às estruturas e aos fenômenos coletivos, assim como a abertura para outras ciências sociais, eram desejadas e esperadas nos anos 30 e deviam necessariamente impor-se à comunidade científica [...] a atenção prioritária concedida aos grupos – e não mais aos indivíduos (herança do positivismo) -, às estruturas socioeconômicas e, de modo geral, aos fenômenos de evolução lenta – e não mais aos acontecimentos [...] (BURGUIÉRE, 1993, p. 50-52).

            Os fundadores da Revista dos Annales não poupavam críticas à Escola positivista da História, pois estes: exaltavam a ação “vazia” dos líderes políticos; valorizavam os estudos biográficos de reis, príncipes, chefes de Estado; apoiavam suas análises no “acontecimento” ou fato político, descartando as ações dos grupos sociais e as transformações de caráter econômico; tinham a intenção “oca” de recuperar dados referentes à genealogia das Nações, etc. Para os historiadores dos Annales, a Escola Positivista visitara somente a superfície factual do passado histórico: “O nascimento dos Annales é portanto um assunto de geração intelectual e científica tanto quanto de poder. Trata-se de defender uma liberdade nova e de dar fim ao “velho ídolo da história política factual”. (BLOCH apud TÉTART, 2000, p. 109).

O olhar dado ao passado, na perspectiva de Bloch (medievalista) e Febvre (Modernista) estabelecia novos objetos para a ciência histórica: análises demográficas sobre deslocamentos de povos, “destacando as formas de ocupação social em grandes espaços, em torno de mares e oceanos [4]” (BITTENCOURT, 2004, p. 145) com o auxílio da Geografia; estudos sobre as mentalidades coletivas juntamente com as novidades da Psicologia; comparações socioeconômicas de caráter regional, estadual e/ou nacional; Interpretações possíveis a respeito das tradições, costumes, vestuário, crenças de camponeses, escravos, indígenas, povos primitivos, situando-os dentro de uma perspectiva antropológica [5], etc. Os horizontes de ação do historiador ampliavam-se e possibilitavam recuperar o passado por intermédio de questões colocadas pelo tempo presente, assim como a ampliação da noção de fonte que é fundamental na Escola dos Annales:

A história faz-se com documentos escritos, sem dúvida. [...] Mas pode fazer-se, deve fazer-se sem documentos escritos se estes não existirem. Com tudo o que a engenhosidade do historiador pode lhe permitir usar para fabricar seu mel. [...] Paisagens, telhas. Formas de campos e ervas daninhas. Eclipses lunares e cabrestos [...] (FEBVRE apud TÉTART, 2000, p. 112). 
As décadas de 1920 e 1930 representavam realmente um cenário conjuntural de profundas transformações. Nas relações políticas: um mundo destruído e abalado pela guerra entre as Nações (1914-1918); Na economia: o colapso do Capitalismo após o Crash da bolsa de valores de Nova York e o “fantasma” do Socialismo, como alternativa possível à crise, simbolizado pelos planos quinqüenais de Stálin; Nas relações sociais a predominância do “medo, insegurança, descrença no futuro”, destacadamente a partir da ascensão dos partidos totalitários (fascismo, franquismo e nazismo) com a proposta de “reconstruir” o que fora perdido. Notoriamente, um período rico relativo aos caminhos teóricos atribuído às ciências sociais. As questões que incomodavam o presente foram incorporadas como objetos de análises históricas: