quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Genocídio Armênio, Parte II.


Armênios sendo expulsos de suas terras e casas  pelos Turcos otomanos. Estes vagões repletos de seres humanos levavam essas pessoas para campos de concentração ou para acampamentos. Em ambos os armênios eram na maioria mortos ou levados a morte pela fome ou doenças.

Você já ouviu essa história? Há mais de 90 anos, o povo armênio quase foi exterminado pelos turcos. E, até hoje, luta pelo reconhecimento internacional do massacre, que vitimou 1,5 milhão de pessoas.

O Domingo Vermelho, 24 de Abril de 1915

As detenções começaram na noite de 24 para 25 de Abril, entre 235 e 270 líderes armênios da Constantinopla, sacerdotes, médicos, editores, jornalistas, advogados, professores, políticos, entre outros foram presos após uma instrução do Ministério do Interior. Em uma segunda “remessa” o número de presos subiu para aproximadamente 550.

A maioria das deportações era da capital. No fim de Agosto de 1915 cerca de 150 armênios com nacionalidade russa foram deportados da Constantinopla para Ancara e Mudshur.


Acampamento de exilados armênios. Além do inimigo implacável a fome, sede e doenças ceifaram a vida de milhões de pessoas.

A ação de 24 de Abril de 1915 foi operada pelo chefe de polícia de Constantinopla, Bedri Bey. Poucos dos detidos foram libertados na mesma semana do escritor Alexander Panossian (1859-1919), antes mesmo de serem transferidos para Anatólia. A maioria dos presos foi enviada à estação ferroviária de Haydarpaşa. Após esperar por 10 horas eles foram enviados, por trem, na direção de Ancara no dia seguinte. O trem seguia com 220 Armênios. Um condutor de trem armênio conseguiu uma lista com os nomes dos deportados, que foi entregue ao Patriarca Armênio de Constantinopla, Zaven Der Yeghiayan, que tentou, em vão, salvar o máximo de armênios possíveis. O único embaixador estrangeiro a ajudá-lo em seus esforços foi o embaixador dos Estados Unidos, Henry Morgenthau. Depois de uma jornada de trem de 20 horas, os deportados chagaram em Sincanköy (perto de Ancara) ao meio-dia de terça-feira. Na estação Ibrahim o diretor da Penitenciária Central de Constantinopla fez a triagem. Os deportados foram divididos em dois grupos.

Um grupo foi enviado para Çankırı e o outro para Ayas. Quase todos dos enviados a Ayas foram mortos vários meses mais tarde em desfiladeiros perto de Ancara. Apenas dez deportados deste grupo foram receberam permissão para voltar à capital a partir de Ayas.Um grupo de 20 retardatários presos em 24 de Abril chegou a Çankırı entre 7 e 8 de maio de 1915. Cerca de 150 presos políticos foram detidos em Ayas e cerca de 150 intelectuais presos em Çankırı.


Soldados do Império otomano posam para foto ao lado de civis armênios executados em campo de concentração.

Os enviados a Çankırı obtiveram permissão de continuar na cidade vivendo de suas próprias despesas, com a condição de continuarem sobre supervisão, enquanto os enviados para Ayas foram mantidos presos na guarnição.Um primeiro comboio com 56 prisioneiros deixou Çankırı no dia 11 ou 18 de julho sem sobreviventes. Um segundo comboio, com 30 deportados, deixou Çankırı em 19 de agosto. Dois deles sobreviveram (um deles Aram Adonian).

No total, doze deportados tiveram a permissão de voltar à capital a partir de Çankırı. Os deportados libertados conseguiram isso através da intercessão de pessoas influentes que eles descobriram através de seus próprios meios. Cinco deportados de Çankırı foram libertados por causa de uma intervenção do embaixador Morgenthau.

A lei de expulsão temporária (a lei “Tehcir”)

Em maio de 1915, Mehmed Talat Pasha solicitou que o gabinete e o grande vizir Said Halim Pasha legalizassem uma medida para realocação de armênios para outros locais, o que Talat Pasha chamou de “os motins e massacres armênios, que aumentaram em alguns lugares no país”. Entretanto, Talat Pasha estava se referindo especificamente aos eventos ocorridos em Van e estendendo a implementação nas quais “motins e massacres” afetariam a segurança da zona de guerra da Campanha do Cáucaso (conflito armado entre o Império Otomano e o Império Russo). Mais tarde, a extensão da imigração foi ampliada para incluir armênios de outras províncias. No dia 29 de maio de 1915, o comitê central da CUP aprovou a Lei Temporária de Deportação (“Lei Tehcir”), concedendo ao governo otomano e aos militares autorização para deportar qualquer um que eles “sentissem” que poderia ser uma ameaça à segurança nacional. A “Lei Tehcir” trouxe algumas medidas que respeitavam as propriedades dos deportados, mas em setembro uma nova lei seria proposta. Segundo a Lei das “Propriedades Abandonadas” o governo otomano tomava posse de todas as propriedades e bens “abandonados” pelos armênios. O parlamentar representativo otomano, Ahmed Riza, protestou essa legislação:

“É ilegal designar os bens armênios como ‘bens abandonados’ já que os armênios, os proprietários, não abandonaram suas propriedades voluntariamente; eles foram forçosamente removidos de seus domicílios e exilados. Agora o governo se esforça para vender os bens deles... Se nós somos um regime constitucional funcionando conforme uma lei constitucional nós não podemos fazer isso. Essa atrocidade. Agarre-me pelo braço, retire-me da minha vila, então venda meus bens e propriedades, esse tipo de coisa nunca deve ser permitido. Nem a consciência dos otomanos nem a lei podem permitir isso.”

Civis armênios massacrados pelo exercito Turco otomano. Mesmo diante de fotos, evidencias e testemunhos a Turquia nega aceitar a culpa por esses crimes contra a vida humana.

Em 13 de setembro de 1915 o parlamento otomano aprovou a “Lei Temporária de Expropriação e Confiscação”, estabelecendo que toda propriedade, incluindo terras, gado e casas, pertencente aos armênios seria confiscada pelas autoridades.

“Já foi comunicado que o governo decidiu, por ordem de Diemiet, aniquilar inteiramente todos os armênios que moram na Turquia. Aqueles que se opuserem a esta ordem e a esta decisão, perderão a sua nacionalidade. Por mais trágico que possa parecer o recurso da aniquilação, é preciso dar um fim à existência deles, sem consideração por mulheres crianças e doentes, sem dar ouvidos aos sentimentos e à consciência

15 de setembro de 1915
Ministro do Interior Talaat

Telegrama de Tallat entregue ao tribunal do julgamento de Salomon Teiliran. Retirado de Um Genocídio em Julgamento, p.244. Fac-símile em Andonian, p. 146.

Com a implantação da lei Tehcir o confisco de propriedades armênias e o massacre de armênios que ocorreu após a promulgação da lei indignou grande parte do mundo ocidental. Nos Estados Unidos o New York Times noticiou quase todo dia a matança em massa do povo armênio, descrevendo o processo como “sistemático”, “autorizado” e “organizado pelo governo”. Theodore Roosevelt mais tarde caracterizaria como “o mais importante crime da guerra”.

Colocava-se na praça central de cada povoado, um aviso no qual dizia que a população devia partir para a "recolocação". O pretexto consistia em fazer os armênios acreditarem que se re-situaria a população para levar-los a uma zona de exclusão bélica, que os protegeria dos efeitos da guerra que estava acontecendo. Numa portaria assinada por Talaat apareciam as palavras “O objetivo da deportação é o nada”. Estavam planejadas todas as rotas de deportação, ao norte seriam afogados no Mar Negro, os que viviam no centro da Anatólia, seriam levados sem comida e caminhando até o deserto de Der Zor, de onde seriam descartados nos depósitos naturais deste deserto para em seguida serem queimados. Os métodos de aniquilamento eram realmente espantosos e obviamente não se respeitava nem o sexo nem a idade das vítimas. As ordens de Talaat esclareciam que não deveriam viver nem no ventre de suas mães.

O rio Eufrates de águas cristalinas, durante dias apresentou uma cor vermelha de transportar centenas de cadáveres. Por outro lado, milhares de mulheres e crianças terminaram servindo nos haréns dos Pashá (Jefes) Turcos, tanto que hoje em dia muitos cidadãos turcos desconhecem que sua verdadeira origem pertence ao sangue armênio.

Os armênios foram removidos para a cidade Síria Der ez-Zor, para o deserto sírio (onde milhares de armênios foram forçados a “marchas mortais”), Rakka, Meskene, Ras-el-Ain até Mossul. Uma boa parte das evidências sugere que o governo otomano não forneceu nenhuma instalação ou suporte para sustentar os armênios durante sua deportação, nem quando eles chegaram. Em Agosto de 1915 o New York Times repetiu uma informação anônima de que “as estradas de Eufrates estão repletas de cadáveres de exilados, e os que sobreviverem estão destinados à morte certa”.


Milhares de ossos ainda são encontrados até os dias de hoje nos locais onde o povo armênio sofreu com o massacre Turco otomano. ESQUECIDOS? RESPONDA-ME VOCÊ!

As tropas otomanas que acompanhavam os armênios não só permitiam que outros roubassem, matassem e estuprassem os armênios como também participavam desses atos. Desprovidos de seus pertences e marchando pelo deserto, centenas de milhares de armênios morreram, muitos de fome e esgotamento sendo algumas mulheres e meninas que foram vendidas pelos guardas e raptadas pelos turcos e curdos.

As ordens recebidas do ministro do interior, Talaat, eram tão desumanas que alguns soldados turcos e chefes do exército não podiam acreditar no que os estava sendo pedido e pediam explicações e esclarecimentos. O resultado: foram fuzilados aqueles que se negaram a responder às ordens.

Talaat havia sido muito claro, "… os armênios haviam perdido o direito à vida no Império Otomano…”, mas como não se podia desperdiçar munição da Grande Guerra, deveriam ser mortos a faca, ou afogando-os no rio Eufrates, entre outras metodologias abomináveis.

Acreditasse que 25 grandes campos de concentração existiram, sobre o comando de Şükrü Kaya, um dos braços diretos de Talaat Pasha. A maioria dos campos era situada perto das fronteiras da moderna Turquia, Iraque e Síria., e alguns eram usados temporariamente como covas gerais e foram deixados de ser usados no outono de 1915. Alguns autores também afirmam que os campos Lale, Tefridje, Dipsi, Del-El e Ra’s al-‘Alin foram construídos especificamente para aqueles que tinham uma expectativa de vida de poucos dias.

Embora todos os campos estivessem ao ar livre a matança em massa em campos secundários não era limitada a mortes diretas, mas também à queima de corpos vivos. Eitan Belkind era um membro Nili que se infiltrou no exército otomano como um oficial. Ele foi nomeado para o quartel general de Camal Pasha. Ele alega ter testemunhado a queima de 5.000 armênios. Hasan Maruf, do exército otomano, descreve como uma população de uma vila foi levada inteira e depois queimada.

O comandante do Terceiro Exército relatou uma queima tão grande da população de uma vila inteira perto de Mus que in Bitlis, Mus e Sassoun, “O método mais rápido para se livrar das mulheres e crianças concentradas em vários campos era queimá-las. Prisioneiros que aparentemente testemunharam algumas dessas cenas ficaram horrorizados e enlouquecidos de lembrar as cenas. Eles disseram aos russos que o mau cheiro da carne humana queimada permaneceu no ar por muitos dias depois”. Os alemães, aliados dos otomanos, também testemunharam a forma que os armênios foram queimados de acordo com o historiador israelense Bat Ye’or, que escreveu: “Os alemães, aliados dos turcos na 1ª Guerra Mundial, [...] viram como civis foram presos em igrejas e queimados ou reunidos em massa em campos, torturados até a morte e reduzidos a cinzas”. Ocorreram também, por parte de médicos turcos, casos de mortes por envenenamento, através de injeções de morfina e equipamentos de gases tóxicos utilizados em escolas para matar crianças armênias, além de forjarem documentos de mortes por causas naturais.

Oscar S. Heizer, o cônsul americano em Trabzon, relata: “Muitas das crianças foram colocadas em botes, levadas e jogadas ao mar". O cônsul italiano de Trabzon em 1915, Giacomo Gorrini, escreve: “Eu vi milhares de mulheres e crianças inocentes serem colocados em botes que eram virados no Mar Negro”.

Do oficial Alemão Von Sanders:

“As ordens que recebi estavam assinadas por Enver Pasha e tinham um teor mais leve. Às vezes eram totalmente despropositadas e impossíveis de serem executadas. Por exemplo, certa vez chegou uma ordem para afastar todos os judeus e armênios do Estado-Maior. Evidentemente ela não foi cumprida porque necessitávamos dos armênios e dos judeus como intérpretes. Com frequência recebíamos ordens absurdas.”

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O Genocídio Armênio, Parte I.


Armênios deportados em marcha.

O Genocídio Armênio, 1915-1923.

Em 1913 os Jovens Turcos ficam irritados com o fato de as grandes potências novamente se ocuparem da reforma e da Questão Armênia, ainda mais por esta estar sendo tratada de acordo com os interesses dos armênios, em consequência do entendimento entre Alemanha e Rússia. “Se vocês armênios não esquecerem estas reformas, algo acontecerá que fará os massacres de Abdul Hamid parecerem brincadeira de criança”.

Em novembro de 1914 o Império otomano entrou na I Guerra Mundial ao lado dos Poderes centrais (Tríplice Aliança). O ministro de guerra Enver Pasha desenvolveu um plano para cercar e destruir o exército russo do Cáucaso e Sarıkamış, para recuperar territórios perdidos para a Rússia após a guerra Turco-Russa de 1877-1878. As forças de Enver Pasha foram encaminhadas para a Batalha de Sarikamish e quase completamente destruídas. Retornando à Constantinopla, Enver culpou publicamente sua derrota devido aos armênios que viviam na região ao lado dos russos.


Jovem armênia morta no deserto de Alepo. 

O início do plano do genocídio começou com o desarmamento da população armênia. A dificuldade de se chegar a informações precisas do que estava acontecendo em terras vizinhas favoreceu um cenário em que o governo mentia um acordo com o governo armênio, e que as armas deveriam ser entregues nas igrejas para que fossem recolhidas. Algumas pessoas influentes faziam esse pedido ao povo, sobre o pretexto de que a Turquia entraria em paz com a Armênia se seus habitantes se desarmassem. Logo em seguida começou a completa censura aos serviços postais estrangeiros, estava cessada a comunicação no campo de batalha e na Turquia todas as cartas enviadas deveriam passar pela aprovação de um órgão do governo. No início a única forma de comunicar ao resto do mundo o que acontecia na Ásia Menor era por meio dos cônsules de outros países instalados na Turquia e Armênia, o que poucos anos depois também foi censurado pelo governo turco.


Soldados do Império Turco otomano enforcam cristãos armênios.

O Batalhão Trabalhista, 25 de fevereiro.

No dia 25 de fevereiro de 1915 o ministro de guerra Enver Pasha enviou uma ordem a todas as unidades militares dizendo que os armênios nas forças ativas otomanas deveriam ser desmobilizados e inscritos no desarmado Batalhão Trabalhista (em turco: amele taburlari). Enver Pasha explicou essa decisão como um “medo de que eles colaborassem com os russos”. Como de costume, o exército otomano descartou homens não-muçulmanos só entre 20 e 45 anos no exército. Os mais novos (15-20) e mais velhos (45-60) não-muçulmanos sempre foram usados como suporte logístico nos batalhões trabalhistas. Antes de fevereiro alguns dos recrutas armênios foram utilizados como trabalhadores (hamals), embora esses também acabariam assassinados.


Crianças nas marchas forçadas para fora da Turquia.

Transferindo recrutas armênios de campo ativo (armado) para passivo, o setor de logística desarmada foi um aspecto importante do subsequente genocídio. Muitos desses recrutas armênios foram executados pelas gangues turcas locais.

Eventos em Van, Abril de 1915.

Em 19 de abril de 1915, Jevdet Bey exigiu que a cidade de Van imediatamente entregasse-lhe 4.000 soldados sob o pretexto de conscrição. No entanto, era claro para a população armênia que seu objetivo era massacrar os homens aptos à guerra de Van para que não houvesse defesa. Jevdet Bey já havia usado seu decreto em vilarejos próximos, aparentemente para procurar por armas, o que se tornou um grande massacre. Os armênios ofereceram quinhentos soldados para e dinheiro para pagar a isenção para os outros em busca de ganhar tempo, entretanto, Jevdet acusou os armênios de uma “rebelião” e falou em sua determinação em “aniquilar” a qualquer custo. “Se os rebeldes atirarem um único tiro”, disse ele, “vou matar todo homem cristão, mulheres e [apontando para o joelho] toda criança até essa altura”.


Abril de 1915. armênios escoltados por soldados turcos marchando da cidade de Mamüret-Ul Aziz (Kharberd - Kharpert para os armênios, atual Elazığ) para um campo de prisioneiros. 

Em 20 de Abril de 1915 o conflito armado da Resistência de Van começou quando uma mulher armênia foi assediada e dois homens armênios que vieram socorrê-la foram mortos por soldados turcos. Os defensores armênios protegiam 30.000 residentes e 15.000 refugiados em uma área de cerca de um quilometro quadrado com 1.500 homens armados que eram abastecidos com 300 rifles, 1.000 pistolas e armas antigas. O conflito durou até que o General Yudenich (comandante do exército russo) fosse socorrê-los.

Detenção e Deportação de Armênios notáveis, Abril de 1915.

Desde 1914 as autoridades otomanas já haviam começado um meio de propaganda para descrever armênios que viviam no Império Otomano como uma ameaça à segurança do império. Um oficial naval otomano descreveu o plano:

“Para justificar esse grande crime requisitamos material de propaganda cuidadosamente preparada em Constantinopla. Os armênios estão conspirando com o inimigo. Eles vão começar uma revolta em Istambul, matar os líderes do Comitê de União e Progresso e abrirão os estreitos (de Dardanelles, ao noroeste da Turquia)”.

Na noite de 24 de Abril de 1915 o governo otomano capturou e prendeu aproximadamente 250 intelectuais e líderes de comunidades Armênios, este evento ficou conhecido como Domingo Vermelho.

O Domingo Vermelho, 24 de Abril de 1915

As detenções começaram na noite de 24 para 25 de Abril, entre 235 e 270 líderes armênios da Constantinopla, sacerdotes, médicos, editores, jornalistas, advogados, professores, políticos, entre outros foram presos após uma instrução do Ministério do Interior. Em uma segunda “remessa” o número de presos subiu para aproximadamente 550.


Oficial turco exibindo um pão, para provocar crianças armênias famintas (1915).

A maioria das deportações era da capital. No fim de Agosto de 1915 cerca de 150 armênios com nacionalidade russa foram deportados da Constantinopla para Ancara e Mudshur.

- Genocídio Armênio?

                “Genocídio” segundo o Webster é a “deliberada e sistemática destruição de um grupo racial, político ou cultural.”. O Genocídio Armênio foi o período sombrio da história da Armênia. Entre 1915 e 1923 mais de UM MILHÃO E MEIO de armênios foram brutalmente mortos pelo Governo Turco Otomano.

"Um Genocídio não ocorre de forma aleatória. Ele é o fruto da intencionalidade deliberada de um governo, Estado ou instituição organizada – partidos políticos, por exemplo – que tenha meios para infringir uma minoria étnica, nacional, racional ou religiosa um estado físico ou mental de degradação. A definição passa impreterivelmente pela qualificação do extermínio daquele grupo específico, e não outro qualquer, pelas mãos dos que teriam o dever ético, moral e jurídico de protegê-los. E ainda, o Genocídio ocorre pela inação da comunidade internacional, que toma um papel passivo na prevenção e sanção dos crimes contra a humanidade. Destarte, a impunidade de um ato genocida incentiva outro. Perpetradores percebem que nada se faz aqueles que infringem minorias a condições degradantes. Cria-se uma espécie de jurisprudência genocida universal, onde um algoz perpetrador aprende e se legitima com e no outro. Para Peter Balakian, a sistemática ausência de punição aos responsáveis atua na psicologia social do grupo do qual os perpetradores pertencem, legitimando massacres e genocídios."

Conflitos Armados, Massacres e Genocídios. LOUREIRO, Heitor


Mapa representando as deportações.


Armênia: localização geográfica.

- Quem foi?

                 Os principais responsáveis pelo Genocídio foram os integrantes do partido Comitê União e Progresso, entre eles os Jovens Turcos. Entre os nomes mais influentes estão o ministro do interior Talaat Pasha (1915-1918) e Enver Pasha (1920-1923).

- Por quê?

                Armênios, turcos e curdos conviviam no território do Império Otomano na Ásia Menor. A Turquia, com o declínio do Império Otomano, começava a perder territórios invadidos na Europa e, com o início da 1ª Guerra Mundial, temiam perder também o território ocupado historicamente por armênios. Além disso, o território armênio era colocado entre a Rússia e Turquia, o que interessava a ambos pela posição estratégica de guerra.

- Como começou?

                 O Governo Jovens Turcos implantou a política do Pan-turquismo. O objetivo era implantar no território do Império otomano a raça puramente turco-descendente e limpar da região outros tipos de raça, em um discurso muito parecido com o que seria utilizado no Holocausto alguns anos depois.

- Como aconteceu?

                 No dia 24 de Abril de 1915, 250 líderes e intelectuais foram presos em Constantinopla. A partir de então tropas turcas invadiram cidades e obrigaram famílias armênias a deixarem suas casas em caravanas com destino a desertos, principalmente aos da Anatólia e Der-el-Zor. Centenas de milhares de armênios foram deportados de suas casas e suas cidades foram destruídas. Milhares morreram no caminho por assassinatos das tropas, milhares morreram executados em campos de concentração, milhares morreram queimados, milhares morreram enforcados, milhares morreram jogados amarrados ao rio Eufrates, mas muitos milhares morreram de inanição, a morte por total falta de água e alimento.

- Por que ninguém fez nada?

                A estratégia do governo turco era muito bem arquitetada. As mortes longe de casa, em locais de difícil acesso, a inanição e atestados de “mortes por causas naturais” além da censura aos meios de comunicação, dificultaram a exposição internacional do que estava acontecendo. Além disso, as potências européias estavam envolvidas na I Guerra Mundial, com a atenção desviada para este conflito, era o cenário perfeito.

- O que diz o governo turco?

               

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Estranho sarcófago de chumbo descoberto na antiga metrópole de Gabii, Itália.


Um estranho sarcófago com 1700 anos foi descoberto na antiga metrópole de Gabii, na Itália. Os arqueólogos dizem que poderia ser de um gladiador ou de um dignitário cristão. O túmulo foi encontrado numa cova de cimento tapada e o caixão é incomum – feito de chumbo e apenas algumas centenas de funerais romanos deste gênero são conhecidos.

O cadáver surgiu embrulhado, com 362 quilogramas de chumbo em cima – o que pareceu bastante estranho a Jeffrey Becker, arqueólogo da McMaster University (EUA) e responsável pelo Projeto Gabii. A maioria dos sarcófagos é semelhante a antigas “caixas de biscoito”, moldados “de forma retangular, com uma tampa por cima”, explicou.

Abrir o caixão poderia oferecer novos avanços sobre uma civilização poderosa que tem sido esquecida durante séculos. Esta foi uma das maiores descobertas em Gabii (a 18 quilômetros de Roma), recentemente, e Becker e a sua equipa receberam uma verba para o projeto da National Geographic Society’s Committee for Research and Exploration.

Gabii foi fundada no século X a.C, e foi abundante durante séculos. Pode ter sido um pouco como Roma, onde a população fez da cidade densa, barulhenta, segundo Becker. O arqueólogo refere que por volta do século I e II d.C. foi-se contraindo e que no século IX já quase não restava nada, mas as causas para o seu desaparecimento não são claras.


No entanto, os especialistas consideram que o mais óbvio é o fato de a expansão de Roma e ambições territoriais terem eventualmente contribuído. Os mistérios sobre Gabii tornam a descoberta ainda mais intrigante. Vários enterros semelhantes, encontrados pela Europa, continham soldados, membros da elite cristã e gladiadores do sexo feminino.

Mistérios e perigos

Becker considerou ainda estranho o lugar onde foi encontrado o sarcófago. A mentalidade religiosa da época tinha muitos tabus e era contra enterrar mortos dentro dos limites da cidade.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Construção e queda do Muro de Berlim


Em 13 de agosto de 1961, guardas da Alemanha Oriental começaram a separar com arame farpado e concreto os lados oriental e ocidental de Berlim, isolando Berlim Ocidental dentro do território da Alemanha Oriental.

Início da construção do maior símbolo da Guerra Fria

O funcionário do Serviço de Defesa da Constituição de Berlim que estava de plantão no segundo final de semana de agosto de 1961 não esperava ocorrências extraordinárias. Mas já na madrugada de sábado para o domingo, dia 13, ele foi surpreendido à 1h54 pela notícia de que o tráfego de trens entre Berlim Ocidental e Berlim Oriental fora suspenso.


A abrangência do fato, porém, só ficou clara quando o dia amanheceu. A República Democrática Alemã (RDA) dera início à construção de um muro entre as duas partes de Berlim, cortando o acesso de 16 milhões de alemães ao lado ocidental. "A fronteira em que nos encontramos, com a arma nas mãos, não é apenas uma fronteira entre um país e outro. É a fronteira entre o passado e o presente", era a interpretação ideológica do governo alemão oriental.

Queda após 28 anos

A RDA via-se com razão ameaçada em sua existência. Cerca de 2 mil fugas diárias haviam sido registradas até aquele 13 de agosto de 1961, ou seja, 150 mil desde o começo do ano e mais de 2 milhões desde que fora criado o "Estado dos trabalhadores e dos camponeses". O partido SED puxou o freio de emergência com o auxílio de arame farpado e concreto, levantando um muro de 155 quilômetros de extensão que interrompia estradas e linhas férreas e separava famílias.

Ainda dois meses antes, Walter Ulbricht, chefe de Estado e do partido, desmentira boatos de que o governo estaria planejando fechar a fronteira: "Não tenho conhecimento de um plano desses, já que os operários da construção estão ocupados levantando casas e toda a sua mão de obra é necessária para isso. Ninguém tenciona construir um muro".


Nos bastidores, porém, corriam os preparativos, sob a coordenação de Erich Honecker e com a bênção da União Soviética. Guardas da fronteira e batalhões fiéis ao politburo encarregaram-se da tarefa. Honecker não tinha a menor dúvida: "Com a construção da muralha antifascista, a situação na Europa fica estabilizada e a paz, salvaguardada".

As potências ocidentais protestaram, mas nada fizeram. Para os berlinenses de ambos os lados da fronteira, a brutalidade do muro passou a fazer parte do cotidiano. Apenas 11 dias após a construção, morreu pela primeira vez um alemão-oriental abatido a tiros durante tentativa de fuga. A última vítima dos guardas da fronteira foi Chris Gueffroy, morto em fevereiro de 1989.

Reação às fugas

Até 1989, o Muro de Berlim foi o símbolo por excelência da Guerra Fria, da bipolarização do mundo e da divisão da Alemanha.

Ainda no início de 1989, Honecker, no poder desde 1971, manifestava confiança em sua estabilidade: "O muro ainda existirá em 50 ou em cem anos, enquanto não forem superados os motivos que levaram à sua construção".


Apenas dez meses depois, em 9 de novembro daquele ano, os habitantes de ambas as partes da cidade caíam incrédulos nos braços uns dos outros, festejando o fim da muralha que acabou sendo derrubada pouco a pouco e vendida aos pedaços como suvenir.

Menos de um ano depois, o país dividido desde o fim da Segunda Guerra foi unificado, mas a verdadeira integração entre as duas partes é um processo que ainda não terminou.

1962: Peter Fechter morria ao tentar pular o Muro de Berlim

Em 17 de agosto de 1962, jovem de 18 anos foi morto ao tentar fugir para Berlim Ocidental pulando o Muro. Ele foi baleado por soldados de fronteira da Alemanha comunista e morreu de hemorragia na "zona da morte".


Atingido por tiros, jovem de 18 anos foi carregado por guardas de fronteira da RDA

O Muro de Berlim dividia a cidade há apenas um ano, quando um incidente chocou a opinião pública alemã. Sob o olhar de centenas de pessoas indignadas, o jovem alemão oriental Peter Fechter, de 18 anos, morreu baleado na chamada "faixa da morte", próxima ao Checkpoint Charlie. Junto com seu colega de trabalho de mesma idade, o pedreiro havia planejado fugir de Berlim Oriental para Berlim Ocidental.


Ele queria procurar sua irmã, que vira pela última vez pouco antes da construção do Muro. Por volta do meio-dia de 17 de agosto de 1962, eles tentaram executar o plano. Pularam a primeira cerca de arame farpado sem serem percebidos mas, quando corriam os últimos metros para chegar ao Muro, foram descobertos.

Morte acompanhada pela multidão

O colega conseguiu saltar o Muro sem ser ferido. Mas Peter levou vários tiros na barriga e nas costas e caiu a poucos metros do Muro. Centenas de berlinenses ocidentais chegaram perto do local e imploraram aos guardas de fronteira que socorressem o jovem gravemente ferido, mas ninguém fez nada. Os soldados da tropa de ocupação norte-americana não podiam intervir, e os guardas alemães orientais visivelmente esperavam uma ordem superior.



Os estojos de primeiros-socorros jogados por cima do Muro chegaram tarde para Peter Fechter. Por volta das 15 horas, ele foi recolhido, morto, pelos guardas de fronteira e levado para um hospital militar. O resultado da autópsia, mais tarde, seria destruído pelas autoridades. Os soldados responsáveis pela morte de Fechter receberam prêmios em dinheiro – como era comum.

Número desconhecido de vítimas

sábado, 30 de novembro de 2013

Misterioso álbum nazista de fotografias.


Há certamente muitos álbuns de fotos de líderes nazistas e muitos álbuns de fotos de vítimas dos nazistas. Mas é difícil imaginar que muitos álbuns que retratam tanto, com apenas algumas páginas.

Conhecemos pelo menos um e apareceu na cidade de Nova York. Seu criador foi capaz - aparentemente dentro de algumas semanas - fotografar Hitler como guerreou na Rússia e também fotografar algumas das primeiras vítimas daquela campanha brutal, conhecida como Operação Barbarossa, que começou há 70 anos.


Quatro páginas adiante há o próprio Hitler, esperando em uma estação de trem a chegada do almirante Miklos Horthy, regente da Hungria, com quem em breve estará de barganha na sede de guerra da Prússia Oriental conhecida como Toca do Lobo. O fotógrafo está a poucos metros de Hitler. Clique na imagem para ampliar.

Duas páginas deste álbum, na frente oriental, em 1941, são dedicadas aos prisioneiros. Alguns estão vestidos com trapos, alguns vestidos com uniformes do Exército Vermelho, alguns vestindo coletes com a estrela de Davi. Eles estão diante do que poderia ser sepulturas recém-cavadas. Em seis fotos quase íntimas, beirando o retrato, os homens olham vazios ou desafiadoramente para a câmera.


Hitler em um vagão de trem sauda e recebe saudações.

Claramente, este fotógrafo tinha muito acesso e não um pouco de talento.

Mas quem era ele? Seu álbum foi comprado em uma loja perfeitamente normal, não carrega nenhuma identificação ou inscrição. A legenda é visível em apenas em uma das fotografias.

E o que ele estava mostrando para a posteridade?


Enfermeiras saúdam Hitler. 

Em primeiro lugar, ele documentou o progresso através da Europa Oriental de um comboio de ônibus a serviço da Reichs-Autozug Deutschland, uma unidade do Partido Nazista, cuja responsabilidades incluíam a logística necessária para organizar manifestações de massa. A julgar pelas pichações escritas nas janelas do ônibus empoeirados, o itinerário global foi de Berlim-Minsk-Smolensk-Munique.  Marcos identificava ​​no álbum que o comboio fez o seu caminho através de Gdansk, na Polônia, que era então Danzig; Kaliningrado, na Rússia, que era então Königsberg, e Barysaw, Belarus.


Membro da PK faz filmagem no leste da Prússia.

Pouco do campo de batalha é visto, mas uma grande quantidade de destruição é evidente. Minsk, a capital do que era então a República Socialista Soviética da Bielorrússia caiu dentro de dias do início da Operação Barbarossa, está em ruínas. Há muitos pontos de vista sobre a paisagem, bem como imagens de camponeses.


A figura central do álbum, presumivelmente o próprio fotógrafo.


O fotógrafo é encontrado se recuperando em algum tipo de convalescença em casa. Ele possui seu prontuário até a câmera, mas é impossível de ler.


Na Baviera, vemos um pelotão de moto que parece estar encenando uma demonstração de suas proezas. 


Em Munique, o fotógrafo se reencontra com uma mulher bonita que pode, ou não, ser sua esposa. Ou irmã. Ou amante.

O álbum é de propriedade de um executivo de 72 anos na indústria da moda que vive em Nova Jersey e trabalha no distrito da moda de Manhattan. Ele emprestou ao The New York Times na esperança de que a cobertura da imprensa - e um melhor senso de proveniência do álbum - que aumentaria o seu valor. Ele gostaria de usar como um produto de venda, que ele espera ser "seis dígitos ou mais," para pagar as contas médicas e sair da dívida. Ele foi submetido à uma cirurgia e declarou falência pessoal. Nem todos os seus colegas e concorrentes sabem disso, ou que ele possui como um álbum, então ele pediu anonimato.

Ele disse que o álbum de fotos e 50 mil figurinhas de beisebol foram dadas a ele por um trabalhador braçal de seu conhecimento que tinha caído em tempos difíceis e teve de pedir dinheiro emprestado ao executivo. Os objetos totalizaram reembolso do empréstimo de dinheiro. O executivo disse que o trabalhador contou que ele havia recebido o álbum de um velho alemão, cujo gramado ele cuidava. Porque há nove fotos de Hitler no álbum de 24 páginas, todos os que lidaram com isso tinham certeza ele deve tem algum valor.


Um soldado com uma câmera passa por um tanque destruído.

"Eu sabia que tinha uma parte da história", disse o executivo, "e eu estava muito preocupado com isso cair nas mãos erradas. Mas minhas necessidades são grandes. "

Aceitamos a atribuição de detetive com o entendimento de que faríamos nossas conclusões públicas, mesmo que minaram o valor do álbum. E disse ao executivo que não iríamos perguntar a qualquer especialista para arriscar um palpite quanto ao valor monetário do álbum.

Nosso único interesse era em apresentar aos leitores um pouco das surpreendentes fotos e um close-up de um grande ponto de virada na Segunda Guerra Mundial e na resolução de um quebra-cabeça histórico.


Um soldado alemão caçando patos. 

"Este álbum é diferente da maioria dos outros álbuns na qualidade das fotos", disse Judith Cohen, diretor da coleção de referência fotográfica no museu. "O fotógrafo era claramente um profissional e sabia o que estava fazendo. É possível que seja um álbum pessoal de um artista PK. "





O PK, ou Propagandakompanie, foi a unidade de campo do corpo de propaganda da Wehrmacht. Assim que sozinha era uma vantagem valiosa. Mas a Sra. Cohen ofereceu uma pista ainda mais importante. Uma das fotos de prisão no álbum (Página 3 ) acabou por ser idêntica a fotografia. 1907/15 do Steven Spielberg Jewish Film Archive, na coleção de Yad Vashem , Mártires do Holocausto "e Heroes 'Remembrance Authority, em Jerusalém.

Isso identificou a localização do campo de prisioneiros em Minsk e fixou o ano de 1941. Ele estabeleceu que os uniformes vistos em alguns dos prisioneiros - incluindo a budenovka distintamente apontou ( Página 8 ) - foram os do Exército Vermelho. E ele trouxe Daniel Uziel, o chefe do coleções de fotos em Yad Vashem, na conversa.


"Era muito comum para oficiais comandantes PK ou mesmo os fotógrafos individuais para preparar álbuns de fotos privados", disse ele. "Estes foram mantidos tanto por pessoal da empresa ou foram dadas a generais, os membros do partido, etc

"A divulgação da fotografia PK após a Segunda Guerra Mundial é um tema fascinante e apenas parcialmente pesquisado," disse o Dr. Uziel. "Esta é, obviamente, um daqueles casos em que fotos da PK encontraram seu caminho para fora da fraternidade de propaganda de guerra e seus arquivos relacionados. Recentemente, soube que alguns comitês históricos judaicos ativos na Europa, imediatamente após o final da Segunda Guerra Mundial tem em suas mãos as cópias de tais fotos ".


Página 9: Em um campo de prisioneiros em Minsk. "Não há muitas fotos de prisioneiros de guerra judeus marcados", disse Daniel Uziel de Yad Vashem ", porque, geralmente, eles foram entregues à SS dentro de um curto espaço de tempo da sua marcação e foram devidamente executados."

Depois de olhar para imagens selecionadas enviadas a ele por e-mail, o Dr. Uziel disse: "Embora algumas fotos são claramente propagandístico e tiro de acordo com as orientações oficiais, a maioria das fotos são típico" campo de batalha e turismo "na natureza." Ele explicou que o imagens na vertical, cortadas de prisioneiros individuais eram padrão "retratos PK de prisioneiros de guerra soviéticos, feitas ao longo de regulamentos e pedidos específicos por parte da Wehrmacht e do Ministério da Propaganda".


"Eu diria que somente aqueles claramente marcados com o emblema amarelo são judeus", escreveu o Dr. Uziel. "Não há muitas fotos de prisioneiros de guerra judeus marcados porque, geralmente, eles foram entregues à SS dentro de um curto espaço de tempo da sua marcação e foram devidamente executados."


Minsk não era apenas a definição do campo de prisioneiros, mas também a cidade cujas ruas e edifícios bombardeados aparecem em várias fotos. Isso foi confirmado quando o professor Larry Wolff, da Universidade de Nova York, o diretor do Centro de Estudos europeus e mediterrânicos, reconheceu as torres barrocas da Santíssima Virgem Maria, Igreja Católica Romana. O drumlike Opera and Ballet Theater é um outro marco inconfundível.


Página 6:  Igreja Católica Romana Santíssima Virgem Maria, em Minsk são visíveis através dos edifícios escavado pelas bombas alemãs.

O que foi mais útil para estabelecer a datação do álbum foi o encontro entre Hitler e Horthy em setembro de 1941. Era conhecida até mesmo para o público americano através Revista Life, que publicou uma foto que parece ter sido tomada apenas alguns centímetros de distância de onde o fotógrafo PKs ficou na estação de trem onde os dois líderes se encontraram. O cenário era Ketrzyn, Polônia, em seguida, uma cidade da Prússia Oriental chamado Rastenburg, onde Hitler tinha a sede guerra conhecida como Toca do Lobo (Wolfsschanze).


Página 13: Adolf Hitler e o almirante Miklos Horthy, regente da Hungria, reuniu-se em setembro de 1941. 

"Aqui Horthy insistiu que a força expedicionária húngara fosse retirada do front russo, acreditando que a campanha russa tinha praticamente acabado", disse o professor Istvan Deak , da Universidade de Columbia. "Hitler deu o seu consentimento."

(Horthy e Hitler não estavam sozinhos em acreditar que a campanha estava quase no fim, no outono de 1941, depois que as tropas alemãs haviam feito progresso espetacular em seu avanço em direção a Moscou. Mas, quando o rolo compressor foi parado pela resistência dos cidadãos russos e soldados, e o inverno russo, em conjunto, a maré transformou-se  dramaticamente.)


Página 5: A linha de frente cemitério militar alemão.

Apenas alguns nomes encontram-se no disco. Entre eles estão aqueles sobre os marcadores de que o Dr. Uziel descreveu como um cemitério militar alemão padrão estabelecido perto das linhas de frente, com um edifício por trás dele, cuja modernidade e solidez sugere arquitetura soviética. Os nomes que são legíveis incluem:

Ogefr. (Corporal Senior) Gust. Dumke, Flieg. (Força Aérea privada) Fried. Gebhardt, Kf. (Driver) Kurt Henze, Gefr. (Corporal) Bernh. Klassen, Uffz. (Sargento) Albert Mann, Schtz. (Private) Fritz Wagner e Uffz. (Sargento) Albert Zimmer.

Ao longo de sete décadas,  apenas duas fotografias caíram do álbum. Uma está faltando. A outro uma foto de um grupo de 11 oficiais está solta, permitindo uma legenda levemente a lápis para ser lido, colocando-a em Bregenz, na Áustria, em 1 de Janeiro de 1942.


Este retrato de grupo foi impressa em um papel muito diferente. É a única imagem solta no álbum com uma legenda.


A parte final do álbum está centrada na Bavária, primeiro na Gebirgs-Motor-Sportschule (Mountain Motorsports Escola), na cidade de Kochel e, operada pela National Socialist Motor Corps. Em seguida, ele move-se para Munique, onde o fotógrafo vestidos em roupas civis e parece ter uma companheira ao seu lado - ou em seu visor - em todos os momentos. "Ela está fazendo o seu melhor para olhar como Marlene Dietrich", observou o professor Marvin J. Taylor , o diretor da Biblioteca Fales e Coleções Especiais na Universidade de Nova York, enquanto olhava para uma pose particularmente atraente.


Page 24: Fora da Ópera do Estado da Baviera, em Munique.